Que Atitude!

Que Atitude!

by Stephen Davey Ref: Genesis 44; 45:1–15

Que Atitude!

Gênesis 44–45.15

Introdução

Li, recentemente, uma história que chamou minha atenção. Foi a história de um militar da marinha, um jovem de 24 anos. Apesar de submetido por 2 anos a tratamentos cruéis como prisioneiro de guerra, ele permaneceu um prisioneiro de comportamento exemplar. E ele perseverou em seu comportamento porque o comandante do acampamento havia lhe dito que o soltaria, caso cooperasse; então, ele cooperou. Na verdade, ele acabou se tornando um líder entre os prisioneiros. Ele fazia tudo o que lhe mandavam, até que um dia, finalmente, ele percebeu que seus sequestradores haviam mentido. Ciente disso, ele voltou para a sua cama, se encolheu ali, recusou ajuda, encorajamento, comida, e simplesmente permaneceu deitado. Três semanas depois, ele morreu.

Quando li essa história, pensei em outro jovem de 28 anos que foi preso, traído e abandonado sob falsas acusações; sua própria família lhe virou as costas. Se houve uma pessoa que teve o direito de se deitar na cama e dizer ao mundo “Não, deixe-me morrer,” essa pessoa foi esse jovem. Todavia, como você se lembra, esse jovem foi finalmente solto da prisão e, aos 30 anos de idade, apresentou-se diante de Faraó para interpretar os sonhos do soberano; como resultado, foi colocado na posição de segundo em comando sobre todo o Egito.

Daí, ficamos no suspense nos perguntando: “Agora que é um oficial poderoso, o que será que vai fazer? Será que enforcará Potifar e sua esposa por terem transtornado sua vida injustamente? Será que enviará emissários aos seus irmãos em Canaã para levá-los ao Egito a fim de tortura-los à morte?” Se José tivesse feito essas coisas, diríamos: “É, eles receberam o que mereciam.”

Contudo, como você se recorda, José saiu da prisão após 2 anos de confinamento e, de alguma forma, havia perdoado seus ofensores. Agora, ele estava no palácio do Faraó como um homem até mais comprometido ao seu Deus.

A Bíblia não nos fala se José se encontrou com Potifar e sua esposa num dado momento, ou com o copeiro que havia se esquecido dele. Podemos conjecturar, porém, que eles se depararam um com o outro. O que sabemos é que José se encontrou com seus irmãos, os homens que tinham lhe causado tanto sofrimento no passado. Hoje, veremos mais detalhadamente como José lida com seus irmãos.

Deixe-me dizer logo de início que José não procura matar seus irmãos ou colher vingança. Na verdade, ele deseja saber se eles se arrependeram e reconheceram Deus em suas vidas. Creio que esse é o motivo por que ele lança mais um teste aos seus irmãos.

Ele já deu o teste da honra, da honestidade e da humildade. O último teste incluirá prata nos sacos de grãos. José deseja trazer seu irmão mais novo, Benjamim, à posição que esteve 25 anos antes.

Um Teste de Caráter Feito por José

Veja Gênesis 44.1–2a, onde José dá algumas instruções:

Deu José esta ordem ao mordomo de sua casa: Enche de mantimento os sacos que estes homens trouxeram, quanto puderem levar, e põe o dinheiro de cada um na boca do saco de mantimento. O meu copo de prata pô-lo-ás na boca do saco de mantimento do mais novo...

Todos os oficiais do Egito tinham copos de prata. Esses líderes supersticiosos acreditavam que, ao observarem o movimento da água e ao colocarem determinadas coisas na água, eles poderiam adivinhar o futuro. Apesar de sabermos que José não fazia isso, tudo indica que as demais pessoas pensavam que ele fazia. Esse era um cálice especial. José diz: “Pegue esse copo e coloque na bagagem de Benjamim.”

Em seguida, ele manda o mordomo seguir os irmãos e fazer uma busca em seus pertences. O mordomo alcança os irmãos e, é claro, eles dizem ser inocentes. No verso 9, eles afirmam sua inocência a ponto de dizerem o seguinte: Aquele dos teus servos, com quem for achado, morra; e nós ainda seremos escravos do meu senhor.

Vamos parar aqui por um momento. Imagine o que esses irmãos poderiam ter feito se não tivessem mudado de fato. José tenta descobrir se eles realmente são pessoas diferentes; se, de alguma maneira, no decorrer de tudo o que aconteceu nos últimos anos, eles começaram a reconhecer a presença de Deus em suas vidas.

Você lembra que, para que a profecia seja cumprida, a família de Jacó precisa se mudar para o Egito. A profecia declarava que eles passariam de uma tribo a uma nação na terra de Gósen. Para que isso aconteça, precisa haver reconciliação entre os irmãos. E, para que haja reconciliação, os irmãos precisam chegar ao ponto em que reconhecem sua culpa diante de Deus. Então, José, com toda sabedoria, sendo guiado pelo Espírito de Deus, monta o palco para que isso aconteça e descubra se eles irão ou não admitir sua culpa a Deus.

Agora, quando os servos fazem a busca nos pertences de Benjamim, eles encontram o copo de prata. Se esses irmãos não tivessem realmente mudado, creio que poderiam ter reagido de duas formas.

  • Primeiro, eles poderiam ter repetido o que tinham já feito com José.

Eles poderiam ter dito uns aos outros: “É possível que findemos como escravos do Faraó, mas não somos culpados de nada. Vamos deixar Benjamim pagar o preço pelo que provavelmente fez; com certeza, ele deve ter roubado esse cálice. Que ele volte para o Egito e seja escravo.”

Lembre-se, 25 anos antes eles enviaram o irmão José a terra do Faraó como escravo por causa de inveja. Agora, suas vidas estão em jogo. Será que isso fará alguma diferença?

  • Segundo, eles poderiam ter buscado explicações lógicas para sua atitude.

Anteriormente, eles mandaram José ao Egito simplesmente para se livrar do sonhador irritante. Agora, eles poderiam ter dito: “Temos famílias famintas em Canaã; um pai desamparado; esposas e filhos aguardando o nosso retorno. Temos 5 motivos bons para deixar Benjamim ser levado como escravo.”

Creio que esses irmãos poderiam ter encontrado uma saída racional dessa situação, mas eles não fizeram isso. Lemos no verso 13 o que os irmãos fizeram depois que o copo foi achado nos cereais de Benjamim:

Então, rasgaram as suas vestes e, carregados de novo os jumentos, tornaram à cidade

O ato de rasgar as roupas era incomum e era um sinal de tristeza profunda. Em outras palavras, eles mudaram. Agora, eles agem como irmãos, permanecem juntos; existe uma identidade de família—eles são os filhos de Jacó e suportarão isso tudo juntos. Então, todos voltam ao Egito.

O Pedido de Troca Feito por Judá

Quando os irmãos retornam ao Egito, é interessante que Judá atua como o porta-voz dos 11. 25 anos antes, foi o mesmo Judá que disse aos seus irmãos: “Ei, tenho uma excelente ideia! Vamos vender esse sonhador! Vamos nos livrar do filho predileto de nosso pai parcial e enviá-lo ao Egito por meio desses mercadores midianitas.” Foi Judá quem saiu com a ideia de vender José. Agora, 25 anos depois, ele age como o porta-voz e veja o que diz no verso 16:

Então, disse Judá: Que responderemos a meu senhor? Que falaremos? E como nos justificaremos?...

Ele diz: “A evidência é inegável. Mas somos inocentes!”

...Achou Deus a iniqüidade de teus servos...

Aqui está! É exatamente isso o que José deseja ouvir! Seus irmãos finalmente chegam ao ponto em que reconhecem sua culpa. Houve um despertamento vertical, o reconhecimento de que tinham pecado contra Deus.

É interessante que eles dizem: “Somos inocentes, mas Deus encontrou culpa em nós.” Ao que eles se referem aqui? Em suas mentes, esses homens estavam sendo castigados por uma consciência culpada, conforme estudamos anteriormente. José, através de certos acontecimentos, despertou a consciência de seus irmãos. Agora, tudo vem à tona, tudo fica patente e claro. Aqui está parte da solução.

Charles Colson, um dos meus escritores prediletos, escreveu sobre o que aconteceu quando ele era tenente da marinha. Ele tinha acabado de entrar e estava cheio de orgulho pela posição que ocupava. Na ocasião, ele liderava um agrupamento de 40 homens numa missão de treinamento realizada numa ilha próxima a Porto Rico. Os soldados haviam sido instruídos a que, quando estivessem junto à população pobre, não comprassem ou trocassem bens. Deveriam deixar o povo quieto. Contudo, a expectativa era a de que essa ordem fosse ignorada.

No segundo dia de treinamento, eles se depararam com um senhor de idade conduzindo um burro magricelo. Nos lombos do animal havia sacos cheios de gelo e bebidas geladas. Todos os homens correram ao velhinho e meteram a mão no bolso para comprar bebidas. Charles, o tenente, pensou: “Aqui está a minha oportunidade de me exibir.”

Ele disse: “Sargento, prenda aquele idoso.” O sargento olhou para ele sem acreditar no que dizia, mas obedeceu à ordem. O tenente, querendo impressionar os homens ainda mais, disse: “Confisquem o contrabando.” Os soldados aplaudiram enquanto pegavam as bebidas geladas e bebiam tudo. Quando terminaram de tomar as bebidas, o tenente Charles disse: “Solte o prisioneiro.”

O velhinho, percebendo que sua vida tinha sido poupada, saiu dali rapidamente com seu burro magricelo. Apesar de haver perdido suas economias e bens, ele ficou grato porque sua vida foi poupada.

Quando Charles Colson escreve sobre sua vida antes de conhecer a Jesus Cristo, ele diz: “A coisa que marca a minha mente não são os crimes espetaculares de corrupção, mas é o que aconteceu lá naquela ilha, tomando daquele velhinho, em pura crueldade, aquilo que não merecíamos.”

Se colocasse esses homens dentro de uma sala, teria: um incestuoso, um fornicador e um homicida. Esses irmãos eram culpados de toda espécie de crimes hediondos dos quais eu e você também somos culpados. Contudo, quando reconhecem sua culpa diante de Deus, o que pensam? Eles pensam: “Ah, Deus finalmente manifestou nossa culpa por termos vendido nosso irmão, o filho predileto de nosso pai.”

Permita-me ressaltar três desenvolvimentos óbvios nas vidas desses irmãos.

  • Primeiro, eles admitem sua culpa.

Ou seja, eles reconhecem diante de Deus que são culpados. Esse é um despertamento vertical.

  • Segundo, eles respeitam os sentimentos de seu pai.

Esse é um despertamento horizontal. Judá começa a dizer coisas que geram ânimo e emoção em José. Veja os versos 18–20:

Então, Judá se aproximou dele e disse: Ah! Senhor meu, rogo-te, permite que teu servo diga uma palavra aos ouvidos do meu senhor, e não se acenda a tua ira contra o teu servo; porque tu és como o próprio Faraó. Meu senhor perguntou a seus servos: Tendes pai ou irmão? E respondemos a meu senhor: Temos pai já velho e um filho da sua velhice, o mais novo, cujo irmão é morto; e só ele ficou de sua mãe, e seu pai o ama.

Perceba como Judá se refere a Benjamim de maneira afetuosa. Antes foi: “José, o filho predileto... como o odiamos!” Agora, em compaixão, ele diz: “Um filho mais novo a quem nosso pai ama profundamente.”

Continue no verso 27: Então, nos disse o teu servo, nosso pai: Sabeis que minha mulher me deu dois filhos. Pela primeira vez, José ouvirá um álibi. Note que ele não sabe o que seus irmãos têm dito ao seu pai nos últimos 25 anos quanto ao que aconteceu a José. Ele nunca soube o que seu pai pensou que lhe tinha acontecido, e tenho certeza de que ele ficava se perguntando o que se passava em Canaã. Pela primeira vez, ele ouve. Veja o verso 28: um se ausentou de mim, e eu disse: Certamente foi despedaçado, e até agora não mais o vi.

Imagine que você é José, agora ouvindo o relato de sua própria morte ainda estando vivo. Creio que é neste ponto que José começa a tremer; suas emoções sobem à pele. Até agora, ele manteve um semblante fechado; quando precisou chorar, correu para o seu quarto. Agora, porém, as emoções são fortes demais.

Existe uma reverência pelos sentimentos do pai.

  • Terceiro, os irmãos agem em compaixão para com o irmão mais novo.

Ah, como essa atitude é diferente! Veja o verso 32:

Porque teu servo se deu por fiador por este moço para com o meu pai, dizendo: Se eu o não tornar a trazer-te, serei culpado para com o meu pai todos os dias. Agora, pois, fique teu servo em lugar do moço por servo de meu senhor, e o moço que suba com seus irmãos.

Que diferença de atitude! Que despertamento horizontal em relação ao seu pai! Agora, 10 irmãos teimosos e egoístas se preocupam com os sentimentos de seu pai. E Judá, que foi mestre do plano para vender José, diz: “Deixe-me assumir o lugar de Benjamim. Viverei como escravo pelo resto da minha vida.”

O Anúncio da Identidade
Feito por José

As palavras de Judá representam perfeitamente aquilo que José tem esperado ouvir esse tempo todo. Agora, ele não consegue mais se segurar.

No capítulo 45, lemos que ele diz: “Mandem todos embora. Tirem todos os egípcios desta sala.” Daí, ele chora tão alto que os egípcios ouvem seu pranto. Ele se derrama em lágrimas ali mesmo diante daqueles homens espantados. Veja o verso 3: E disse a seus irmãos: Eu sou José.

“Ani Yoseph,” exclama José em hebraico. “Ani Yoseph!” Os irmãos devem ter olhado entre si e dito: “Como esse homem aprendeu a falar hebraico?! E ele diz que é José!” Ani Yoseph!

Conforme o texto indica, creio que esses irmãos ficaram tão espantados com aquilo que quase desmaiaram. Veja o verso 3: ficaram atemorizados perante ele. Eles ficaram aterrorizados diante de José. Penso que eles também não acreditaram totalmente no que ouviram. Com barbas compridas e roupas simples, esses hebreus estavam olhando para um egípcio de barba feita e com uma vestimenta na cabeça pertinente a um primeiro ministro egípcio. Além disso, José usa várias joias e um manto finíssimo. Ele também era um homem refinado, enquanto seus irmãos eram brutos, trabalhadores do campo. Eles pensaram: “Esse não pode ser nosso irmão. Isto é algum teste. De algum jeito, esse homem descobriu o que fizemos a José.”

Gostaria de sugerir, como outros pregadores antes de mim sugeriram, que algo acontece neste momento. Veja o verso 4: Disse José a seus irmãos: Agora, chegai-vos a mim. O verbo hebraico traduzido como chegai-vos indica não somente movimentação de um lugar para outro, mas uma movimentação no sentido de intimidade. Ele diz chegai-vos a fim de lhes mostrar o sinal da aliança. Acredito que ele levanta seu manto e mostra aos seus irmãos a marca da circuncisão. Essa era a prova! Essa era a marca de que eram filhos de Abraão, Isaque e Jacó. José diz no verso 4: chegai-vos a mim... Eu sou José, vosso irmão. Ele diz: “Sou um filho de Jacó.” Creio que agora os irmãos ficam pálidos, porque reconhecem que é verdade.

Nesse encontro, José fará várias referências ao agir de Deus a fim de aliviar a consciência de seus irmãos:

  • Verso 5: Deus me enviou;
  • Verso 7: Deus me enviou;
  • Verso 8: não fostes vós que me enviastes para cá, e sim Deus;
  • Verso 9: Deus me pôs por senhor em toda terra do Egito.

José faz referências óbvias ao fato de que Deus esteve envolvido o tempo inteiro. Meu querido, José nos dá, aqui, uma teologia prática profunda. É a seguinte: “Eu sou o que sou por causa de Deus. Estou onde estou por causa de Deus.” É afirmando essas verdades que adquirimos um tremendo senso de segurança.

Ele diz: “Não foram vocês que me enviaram para cá, foi Deus. Deus me colocou no Egito. Apesar de parecer que vocês estiveram por trás de tudo, se olharmos os acontecimentos a partir de outra perspectiva, veremos que foi Elohim.” Aí jaz a segurança do crente.

Essa afirmação não produz apenas grande segurança, mas tremenda humildade também. Nas duas frases seguintes, José diz: “Deus fez de mim o que sou.”

Em nenhum lugar vemos José se sentando em seu trono e dizendo: “Então, pessoal, deixe-me contar como cheguei aqui! Vocês pensaram que me venderam como escravo, mas agora sou o primeiro ministro. E foi assim que consegui essa façanha....” Não. Crer que “Sou o que sou por causa de Deus” produz segurança quando as cosias não vão bem e humildade quando tudo vai bem.

Então, José dá aos seus irmãos a notícia de que, de fato, é José. Em seguida, ele compartilha o plano para sua família nos versos 10–13:

Habitarás na terra de Gósen e estarás perto de mim, tu, teus filhos, os filhos de teus filhos, os teus rebanhos, o teu gado e tudo quanto tens. Aí te sustentarei, porque ainda haverá cinco anos de fome; para que não te empobreças, tu e tua casa e tudo o que tens. Eis que vedes por vós mesmos, e meu irmão Benjamim vê também, que sou eu mesmo quem vos fala. Anunciai a meu pai toda a minha glória no Egito e tudo o que tendes visto; apressai-vos e fazei descer meu pai para aqui.

“Voltem e digam a meu pai que estou vivo!”

A Expressão de Perdão Feita por José

Agora, o que acontece em seguida é incrível: é uma expressão de perdão feita por José. Veja os versos 14–15:

E, lançando-se ao pescoço de Benjamim, seu irmão, chorou; e, abraçado com ele, chorou também Benjamim. José beijou a todos os seus irmãos e chorou sobre eles; depois, seus irmãos falaram com ele.

Os egípcios, que estavam do lado de fora com os ouvidos colados na parede se perguntando o que está acontecendo, ouvem choro, riso e José abraçando cada um dos irmãos.

Você não abraça um inimigo; não se aproxima de alguém a quem despreza; não abraça quem odeia. José começa com Benjamim e ambos choram. Faz muito tempo que não se veem. Daí, parte para Judá e diz: “Judá, sei que me vender foi ideia sua, mas eu o perdoo.” Ele abraça e perdoa todos eles. Não conseguimos imaginar isso.

Depois que o reencontro emocionante termina, eles conversam, o que indica que estão juntos novamente. Eles têm muito papo a colocar em dia cobrindo os últimos 25 anos de história! Mas José está profundamente preocupado com seu pai: “Ele está bem, ainda vive?” Quem sabe, talvez ele chama sua esposa e os dois filhos, Manassés e Efraim, e diz: “Deus tem sido bondoso para comigo.” Depois disso, ele manda os irmãos trazerem o pai.

Aplicação: Adotando a Atitude de José

Precisamos nos perguntar por que José foi um grande homem. Será que foi porque era o primeiro ministro? Não. Será que foi por que, de alguma maneira, havia realizado feitos administrativos fantásticos que salvaram a nação da fome? Não. José foi um grande homem porque sua atitude revelou duas coisas bastante especiais. Permita-me compartilhá-las com você como aplicação.

  • Primeiro: José perdoou aqueles que haviam lhe prejudicado terrivelmente. Essa atitude de perdão é possível quando se vê Deus agindo através das vidas de outras pessoas.

Se adotarmos a atitude de José, jogaremos fora a nossa “lista negra.” Mesmo assim, ela tentará constantemente voltar às nossas vidas; nomes não param de surgir. Pensamos num indivíduo e o imaginamos; conversamos com ele, pregamos para ele, dizemos o que gostaríamos que fizesse e como nos prejudicou. José jogou essa lista negra fora.

Isso significa que jogo fora o nome do meu patrão que é injusto para comigo; meu cônjuge que me ofendeu; meu filho que não age como gostaria. Os nomes todos são apagados.

A capacidade de perdoar os que nos ofendem está diretamente ligada ao fato de ver Deus agindo nas vidas e através das vidas das pessoas ao nosso redor. Elas são ferramentas que Deus usa para realizar sua vontade em nós.

  • Segundo: José foi capaz de amar a Deus a despeito das circunstâncias. Essa atitude só é possível quando se vê Deus agindo por meio dos acontecimentos.

Quando Jacó morre em Gênesis 50, os irmãos ficam incomodados e pensam: “É possível que José, agora que o pai morreu, se vingue de nós. Talvez ele não tenha sido sincero esse tempo inteiro.” Então, eles mandam um mensageiro a José, dizendo: “José, lembre-se do que nosso pai disse: ‘Depois que eu morrer, não se vingue de seus irmãos’.” José manda uma mensagem de volta ao falar pessoalmente em Gênesis 50.18–20:

Depois, vieram também seus irmãos, prostraram-se diante dele e disseram: Eis-nos aqui por teus servos. Respondeu-lhes José: Não temais; acaso, estou eu em lugar de Deus? Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida.

Que posição maravilhosa a se ter na vida! Que atitude incrível a se revelar! Tudo o que aconteceu, vocês intentaram mal; seu desejo foi o de me prejudicar; mas, agora, quando olho tudo de outra perspectiva, vejo que Deus transformou todas essas coisas para o meu bem espiritual.”

Harold Kushner escreveu um livro intitulado Por Que Coisas Ruins Acontecem a Pessoas Boas. Ele esteve entre os mais vendidos por 53 semanas consecutivas. O autor, um rabino, perdeu seu filho. A premissa fundamental do livro é que Deus é amoroso, mas não é todo-poderoso; Deus é bom, mas não é soberano; o universo é grande demais e, às vezes, as cosias fogem ao seu controle. Sua solução é que precisamos amar Deus de qualquer maneira e perdoá-lo por suas limitações.

Nossa resposta a isso é: “Não penso dessa forma, de jeito nenhum!” Contudo, não vivemos, às vezes, como se pensássemos desse jeito? Pensamos: “Deus, para onde você foi? Se você realmente estivesse envolvido em minha vida, como isso poderia ter acontecido?”

No processo de comprar uma casa, acabei conhecendo um homem crente que perdeu 3 filhos. Mas, quando conversamos, ele sempre fala de Deus como soberano e amoroso. Esse, sim, é um grande homem.

Pergunto-me se somos parecidos com José—capazes de perdoar os que nos prejudicam profundamente; capazes de entender que Deus age por meio das coisas que acontecem em nossas vidas. Você se parece com José?

Add a Comment


Our financial partners make it possible for us to produce these lessons. Your support makes a difference.
CLICK HERE to give today.

Never miss a lesson. You can receive this broadcast in your email inbox each weekday.
SIGN UP and select your options.