
Uma Fagulha Já É O Suficiente
Uma Fagulha Já É O Suficiente
Série Terapia da Fala para Santos – Parte 2
Tiago 3.5–8
Introdução
Existe uma música antiga da década de 1970 que diz: Uma fagulha já é suficiente para começar um fogo; e logo todos ao seu redor podem se esquentar com o seu calor.
Tiago usará a mesma ideia, só que com a temática da língua; e ele nos adverte sobre outro tipo de fagulha, um tipo diferente de fogo que não servirá para esquentar ninguém ou fazer nosso coração pegar fogo. Ao invés disso, ele pode nos causar uma queimadura grave, nos torrar e reduzir nossas vidas e as vidas das pessoas ao nosso redor a cinzas.
Na carta de Tiago, chegamos, agora, à descrição mais condenatória da natureza, poder e influência da língua. Ele já nos disse que a língua é poderosa o suficiente para controlar nosso corpo inteiro, da mesma forma como os freios controlam um cavalo robusto.
Pegue, por exemplo, 230 kg e coloque sobre os lombos de um cavalo da raça Clydesdale que meu pai utilizava para transportar peso; o cavalo não vai nem tossir. Além disso, esse mesmo cavalo podia correr uns 2 quilômetros em menos de um minuto. Ele era simplesmente 500 quilos de força fantástica. Daí, se você colocasse um freio em sua boca, até mesmo uma garotinha conseguia controlá-lo. O poder daquele freio é o poder da língua.
Depois, Tiago muda sua analogia para o leme de um navio, algo minúsculo que é capaz de controlar algo enorme.
Com essas ilustrações, Tiago deseja mostrar que não existe outra parte de nosso corpo—nem sequer nosso corpo inteiro que é maior e mais forte que a língua—com o mesmo poder e potencial dessa pequena massa de músculo e nervo em nossa boca que pesa menos de 100 gramas.
Um dicionário define “língua” como “a estrutura muscular móvel presa na parte inferior da boca.” O problema com essa definição é que, segundo a descrição bíblica, a língua não somente está ligada ao coração, mas também geralmente não está presa.
Então, o que Tiago faz em seguida é simplesmente nos alertar com uma linguagem forte sobre a natureza, poder, perversão e o potencial que a língua tem para o mal. Ele descreverá nossa língua com pelo menos oito frases descritivas diferentes.
Muitos estudiosos acreditam que essa carta foi, na verdade, uma pregação de Tiago que alguém transcreveu. Cada frase surge com muita rapidez, uma após a outra, com uma analogia após a outra em apenas um fôlego.
Lembre-se: Tiago tem um zelo forte pela nossa maturidade espiritual, e ele sabe que nossa língua expressa audivelmente o nível de nosso amadurecimento.
- A primeira declaração que Tiago faz sobre a língua é: a língua é destrutiva.
Note a segunda parte do verso 5 de Tiago 3: Vede como uma fagulha põe em brasas tão grande selva!
Tiago começa escrevendo: Vede. Ou “Olhem!”, o que é outro imperativo. Ele não quer que a igreja durma durante a pregação. Ele está dizendo: “Prestem muita atenção!”
Vede, olhem, como uma fagulha põe em brasas tão grande selva! Em outras palavras, uma fagulha já é o suficiente; uma pequena fagulha e uma floresta já está em chamas. O motivo? Porque fogo se espalha. O fogo tem a capacidade de se reproduzir de forma ilimitada enquanto houver algo para ser queimado. A água é derramada e pronto; ela não cria mais água. Mas o fogo queimará por um período indeterminado enquanto houver material inflamável e oxigênio.
O poder destrutivo do fogo é incrível e eu aprendi isso de perto. Quando era pequeno, derramei gasolina numa vala de cimento próxima à nossa garagem e que corria em direção a uma planta no canto da casa. Eu não fazia ideia do que aconteceria, mas queria descobrir. Então, derramei gasolina na vala e joguei um fósforo nela. E a área inteira parecia ter explodido. As chamas subiram a quase 1,5 metro; o fogo torrou completamente a planta no canto da casa e rapidamente apagou. Ainda me lembro de ter ficado de pé, olhando para o chão de cimento agora preto e para aquela planta com as folhas todas murchas. Fiquei lá pensando: “O que eu fiz?” E o mais importante: “O que vão fazer comigo?” Meu pai chegou em casa e me respondeu essa pergunta e eu aprendi a nunca mais brincar com fogo.
O fogo se espalha, como também as palavras. A analogia foi entendida imediatamente pelos ouvintes de Tiago, especialmente porque o fogo descontrolado era o desastre mais temido naqueles dias. As pessoas perdiam as esperanças quando um fogo se alastrava.
Em uma de suas cartas, o escritor naturalista romano Plínio, que viveu na mesma época de Tiago, registrou um incêndio na Nicomédia. Esse incêndio consumiu casas particulares e duas construções públicas, incluindo o templo de Ísis. Ele escreveu que o povo não pôde fazer nada além de assistir. Para os leitores da carta de Tiago, fogo incontrolável era a força destrutiva mais temível de todas.
Portanto, Tiago está dizendo que nós, em nosso contexto moderno, carregamos por aí uma bomba atômica. Ele nos lembra de que possuímos uma arma de fogo poderosa em nossa boca. Todos carregamos conosco uma arma de destruição em massa e existe muita prova para isso. Salomão escreveu: O homem depravado cava o mal, e nos seus lábios há como que fogo ardente (Pv. 16.27). Salomão ainda nos fornece outro modelo a seguir em Provérbios 17, verso 27: Quem retém as palavras possui o conhecimento, e o sereno de espírito é homem de inteligência. Tiago afirma: a língua é destrutiva.
- Segundo, a língua é depravada.
Veja o verso 6: Ora, a língua é fogo; é mundo de iniqüidade. Pensamos que precisamos ir até o Rio de Janeiro durante o carnaval para chegarmos à “cidade-pecado.” Não, Tiago diz, você tem uma em operação dentro de sua boca; é um mundo de iniquidade.
A palavra original traduzida como mundo é kosmos. Tiago utilizará esse termo três vezes em sua carta e todas as vezes com o sentido de um sistema mundial pecaminoso, caído e depravado. Ele não está falando sobre o planeta; ele se refere aos valores do mundo, à organização do mundo, aos planos do mundo, ao sistema operacional do mundo em suas formas mais básicas e sua maldade.
Em outras palavras, a língua é capaz de expelir tudo o que se ostenta como contrário aos planos e valores da justiça, o sistema do mundo celestial de Deus. A língua tem o potencial de causar todo e qualquer tipo de corrupção humana. Ela é tão corrupta quanto o sistema de valores do mundo que cobre nosso planeta onde o homem é o ídolo e seu trono predomina.
Você traz um bebê ao mundo ou adota um. Enquanto cresce, ele aprende a falar. E ele tem dois professores: primariamente você do lado externo e sua própria natureza caída do lado interno. Após alguns anos, aquele indivíduo não apenas falará, mas falará com o seu sotaque. Ele utilizará as palavras da forma como o pai as utiliza. Aquela menininha falará de forma bem parecida com sua mãe. Mas seu coração—sua natureza depravada e caída—está atuando; seu coração produz muito mais do que um sotaque. Na verdade, antes mesmo de ele conseguir falar, seu filho pequeno já peca com suas mãos e seu coração. Quem o ensinou a balançar a cabeça dizendo: “Não!”? Quem o ensinou a usar aquelas mãos gordinhas a dar murros contra a cadeira de plástico porque ele não gostou da papinha? As mães dizem: “Ele aprendeu isso com o pai!” E vocês estão certas, ele realmente aprendeu isso com o pai—Adão! Onde ele aprendeu a mentir? A mamãe e o papai sempre dizem a verdade!
Lembre-se: em nosso estudo anterior vimos que a língua é o dedo-duro do coração. A língua sempre denuncia a condição depravada do coração.
Em seu comentário nessa passagem, Spiros Zodhiates contou uma história engraçada de um garoto que misturou os versículos que havia decorado, o que acabou levando-o à perfeita honestidade. A professora da Escola Dominical pediu para ele definir “mentira.” Ele disse: “A mentira é uma abominação ao Senhor e um socorro bem presente em ocasião oportuna.” A verdade é que o seu coração depravado o ensinou a mentir e sua língua se juntou à conspiração.
- Mas Tiago avança mais em sua descrição da língua. Ele diz que a língua é destrutiva, depravada e, terceiro, a língua é contaminada.
Note a parte central do verso 6: a língua está situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro. Em outras palavras, se não for cuidado e controlado pelo Espírito de Deus, nosso corpo inteiro se envolverá.
A contaminação é chocada no coração e expelida pela língua, o que deveria soar um alarme porque será em breve executada pela carne. O resto do corpo entra na mesma conspiração de rebelião contra a santidade de Deus e Tiago não escreve para descrentes.
Essa é a terapia da fala para santos. Ela começa e requer diariamente o entendimento de que todos temos o mesmo impedimento na fala: contaminação, corrupção e prontidão para realizar o pecado.
Na verdade, Tiago usa o tempo presente para esse verbo, indicando que essa contaminação pode ocorrer várias e várias vezes.
Precisamos entender que Tiago não escreve essas coisas para o crente ter uma desculpa, mas para lembrá-lo e alertá-lo acerca de si mesmo. Aqui está a advertência: Sem nossa submissão ao freio e ao leme e sem a submissão da fagulha ao controle hábil do Espírito Santo, um incêndio florestal está prestes a acontecer. A contaminação está esperando logo à frente!
- Tiago também diz em quarto lugar: A língua é determinante.
Note a frase seguinte no verso 6: e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana. O que isso significa? Mais uma vez, Tiago usa o fogo, que é uma descrição negativa do poder maligno da língua. Mas, dessa vez, ele adiciona que o mal potencial se expande para além desta vida. Ela influencia a nós mesmos e outras pessoas no decorrer de todo o curso da vida.
Se o seu pai o menospreza e humilha com sua língua, isso afeta você. E se você menospreza e humilha outros com sua língua, isso também afeta você.
Esse poder determinante da língua pode ser tanto bom como ruim. Pense nisso. Digamos que você foi entrevistado para um emprego e seu currículo foi igual ao dos demais candidatos. Você foi o melhor aluno da sua turma, mas os outros candidatos também. Você fez um mestrado em sua área, mas existem outros com a mesma graduação. Mas durante a entrevista, você disse algo que fez com que a empresa contratasse você e não outros. Sua língua determinou o curso da sua vida.
Pense da seguinte forma: você pediu sua querida em casamento e ela disse “sim.” Você pode até ter implorado, se ajoelhado e comprado uma bela aliança. E daí? Ela disse “sim!” E essa pequena palavrinha mudou o curso de sua vida.
Tiago diz: e [a língua] não só põe em chamas toda a carreira da existência humana. Em outras palavras, o que você diz com sua língua pode mudar o resto de sua vida.
Na verdade, sua língua define quem você é. Uma língua maligna levará pessoas a pensar que você é maligno; uma língua murmuradora dá a você a reputação de uma pessoa descontente; uma língua suja leva as pessoas a acreditar que você é um homem ou mulher pervertido; uma língua falsa dá a você o título de um homem desonesto.
Aquele encanador que você conhece e sabe que é mentiroso não será mais chamado para consertar sua casa, nem fazer o encanamento novo, e isso afetará a vida dele de diversas formas. Por quê? Porque, como um autor disse: “As pessoas sabem que ele não é melhor [nem diferente] do que sua própria língua.”
Você diz: “Espere aí; isso é só vocabulário!” Tiago escreve sob direção divina: “Vocabulário determina o curso de sua vida. Nosso discurso determina nossa reputação, amigos, influências, trabalhos, espírito, serviço e, categoricamente,” Tiago escreve, “o curso de nossa vida inteira.”
- A língua é destrutiva, depravada, contaminada, determinante e, agora quando pensamos que Tiago irá aliviar um pouco, ele diz: A língua é diabólica.
Note o final do verso 6: como também é posta ela mesma em chamas pelo inferno.
Nesse contexto negativo, Tiago diz que toda conversa maligna—todo uso pecaminoso da língua—é, na verdade, abastecido e tem sua fonte no fogo do inferno. Em outras palavras, o uso maligno da nossa língua é a propaganda do inferno, um comercial para Satanás.
Quando Jesus Cristo desafiou os fariseus, ele disse que suas línguas caluniadoras, que momentos antes tinham acusado Jesus de ser fruto de fornicação e de ter nascido fora do casamento de José e Maria (João 8.41), eram evidência de que eles tinham como pai o diabo; o diabo vive mentindo e, quando ele mente, fala sua língua nativa, pois ele é mentiroso e pai da mentira (João 8.44).
Portanto, quando a língua é utilizada com pecado, ela está, naquele momento, em parceria com o mundo dos demônios, é um instrumento das mãos de Satanás.
Tiago está nos surpreendendo com essa verdade, não é? Ele diz, com efeito, que o fogo que começamos com nossa língua foi, na verdade, emprestado do inferno.
Agora, a palavra para inferno nessa frase é geena, a forma grega para o hebraico ge-henon, que significa “Vale dos filhos de Hinom” ou “Vale de Hinom.” Os únicos homens no Novo Testamento que se referiram ao lar futuro e eterno de Satanás e seus demônios, juntamente com os seres humanos condenados, como geena foram Jesus Cristo e seu meio-irmão Tiago.
O Vale do Geena ou do Hinom fica a sudoeste dos muros de Jerusalém. Durante vários séculos, esse vale—basicamente um precipício enorme—foi usado como um depósito onde lixo e carcaças de animais mortos e criminosos eram depositados. Um fogo era mantido sempre aceso naquele vale para destruir os restos daquela imundície. Aquele era um lugar de lixo podre, imundo, cheio de vermes que constantemente queimavam pelas chamas do fogo.
Jesus Cristo usou esse vale como sua descrição favorita de um lugar muito pior, mas semelhante, um lugar chamado “inferno.” O Senhor afirmou que esse é o lugar onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga. Nada de bom surge do inferno, apenas maldade e sofrimento.
Tiago deseja ensinar que, quando a língua é utilizada para o mal e para infligir sofrimento, ela meramente reproduz pequenos “infernos” ao seu redor.
Tiago continua: como também é posta ela mesma em chamas pelo inferno. Mais uma vez, ele usa o tempo presente para o verbo posta em chamas para indicar um estado contínuo.
Em minha casa, nós temos uma lareira. Mas com essa lareira, temos a conveniência do fogo a gás ao invés de à lenha. Eu apenas ligo o interruptor que fica ao lado e o gás corre para a lareira. Daí, eu tenho um acendedor; é só encostar aquele acendedor e a lareira já acende. Bastante conveniente e nada de sujeira. Enquanto houver gás correndo do botijão para a lareira, podemos ter fogo ao ligar o interruptor.
Esse é o significado da analogia de Tiago. Nós carregamos ao redor um acendedor, uma chama. Seu acendedor nunca se apagará enquanto você estiver vivo e está pronto para criar chamas a qualquer momento. Com o simples toque no interruptor carnal, o acendedor criará chamas, e elas permanecerão acesas enquanto o interruptor estiver ligado. Por quê? Porque, conforme Tiago nos informa, a tubulação de gás está conectada ao inferno. Portanto, tome cuidado—o suprimento de gás é infinito.
- A língua é desobediente.
Daí, neste ponto, Tiago volve-se para o mundo animal. Note o verso 7 e o início do verso 8:
Pois toda espécie de feras, de aves, de répteis e de seres marinhos se doma e tem sido domada pelo gênero humano; a língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar...
Tiago agrupa os animais em categorias e em pares: primeiro, animais que andam e voam; segundo, animais que rastejam e nadam.
A partir dessas categorias, ele diz que os animais têm sido domados. O ser humano é capaz de domar leões, cavalos, elefantes, golfinhos, periquitos e águias. Já ensinamos focas a como bater palma, elefantes a girar e cavalos a saltar ao nosso comando.
A palavra usada por Tiago para domar, a propósito, não implica uma domesticação perfeita. O verbo significa simplesmente “subjugar, trazer debaixo do controle de para algum propósito específico.” As criaturas mais selvagens, mais inteligentes, mais rápidas e mais fortes têm sido subjugadas e dominadas pela mão domadora da humanidade.
Daí, Tiago apresenta uma notícia atordoante, mas não tão surpreendente: nossa língua é uma criatura única, impossível de ser domada pela humanidade! Por causa da queda no pecado, a humanidade perdeu seu controle sobre a língua. O homem perdeu o domínio sobre si mesmo. Tiago escreve: ninguém é capaz de domar a língua.
Nenhum dos homens tem a capacidade de domar a língua. E aqui jaz a esperança! Tiago descreve a língua como ela é por natureza, não o que ela pode se tornar pela graça de Deus. Nenhum dos homens é capaz de domar a língua, mas Deus não é um homem como nós. Existe o domador de leões, o domador de cavalos selvagens, aquele que cuida de abelhas e o que treina animais selvagens em geral. O Espírito de Deus pode segurar as rédeas que controlam o freio; ele é capaz de controlar o timão que move o leme; ele pode e deve fazer o que nenhum de nós é capaz de fazer!
E por que ninguém consegue domar sua língua? Tiago fornece uma resposta e mais uma descrição.
- A língua é perigosa.
Ele escreve na segunda parte do verso 8: é mal incontido. É como se a língua buscasse oportunidades para pecar; ela resiste ao controle do Espírito de Deus.
Tiago já usou essa palavra antes no capítulo 1 onde ela foi traduzida como inconstante—um homem de ânimo dobre e inconstante em todos os seus caminhos.
Agora, nesse texto, ela é usada em referência à língua. O que Tiago quer dizer é que a língua é perigosa porque não se pode confiar nela. Nós não podemos nos confiar nela. A qualquer momento, ela pode sair de sua jaula onde tem sido mantida por trás das grades dos dentes e dos lábios. Tiago descreve a língua como se ela estivesse buscando uma oportunidade para escapar.
Um autor fala disso da seguinte forma: “A língua é como um animal preso na jaula, sempre andando impaciente, para cima e para baixo, em sua cova.” Quando você pensa que ela irá se comportar, ela se solta.
- Dessa forma, nossa língua é descrita por Tiago como destrutiva, depravada, contaminada, determinante, diabólica, desobediente, perigosa e, finalmente, Tiago adiciona uma última descrição à lista: a língua é mortal.
Tiago escreve no verso 8: carregado de veneno mortífero. A língua carrega consigo a morte. Dentro da língua, existe um veneno mortífero. Tiago faz alusão ao veneno de serpentes que causam a morte. Essa é a única ocorrência da palavra veneno no Novo Testamento.
Imagine, a potência desse veneno é reservada à língua. Homens, que perigo carregamos por aí conosco para ser distribuído quando quisermos, veneno tão mortal quanto o da naja, uma toxina tão letal quanto o cianeto. Por esse motivo, Salomão escreveu: A morte e a vida estão no poder da língua (Provérbios 18.21). Então, escolha a vida, escolha a bênção. Escolha, diariamente, palavras de vida.
Se você ainda não entendeu plenamente, a batalha da língua, a guerra das palavras, as lutas diárias com seu discurso terminarão somente quando você morrer. Mas, ao mesmo tempo, espero que você tenha entendido que vale a pena lutar. Existe muita coisa em jogo. Portanto, não desista, não ceda à língua.
Thomas Manton, o escritor e pastor Puritano do século 17 que mencionei no estudo anterior, escreveu sobre essa passagem de Tiago dizendo que nossas dificuldades e impossibilidades a respeito dessas [batalhas] existem para que continuamente corramos a Deus. Ele escreveu que, apesar de termos perdido o nosso poder, Deus não perdeu a sua habilidade. Nossa fraqueza não nos isenta do serviço; apesar de nós não podermos refrear nossa língua, Deus pode.
Então, diariamente, às vezes a cada hora, corremos a Deus confessando, nos rendendo e submetendo ao seu controle. Isso é exatamente o que Deus deseja que façamos para o nosso bem e progresso na questão da Terapia Divina da Fala que nos conduz à maturidade espiritual.
O grande reformador Martinho Lutero falou: “A vida é arrependimento.” E isso é verdade. Arrependimento não é algo que você sentiu ou fez quando veio à fé em Cristo; não é algo que você realiza após pecar de alguma forma. Arrependimento é vida. Tudo na vida é arrependimento!
E aqui está a boa notícia: isso significa que tudo na vida para o crente é perdão; continuamente sendo perdoado, conforme 1 João 1, verso 7: o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.
Então, não desista, porque a obra de Cristo na cruz não desistiu e nunca desistirá de você! Se Cristo Jesus continuamente nos purifica, podemos, então, continuamente confessar. A tubulação de gás pode até chegar às profundezas do inferno, mas a tubulação do sangue de Cristo sobe às maiores alturas no céu!
Que nossa língua exercite o precioso dom da confissão com bastante frequência hoje, na próxima semana e sempre, sabendo que a fonte do sangue de Cristo nunca se secará.
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no ano de 2010
© Copyright 2010 Stephen Davey
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