
Às Margens do Mar Vermelho
Às Margens do Mar Vermelho
Êxodo 13–14
Introdução
Estamos no capítulo 13 de Êxodo, onde continuamos observando os filhos de Israel saindo do Egito após Deus enviar 10 pragas sobre o Egito. O que acontecerá hoje é apenas um de vários episódios que ocorrerão na vida do povo após serem libertados da escravidão.
Creio que você se identificará com os hebreus nessa situação. De vez em quando, eu e você nos encontramos encurralados contra a parede, sem ter o que fazer. Talvez por alguma decisão tola que tomamos ou por causa de eventos sobre os quais não temos controle algum. Mas você verá que o texto também nos apresenta a solução quando virmos os israelitas às margens do Mar Vermelho.
Deus Guia Os Hebreus com Uma Nuvem
Vamos começar lendo Êxodo 13.17–22:
Tendo Faraó deixado ir o povo, Deus não o levou pelo caminho da terra dos filisteus, posto que mais perto, pois disse: Para que, porventura, o povo não se arrependa, vendo a guerra, e torne ao Egito. Porém Deus fez o povo rodear pelo caminho do deserto perto do mar Vermelho; e, arregimentados, subiram os filhos de Israel do Egito. Também levou Moisés consigo os ossos de José, pois havia este feito os filhos de Israel jurarem solenemente, dizendo: Certamente, Deus vos visitará; daqui, pois, levai convosco os meus ossos. Tendo, pois, partido de Sucote, acamparam-se em Etã, à entrada do deserto. O Senhor ia adiante deles, durante o dia, numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho; durante a noite, numa coluna de fogo, para os alumiar, a fim de que caminhassem de dia e de noite. Nunca se apartou do povo a coluna de nuvem durante o dia, nem a coluna de fogo durante a noite.
Antes de prosseguir no texto, quero rapidamente destacar algo que facilmente ignoramos: a referência aos ossos de José. Talvez você se lembra que, em seu leito de morte, José pediu aos filhos de Israel—seus irmãos—que levassem consigo seus ossos quando saíssem do Egito, conforme profetizado e segundo a palavra do Senhor (Gn. 50.24–25). Agora, eles realizam o pedido de José.
Creio que podemos aprender alguns princípios com o êxodo dos hebreus do Egito sobre a liderança de Deus.
- Primeiro: quando Deus está no controle, pressa não se transforma em pânico.
Fico apenas imaginando mais de 2 milhões de israelitas prontos para sair, deixando para trás o Egito depois de mais de um século de escravidão. Entretanto, conforme o plano de Deus, o povo não entra em pânico; eles têm tempo de preparar um piquenique, juntar algumas coisas e até pegar a caixa com os ossos de José.
- Segundo: quando Deus está no controle, cada detalhe de suas promessas é importante.
Se eu fosse um israelita, provavelmente teria dito: “Esperem aí, pessoal! Estamos saindo do Egito. Para que se importar com esses ossos sepultados há mais de 350 anos? Vamos embora daqui!” Deus, contudo, nos mostra que cada mínimo detalhe de sua vontade é significativo. Suas promessas são cumpridas cabalmente.
Também quero mencionar rapidamente a referência ao Mar Vermelho no verso 18. Os críticos e céticos afirmam que não houve nada de sobrenatural no acontecimento no Mar Vermelho. Já que a construção hebraica yam-suf é traduzida como “mar de juncos,” essa água, na verdade, bate apenas nos joelhos ou calcanhares. Então, dizem os liberais, não ocorre nenhum milagre de abrir o Mar Vermelho; o vento oriental secou uma parte para que o povo atravessasse. Talvez você já tenha ouvido isso. Contudo, se esse foi o caso, então o milagre foi ainda maior, já que os egípcios se afogaram com a água pelos joelhos.
Agora, de fato, é difícil saber exatamente onde se deu a travessia; talvez no Golfo de Ácaba ou na região do Lago Amargo, o atual Canal de Suez. O que sabemos é que a água na área da travessia era funda, já que o povo de Israel não disse às margens do mar: “Vamos atravessar aqui mesmo.” Pelo contrário, eles ficam encurralados ali entre o mar e as rochas. Deus os coloca num lugar bastante difícil, como veremos em instantes, de forma que apenas um milagre os salvará dessa situação.
O Exército Egípcio Persegue O Povo com Sede de Vingança
Vamos continuar observando como Deus conduz os hebreus nessa fuga. Veja Êxodo 14.5:
Sendo, pois, anunciado ao rei do Egito que o povo fugia, mudou-se o coração de Faraó e dos seus oficiais contra o povo, e disseram: Que é isto que fizemos, permitindo que Israel nos deixasse de servir?
Lembre-se: Faraó tinha mais de 2 milhões de escravos; a retirada dos hebreus implica em sérios problemas financeiros. Ele não precisava pagá-los, mas eles edificavam suas construções. Agora, quando os hebreus saíram, o rei não somente perdeu mão de obra, mas os hebreus levaram consigo também muitas riquezas. Continue nos versos 6–7:
E aprontou Faraó o seu carro e tomou consigo o seu povo; e tomou também seiscentos carros escolhidos e todos os carros do Egito com capitães sobre todos eles.
Os capitães naquela época eram os indivíduos que iam nas carruagens, sendo, talvez, os arqueiros, enquanto outro homem conduzia a carruagem. Faraó envia 600 desse grupo seleto que agora persegue um bando de escravos fugitivos para captura-los e leva-los de volta à escravidão. Continue nos versos 8–9:
Porque o Senhor endureceu o coração de Faraó, rei do Egito, para que perseguisse os filhos de Israel; porém os filhos de Israel saíram afoitamente. Perseguiram-nos os egípcios, todos os cavalos e carros de Faraó, e os seus cavalarianos, e o seu exército e os alcançaram acampados junto ao mar, perto de Pi-Hairote, defronte de Baal-Zefom.
Vale destacar que Deus conduz os israelitas a uma posição interessante. Observe bem o que diz Êxodo 14.2:
Fala aos filhos de Israel que retrocedam e se acampem defronte de Pi-Hairote, entre Migdol e o mar, diante de Baal-Zefom; em frente dele vos acampareis junto ao mar.
O nome hebraico Pi-Hairote pode ser traduzido como “montanha das cavernas” e Migdol significa “torre.” Essa é, talvez, uma das fortalezas dos egípcios, localizada numa posição estratégica para impedir que inimigos avancem e ataquem o Egito. Havia um agrupamento nessa região, guardando aquela área. E Deus diz: “Leve-os para a montanha das cavernas onde está a torre.”
Além disso, do outro lado, do lado oposto, está Baal-Zefom, isto é, “o senhor do norte,” um deserto vasto. Portanto, ali estão os israelitas, numa encruzilhada sem saída. Eles estão cercados por uma montanha cheia de cavernas, por um deserto terrível e pelo Mar Vermelho. E atrás deles vem o exército dos egípcios.
Agora, como será que os israelitas reagem diante dessa situação?
- A primeira reação é medo.
Veja o verso 10:
E, chegando Faraó, os filhos de Israel levantaram os olhos, e eis que os egípcios vinham atrás deles, e temeram muito; então, os filhos de Israel clamaram ao Senhor.
Talvez os israelitas não conseguiam ver o exército, mas viam a poeira subindo no céu; eles sabiam que o Faraó enviaria seu exército de elite; quem sabe um israelita tinha ficado observando e voltou a Moisés, dizendo: “As carruagens estão vindo!”
De alguma forma, eles sabiam; eles viram aquilo e ficaram aterrorizados. Eles estavam encurralados; não tinham para onde ir.
- A segunda reação é típica, já que não confiavam em Deus: eles culpam Moisés.
Moisés recebe a culpa no verso 11:
Disseram a Moisés: Será, por não haver sepulcros no Egito, que nos tiraste de lá, para que morramos neste deserto? Por que nos trataste assim, fazendo-nos sair do Egito?
Imagino que quando Moisés mandou o grupo todo voltar e se acampar diante de Pi-Hairote como Deus ordenara, eles devem ter dito: “Mas espera aí, Moisés, Canaã é para lá! Estamos indo na direção errada!” Os hebreus tinham voltado de um caminho que os levaria a Canaã num trajeto de pouco mais de 200 km. Sem dúvidas, muitos pensaram que Moisés estava perdido; ele não sabia para onde estava indo.
Moisés responde ao povo: “É aqui que Deus nos quer.” Enquanto isso, todos ouvem o estrondo de um exército de 600 carruagens, vindo em sua direção.
- Terceiro, da culpa o povo parte para o desespero.
No verso 12, os hebreus começam a dizer a Moisés: “Não te falamos que isso ia acontecer, Moisés!”
Não é isso o que te dissemos no Egito: deixa-nos, para que sirvamos os egípcios? Pois melhor nos fora servir aos egípcios do que morrermos no deserto.
Os israelitas pensam que acabou, que eles têm duas opções: voltar para o Egito como escravos ou morrer. Eles olharam para os lados, mas não olharam para cima, apesar de a nuvem lhes ter direcionado até aquele lugar.
Quando duvidamos, quando perdemos de vista o fato de Deus estar no controle, corremos para a culpa, e Deus é o primeiro a levar a culpa. E o problema de colocar a culpa em Deus é que isso, no fim, nos leva ao desespero. No desespero, acabamos questionando as raízes de nossa fé e o próprio Deus. Podemos até chegar ao ponto de dizer: “Deus, acho que tu não me amas. Acho que não sou teu filho de verdade.” Logo, esse desespero vira uma bola de neve e findamos dizendo como os israelitas: “Ah, deixe-me morrer aqui logo!”
Em meio ao desespero, Moisés exorta o povo. Nada do que ele diz ajuda, mas sua exortação possui quatro partes.
- A primeira é: “Não tenham medo.”
Veja o verso 13: Não temais. Que líder maravilhoso! Você vê as carruagens vindo, seus joelhos tremem de tanto medo e a primeira coisa que Moisés fala da parte de Deus é: “Não tenham medo!”
Creio que duas coisas são necessárias para que não temamos quando estivermos encurralados.
- Primeiro: precisamos entender que as coisas não acontecem por acaso.
Conforme Romanos 8.28, Deus realiza todas as coisas para promover o nosso bem, o nosso crescimento espiritual conforme a imagem de Cristo. Tudo concorre para o bem dos que amam, que são guiados por Deus. Esse verso está na Bíblia e ele acaba com a possibilidade do acaso. Tudo se encaixa nos propósitos de Deus.
- A segunda coisa necessária a fim de não temermos é: precisamos reconhecer que Deus é poderoso o suficiente para lidar com a situação.
Veja Êxodo 14.31:
E viu Israel o grande poder que o Senhor exercitara contra os egípcios; e o povo temeu ao Senhor e confiou no Senhor e em Moisés, seu servo.
Ou seja, os hebreus tinham chegado ao ponto em que se esqueceram de quão grandioso o Senhor era. Esse é o mesmo Deus que revelou seu poder infinitamente maior do que o dos falsos deuses do Egito.
- A segunda exortação de Moisés é: “Fiquem quietos!”
Podemos traduzir isso da seguinte forma: “Permaneçam parados!” Essa é a última coisa que queremos fazer numa situação como esta; queremos é correr! Como diz o velho ditado: “Não fique aí parado, faça alguma coisa!” Moisés diz a mais de 2 milhões de pessoas: “Não façam nada, fiquem parados! Não corram!”
- Além de terem que ficar quietos, Moisés adiciona mais uma exortação: “Observem!”
Continue no verso 13:
aquietai-vos e vede o livramento do Senhor que, hoje, vos fará; porque os egípcios, que hoje vedes, nunca mais os tornareis a ver.
Em outras palavras, “Fiquem aí parados e apenas observem Deus fazendo o que somente ele pode fazer.”
É incrível o que Deus é capaz de fazer sem a nossa assistência, sem a nossa ajuda. Deus estava agindo para que o povo de Israel entendesse, logo no início daquela jornada espiritual, que ele realizaria o que havia determinado. A Páscoa é o símbolo de redenção, ou seja, quando os hebreus se tornaram uma nação redimida pelo sangue. Esses são, agora, os passos iniciais de suas vidas.
E Deus faz o mesmo conosco: vamos ao pé da cruz e ele manifesta seu poder na salvação. Poucos dias depois, começamos a perceber que aquilo era apenas o começo de nossa trajetória.
Deus deseja mostrar aos hebreus que ele é poderoso para guia-los nessa jornada, assim como ele tem poder para nos guiar na nossa. Portanto, “Não tenha medo. Simplesmente, fique calmo e observe o que Deus fará.”
- A quarta exortação de Moisés ao povo é: “Fiquem calados!”
Veja o verso 14: O Senhor pelejará por vós, e vós vos calareis. A verdade é que falamos demais. Quando nos vemos numa situação complicada, a primeira coisa que fazemos é contar aquilo para todo mundo que conhecemos e adicionar no fim: “Mas Deus pode resolver esse problema.”
Não estou sugerindo que não devemos compartilhar nossos problemas com outros irmãos. Estou dizendo simplesmente que falamos com maior frequência do que ouvimos. Deus sabe que, quando falamos, temos a tendência de duvidar; verbalizamos nossas dúvidas. No fim, acabamos acreditando em nossas próprias mentiras.
Deus Realiza Seus Milagres
com Poder
É agora que Deus realiza seus milagres com poder. Veja os versos 15–18; Deus tem uma opção que os israelitas não consideraram:
Disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem. E tu, levanta o teu bordão, estende a mão sobre o mar e divide-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco. Eis que endurecerei o coração dos egípcios, para que vos sigam e entrem nele; serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército, nos seus carros e nos seus cavalarianos; e os egípcios saberão que eu sou o Senhor, quando for glorificado em Faraó, nos seus carros e nos seus cavalarianos.
O poder milagroso de Deus á manifestado em quatro coisas aqui.
- Primeiro: a nuvem se coloca entre o acampamento dos israelitas e os egípcios.
Veja o verso 19:
Então, o Anjo de Deus, que ia adiante do exército de Israel, se retirou e passou para trás deles; também a coluna de nuvem se retirou de diante deles, e se pôs atrás deles
A movimentação da nuvem para trás da multidão de israelitas bloqueou a visão dos israelitas para que não vissem o exército inimigo e ficassem mais aterrorizados, e bloqueou a visão dos egípcios para que não vissem o que estava acontecendo com os israelitas. Enquanto a coluna de nuvem esteve entre os dois grupos, Deus abriu o mar e o povo o atravessou. Em seguida, Deus move a nuvem para adiante do povo novamente e no momento certo para que os egípcios seguissem os israelitas para dentro do mar.
Então, a primeira manifestação do poder de Deus aqui ocorre quando a nuvem se coloca entre os dois grupos.
- A segunda manifestação do poder é vista no forte vento oriental que surge.
Veja o verso 21:
Então, Moisés estendeu a mão sobre o mar, e o Senhor, por um forte vento oriental que soprou toda aquela noite, fez retirar-se o mar, que se tornou terra seca...
É interessante que esse é o mesmo vento oriental que antes levou os gafanhotos ao Egito; esse é também o mesmo vento oriental que fomentou a tempestade no mar enquanto Jonas fugia de Deus. Deus usa esse vento oriental no decorrer do Antigo Testamento.
Esse vento oriental veio e secou uma porção do mar, de forma que Moisés conseguiu conduzir o povo, os animais e carroças pelo meio do mar.
- Obviamente, a terceira manifestação de poder ocorre quando o Mar Vermelho é aberto.
Esse é um milagre incrível! O final do verso 21 diz que as águas foram divididas. O verso 22 adiciona:
Os filhos de Israel entraram pelo meio do mar em seco; e as águas lhes foram qual muro à sua direita e à sua esquerda.
Agora, deixe-me fazer uma rápida pausa aqui porque temos em nossa mente a seguinte imagem: Moisés está de pé com sua barba e cabelos compridos, segurando um cajado na mão, caminhando em terra seca e uma fila enorme de pessoas atravessando o Mar Vermelho. Eles estendem o braço e dizem: “Nossa, olha aquele peixe ali....”
Esse, contudo, não é o cenário. Se você fizesse uma fila de 3 milhões de pessoas com apenas 10 pessoas lado a lado, ou seja, se a largura do caminho fosse de uns 30 metros apenas, essa fila teria uns 250 km de comprimento. A primeira pessoa da fila chegaria a Canaã antes que a última conseguisse finalmente atravessar o mar. O que quero dizer é o seguinte: o caminho no meio do mar era muito largo, talvez com uma largura de 2 ou 3 km. E não havia pessoas apenas, mas animais e carroças atravessando o mar. Tudo isso, na verdade, acontece em questão de minutos.
O poder miraculoso de Deus, então, abre um caminho no meio do mar com uma largura não de 30 metros, mas de 2 ou 3 km, e os israelitas começam a travessia.
- A quarta manifestação do poder de Deus nesse evento ocorre quando os israelitas finalmente terminam de atravessar o Mar Vermelho: os egípcios são derrotados.
Veja os versos 23–25:
Os egípcios que os perseguiam entraram atrás deles, todos os cavalos de Faraó, os seus carros e os seus cavalarianos, até ao meio do mar. Na vigília da manhã, o Senhor, na coluna de fogo e de nuvem, viu o acampamento dos egípcios e alvorotou o acampamento dos egípcios; emperrou-lhes as rodas dos carros e fê-los andar dificultosamente. Então, disseram os egípcios: Fujamos da presença de Israel, porque o Senhor peleja por eles contra os egípcios.
Fico apenas imaginando a loucura que isso não deve ter sido. Os egípcios entraram no caminho atrás dos israelitas, mas as rodas das carruagens começam a afundar e ficam atoladas na lama. Todos começam a se apressar para voltar à margem do mar, sabendo exatamente o que está prestes a acontecer. O pavor é imenso e o barulho das águas ensurdecedor. A água vem em toda a fúria da maré com uma força implacável.
Meu querido, esse é um tremendo retrato da seguinte frase: “Quero fazer parte do povo guiado por Deus; quero estar entre os redimidos porque Deus julga de fato.” Os que rejeitam o nome do Senhor encararão julgamento e ele será horrível.
O exército egípcio é derrotado. Historiadores contam que os egípcios ficaram tão amedrontados com o Mar Vermelho que demoraram 23 anos para retornar àquela região. Foi ali que Deus manifestou seu poder em favor dos israelitas.
Aplicação: Às Margens do “Nosso” Mar Vermelho
Esse é um evento bastante familiar a nós, mas permita-me fazer algumas aplicações. É fato que existem momentos na vida em que eu e você enfrentamos o nosso próprio Mar Vermelho. Deixe-me destacar três pensamentos.
- Primeiro: Deus insere apuros em nossas vidas a fim de desenvolver nossa confiança nele.
O verso 31 diz:
E viu Israel o grande poder que o Senhor exercitara contra os egípcios; e o povo temeu ao Senhor e confiou no Senhor...
Quando Israel viu os egípcios mortos na praia do mar (v. 30), os hebreus confiaram no poder do Senhor.
O ponto crucial nisso tudo é o verso 18 do capítulo 13, onde lemos: Porém Deus fez o povo rodear pelo caminho do deserto perto do mar Vermelho. Não é interessante pensar que Deus libertou o povo da escravidão do Egito e os levou a uma dificuldade no deserto? Deus os conduziu a uma encruzilhada. Entretanto, isso não é o que ouvimos hoje. Muitos dizem: “Olha, se você realmente segue a Deus, então, será feliz, saudável e rico. Tudo dará certo.” Mas Deus conduz os israelitas direto para um problema. Por que? Como meu professor do seminário costumava dizer: “Porque o plano de Deus é que sejamos santos, não felizes.”
Não me entenda errado—há muita felicidade em Jesus Cristo. Mas Deus coloca provações para aprofundar nossa fé e confiança nele. E um Mar Vermelho realiza isso.
- Segundo: os que estão dispostos a confiar findam vendo a manifestação do poder de Deus.
O problema é que dificilmente damos uma chance a Deus; temos o plano A e o B e o C. Daí, se tudo der errado, talvez dizemos: “Certo, Senhor, qual é a outra opção?” Estamos ocupados demais correndo, conversando, planejando tudo que acabamos perdendo a confiança no Senhor.
- E terceiro: quando o poder de Deus é manifestado, nossa reação final é o louvor.
Veja Êxodo 15.1–2:
Então, entoou Moisés e os filhos de Israel este cântico ao Senhor, e disseram: Cantarei ao Senhor, porque triunfou gloriosamente; lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro. O Senhor é a minha força e o meu cântico; ele me foi por salvação; este é o meu Deus; portanto, eu o louvarei; ele é o Deus de meu pai; por isso, o exaltarei.
Os israelitas começam a cantar louvores a Deus ali mesmo do outro lado do Mar Vermelho! E eles compõem um belíssimo hino. Isso é maravilhoso porque, quando Deus nos salva de uma provação ou encruzilhada, nos regozijamos, dizendo: ‘Esse é o meu Deus!” E o cântico do povo continua até o verso 18.
Quando deixamos Deus agir, quando lhe damos a oportunidade de atuar, reagimos louvando a Deus por sua majestade.
Pode ser que você esteja às margens de um Mar Vermelho neste momento, encarando uma provação difícil, com muitas decisões a tomar e muitas são as perguntas. Mas lembre-se que Deus é o nosso Deus e é o mesmo Deus dos israelitas. Se apenas esperarmos, ficarmos calmos e observarmos, veremos Deus realizando algo maravilhoso—o seu plano. Não o atrapalhe!
Add a Comment