
Um Ladrão na Luz
Um Ladrão na Luz
Êxodo 20.15
Introdução
Li a história de um homem que escreveu para a Receita Federal e disse o seguinte: “Caros oficiais. Juntamente com esta carta, envio um cheque. Menti na minha declaração de imposto de renda no ano passado e, desde então, não tenho conseguido dormir direito. Se mesmo depois disto eu continuar tendo dificuldades para dormir, enviarei o restante do dinheiro no ano que vem.”
Essa e outras histórias de teor semelhante podem até ser engraçadas, mas não passam de sintomas do roubo e do engano. E as Escrituras, como você bem sabe, tratam de todas as áreas da vida, inclusive do furto. Temos estudado o livro de Êxodo, e hoje nos deparamos com o oitavo mandamento.
O Mandamento
Abra sua Bíblia em Êxodo 20 para ler esse mandamento comigo. Espero que, pela graça de Deus, fique claro que somos ameaçados por esse pecado. Semelhantemente, pela graça de Deus, espero que o evitemos. Lemos em Êxodo 20.15: Não furtarás.
Como já disse antes, não existe um ponto de interrogação após o mandamento. Essa é uma proibição clara a ser obedecida e seguida, pois ela vem com a autoridade das Escrituras.
O Mandamento Violado
Agora, eu e você dificilmente achamos que temos problema com esse pecado, o furto. Pensamos: “Nunca furtei mais nada depois daquele chiclete do meu colega na quarta série. Não sou ladrão.” Pensamos nas formas mais comuns que as pessoas furtam, como no imposto de renda, e sabemos que somos honestos.
Entretanto, enquanto estudava a Bíblia nesses últimos dias, descobri que existem descrições precisas e específicas de coisas que ignoramos, mas que não passam de furto. A Bíblia usa vários sinônimos acurados para furto, os quais, pela graça e poder de Deus, arrancaremos de nossas vidas, caso os detectemos. Quatro palavras aparecem nas Escrituras como sinônimos da violação do oitavo mandamento, isto é, sinônimos de furtar.
- A primeira palavra sinônimo de furtar é “enganar.”
Desejo desmascarar o engano ao observar algumas características desse pecado conforme vistas na Bíblia. E o engano possui quatro características.
- Primeiro, o engano é algo típico em meio aos descrentes.
E é nesse meio que ele deve permanecer. De forma bastante clara, a Bíblia diz que o engano faz parte do mundo incrédulo, de uma sociedade que viola abertamente a autoridade de Deus. Vemos a descrição dessa sociedade rebelde em Romanos 1. Veja os versos 28–29, onde Paulo lista vários pecados comuns no mundo perverso:
E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes, cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo...
A palavra dolo no verso 29 significa “representar algo ou alguém falsamente com o objetivo de obter lucro desonesto.” E essa é, meu amigo, uma das muitas qualidades negativas de uma sociedade que viola a autoridade de Deus. Na verdade, podemos, justamente, pressupor que uma sociedade é enganosa, ao menos que ela siga o Senhor Jesus.
- A segunda característica do engano é que ele é típico dos falsos mestres.
Observe o que Paulo escreve em 2 Coríntios 11.1–5:
Quisera eu me suportásseis um pouco mais na minha loucura. Suportai-me, pois. Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo. Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo. Se, na verdade, vindo alguém, prega outro Jesus que não temos pregado, ou se aceitais espírito diferente que não tendes recebido, ou evangelho diferente que não tendes abraçado, a esse, de boa mente, o tolerais. Porque suponho em nada ter sido inferior a esses tais apóstolos.
Paulo diz nessa passagem que os falsos mestres penetram nas vidas de crentes e na igreja e sugam toda a verdade que lhes foi ensinada pelos seus líderes verdadeiros, toda a revelação e instrução inspirada das Escrituras é contrariada e minada pela ação de homens malignos que se mascaram como líderes piedosos.
Como podemos identificar esses falsos líderes? Conforme essa passagem, a chave se encontra no verso 3: assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo. Ou seja, o ensino dos falsos mestres focará em outra coisa que não a devoção a Jesus Cristo em pureza e simplicidade; falsos mestres chamam nossa atenção para outras coisas.
Agora, Jeremias 23 também nos orienta como identificar os falsos mestres de maneiras simples. Conforme os profetas nos dizem, havia no passado homens fazendo o que muitos fazem hoje: falsos profetas posando como homens de Deus. Veja Jeremias 23.9: Acerca dos profetas. O meu coração está quebrantado dentro de mim; todos os meus ossos estremecem. Pule para o verso 11:
Pois estão contaminados, tanto o profeta como o sacerdote; até na minha casa achei a sua maldade, diz o SENHOR.
O verso 16:
Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Não deis ouvidos às palavras dos profetas que entre vós profetizam e vos enchem de vãs esperanças; falam as visões do seu coração, não o que vem da boca do SENHOR.
Veja o verso 21: Não mandei esses profetas; todavia, eles foram correndo; não lhes falei a eles; contudo, profetizaram.
O verso 25: Tenho ouvido o que dizem aqueles profetas, proclamando mentiras em meu nome, dizendo: Sonhei, sonhei. Finalmente, os versos 28–32:
O profeta que tem sonho conte-o como apenas sonho; mas aquele em quem está a minha palavra fale a minha palavra com verdade. Que tem a palha com o trigo? – diz o SENHOR. Não é a minha palavra fogo, diz o SENHOR, e martelo que esmiúça a penha? Portanto, eis que eu sou contra esses profetas, diz o SENHOR, que furtam as minhas palavras, cada um ao seu companheiro. Eis que eu sou contra esses profetas, diz o SENHOR, que pregam a sua própria palavra e afirmam: Ele disse. Eis que eu sou contra os que profetizam sonhos mentirosos, diz o SENHOR, e os contam, e com as suas mentiras e leviandades fazem errar o meu povo; pois eu não os enviei, nem lhes dei ordem; e também proveito nenhum trouxeram a este povo, diz o SENHOR.
Perceba que uma das características principais dos falsos profetas, tanto naqueles dias como nos nossos, é que eles representam a autoridade de Deus, mas, num dado momento em seu ministério, afirmam representar a voz de Deus à parte da Palavra de Deus.
Então, da próxima vez em que alguém disser na televisão ou na rádio: “Deus me falou o seguinte: tem alguém aqui abrindo uma loja... alguém que está doente... uma pessoa precisa de conselho; Deus está me dizendo isso agora mesmo,” se alguém diz essas coisas, desligue. Isso soa familiar para você? Desligue! Esses homens estão proclamando uma visão de sua própria imaginação, algo à parte da Palavra de Deus. Não importa quão inteligente ou eloquente seja esse indivíduo, se ele diz receber revelação de Deus, então, é um falso mestre.
Veja o que diz o verso 32 de Jeremias 23: e também proveito nenhum trouxeram a este povo, diz o SENHOR. Essa é uma palavra forte. Esses falsos mestres são inúteis ao povo de Deus, não trazem proveito nenhum. Por que? Creio que é porque falsos mestres nos levam a crer que Deus se interessa mais em nos transmitir bênçãos do que desenvolver em nós seu caráter. Falsos mestres mudam o foco do caráter de Deus para suas bênçãos, dons e outras coisas de Deus. Dessa forma, não promovem benefício algum.
Esse é um tipo de furto contínuo, eles são ladrões na luz.
- A terceira característica do engano é que ele é uma estratégia de Satanás.
Essa é a conclusão óbvia e lógica. Satanás está por trás de todo engano que milita contra a verdade. Desde Gênesis 3 até Apocalipse 20, Satanás é chamado de “enganador.”
- Quarto, o engano é perigoso nas vidas de crentes desobedientes.
É difícil discernir o falsificado; se fosse fácil, Satanás não seria Satanás. É interessante que existem 12 quadros Mona Lisa no mundo, todos eles supostamente assinados por Leonardo da Vinci; seus donos afirmam que são originais. É basicamente impossível identificar qual é o quadro verdadeiro. É por isso que Satanás é tão perigoso e que seu engano é tão perverso. E um crente desobediente cai num tipo de engano chamado de “auto-engano.” Lemos em Tiago 1.22:
Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.
Em outras palavras, não se engane.
Eu posso ser um ladrão ao roubar o meu próprio caráter, integridade, adoração e obediência. Chego ao ponto em que leio a Bíblia e a entendo, mas saio da minha meditação sem transformação alguma. Acabo me tornando um ladrão e isso é perigoso.
De forma mais clara, o primeiro exemplo de ladrões na luz, isto é, roubo dentro do contexto da igreja, aparece em Atos 5.1–11. Talvez você se lembra do evento envolvendo o casal Ananias e Safira. Eles testemunharam Barnabé vendendo um pedaço de terra e dando o dinheiro aos apóstolos; eles viram a celebração em torno daquilo também, pessoas lhe dizendo: “Barnabé, que oferta maravilhosa! Você fez algo excelente pela igreja!” Então, Ananias, junto com sua esposa Safira, conforme lemos em Atos 5.1, vendeu uma propriedade. Contudo, o verso 2 adiciona:
mas, em acordo com sua mulher, reteve parte do preço e, levando o restante, depositou-o aos pés dos apóstolos.
Isso não passa de engano premeditado. Não seria errado ofertar apenas parte do dinheiro. O errado foi dizer: “Aqui está todo o dinheiro da venda, o preço pela propriedade inteira.” Eles mentiram; eles enganaram. Lemos nos versos 3–6:
Então, disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo? Conservando-o, porventura, não seria teu? E, vendido, não estaria em teu poder? Como, pois, assentaste no coração este desígnio? Não mentiste aos homens, mas a Deus. Ouvindo estas palavras, Ananias caiu e expirou, sobrevindo grande temor a todos os ouvintes. Levantando-se os moços, cobriram-lhe o corpo e, levando-o, o sepultaram.
Agora, imagine que eu e você fazemos parte dessa congregação quando Safira entra. Veja os versos 7–8:
Quase três horas depois, entrou a mulher de Ananias, não sabendo o que ocorrera. Então, Pedro, dirigindo-se a ela, perguntou-lhe: Dize-me, vendestes por tanto aquela terra?
Todos nós ficamos ali, ansiosos, pensando: “Diga ‘não,’ Safira, diga que não.” Mas Ela respondeu: Sim, por tanto. Então, lemos nos versos 9–11:
Tornou-lhe Pedro: Por que entrastes em acordo para tentar o Espírito do Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o teu marido, e eles também te levarão. No mesmo instante, caiu ela aos pés de Pedro e expirou. Entrando os moços, acharam-na morta e, levando-a, sepultaram-na junto do marido. E sobreveio grande temor a toda a igreja e a todos quantos ouviram a notícia destes acontecimentos.
Imagino que todos tenham ficado com medo! Provavelmente, os crentes se reuniram logo em seguida e decidiram que seria melhor serem honestos na igreja primitiva.
O que o Senhor faz aqui? Ele diz à igreja primitiva a mesma coisa que nos diz hoje: desonestidade não deve caracterizar as pessoas que andam na luz, que seguem Jesus Cristo. Desonestidade não, mas honestidade; engano não, mas verdade.
- A segunda palavra que é sinônimo de furtar nas Escrituras é “defraudar.”
“Defraudar” significa reter algo que pertence a outro por direito. Podemos defraudar de quatro formas.
- Primeiro, podemos defraudar ao reter pagamento por trabalho honesto.
Levítico 19.13 diz algo interessante:
Não oprimirás o teu próximo, nem o roubarás; a paga do jornaleiro não ficará contigo até pela manhã.
Ou seja, se você é patrão, não lucre em cima do dinheiro que pertence ao seu empregado; ele não é seu. Não retenha seu pagamento, não atrase seu salário. Esse dinheiro é dele por direito. Se o retiver, estará defraudando aquele funcionário; você estará roubando.
- Segundo, podemos defraudar ao reter o apoio devido aos pais.
Já falamos desse assunto o suficiente num estudo anterior. Mas deixe-me lembra-lo de Marcos 10.19: não defraudarás ninguém, honra a teu pai e tua mãe. A palavra honra significa respeitar e prover apoio financeiro. Se você retém apoio devido aos seus pais que carecem de sua ajuda, você é culpado de defraudação. Esse é o termo usado no Novo Testamento para falar desse assunto.
- Terceiro, podemos defraudar ao reter intimidade física do cônjuge.
Em 1 Coríntios 7.5, Paulo emprega a mesma palavra de Marcos 10.19 para o ato de privar ou defraudar o cônjuge. Paulo deixa claro que intimidade física não é uma recompensa, um favor, uma arma a ser usada, mas é algo que pertence a outra pessoa: ao seu cônjuge. Na verdade, como Paulo afirma, a intimidade física ajuda a evitar a imoralidade. Não defraude seu cônjuge nisso.
- Quarto, e algo interessante, podemos defraudar ao reter de outros crentes uma solução judicial espiritual.
Em 1 Coríntios 6, Paulo, mais uma vez, usa a palavra grega para “defraudar” nesse contexto interessante de disputas judiciais. Leia os versos 1–8 e perceba suas implicações práticas:
Aventura-se algum de vós, tendo questão contra outro, a submetê-lo a juízo perante os injustos e não perante os santos? Ou não sabeis que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deverá ser julgado por vós, sois, acaso, indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis que havemos de julgar os próprios anjos? Quanto mais as coisas desta vida! Entretanto, vós, quando tendes a julgar negócios terrenos, constituís um tribunal daqueles que não têm nenhuma aceitação na igreja. Para vergonha vo-lo digo. Não há, porventura, nem ao menos um sábio entre vós, que possa julgar no meio da irmandade? Mas irá um irmão a juízo contra outro irmão, e isto perante incrédulos! O só existir entre vós demandas já é completa derrota para vós outros. Por que não sofreis, antes, a injustiça? Por que não sofreis, antes, o dano? Mas vós mesmos fazeis a injustiça e fazeis o dano, e isto aos próprios irmãos!
O texto trata do problema de quando um crente processa outro crente, ou seja, quando seus direitos legais são violados. Paulo manda: “Não processe seu irmão. Resolva o assunto na igreja.”
Essa prática volta à dispensação do Antigo Testamento quando o líder espiritual, ou seja, o rei, geralmente julgava as questões e disputas entre o povo. Paulo diz: “Quero que a mesma coisa seja feita hoje. Quando houver disputas cíveis, quando leis forem violadas entre crentes, a disputa é uma questão de família. Leve-a à igreja e deixe a liderança da igreja resolver o problema.”
A implicação prática disso é incrível. Se fizéssemos isso, imagine como teríamos um testemunho impressionante diante de nossa sociedade.
- A terceira palavra que é sinônimo de furtar é “roubar.”
“Roubar” é tomar para si algo que pertence a outra pessoa por direito. Geralmente, quando pensamos no oitavo mandamento, Não furtarás, isso é o que imediatamente vem à nossa mente. A maioria de nós esquece que o mandamento traz consigo várias outras implicações. Está correto pensar no ato de roubar como incluído no oitavo mandamento, mas quero que você considere a questão biblicamente. Já que estamos falando de pessoas que andam na luz, outras formas de furto ocorrem. Talvez você não esteja ciente delas, mas pode ser confrontado com uma dessas formas hoje mesmo.
- Uma forma de roubo ocorre quando roubamos adoração devida a Deus.
“Adorar” significa declarar valor, honra devida a Deus e a ele somente. A melhor maneira de explicar isso é ilustrando com as vidas de pessoas que adoraram a Deus apropriadamente.
Penso em Abraão que ofereceu a Deus a adoração da devoção. Ele foi um homem que não permitiu nem que seu filho, sua posse mais valiosa, atrapalhasse sua obediência ao Senhor. Ele adorou a Deus com sua devoção fiel. Também penso em Davi que ofereceu a Deus a adoração da contrição e do arrependimento. Após ser confrontado pelo profeta Natã por causa de seu pecado, Davi trocou de roupas, se barbeou e adorou a Deus com um coração quebrantado. Quando não nos arrependemos de nosso pecado, roubamos adoração devida a Deus. E penso também em Jó, que ofereceu a Deus a adoração da submissão. Ele perdeu tudo o que tinha. Mesmo assim, ele se prostrou ao chão e adorou a Deus (Jó 1.20).
- Outra forma de roubo ocorre quando roubamos tempo devido à nossa família.
Você considera isso como roubo? Você fica chocado ao saber que as crianças de 5 anos de idade passam, em média, menos de 25 minutos por semana com o pai? E que as crianças de idade escolar passam menos de 60 segundos por dia conversando com o pai e a mãe? Chegou a hora de chamarmos isso de roubo e admitir que roubamos tempo de nossa família.
E o que dizer de nossos cônjuges? Você sabia que cônjuges conversam, em média, menos de 7 minutos por semana, além do simples “oi,” “tenha um bom dia,” e “vamos jantar o que?” Apenas 7 minutos se comunicando com seu cônjuge por semana. Isso é roubar tempo devido à sua família.
- Outra forma de roubo ocorre quando roubamos de nossa igreja.
Esse roubo pode ser financeiro. Poderíamos passar bastante tempo só aqui.
Já faz duas semanas que tenho alguns objetos na minha escrivaninha; é algo interessante que aconteceu. São alguns chocolates ainda embrulhados na embalagem. Alguma criança da igreja fez um grande sacrifício e depositou no cesto de ofertas esses chocolates! Fico apenas imaginando sua luta! “Será que oferto meus chocolates?” Essa criança não sabe que o pastor irá comê-los. É quase um sacrilégio! Eles estão ficando empoeirados sobre minha escrivaninha.
Atos 4 fala de uma igreja na qual não somente crianças, mas adultos fizeram sacrifícios. Leia esse capítulo outra hora. Necessidades surgem no corpo de crentes e alguém diz: “Não tem problema. Vou vender minha casa.” Eles são crentes que estão juntos de corpo e alma, e consideram o que possuem como bens comuns, de forma que não havia nem mesmo uma pessoa necessitada em seu meio. Foi com essa atitude que eles colocaram Jerusalém de cabeça para baixo.
Além do roubo financeiro, o roubo na igreja pode ser espiritual, isto é, de dons espirituais. Muitas igrejas são corpos deficientes; elas estão cheias de espectadores, não de pessoas que exercitam seus dons. Findamos sendo igrejas mancas, sem braços e pernas. Meu querido, você tem o dever, a responsabilidade de descobrir seu dom com a direção de Deus e de exercitá-lo para a edificação da igreja local. Conforme lemos em 1 Coríntios 12, somos um corpo e cada um deve fazer sua função como devido. Como você contribui para o corpo local?
O furto vem quando roubamos adoração de Deus, tempo de nossa família e finanças e dons de nossa igreja local.
Aplicação: Consequências de Se Quebrar O Oitavo Mandamento?
Permita-me concluir nossa meditação com dois pensamentos. Violar o oitavo mandamento traz consigo várias consequências, mas deixe-me mencionar duas.
- Primeiro: ela impede comunhão.
Isso é óbvio e é, na verdade, a consequência de qualquer pecado não confessado. Ele obstrui minha comunhão com Cristo. Se não vivo para o Senhor, se não o adoro, se não me envolvo com o corpo de santos, então, haverá perda, obstrução na comunhão com Deus e com os irmãos.
- Segundo: violar o oitavo mandamento destrói nossa credibilidade diante do mundo, pois ele nos observa.
O mundo observa a igreja, que está cheia de corrupção. Como diz um antigo adágio: “Desde tempos antigos, o homem tem um preço. Por trinta moedas de prata, Judas vendeu a si mesmo, não Cristo.”
Será que temos credibilidade diante de nossa sociedade? Sua credibilidade é determinada pela sua adoração, devoção, honestidade e integridade. Você é um ladrão na luz? Que esse não seja o nosso caso.
A solução para o pecado do furto em todas as suas formas aparece em Efésios 4.28, onde Paulo escreveu:
Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado.
Em outras palavras, quando Jesus Cristo invade nossas vidas e nos submetemos a ele, Cristo nos transforma de pessoas que roubavam em pessoas que compartilham o que têm. Somos transformados em pessoas que compartilham adoração, devoção, amor e dons. Que esse seja o nosso caso.
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