O Caráter de Um Enganador

O Caráter de Um Enganador

Series: Tito (Titus)
Ref: Titus 1–3

O Caráter de Um Enganador

Tito 1.10–14

Introdução

Faça uma pesquisa sobre enganadores e fraudulentos que você terá mais material do que gostaria de ler.

  • Liquidações são, muitas vezes, apenas de fachada; comerciantes dobram o preço e anunciam 50% de desconto;
  • Produtos piratas também são bem populares – tudo desde bolsas até relógios são fabricados para os que não podem comprar os produtos originais;
  • Aluguéis de casas às vezes também são fraudes. Pessoas fazem os anúncios e contratos falsos com pretensões apenas de pegar o dinheiro de sua entrada e, depois que o pegam, somem do mapa;
  • Desastres naturais também são outra oportunidade para pessoas que ficam pelo telefone, internet e às portas de casas levantando ajuda financeira para aliviar os afetados pelos desastres, mas embolsam todo o dinheiro para si.

A definição de um enganador é uma pessoa que intencionalmente engana outra pessoa para lucrar.

Um dos mais conhecidos enganadores foi um homem que, na verdade, teve até um filme sobre suas trapaças e fraudes. Durante sua vida de criminoso, ele passou cheques falsos no valor de 2,5 milhões de dólares em 26 países diferentes.

Ele fingiu ser um piloto de avião e pôde, então, desfrutar de vantagens entre companhias aéreas que permitiam que pilotos de outras companhias viajassem de graça. Depois de ter sido quase preso por se disfarçar de piloto, ele mudou sua profissão para a de um médico, conseguindo até um emprego como médico supervisor. E isso faz você parar um pouco para pensar, especialmente se está prestes a fazer alguma cirurgia!

Ele acabou sendo preso, mas conseguiu fugir ao se disfarçar de policial. Finalmente, ele recebeu a proposta de trabalhar para governo na caçada por fraudulentos em troca de liberdade. Ele concordou e criou sua própria empresa contra fraudes e, desde então, se tornou um milionário e autor de livros.

Outro fraudulento foi um homem que, no início dos anos de 1900, criou e começou a vender um aparelho, convencendo as pessoas de que esse aparelho poderia produzir notas falsas de 100 dólares. Uma vez que era apenas o início do século 20, as pessoas ficaram fascinadas com seu conceito de fotocópia.

Ele convencia as pessoas a comprarem seu produto pelo preço de 35 mil dólares, o que, em 1910, era a fortuna de um rei. Mas ele advertia os compradores de que o dispositivo só imprimia uma nota a cada seis horas. De fato, ele arquitetou para que a copiadora imprimisse perfeitamente uma nota de 100 dólares a cada seis horas. Na realidade, o dispositivo continha duas notas genuínas de 100 dólares que eram supostamente reproduzidas pela máquina, uma a cada seis horas. Depois que as notas eram expelidas, a copiadora produzia apenas papel em branco. Quando a vítima descobria que era uma fraude, o pilantra já tinha usado as doze horas para fugir.

A internet está, constantemente, nos oferecendo fraudes e armadilhas; assim que faz o pagamento e ganha um brinde, eles deixam você de mãos vazias.

Aqui está uma propaganda que vi outro dia na internet: “Consiga um diploma universitário em casa; nada de testes; nada de notas.” Queria eu que isso tivesse sido trinta anos atrás! É claro, esse diploma não vale nada, mas você pode pendurar na parede!

Outra janela dizia: “Crédito ruim? Nenhum crédito? Não tem problemas. Você já está pré-aprovado.”

Outro anúncio dizia: “Laptop mais impressora por apenas 80 reais. Clique aqui.”

Um anúncio absurdo dizia: “Ganhe 5 mil por semana trabalhando apenas meio expediente e de casa. Apenas compre nosso kit de informação para conseguir seu trabalho.”

Obviamente, essas fraudes e esses enganadores estão proliferando em toda cultura. Como o profeta Miquéias advertiu no capítulo 2, verso 1:

Ai daqueles que, no seu leito, imaginam a iniqüidade e maquinam o mal! À luz da alva, o praticam, porque o poder está em suas mãos.

Mas uma coisa é ser um enganador para apenas roubar dinheiro das pessoas. Outra coisa é se envolver com fraudes religiosas nas quais as pessoas perdem tanto seu dinheiro como seu equilíbrio espiritual. Uma coisa é a vítima perder sua camisa; outra coisa totalmente diferente é levar pessoas a perderem suas almas, serem conduzidas ao engano espiritual.

E os enganadores espirituais estão proliferando também assim como os enganadores financeiros.

Enquanto o apóstolo Paulo instrui Tito no capítulo 1 sobre como colocar a igreja em ordem adequada e eficiente, ele afirma que era extremamente necessário encontrar homens que vestissem o manto de pastor para que o povo fosse liderado na caminhada espiritual com honestidade e de forma bíblica.

Portanto, não é nenhuma surpresa que, após fornecer as qualificações para um presbítero, Paulo imediatamente relembra a Tito e todas as igrejas na ilha de Creta de que existem muitos perigos na ilha; e o perigo primário é nada menos do que enganadores espirituais que desejam fraudar a igreja com seus ensinos de mentiras misturadas com verdades.

Sinceramente, onde quer que a semente da verdade seja semeada, as sementes do engano estarão por perto. Não existe nenhum jardim sem mato. Os que servem como pastores devem não somente semear as sementes da verdade, mas também devem retirar as sementes de enganos perigosos que Paulo chama de “doutrinas de demônios” em 1 Timóteo 4.1. Ou seja, são doutrinas que parecem ser ortodoxas, corretas, mas, na realidade, enganam as pessoas e as conduzem pelas portas da religião para dentro da garganta do inferno.

E acontece que Satanás é o grande mestre dos enganos. Ele é muito bom nisso. Ele já tem milhares de anos de experiência em enganar pessoas e, desde o Jardim do Éden, o início da história humana, até o século 21, ele tem aperfeiçoado suas artes; ele é o maior de todos os enganadores.

E sua estratégia de fraude favorita, pela qual muitos têm sido distraídos, divididos e até destruídos é, como um autor colocou, “tecer suas mentiras no belo manto da verdade.” Ele esconde seus enganos por trás de sorrisos mascarados e promessas encorajadoras.

Então, Tito... é melhor você conseguir detectar a verdade e expor os mentirosos. E, para isso, precisa escolher homens que possam fazer o mesmo com coragem e discernimento espirituais.

Charles Swindoll escreve sobre essa tarefa dada a Tito que está cercado de enganadores. Ele diz:

E como esses falsos mestres são convincentes. Eles mantêm sua verdadeira natureza escondida – até de si mesmos [lembre-se, um dia eles dirão: “Porventura não profetizamos em teu nome e em teu nome expelimos demônios e realizamos milagres em teu nome?” E Jesus dirá: “Jamais os conheci.” Contudo, eles caminham com primor entre os eleitos, até as altas posições de autoridade e poder. Desprovidos de qualquer verdade [bíblica], eles ganham amigos e influenciam pessoas pelo seu carisma difícil de resistir, até mesmo para os que desprezam a hipocrisia. Todavia, um olho bem treinado consegue identificá-los.

Então, como identificamos um fraudulento?

Tito nos fornece várias características de um obreiro enganador e fraudulento no capítulo 1. Volte ao verso 9, o verso que estabelece o contexto para o papel defensivo do pastor. Paulo escreve:

apegado à palavra fiel, que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder tanto para exortar pelo reto ensino como para convencer os que o contradizem.

Os que contradizem são os falsos mestres. Mas como identificá-los?

Paulo fornece três características descritivas desses homens ou mulheres que desviam a igreja. Pelo menos uma ou mais dessas características serão evidentes para os que são treinados na Palavra e possuem a responsabilidade de proteger o rebanho; mas, com certeza, a igreja, como um todo, também deve ser treinada para isso.

Três Características de Enganadores e Fraudulentos

  • A primeira característica é que eles são conhecidos como pessoas que não prestam contas daquilo que fazem.

Essa é a primeira característica que Paulo fornece no verso 10 ao dizer: Porque existem muitos insubordinados.

A palavra aqui traduzida como “insubordinados” é a mesma utilizada no verso 6 para se referir ao filho descontrolado de um candidato a presbítero; um filho com uma vida descontrolada em desobediência, que se estabelece como autoridade, possuindo nenhum temor diante da autoridade de seu pai, o que desqualifica seu pai do serviço de presbítero. Essa é a mesma ideia no verso 9.

E no contexto de um líder e mestre espiritual, esse é um homem que diz ser a autoridade final em questões espirituais. Suas colocações favoritas afirmam com sutileza: “Deus não fala com você da mesma forma como ele fala comigo; Deus me disse o que estou dizendo a você agora... se você quiser argumentar com Deus, o problema é seu.” Em outras palavras, ele se torna a autoridade espiritual e ele somente é a verdadeira fonte de discernimento espiritual. A Bíblia é um recurso para seus ensinos, mas não a fonte de seus ensinos.

Seu verso favorito será 1 Crônicas 16, verso 22: Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas.

Daí, você não pode tocar nele. Podemos citar o grande teólogo M. C. Hammer: “Você simplesmente não pode nem triscar naquele cara!”

Esse verso se torna o seu escudo; ele está além dos limites, além do seu alcance e de sua jurisdição. E, ainda mais, ninguém mais é tão inteligente como ele, tão próximo de Deus como ele, tão ungido como ele ou qualquer coisa que ele alegar e você, recolha-se na sua insignificância!

Ele é o ungido do Senhor.

Alguém me enviou um vídeo algumas semanas atrás de um culto numa igreja. Milhares de pessoas se puseram de pé e aplaudiram o evangelista visitante que subiu ao palco trazendo consigo uma cópia da Torá, os primeiros cinco livros do Antigo Testamento. O evangelista disse que estava prestes a realizar uma cerimônia especial e prometeu que o pastor receberia uma unção especial de Deus. Eles abriram o rolo e trouxeram o pastor da igreja para junto do rolo. Daí, enrolaram o pastor com parte do rolo da Torá num local onde ninguém conseguia ver. Em seguida, depois de ter feito várias declarações que pareciam ser bíblicas, mas que, na maioria, eram místicas e heréticas, eles desenrolaram o rolo, o pastor deu um passo à frente e começaram a afirmar que ele agora era ungido de forma singular para falar da parte de Deus com a mesma inspiração que a Torá. Agora, ele era ungido de maneira especial para falar da parte de Deus. Depois disso, eles ainda o colocaram em sua cadeira de pastor, levantaram-no e fizeram um desfile com ele no palco, enquanto o evangelista o proclamava profeta e rei. E todos gritavam em euforia.

Assisti a esse vídeo de boca aberta. Como esse tipo de blasfêmia passa despercebido? Como um homem se torna tão inspirado com um texto das Escrituras?

Um dos benefícios da pluralidade de presbíteros ou pastores é que todos prestam contas entre si daquilo que realizam. Paulo, por exemplo, discordou de alguns líderes da igreja de Jerusalém em Gálatas 2.

O que torna os enganadores espirituais ainda mais perigosos é o contexto aqui em Tito 1, verso 10: esses falsos mestres estão se levantando de dentro do corpo, não de fora do corpo. Esses são crentes professos, não crentes verdadeiros. E o engano de seus ensinos parece ter a aprovação da igreja que representam. Ou seja, as pessoas estão aplaudindo o que eles fazem.

Paulo escreve: “Aqui está a primeira característica de falsos mestres: eles dizem não prestar contas a ninguém.

  • Segundo, falsos mestres são conhecidos como pessoas de promessas vazias.

Paulo continua no verso 10 e os chama de “faladores” ou, como algumas versões dizem, “palradores frívolos.”

Esse é o único lugar no Novo Testamento em que esse adjetivo é encontrado. Refere-se a alguém que usa palavras vazias, inúteis, alguém que usa linguagem impressionante, mas desprovida de verdade. São fluentes, mas superficiais.

Ou seja, esses homens são bons em fazer discurso, mas, quando avaliamos o conteúdo de seu discurso, vemos que é, na melhor das hipóteses, biblicamente superficial, e, na pior das hipóteses, enganador.

Um autor disse: “Você consegue sempre identificar os que não ensinam a verdade pela forma maravilhosa com que dizem absolutamente nada.”

Eles são sutis, suaves, persuasivos, agradáveis e cativantes. Mas tente confrontá-los com algum assunto bíblico e eles procuram logo escapar.

Eu assisti a um pastor de uma igreja enorme de milhares de seguidores. Fizeram a ele perguntas bem claras sobre o que a Bíblia ensina a respeito de determinados assuntos. Daí, ao invés de providenciar as respostas que, sem dúvidas, teriam sido ofensivas, ele se esquivou vez após vez e respondeu dizendo: “Bom, não sei. Simplesmente, não posso... Prefiro deixar isso com Deus.”

Sabe, uma coisa seria se o mundo jamais nos perguntasse o que a Bíblia ensina sobre algo. Não seria ruim se nunca tivéssemos oportunidade de falar? O problema é quando os supostos líderes da igreja recebem a oportunidade, mas não falam ao mundo o que a Bíblia ensina.

Mas existe um grande perigo aqui ligado a essa característica dos falsos mestres. O apóstolo Paulo diz que o falso mestre é um “falador.” Ou seja, o que ele diz não tem nenhum valor espiritual. Ele prega palavras suaves e sem vida espiritual.

Em sua exposição poderosa do Cristianismo, Michael Horton deu ao seu livro o título de “Cristianismo Sem Cristo.” Michael Horton conseguiu seu doutorado em Oxford e é professor em um seminário reformado nos Estados Unidos. Ele explica que Cristianismo sem Cristo não significa que falsa religião ou falsa espiritualidade são desprovidas de palavras como Jesus, Senhor ou mesmo Salvador.

Cristianismo sem Cristo se refere à forma como esses nomes são utilizados quando removidos de seu contexto bíblico do pecado, rebelião, resgate divino, céu e inferno. Ele escreve que Jesus acaba se tornando um terapeuta ou um colega, um outro de grande significância, um messias político. O evangelho pode até ser mencionado no final das pregações, mas é apenas uma fachada evangélica.

Michael Horton continua e avalia algumas mensagens de pregadores conhecidos que terminam suas pregações convidando as pessoas a receber a Cristo como Senhor e Salvador. E isso até que faz suas mensagens parecerem bíblicas, não é? Mas Salvador de quê? E Senhor de quem? Essas perguntas não são respondidas, ao menos que você esteja falando de ser salvo de um emprego ruim, opressão, doença ou baixa autoestima. A Bíblia é apenas um recurso para seus ensinos, não a fonte de seus ensinos.

Horton continua dizendo que quando ele e sua esposa criavam seus trigêmeos, eles queriam todos os conselhos que pudessem encontrar. Mas eles não receberam os melhores conselhos de pessoas crentes. Ele disse que os melhores conselhos que ele recebeu foi de sua própria esposa e de seu cabeleireiro.

Ele destaca que você não precisa da Bíblia para saber que seus filhos precisam de uma rotina para dormir, que o segredo para um bom casamento é a comunicação, que o divórcio é algo devastador para os filhos ou que, se você não controlar seu cartão de crédito, ele controlará você. É claro, a Bíblia nos fornece muito mais sabedoria do que isso, mas existem muitos descrentes que, na verdade, são melhores do que muitos crentes em fazer a coisa certa.

Michael Horton diz uma verdade: alguém pode perder peso, parar de fumar, melhorar seu casamento e se tornar uma pessoa melhor sem Jesus. Ou seja, Cristianismo não é nada mais do que um conselho ético, uma maneira de se tornar uma pessoa melhor e viver a melhor vida possível. Então, quem somos nós para afirmar que a nossa religião é a única religião verdadeira quando existem outras religiões com doutrinas semelhantes sobre moralidade também e pessoas se tornam melhores em suas religiões?

Se religião é basicamente ética—se reduzirmos o Cristianismo a bons conselhos—, ele se misturará bem com a cultura da [religião]. Nosso ensino pode até parecer relevante, mas ele acaba, na verdade, se perdendo no mercado das terapias moralistas.

Então, quem somos nós para dizer que Cristianismo é a única religião verdadeira, especialmente quando o tipo de Cristianismo agora comercializado pelos falsos mestres não passa de bons conselhos e chavões morais?

Essa é a questão. O que distingue o Cristianismo não é, necessariamente, seu código moral, mas sua [verdade] sobre um Criador que, apesar de rejeitado pela sua criatura criada à sua imagem, condescendeu para reconciliá-la consigo através de seu Filho. Cristianismo, em seu cerne, é o evangelho, as Boas-Novas de que Deus nos reconcilia consigo através de Cristo.

Essa é a marca distintiva do Cristianismo. E tudo flui do contexto de quem somos como redimidos, reconciliados e revestidos da justiça de Cristo, filhos de Deus pela fé somente em Cristo somente e temos esse tipo de Salvador, esse tipo de Senhor e esse tipo de salvação!

Mas qual é o foco dos falsos mestres?

  • Como chegamos ao céu agora;
  • Como trazer um pouco daquelas ruas de ouro do céu para a terra agora;
  • Como ser saudável agora;
  • Como aprender os segredos de uma boa imagem pessoal e de um pensamento positivo e como encontrar em si mesmo sementes de grandeza pessoal.

As outras religiões ensinam essas coisas também. Tudo é ensinado, menos pecado, redenção, Jesus Cristo crucificado, Cordeiro expiatório morto pelos pecadores e o Rei vindouro.

Isso é que constitui as boas-novas.

Um fraudulento dá a você algo que você pensa que deseja, mas, daí, você percebe que aquilo não o satisfaz. Pense nisto: se dinheiro fizesse você feliz, então, a pessoa mais rica do mundo seria a pessoa mais feliz do mundo, e a pessoa mais pobre do mundo seria a pessoa mais infeliz do mundo.

Sabemos que isso não é verdade.

Se boa saúde nos deixasse satisfeitos, então, pessoas doentes não teriam alegria alguma e personal trainer e halterofilistas seriam as pessoas realmente felizes.

Mas isso não é verdade também.

Um enganador dá a você o que você pensa que quer; mas, no final, são apenas promessas vazias.

Se um anjo aparecesse e nos concedesse todos os nossos desejos, fico me perguntando quantos de nossos desejos se encaixariam com o Cristianismo contemporâneo e quantos de nós iriam, como Salomão, o único homem a quem Deus deu a oportunidade de fazer um desejo, pedir por algo mais profundo, como sabedoria.

Li uma história e achei que você fosse gostar dela também. Um anjo chegou a um casal de uns sessenta e poucos anos e disse: “Recebi a autoridade de conceder o desejo de cada um de vocês. Mulheres primeiro.” A mulher disse: “Ah, sempre quis fazer um cruzeiro pelas ilhas do Caribe. Gostaria muito de passagens para mim e para meu marido na primeira classe.” O anjo disse: “Com certeza!” Daí, “puff,” e lá estavam as duas passagens em sua mão. O anjo olhou para o marido e disse: “Certo, sua vez.” Ele olhou para sua esposa, deu um sorriso e disse: “Bom, gostaria de ir para esse cruzeiro com uma mulher trinta anos mais nova que eu.” O anjo disse: “Certo” e “puff,” ele estava agora com noventa e cinco anos.

Um dos motivos por que sempre haverá um mercado para os enganadores é que nossos corações desejam o que eles comercializam. Céu agora, saúde agora, dinheiro agora, grandeza agora, nenhum problema agora.

Ouça bem: se as pessoas recebessem tudo o que esses faladores prometem, por que iríamos querer ir para o céu? O céu está fora de moda.

A verdade é que esses falsos mestres prometem o que não podem cumprir. E, no fim, o evangelho fica de fora das conversas e ele é a única coisa que, no fim, libertará alguém.

Uma revista evangélica publicou um artigo intitulado Por Que Muçulmanos se Convertem ao Cristianismo. Dentre as principais razões, estavam as seguintes: ao lerem a Bíblia, eles são convencidos da verdade; foram atraídos pelo conceito do amor incondicional de Deus [através de Cristo]; eles jamais poderiam ter certeza do perdão e salvação como os cristãos têm.

A religião deles simplesmente não é a mesma; não contém as mesmas boas-novas. Até mesmo seu grande Maomé não tinha certeza de seu próprio perdão. Falsos mestres não podem produzir o que eles prometem.

Paulo os descreve para que os pastores da igreja estejam alertas e protejam a igreja deste tipo de enganadores:

  • Eles são conhecidos como pessoas que não prestam contas a ninguém.
  • São conhecidos como pessoas de promessas vazias.

 

  • Terceiro, eles são conhecidos como promotores fraudulentos.

Note o que Paulo continua dizendo no verso 10: e enganadores, especialmente os da circuncisão.

Eles eram indivíduos supostamente convertidos dentre os judeus que haviam entrado na igreja sem, contudo, estarem dispostos a abraçar completamente a nova aliança.

Muito do livro de Atos tem como objetivo lidar com a questão dos crentes judeus e gentios chegando a um acordo baseado no evangelho sobre a nova aliança e sobre esse novo organismo chamado igreja que ninguém ouvira falar até o Pentecostes e o batismo do Espírito Santo.

Os judeus convertidos queriam que os gentios se tornassem como os judeus a fim de se tornarem cristãos. Eles mandavam os gentios se circuncidar, aderir às legislações do sábado, absterem-se de comidas gentílicas, guardar a Lei e se submeter aos ensinos rabínicos. Basicamente, esses falsos mestres queriam transformar o Cristianismo numa outra seita judaica.

Paulo passou grande parte de sua vida combatendo esses judaizantes, como eram chamados. Eles perseguiam suas pisadas, subvertiam seus convertidos, atacavam seu apostolado, desafiavam sua autoridade, minimizavam seu ensino e distorciam o evangelho. Para colocar de forma bem clara:

  • Eles ensinavam que o evangelho não era suficiente para a fé;
  • E ensinavam que a graça não era o padrão da vida.

Em outras palavras, Jesus não é suficiente e você precisa guardar as leis se quiser ter esperança de entrar no céu. E Paulo não iria ficar sentado calado vendo isso acontecer. Então, ele diz a Tito palavras fortes. No verso 11: É preciso fazê-los calar.

A expressão “fazê-los calar” significa “cobrir suas bocas, colocar uma focinheira, mordaça.”

O pastor/presbítero nunca está fora de serviço, mas sempre observando, em alerta, tratando dos falsos ensinos.

Tito, esses fraudulentos precisam ser pegos; então, pegue-os; exponha sua mentira; cale a boca deles, não com uma focinheira material, mas com a verdade. Responda com a verdade.

E isso volta às qualificações pastorais no verso 9, onde lemos que o presbítero precisa não somente exortar na sã doutrina, mas também refutar os que o contradizem.

E você notou o que os falsos mestres fazem contra o rebanho?

Paulo nos fornece dois resultados decorrentes da fraude. Duas coisas acontecem aqui:

  • Primeiro, famílias estão sendo desestruturadas (v.11)

Paulo escreve que esses falsos mestres estão pervertendo casas inteiras.

A palavra traduzia como “pervertendo” é a mesma palavra usada por Mateus ao se referir a Cristo virando as mesas dos cambistas no templo (Mateus 21.12). Tudo estava de cabeça para baixo.

Então, podemos apenas imaginar o conflito, emoção, dor, confusão e raiva nessas igrejas na ilha de Creta por causa dos falsos ensinos.

Ainda me lembro da África alguns anos atrás. Preguei em várias igrejas e não demorou muito até que um falso mestre apareceu na cidade e, durante as semanas de nossos cultos, anunciava que Jesus havia lhe dito que faria uma rápida aparição no palco em uma daquelas noites. Daí, numa noite em particular, ele de repente olhou numa direção e começou a ficar todo animado; fez um show como se estivesse vendo Jesus no palco e depois perguntou à multidão: “Vocês viram Jesus, vocês viram?”

Eu estava almoçando com dois pastores no Quênia, homens que serviam como secretários de duas denominações evangélicas naquela região. Eles me disseram que muitas de suas igrejas estavam frustradas e confusas e até se dividindo por causa da suposta aparição de Jesus naquela noite; alguns criam que ele tinha aparecido; outros não.

Um falso ensino sobre Jesus e um falso mestre que disse ter uma comunicação direta com Cristo estavam, agora, virando as coisas de cabeça para baixo, dividindo as igrejas em facções, frustração e confusão.

Mas não somente famílias estavam sendo pervertidas. Ainda existe um segundo resultado:

  • A conta bancária dos falsos mestres estava engordando.

Paulo escreve ainda no verso 11:

...porque andam pervertendo casas inteiras, ensinando o que não devem, por torpe ganância.

A preposição “por” indica o objetivo da atividade deles. Esse era o coração de sua motivação para ensinar.

A propósito, “torpe ganância” pode muito bem significar dinheiro, mas Paulo usa essa expressão em outro lugar para se referir a motivação não financeira, mas influência social, poder e prestígio.

Em outras palavras, esses mestres estavam mais interessados naquilo que conseguiriam arrancar do povo do que no que poderiam investir no povo. Eles podem até defender seu estilo de vida dizendo que, já que pregam prosperidade, eles, acima de todos os demais, devem viver em prosperidade.

Nunca paro de me admirar com o que os falsos mestres tiram da Bíblia. E como seus seguidores os deixam sair ilesos.

Será que eles não conseguem enxergar que é tudo por dinheiro, prestígio, coisas materiais, riquezas, prosperidade e coisas passageiras?

Alguns desses falsos mestres (muitos deles têm programas de televisão de 30 minutos) não escondem sua riqueza, mas estão pingando roupas de marca e joias. E estão sempre pedindo por mais dinheiro.

Na verdade, se eliminássemos de seus programas tudo relacionado à riqueza, saúde e prosperidade, a única coisa que sobraria seria a música de entrada e os créditos no final; mais nada.

Falsos mestres não são motivados pela edificação dos crentes, mas pelo enchimento de seus bolsos.

Eles não são nada mais do que fraudes espirituais.

Paulo diz a Tito: o rebanho está em constante perigo de ser guiado ao erro, abusado, tosquiado. Então, assim que você encontrar pastores para essas igrejas, certifique-se de que eles não somente edificam o corpo, mas também têm a coragem para desmascarar os falsos mestres e defender a verdade que manterá o rebanho no caminho certo.

Depois de terem passado o feriado com familiares, uma família de quatro pessoas começou a viagem de volta para casa. Eram o pai, a mãe e duas filhas, uma de 4 anos e uma de 7 meses. Depois de dirigirem várias horas, passaram a noite num hotel. Eles erraram o caminho. Ao invés de retornarem, decidiram seguir num atalho que o mapa mostrava e que os levaria ao litoral. Eles não viram a advertência em letras pequenas, dizendo que essa estrada poderia ficar fechada por vários meses durante o inverno. Depois de se depararem com montes de neve à frente, eles resolveram seguir por uma estrada qualquer e, de acordo com um morador local, aquela foi uma decisão trágica. Ele disse: “Sê você sair da estrada principal, está perdido.”

Depois de dirigirem cerca de 22 km naquela estrada de barro, o carro atolou na neve. Ao invés de voltarem pelo mesmo caminho que fizeram, a família decidiu permanecer no carro e esperar por resgate. Eles lá ficaram por uma semana, ligando o carro com bastante frequência para se aquecerem e racionando a pouca comida que ainda lhes restava. Depois que acabou a gasolina do carro, queimaram revistas, madeira e até os pneus do carro para mantê-los aquecidos. O pai, finalmente, decidiu caminhar na mata em busca de ajuda, pensando que estava a apenas uns 6 Km da cidade mais próxima. Na verdade, ele estava a 22Km da cidade mais próxima e nunca conseguiu sair de lá vivo. Por fim, uma equipe de resgate chegou ao local e resgatou a mãe e as duas filhas ainda vivas.

O rebanho de Deus está no caminho que o leva para casa; o céu não é aqui nem agora, mas chegará em breve. Falsos mestres ficam à beira da estrada, vendendo mapas falsificados, prometendo atalhos para o litoral—não há necessidade de labutar em vales compridos nas altas montanhas, com ar rarefeito; o caminho dos falsos mestres é mais fácil, melhor, mais feliz, mais saudável, mais rápido e você terá todos os seus desejos cumpridos.

Não seja enganado, querido irmão. E aqui está a profunda advertência de Paulo: “Não seja enganado por crentes que chegam em nome de Jesus. Jesus é apenas parte do jogo deles.”

Como podemos identificar os fraudulentos? Eles são pessoas que a ninguém prestam contas daquilo que fazem; eles fazem promessas vazias, superficiais e temporárias; e eles são promotores enganosos de verdades que não correspondem ao mapa da Palavra de Deus.

Não caia na sua armadilha, tome cuidado. Fique no caminho. Que sejamos um rebanho de crentes disposto a evitar os anúncios de atalhos e disposto a viajar pelo longo caminho até o nosso lar. E que Deus também nos conceda pastores que saibam ler o mapa e estejam dispostos a ensiná-lo corretamente. Tito, encontre homens dispostos a vestir o manto de um verdadeiro mestre, um verdadeiro pastor.

 

 

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 25/03/2012

© Copyright 2012 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

 

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