
Verdades dos Menores Professores
Verdades dos Menores Professores
Durante o Grande Despertamento do século XVIII, Jonathan Edwards se destacou como um dos pregadores mais influentes desse avivamento. Sua famosa mensagem Pecadores nas Mãos de um Deus Irado utilizou a imagem de uma aranha pendurada por um único fio sobre o abismo do inferno para ilustrar a fragilidade da alma sem Cristo. O que muitos não sabem é que essa ilustração não foi um mero recurso retórico. Edwards passou horas estudando aranhas, observando como elas se moviam e teciam suas teias. Para ele, cada detalhe da criação de Deus era um reflexo da Sua glória. Como temos aprendido nesta série, ao unirmos binóculos e Bíblias, podemos enxergar mais do que apenas a superfície da criação. Um homem de nossa congregação me emprestou um livro de Edwards chamado Basic Writings, no qual ele dedica páginas inteiras a comentários sobre o trabalho das aranhas e o maravilhoso design de suas teias, incluindo seus próprios desenhos das diferentes formas de fios. Ele escreveu: “Quero desvendar os mistérios dessas obras assombrosas.” Que bela perspectiva! Quantos de nós passamos por uma teia de aranha sem dar a menor atenção? Olhamos, mas não enxergamos.
Edwards não apenas estudava a natureza, mas via nela uma forma de instrução divina. Ele escreveu sobre como, após sua conversão, tudo ao seu redor parecia diferente. Ele passou a ver a glória de Deus no céu, nas nuvens, nas árvores e nos rios. O trovão e os relâmpagos o levavam a contemplar o poder do Criador. Ele chegou ao ponto de caminhar sozinho pelos campos, cantando baixinho para Deus em adoração. Esse é um dos segredos da fé cristã: não se trata apenas de olhar, mas de ver; não apenas de ouvir, mas de escutar; não apenas de existir, mas de viver em adoração. Nosso problema não é valorizar demais a criação de Deus, mas valorizá-la de menos. Perdemos tanto por isso!
Na última sessão, vimos como Deus revelou Sua majestade a Jó, mostrando-lhe os maiores animais que Ele criou – o Leviatã nos mares e o Beemote na terra. Mas e os menores professores? O que eles têm a nos ensinar? Hoje, quero falar sobre a abelha. Charles Spurgeon pregou diversos sermões sobre as abelhas e o favo de mel, enquanto eu, por outro lado, só mencionei mel uma ou duas vezes ao falar de frango empanado. Mas ao estudar sobre esses pequenos insetos, percebi que eles são uma das mais incríveis obras do Criador.
Para produzir um único pote de mel de 500g, milhares de abelhas voam um total combinado de 160 mil quilômetros e coletam néctar de aproximadamente 4,5 milhões de flores. Cada gota de mel é um pequeno milagre da criação. Deus criou as flores antes das abelhas, de modo que, quando elas surgiram, já tinham alimento disponível. A engenharia da colmeia é tão complexa que os favos têm o formato hexagonal, um design que permite o máximo de armazenamento com o mínimo de material. A sabedoria divina é evidente até nas menores criaturas.
Outro pequeno professor mencionado na Bíblia é a formiga. Salomão nos convida a observá-la e aprender com ela. As formigas trabalham sem necessidade de supervisão, seguem um incrível sistema de comunicação química e operam em uma sociedade altamente eficiente. Elas não precisam de juízes ou policiais para manter a ordem. Seu senso de cooperação e disciplina é notável.
A abelha e a formiga nos ensinam lições profundas sobre diligência, ordem e confiança no Criador. Se Deus cuida dessas pequenas criaturas, quanto mais cuidará de nós? Se a natureza segue Seu plano perfeito, quanto mais devemos confiar na Sua soberania e viver para Sua glória?
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