No País dos Cegos  

No País dos Cegos  

Series: Tito (Titus)
Ref: Titus 1–3

No País dos Cegos    

Tito 2.15

Introdução

O autor inglês H. G. Wells, famoso pelas obras A Máquina do Tempo e A Guerra dos Mundos, uma vez escreveu uma obra pequena e menos conhecida chamada O País dos Cegos. É a história sobre um vale inacessível e belíssimo no Equador onde todos os seus habitantes eram cegos. Não havia visão, cor ou notícias de um mundo fora daquele contexto do vale. Os moradores tinham tudo o que precisavam nesse vale esquecido e escondido; eles tinham tudo, menos visão.

Num belo dia, um jovem rapaz do mundo de fora, que estava explorando a região, acidentalmente escorregou num precipício e caiu na folhagem da floresta abaixo. Não demorou muito até que ele encontrou as pessoas e percebeu que cada uma que encontrava era cega; na verdade, a população inteira dessa comunidade era cega. Ele juntou o maior número de pessoas que pôde e começou a descrever as coisas ao redor, as cores e beleza da criação, e lhes contou sobre um mundo além daquele vale.

Com um semblante triste e descaído, eles se sentaram e o ouviram; mas, no final, escolheram não acreditar nele. Na realidade, a maioria deles se cansou de ouvir as histórias do rapaz. Muitos chegaram à conclusão de que sua vista o havia levado à loucura. Simplesmente, ele ficara doido.

Apesar disso, o jovem decidiu permanecer mais um tempo e trabalhar com aquelas pessoas. Não demorou muito para que se apaixonasse por uma moça local de uma família proeminente do vale. Então, decidiu se casar com ela e morar no País dos Cegos.

O pai da moça foi até o ancião respeitado da vila—e médico—para conversar sobre a proposta de casamento. Eles concluíram que o casamento jamais daria certo, a não ser que algo radical acontecesse. O ancião-médico falou: “Creio que posso dizer com certeza razoável que, para curar esse jovem de sua insanidade, precisamos arrancar seus olhos.”

O pai perguntou: “Então, daí ele ficará curado de sua loucura?”

“Sim,” disse o ancião, “daí ele ficará curado e se tornará um cidadão admirável.”

O pai retorna e diz ao jovem rapaz que ele pode se casar com a sua filha somente se ele se submeter a uma operação que o deixará cego pelo resto da vida. O rapaz ficou pensando e decidiu ir até um belo descampado, sozinho, onde o campo fosse bonito, coberto com flores brancas; seu desejo era ficar naquele belo lugar até o momento do seu sacrifício. Mas ao olhar ao seu redor e contemplar a beleza da criação, ele observou o sol nascendo pela manhã e, como um anjo numa armadura de ouro, a luz do sol brilhou naquele vale. Naquele momento e ali naquele lugar, o jovem rapaz percebeu que aquele vale não passava de uma armadilha de ignorância e vazio. Ele escapou com sua vida daquele País de Cegos.

De uma maneira bastante real, a Ilha de Creta era um país de cegos. Estava escravizada ao pecado e envolvida em trevas espirituais, entregue a embriaguez e imoralidade; era uma cultura espiritualmente fracassada. A solução e o plano envolveriam um corpo de crentes vivo e dinâmico, saturado pelo evangelho, exaltando a Cristo e que entendia bem sua missão.

Acho interessante que a solução de Paulo para o falso ensino e falsos mestres na ilha de Creta não foi somente enviar Tito às igrejas locais para estabelecer uma liderança qualificada de pastores, mas incluía a entrega de uma responsabilidade especial às famílias de crentes. A solução não seria rápida; levaria a vida inteira e exigiria a influência diária como sal e luz.

A diferença entre nós e o jovem na história do País de Cegos é que nós não escapamos com nossas vidas; nós entregamos nossas vidas, investimos nossas vidas em um mundo de trevas espirituais onde brilhamos como luz em nossa sociedade. Estamos no mundo de cegos, mas não pertencemos a ele. Estamos aqui como embaixadores do Rei da Luz com uma mensagem de luz para as pessoas que o apóstolo Paulo descreve em 2 Coríntios 4.4 da seguinte forma:

Nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.

Não será fácil; as pessoas pensarão que você enlouqueceu; pensarão que está inventando histórias.

Vivemos num mundo determinado a silenciar qualquer revelação de um mundo externo. Todos estão determinados a remover qualquer recordação de vista e luz espirituais.

Na semana passada, li sobre um caso que foi levado à justiça. O caso envolvia o fato de a escola ter, por mais de uma década, uma lista dos 10 Mandamentos fixada em uma parede de suas dependências. O juiz deu o veredito de que a escola poderia permanecer com a sua lista dos 10 Mandamentos na parede somente se retirasse os quatro primeiros mandamentos relacionados diretamente a Deus.

Não queremos nenhuma referência ao Criador; vamos cirurgicamente retirar qualquer visão de Deus. Daí, nos tornaremos todos bons cidadãos no país dos cegos.

Vivemos numa época em que a igreja precisa urgentemente reconhecer a cegueira do mundo e revelar a luz gloriosa do evangelho. O que fazemos? Qual é o nosso plano? Paulo, em sua carta a Tito, nos dá as respostas.

Ele deu início a uma séria conversa de família no capítulo 2, verso 1, onde disse: Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina. Em outras palavras, diga a verdade às pessoas. E comece com a igreja.

E você nota que o capítulo termina da mesma forma. Veja o verso 15:

Dize estas coisas; exorta e repreende também com toda a autoridade. Ninguém te despreze.

O capítulo começa e termina com a mesma ordem. A única diferença é que o verso 15 irá expandir um pouco, dando três imperativos. Você poderia até colocar um ponto de exclamação após cada um destes três verbos: dize estas coisas (exclamação); exorta (exclamação); repreende (exclamação). Assim, entendemos que esses verbos não são apenas sugestões, mas ordens.

Na verdade, essas iniciativas formam a descrição do trabalho de um pastor/presbítero/bispo/líder obediente da igreja e, de fato, constituem o plano de ação da igreja.

Vamos dar uma olhada mais detalhada nesse plano de ação para a igreja na ilha de Creta e para a igreja em qualquer país.

Conversa

  • Chamaremos a primeira iniciativa de conversa.

Paulo escreve no verso 15: Dize estas coisas. Ele usa o termo “laleo,” que pode ser traduzido como “anunciar, revelar, expor algo; pode ser usado para um ensino cuidadoso.” Mas ele pode também se referir a conversas comuns.

Paulo não está falando somente sobre pregações, discursos apologéticos ou dissertações teológicas. Ele fala sobre conversas que acontecem no seu local de almoço, próximo ao muro com seu vizinho, nos corredores do seu local de trabalho, na varanda com seus amigos e com as crianças quando você as coloca para dormir à noite.

Paulo diz: “Sei que parece ser muito simplista e desprovido de uma estratégia mais profunda; mas este é o plano de ação: converse sobre Jesus Cristo; traga Cristo para suas conversas; que ele seja o assunto de suas discussões no churrasco, no futebol, no restaurante, no aeroporto.”

E, a propósito, essa é uma forma maravilhosa de se conhecer outros crentes, pessoas que você nem sabia que eram crentes. Daí, momentos comuns se tornam momentos de comunhão surpreendente.

Eu e minha esposa conhecemos dois funcionários no aeroporto que nos ajudaram com nossas bagagens tanto na ida como na volta de uma viagem que fizemos. Nós estávamos prontos para lançar a semente do evangelho, mas os dois homens reagiram, como que dizendo: “Eu já sei muito bem o que você está falando.” E acabamos tendo um momento de comunhão com dois irmãos que não sabíamos que faziam parte da família.

O verbo usado por Paulo indica conversas comuns do dia a dia. Mais especificamente, Paulo ordena: Dize estas coisas.

Mas que coisas são estas? Paulo se refere a dizer as coisas, como ele escreveu no verso 1, que se encaixam perfeitamente com a são doutrina. Ele está dizendo, com efeito: “Dize as coisas às quais me referi nos últimos 14 versos.” Fale sobre:

  • o que significa ser um homem idoso de respeito e uma senhora idosa comprometida com a sobriedade;
  • o papel de mãe;
  • a responsabilidade que o jovem rapaz tem de amadurecer;
  • a ética de ser um bom funcionário ou empregado;
  • como se tornar um homem e uma mulher de palavra.

Fale sobre essas coisas! E não só aqui; fale sobre isso lá fora! Derrame alguma luz com sua palavra que vaga na escuridão; fale sobre essas coisas com os cidadãos do País dos Cegos.

Meu querido, os assuntos do Cristianismo não podem ser reservados ou confinados aos domingos. Faça deles parte de suas conversas diárias.

Motivação

  • Segundo, devemos não somente nos envolver em conversas, mas também em motivação.

Veja a segunda inciativa. Paulo escreve no verso 15: Dize estas coisas; exorta.

Agora o verbo carrega um pouco mais de intensidade. Essa é a palavra favorita de Paulo, uma forma verbal composta; é o verbo “parakaleo,” que significa “chamar alguém ao lado.”

Paulo usa essa palavra 9 vezes com Timóteo e Tito e mais 64 vezes nas demais de suas cartas. Dependendo do contexto, você pode traduzi-la com a ideia de encorajamento, aconselhamento, aprovação ou mesmo admoestação.

Mais uma vez, essa é uma palavra mais forte do que simplesmente falar ou conversar. Ela envolve mais do que simplesmente declarar ou explicar a verdade, mas carrega a ideia de rogar ou suplicar. Ela carrega a emoção de alguém que tenta persuadir, convencer ou convidar alguém para vir consigo. Essa, portanto, não é uma conversa, mas um convite! E você precisa fazer algo sobre esse convite.

Essa é a diferença entre informar alguém com toda a simplicidade de que a floresta na Amazônia está pegando fogo e dizer à pessoa que sua camisa está em chamas. Isso é muito importante, é urgente!

Meu amado, estamos num país de cegos e, com todo o fervor, desejamos que as pessoas entendam que existe coisas que precisam ver, existe um outro mundo lá fora!

Determinados elementos do capítulo 2 são elementos sobre os quais não somente falamos, mas que também praticamos. “A graça de Deus se manifestou trazendo salvação a todos os homens; junte-se a nós, enquanto aguardamos a gloriosa manifestação de Cristo Jesus, o nosso grande Deus e Salvador.”

E Tito pregará dizendo que devemos ser zelosos de boas obras para com as demais pessoas. E existe uma grande diferença entre estar disposto para fazer boas obras e ser zeloso de boas obras. Estar disposto gera uma lista de boas intenções e resoluções; ser zeloso significa marcá-las e, aos poucos, ir eliminando cada uma da lista à medida que as realiza.

Conversa precisa se transformar em motivação.

Quando eu pensava na diferença entre conversa e motivação, percebi que podemos conversar sobre algo sem nunca nos envolver pessoalmente com aquilo. Mas é impossível motivar alguém, não podemos rogar, recomendar, aconselhar ou encorajar que alguém faça algo sem nunca termos nos envolvido pessoalmente com aquilo.

Como Abraão Lincoln que, em 1850, recebeu uma carta de seu irmão de criação, John Johnston, que lhe pedia, mais uma vez, dinheiro para quitar algumas dívidas. Em várias ocasiões no passado, Lincoln simplesmente lhe dera dinheiro para não se envolver demais; o problema morria ali, até que o pedido comum se repetia. Mas, dessa vez, Lincoln decidiu se envolver mais pessoalmente num esforço de motivar seu irmão a não fazer mais dívidas. Lincoln escreveu uma carta que temos até hoje. Ela diz:

Querido Johnston,

Quanto ao teu pedido por 80 dólares, creio que seja melhor não correspondê-lo desta vez. Após as várias ocasiões em que te ajudei, tu me disseste que poderias te virar sozinho agora. Mas, num curto espaço de tempo, encontro-te na mesma dificuldade novamente. Agora, isso só pode estar acontecendo devido a algum defeito em tua conduta. O que esse defeito é, creio que já sei. Tu não és preguiçoso, mas um vadio (ou seja, tu estás na posição neutra). Desde que te vi, duvido que tenhas realizado um bom trabalho de um dia... esse hábito de desperdiçar tempo é a tua dificuldade; é extremamente importante, tanto para ti como para teus filhos, que quebres esse hábito. Tu agora estás em necessidade de algum dinheiro; e eis aqui o que eu te proponho, que vás trabalhar para alguém que te pagará pelo teu serviço... e eu te prometo que, para cada dólar que ganhares, entre hoje e primeiro de maio, dar-te-ei outro dólar. Agora, se assim fizerdes, em breve estarás sem dívidas e, o que é melhor, terás um hábito que te protegerá de angariar mais débitos futuramente.

Afetuosamente teu irmão,

Abe Lincoln.

Alteração

  • Existe, ainda, uma terceira inciativa. O plano de ação para a igreja não é somente o envolvimento em conversa e motivação, mas também alteração.

A palavra usada por Paulo aqui é “elegche,” que significa “corrigir ou mesmo condenar.” É interessante notar que esses versos se tornam progressivamente mais intensos e fortes. Existe não somente conversa e motivação, mas também alteração.

E começa conosco! A verdade “destas coisas,” coisas descritas no capítulo 2, por fim cruza o ar e atinge os nossos corações, exigindo nada menos que uma mudança radical.

Talvez nos ajude a entender melhor se pensarmos na igreja como uma loja de alfaiate ou costureira para onde levamos um vestido ou calças. Vamos para lá porque precisamos que algo seja alterado; algo não dá certo, não se encaixa e precisa ser modificado. E você não voltaria a uma costureira que não fez a alteração que você pediu.  Imagine, chegar à costureira para pegar seu vestido ou calças e ela dizer: “Olha, é o seguinte, não quis ofendê-lo, sugerindo que sua roupa precisava de alteração. Então, decidi apenas passá-la e engomá-la. A aparência é outra! Está muito melhor agora!”

Meu amigo, não vamos à igreja para melhorar nossa aparência; vamos à igreja para sermos alterados pela Palavra de Deus. Isso é o que adoração genuína realiza em nossas vidas.

Um puritano descreveu boa adoração como aquela que aviva nossa consciência sobre a santidade de Deus, alimenta nossas mentes com a verdade de Deus, purifica nossa imaginação pela beleza de Deus, abre nossos corações para o amor de Deus e condiciona nossa vontade aos propósitos de Deus.

“Ei, e aí, como foi o culto ontem à noite?” “Ah, cara, foi mais ou menos... não cantaram aquela minha música favorita... não encontrei nenhum de meus amigos lá... e a pregação foi longa demais!” “Certo, mas... a sua imaginação foi purificada? Sua consciência foi avivada? Você teve um encontro na Palavra, nas músicas e na oração com o amor, a beleza e santidade de Deus?” A pessoa vai provavelmente perguntar: “Para que tipo de igreja você vai mesmo, hein?”

Nossa adoração a Deus deve ser como um alfaiate que trabalha em nós à medida que o permitimos fazer alterações.

“Tito, essa é a descrição principal de seu trabalho como pastor/mestre na ilha de Creta.”

Mas isso se expande a ponto de incluir a igreja inteira. Recebemos a ordem de levar a verdade ao País dos Cegos que transformará a vida e os corações de seus habitantes. E a verdade nem sempre se limita a conversas sofisticadas ou mesmo uma motivação fervorosa. Às vezes, a verdade cria um choque, pois nossa mensagem entra num confronto direto com nossa geração.

O reformador Martinho Lutero comentou sobre essa ordem em Tito 2 no século 16—e os tempos não mudaram muito desde então—ao escrever:

Creio ser impossível evitar ofender homens culpados, pois não existe nenhuma maneira de se evitar a ofensa, a não ser pelo nosso silêncio ou pela paciência deles. Mas nós não podemos ficar em silêncio por causa da ordem de Deus; e pacientes eles não podem ficar por causa de sua culpa.

Tenha sempre em sua mente que Paulo adiciona no verso 15:

Dize estas coisas; exorta e repreende também com toda a autoridade...

“Agora você foi longe demais! Pode falar comigo sobre Cristianismo e pode até me encorajar a mudar e conseguir algo de mim, mas não venha para cima de mim com essa história de que tem autoridade!”

“Autoridade” é uma palavra suja, um palavrão em nossa cultura; a autoridade nos atrapalha; impede que façamos o que desejamos; interrompe nossa liberdade pessoal. Pastores hoje se recusam a pregar a verdade sobre o pecado ou julgamento devido ao medo de perder sua influência e popularidade. Os pais de hoje têm se sentido culpados e levados a pensar que, se agirem com autoridade, perderão o amor de seus filhos.

“Autoridade” é um palavrão. E você pode ser humilhado hoje como pai, professor, jovem ou líder se você se apresentar como alguém que possui autoridade, se ousar sugerir que isto está certo e aquilo errado, que isto é piedoso e que aquilo é pecaminoso.

Ouça bem: o País dos Cegos se sente muito mais confortável com opiniões do que com ultimatos. E é isto o que o inimigo deseja silenciar: a autoridade da mensagem de Deus. Ao dizermos ao mundo: “Este é o caminho para o céu; aquele é o caminho para o inferno,” estamos pregando com a autoridade da Palavra vinda de Deus.

William Barclay escreveu várias décadas atrás:

Os olhos do pecador devem ser abertos ao pecado; a mente do enganado deve ser conduzida à realidade do seu engano; o coração dos negligentes deve ser golpeado para despertamento. A mensagem do crente não é um narcótico que serve para adormecer os homens; mas é uma mensagem que abre os olhos, revelando-lhes o que realmente são e quem Deus realmente é.

Estamos na terra dos espiritualmente cegos; conte-lhes a respeito da luz do evangelho glorioso que lhes concederá vista para toda a eternidade.

Aqui está o encorajamento: quando dizemos “estas coisas;” quando ousamos dizer: “a Bíblia diz,” “a Palavra de Deus diz,” Paulo nos garante que teremos o apoio dos céus.

Então, diga estas coisas, exorta e repreende.

Será que existem coisas que precisam ser corrigidas? Que tal:

  • O universo começou pelo acaso;
  • A vida começou pelo acaso;
  • Seres humanos são animais;
  • Um feto não é um bebê;
  • Sexo fora do casamento é seguro;
  • O que é legal é correto;
  • Pornografia é para os homens maduros;
  • Divórcio não afeta os filhos;
  • Religiões são todas iguais;
  • Existem muitos caminhos a Deus.

Paulo identificou Jesus no verso 13 com uma das declarações mais fortes sobre a esperança futura, uma declaração que está novamente sob ataque. Paulo escreve:

aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus,

No País dos Cegos, todos creem que Jesus é simplesmente mais um dentre muitos caminhos ao céu. Desde que você seja uma pessoa sincera, ele é mais um dentre inúmeros salvadores.

E existem muitos falsos pastores e falsos líderes espirituais pregando a mensagem do universalismo hoje. Você pode assistir a esses na televisão ou comprar um livro entre os mais vendidos numa livraria evangélica.

Outro dia mesmo recebi um artigo que destacava os ensinos universalistas de um autor chamado Brian McLaren em seu livro Um Novo Cristianismo. Esse autor rejeita o ensino bíblico da certeza. Ele argumenta que uma das coisas mais perturbadoras a respeito do Cristianismo é o seu dogmatismo, a certeza de suas declarações. E um autor concorda com ele e afirma que o que os escritores precisam fazer é manter vivas as grandes perguntas, pois isso é mais importante do que tentar respondê-las.

Você quer que a pergunta sobre seu destino eterno fique em aberto? Será que podemos, de fato, ter certeza? O apóstolo João respondeu há cerca de 2 mil anos:

Estas coisas vos escrevi, a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus.

A fim de saberdes... transmite convicção, não é?

O ex-pastor evangélico Rob Bell, que desde que se aposentou trabalha com filmes, pastoreou uma igreja de milhares de pessoas antes de publicar um livro. Esse livro é apenas uma nova roupagem do universalismo com um toque inteligente. No livro, ele afirma que todas as pessoas sinceras irão para o céu por meio de Jesus, mesmo que jamais tenham crido nele. Rob Bell zombou da noção de salvação que afirma que pessoas irão para o inferno. Ele escreve: “Desde que o seu coração esteja tranquilo e suas ações correspondam, você estará bem.”

Isso é como dizer a um paciente com câncer: “Desde que use roupas bonitas e engraxe seus sapatos, você ficará bem.”

Paulo escreve: “Tito, isso não é uma opção: pregue a verdade num país onde ninguém pode enxergar. Essa pregação envolverá conversa, motivação e alteração. E não espere um mar de rosas.”

Após vários anos transmitindo as mensagens pela rádio, tenho recebido várias reações diferentes às minhas pregações:

  • Algumas exigem que eu me retrate de meus ensinos ao vivo na rádio.
  • Algumas tentam mudar nossas doutrinas.
  • Alguns dizem que nossa doutrina, igreja e crenças são malignas.
  • Outros me enviam livros na tentativa de me fazer mudar de ideia.
  • Outros já escreveram me mandando ir dar uma voltinha, mas usando uma linguagem mais colorida.

Talvez seja por isso que Paulo conclua dizendo a Tito e a todos os que ensinam a verdade da Palavra de Deus no final do verso 15: Ninguém te despreze.

Poderíamos traduzir isso como: “Não deixe que ninguém intimide você. A despeito das pressões, continue pregando.”

A palavra “despreze” ocorre somente aqui em todo o Novo Testamento. É um termo composto que significa “desviar-se ou esquivar-se de alguma coisa.”

Paulo está dizendo: “Tito, não deixe que ninguém ande em círculos em volta de você; não dê brecha para ninguém com seu ensino; certifique-se de que seu ensino seja biblicamente defensável.”

Paulo usa a segunda pessoa do singular “tu,” colocando ênfase sobre Tito. “Você, Tito, não permita que ninguém consiga se esquivar de seu ensino e engane o rebanho ou até mesmo faça você mudar de ideia.”

Portanto, esse é o plano de ação; aqui está a forma de se impactar diariamente vidas de pessoas que moram na ilha de Creta e no Rio de Janeiro, em Recife, Manaus—onde quer que você more, trabalhe visite. Aqui está:

  • Faça de Jesus Cristo o assunto de suas conversas diárias.
  • Faça do Cristianismo o seu desafio que motiva outras pessoas.
  • Faça a verdade da Bíblia a base para suas alterações, tanto pessoalmente como através de você como um desafio e confrontação vivos àqueles ao seu redor.

E eu quero encorajá-lo hoje. Continue conversando sobre essas iniciativas; continue implorando que os outros creiam; continue encorajando outros a seguir; continue convidando outros a se juntar a você; continue vivendo; continue afirmando; continue... continue... continue! Fique no caminho!

Jamais se esqueça de que realmente estamos no País dos Cegos, mas indo em direção a um país de vista eterna, glória, comunhão, luz, beleza, perfeição e adoração eternas. Estou certo disso; tenho certeza disso; sei que é verdade, porque a Palavra de Deus foi que falou.

 

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 09/09/2012

© Copyright 2012 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

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