
Super-Vitoriosos, Divinamente Seguros
Super-Vitoriosos, Divinamente Seguros
Perdido Novamente—Parte 4
Romanos 8.35–39
Introdução—“Sim, Cristo Me Ama”
O corinho infantil Sim, Cristo Me Ama tem, sem dúvida alguma, influenciado mais crianças para Jesus Cristo do que qualquer outro corinho ou hino. A letra é da autoria de Anna Warner e esse corinho foi publicado em 1869 em um de seus livros mais vendidos.
Esse corinho foi apenas um poema em seu livro recitado por um dos personagens principais ao confortar um garotinho que estava morrendo. Eram palavras simples, mas direto ao ponto.
Cristo tem amor por mim,
Com certeza creio assim;
Por amor de mim morreu,
Vivo está por mim no céu.
Sim, Cristo me ama,
Sim, Cristo me ama,
Sim, Cristo me ama,
A Bíblia assim me diz.
Esse corinho tem não somente impactado crianças, mas também adultos no decorrer dos anos. Existe algo confortador e poderoso nesse lembrete maravilhoso do amor eterno de Deus por meio de Jesus Cristo.
Donald Grey Barnhouse conta a história de um americano/coreano que serviu durante a Guerra da Coreia, cinquenta anos atrás, como capelão. Esse homem era um crente comprometido e, já que sabia vem o idioma coreano, sua responsabilidade era colocar um pouco de ordem nos acampamentos onde soldados norte-coreanos estavam presos após terem sido capturados pelas forças aliadas.
Esse capelão não sabia o que fazer, nem sequer por onde começar. Daí, o Senhor o direcionou a fazer algo inesperado.
Ao entrar na primeira prisão onde centenas de soldados estavam detidos, ele se dirigiu a eles em sua língua nativa. Imediatamente, todos se reuniram ao seu redor para ouvir o que esse americano/coreano tinha a dizer.
Ele começou a ensiná-los como cantar uma tradução improvisada desse corinho infantil, Sim, Cristo Me Ama. Depois, ele lhes ensinou o significado dessas palavras. Ele foi de uma prisão a outra naqueles acampamentos enormes e repetiu o mesmo método, ensinando-os como cantar esse corinho e o significado da letra.
Eu li que, no decurso dos meses seguintes, milhares de soldados comunistas colocaram sua fé em Jesus Cristo. E, depois da guerra, eles se recusaram a se unir ao partido comunista.
Realmente, é impossível ser mais simples, ou mais rico do que isto—Cristo me ama!
Esse também é o cântico final em Romanos 8. Sim, Cristo Me Ama é o pináculo da verdade divina para o crente. Esse é o hino da segurança do crente.
A Segurança do Crente
Nesse último parágrafo de Romanos 8, Paulo questiona a tenacidade do amor de Cristo. No verso 35 e no decorrer de toda a passagem, ele responde, enfatiza, destaca, ressalta, realça e ilustra não somente a tenacidade, mas a permanência do amor de Cristo pelo crente. Simplesmente, é impossível deter esse amor!
Paulo prevê que seus leitores perguntarão, “Mas Paulo, existem coisas em minha vida que podem me fazer parar de amar a Jesus. Existe alguma evidência de que Ele pode parar de me amar?”
Que tipo de coisas? Paulo as lista no verso 35; coisas como:
tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome ou nudez, ou perigo, ou espada?
“Veja bem, Paulo, está até escrito em algum lugar que,”
Por amor de ti [Deus], somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro.
“Que tipo de amor é esse?!”
No verso 36, Paulo cita o Salmo 44.22 de Davi, o qual é uma descrição profética do martírio de crentes durante o período da tribulação. Esse é o período no qual os novos crentes salvos após o arrebatamento da igreja, que seguem a Cristo e recusam a seguir o Anticristo, morrerão em número tão grande que até recebem um louvor especial no livro de Apocalipse.
Esse derramamento de sangue, em certo sentido, aconteceu e acontece na igreja de Cristo em todas as gerações ao redor do mundo. Até mesmo hoje, cerca de 600 mil crentes perdem suas vidas todo ano.
O crente romano encararia perseguição severa. Eles foram crucificados, decapitados, queimados, afogados e até empalados em estacas e cobertos com piche para servirem de tochas nos pátios durante festas do imperador Nero.
É claro que isso significa que Cristo não ama mais a igreja! É claro que isso significa que o crente está perdendo o amor de Cristo!
Paulo responde ao reajustar nossa perspectiva na eternidade. Veja o verso 37:
Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.
Agora, quando pensamos em um animal vitorioso, não pensamos em uma ovelha. Quando pensamos em vitória em batalhas, não nos vem à mente a imagem de um cordeiro. Pensamos em leões, elefantes, águias—não em ovelha. Ovelhas não têm chance alguma!
Veja na segunda parte do verso 37 que a vitória não é pela força da ovelha, mas pela força do Pastor.
somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.
Não importa quão fracos sejamos; o que importa é quão forte nosso Pastor é!
Davi disse no Salmo 23, “Ei, todos vocês, vejam quem é o meu Pastor—é o Senhor! E, porque Ele é o meu Pastor, nada de importante me falta.”
E tudo o que Davi disse no Salmo—pastos verdes, águas tranquilas, proteção dos inimigos, correção, conforto e segurança eterna em meio à morte—é resultado direto do poder, força, caráter, conforto, amor e dedicação divinos do Pastor, não das ovelhas.
No fim, seremos mais que vencedores, conforme diz Romanos 8.37, por meio daquele.
Mas, quão vitoriosos somos por meio dEle?
Gosto muito da frase que Paulo utiliza. A. T. Robertson a traduz da seguinte forma, “Ganhamos uma vitória insuperável.” Essa é uma tentativa de traduzir o verbo grego composto hypernikomen. E que palavra é essa! Essa é a sua única ocorrência em toda a Bíblia.
A primeira parte dessa palavra é hyper, da qual derivamos nosso termo “hiper.” Quando lemos essa palavra, pensamos em uma criança agitada, correndo de um lado para outro, gritando. Ela é “hiperativa.” Em muitos casos, esse termo tem uma conotação negativa.
Contudo, na tradução latina, ela é traduzida como “super,” a qual nos fornece outra perspectiva. Ela significa, “acima, maior, espetacular.”
Poderíamos dizer, “super-fantástico, super-maravilhoso.” Todas aquelas coisas que uma mãe sente quando seu filho de três anos de idade finalmente dorme. Finalmente, tudo fica super-calmo!
A segunda parte do verbo grego é a palavra nikao, que significa “vitória.” Nós a pronunciamos como nike.
“Nike” é o símbolo mais conhecido e famoso no esporte mundial. Ele se encontra em calçados, raquetes, jaquetas, tacos de golfe, bonés e milhares de outras coisas. Ele significa, “vitória.”
Pouquíssimas coisas causam tanta animação quanto uma vitória. Por isso, queremos contar a todos sobre nossa vitória! E é exatamente isso o que Paulo está fazendo nesses versos.
Em 1 Coríntios 15.54, Paulo fala sobre a vitória de Cristo sobre a morte e ele usa o verbo nikao.
O apóstolo João também o emprega em 1 João 5.4–5:
porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?
Um autor sugeriu que quando Paulo escreve sobre a vitória garantida ao crente pela obra de amor de Cristo, ele parece sugerir que o verbo simples nikao seria um termo fraco. Então, pela primeira e única vez nas Escrituras, ele acrescenta o prefixo hyper na frente do verbo.
A segurança do crente é super-vitoriosa! Nossa segurança em Cristo está acima e além do que qualquer coisa que o inimigo tente fazer. Em e através de Jesus Cristo, já estamos no lado da vitória!
Você pode dizer, “É claro que Paulo não é vitorioso em tudo!”
“É sim, até mesmo naquelas coisas que parecem causar os maiores medos e dúvidas!”
O Que Nos Separará do Amor de Cristo?
Agora, Paulo lista dez coisas diferentes que pensamos que podem nos separar do amor de Cristo.
- Paulo lista a primeira coisa: o grande separador chamado morte!
Ele diz nos versos 38 e 39:
Porque eu estou bem certo de que nem a morte… poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.
A morte não é o grande separador? Não é ele o elemento mais temido?
Francis Bacon escreveu, “Os homens temem a morte como as crianças temem o escuro.”
Até mesmo Woody Allen, o diretor de cinema, brincou certa vez, “Não tenho medo da morte… só não quero estar lá quando ela acontecer.”
Paulo diz, “Estou convencido… estou certo!”
Quando falamos sobre as coisas de Deus e Sua Palavra, geralmente dizemos, “Bom, eu acho que isso é verdade… Imagino que as coisas sejam assim….”
Paulo diz, “Estou bem certo… Tenho certeza absoluta de que a morte não separa o crente de Cristo; na verdade, ela une.”
A morte somente nos aproxima ais da presença da glória e do amor eterno de Deus.
Alexander MacLaren coloca isso da seguinte forma, “A morte nos separa do mundo para nos levar a Deus.”
Donald Grey Barnhouse é um homem que cito com certa frequência porque ele escreveu um comentário excelente e extenso baseada em suas pregações em Romanos no meio do século passado.
A esposa do Dr. Barnhouse morreu de forma inesperada, deixando-o com vários filhos novos. Ele ficou se perguntando como explicaria aos filhos a morte da mãe de uma perspectiva eterna.
Ele e seus filhos estavam no carro voltando de funeral quando eles se depararam com um sinal vermelho. Naquele momento, um caminhão grande parou do lado deles, projetando uma sombra sobre o carro. Imediatamente, o Senhor levou o Dr. Barnhouse a pensar em uma ilustração.
Ele perguntou aos filhos, “Você preferiria ser atropelado por um caminhão ou pela sombra de um caminhão?”
“Essa é fácil, papai,” eles replicaram, “preferiríamos ser atropelados pela sombra porque isso não doeria.”
Ele então disse a eles, “Filhos, sua mãe acabou de passar pelo vale da sombra da morte. A morte não dói—ela é apenas uma sombra em nossa viagem ao céu.”
“Você tem certeza disso, Paulo?”
“Ah, sim, tenho certeza absoluta!”
A morte é apenas a mão que abre a porta do céu.
- Paulo continua e adiciona o outro lado da moeda nesses pares de contrastes. Ele diz, ao continuarmos nos versos 38 e 39:
Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida… poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.
A morte é assustadora, mas a vida é perigosa.
Você pode perguntar, “Então quer dizer que nada na vida pode me separar do amor de Cristo?”
Paulo diria, “Estou convencido disso. E Deus me direcionou a escrever essas palavras inspiradas.”
Jesus Cristo mesmo disse, conforme registrado em Mateus 29.20: e eis que estou convosco, todos os dias, até a consumação dos séculos.
Até a consumação do aion. Essa é a mesma palavra que Paulo utiliza para descrever Deus em Romanos 16.26 como o Deus eterno.
Então, poderíamos traduzir esse verso como, “Estou convosco até a consumação da eternidade.”
Mateus 28.20 era o verso-chave para David Livingstone, o missionário que explorou a África. Vez após vez em momentos de crise em sua vida, conforme registrado em sua biografia, David Livingstone escrevia Mateis 28.20 em seu diário com as seguintes palavras, “Essas são as palavras de Deus, que é um cavalheiro de honra mais elevada e sagrada… então, não há discussão.”
Isso sim, meu amigo, é viver com a convicção: Sim, Cristo me ama, a Bíblia assim me diz!
- Terceiro, Paulo nos informa de que os anjos jamais nos separarão do amor de Cristo.
nem a morte, nem a vida, nem os anjos… poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.
Paulo se refere aqui aos anjos bons, já que eles são contrastados nesse verso com a próxima categoria de “principados.” Esse termo descreve os demônios ou anjos caídos.
Será que Paulo está sugerindo que alguns dos anjos bons podem mudar de condição, deixando sua santidade e, de alguma maneira, separando o crente de Cristo?”
Não. Contudo, creio que Paulo, nessa lista, traz à luz questões misteriosas, confusas e cercadas de superstição—morte, anjos, demônios, futuro, etc. E o mundo de Paulo estava cercado de superstição.
As pessoas do mundo de Paulo haviam erroneamente desenvolvido um sistema de crenças em anjos que não tinha nada a ver com as Escrituras, mas tudo a ver com suas próprias imaginações. Na verdade, rabinos da época estavam ensinando que todas as coisas tinham um anjo.
Eles ensinavam que havia anjos dos ventos, das nuvens, da neve, do trovão e do relâmpago, do frio e do calor. Na verdade, eles levavam as pessoas a crer que não havia nada no mundo, nem sequer um capim, que não tinha um anjo associado ou conectado.
Além disso, a crença comum era a de que até mesmo os anjos bons estavam chateados com o fato de Deus haver criado a humanidade, a quem eles deviam servir.
Tudo indica que Paulo trata da superstição de seu mundo ao dizer nesses versos, “Não existe anjo algum capaz de realizar algo para prejudicar a opinião de Cristo a respeito do crente.”
- Quarto, Paulo continua e se refere ao mundo dos demônios ou anjos caídos (arche).
nem a morte, nem a vida, nem os anjos nem principados… poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.
Paulo emprega com bastante frequência o termo grego arche para se referir ao mundo dos demônios, como vemos em Efésios 6.12 e Colossenses 2.15.
Talvez, Paulo estivesse imaginando que alguém diria, “Mas e os demônios, será que eles não podem nos separar do amor de Cristo?”
A própria palavra “diabo,” ou diabolos no grego, significa “separar de, opor-se a.” Será que o inferno pode causar a nossa perdição?
Paulo escreve, “Estou convencido de que não.”
Por que não? “Porque” Paulo escreveu em Colossenses 2.13–15:
vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; tendo cancelado o escrito de dívida… removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz; e, despojando os principados…publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz.
A obra de Cristo na cruz desabilitou qualquer ameaça dos arche, dos principados, o mundo demoníaco, de forma que ele é incapaz de separar o crente do amor de Cristo.
Jesus Cristo disse, como vemos em Mateus 16.18: edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
Agora, Paulo adiciona mais duas coisas que não separarão o crente:
- Coisas do presente;
- Coisas do porvir.
nem a morte, nem a vida, nem os anjos nem principados, nem coisas do presente nem do porvir… poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.
Em outras palavras, não há nada no presente, nem no futuro, que abalará a nossa posição segura como amados filhos de Deus.
- Daí, Paulo adiciona um pensamento singular no final do verso 38—nem poderes.
nem a morte, nem a vida, nem os anjos nem principados, nem poderes… poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.
Poderes, ou dynamis no grego, é a mesma palavra usada em Atos 8.10 para falar sobre Simão o Mágico. Esse mágico tinha poder sobrenatural ou dynamis.
Não somente o mundo demoníaco é incapaz de nos separar de Cristo, mas homens e mulheres motivados e energizados pelos demônios, bem como as doutrinas de demônios, são ineficientes em sua tentativa de nos separar de Cristo. Eles não podem lançar uma maldição ou alguma praga no crente; o crente não pode ser objeto de bruxaria, feitiçaria, magia de forma a caírem do amor de Deus em Cristo.
Não há necessidade alguma de se temer a Sexta-Feira 13, ou de ver um gato preto cruzando o seu caminho, quebrar um espelho ou passar debaixo de uma escada. Essas coisas não possuem nenhum poder sobre ou na vida do filho de Deus.
Uma edição recente de uma revista que assino trazia um artigo de um jornal da China. O artigo relatava que os governantes no sul da China não emitem mais placas de veículos com o número 4. Aparentemente, eles acreditam que esse número, que tem uma pronúncia semelhante à da palavra “morte,” pode estar associado ao índice crescente de acidentes de trânsito.
Muitos prédios na região não têm mais um quarto andar e donos de celulares com um número que termina com 4 podem receber uma compensação por isso.
Eles creem que o número 4 tem algum tipo de poder, alguma energia negativa que causa o acontecimento de coisas ruins. Foi impossível não pensar no número de telefone da minha casa que termina com 444. Estou com um problema triplo!
Superstição não pode nos separar do amor de Deus.
Acho interessante o fato de que podemos traduzir a palavra “poderes” ou dynamis com outra palavra: “energia.” As superstições dos dias de Paulo, e de nosso mundo hoje, creem em energias místicas e sobrenaturais.
Uma das crenças que mais cresce é a do Feng Shui. Essa é uma crença chinesa paralela à superstição do Ying/Yang, a qual afirma que energias positiva e negativa fluem pelo seu corpo, casa, negócios e mundo em geral. E essa energia possui poder sobre o ser humano e precisa ser redirecionada, purificada e manipulada.
Se você visitar o website, como eu fiz, você verá como reorganizar os móveis de sua casa a fim de manter a energia negativa do lado de fora e trazer mais energia positiva. Um site sugeriu:
Energia deve fluir por um caminho livre e sinuoso entrando pela porta da frente e saindo pela porta dos fundos.
Sinos que balançam com o vento devem ser pendurados na porta da frente para evitar que energia negativa entre em sua casa.
Uma estátua de um casal de cachorros deve ser colocada do lado de fora na entrada para servirem de protetores do lar e repelirem energia negativa.
O apóstolo Paulo diz que energias não têm nenhum poder sobre o crente. Deus é o criador, sustentador, protetor, planejador, supervisor, designer e soberano sobre tudo o que existe.
Essas crenças são apenas exemplos de como Romanos 1 pode ser aplicado às vidas dos que recusam a verdade sobre Deus em Cristo. Ao invés de adorarem o Criador, eles elevam e adoram a natureza e as coisas criadas. Suas vidas são governadas por energia e não pelo Salvador.
Agora, Paulo avança em seu discurso e mergulha em questões ainda mais desconhecidas e assustadoras que estão além de nosso entendimento. Por isso, elas se tornam objetos de superstição e medo na melhor das hipóteses e falsa adoração na pior.
Paulo adiciona mais duas coisas à lista:
- Altura;
- Profundidade.
nem a morte, nem a vida, nem os anjos nem principados, nem poderes, nem altura, nem profundidade… poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.
À primeira instância, isso parece indicar que, se você consegue imaginar uma linha vertical—o máximo que você consegue subir e o máximo que você consegue descer—mesmo ali, você não estará além do alcance do amor de Deus. Todavia, Paulo usa duas palavras que geravam dúvidas, incertezas, confusão e até mesmo terror no coração dos descrentes e, provavelmente, de muitos crentes desinformados.
Os termos gregos hypsoma (“altura”) e bathos (“profundidade”) eram termos astrológicos. “Altura” se referia ao tempo em que uma estrela se encontrava em seu zênite e sua influência considerada estar em seu ponto mais forte. “Profundidade” se referia ao tempo em que a estrela estava em seu ponto mais baixo, como que esperando subir e lançar sua influência aos nascidos debaixo dela.
Ao se lançar o horóscopo, o zênite ou altura da estrela e a profundidade da estrela de uma pessoa—ou a configuração dos planetas e estrelas quando nascem—de alguma forma, lançam poder e influência sobre as coisas que encontram pelo caminho, determinando como viverão e as decisões que tomarão.
Salomão escreveu em Provérbios 3.5–6:
Confia no SENHOR de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas.
Salomão escreveu isso diante de milhares de anos de astrologia.
Não levaremos muito tempo, mas preciso dizer que a Bíblia ensina a origem satânica da astrologia. Ela volta à época da Babilônia e da Torre de Babel.
Muitos de nós fomos ensinados na Escola Dominical que a Torre de Babel foi uma torre alta que os homens construíram para chegar ao céu. A tradução comum de Gênesis 11.4 diz: edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo tope chegue até aos céus.
Contudo, o texto hebraico poderia ser traduzido: uma torre cujo topo seja um céu.
Em outras palavras, nessa torre haveria peças planas de pedra representando o zodíaco e seus doze símbolos do sol.
Pelo menos doze torres semelhantes a essa foram escavadas no século passado. No teto, havia o zodíaco pelo qual lançavam seus horóscopos.
Seus sacerdotes, séculos antes de Paulo escrever Romanos, tinham um círculo raspado na parte de trás da cabeça que representava sua devoção ao deus Zodíaco—o deus do sol. Milhões dos devotos tocavam a testa, o peito, o ombro esquerdo e o direito, fazendo o sinal de quatro pontos de uma bússola, revelando sua devoção ao deus do sol, da lua e das estrelas. O mundo já vivia sob a sombra da astrologia quando Jesus Cristo veio a Terra.
Não se engane, o mundo do século vinte e um é tão devotado às estrelas quanto o mundo do século primeiro.
Paulo escreve em Romanos 1.21 que, por haverem rejeitado o Criador, eles se tornaram servos da criação e:
se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato.
Conforme pesquisas, mais de doze milhões de americanos alteraram seu comportamento e planos com base na astrologia. Ex-presidentes e chefes de estado organizaram seus calendários de viagem e manobras políticas segundo as estrelas,
Paulo, com efeito, diz a qualquer crente que pode estar sendo assombrado pelas experiências passadas ou dúvidas presentes, “As estrelas não podem prejudicá-lo.”
As estrelas não governam suas vidas, elas não determinam seus destinos. O poder do único Deus vivo e verdadeiro, que criou as estrelas, governa como soberano do universo.
Para aqueles que O rejeitam como fonte de sabedoria e direção, Provérbios 1.24–31 cita Deus em uma advertência temerosa:
Mas, porque clamei, e vós recusastes; porque estendi a mão, e não houve quem atendesse; antes, rejeitastes todo o meu conselho e não quisestes a minha repreensão; também eu me rirei na vossa desventura, e, em vindo o vosso terror, eu zombarei, em vindo o vosso terror como a tempestade, em vindo a vossa perdição como o redemoinho, quando vos chegar o aperto e a angústia. Então, me invocarão, mas eu não responderei; procurar-me-ão, porém não me hão de achar. Porquanto aborreceram o conhecimento e não preferiram o temor do SENHOR; não quiseram o meu conselho e desprezaram toda a minha repreensão. Portanto, comerão do fruto do seu procedimento e dos seus próprios conselhos se fartarão.
- Paulo adiciona um último elemento nessa lista do verso 39:
nem a morte, nem a vida, nem os anjos nem principados, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.
É como se Paulo dissesse, “Veja bem, caso eu tenha deixado de mencionar alguma coisa nesse parágrafo, essa última cobre tudo!”
Já que Deus criou tudo o que existe, nada pode nos separar do amor de Deus.
Os Santos Estão Seguros
pela Promessa de Deus
Note que Paulo termina esse hino de segurança no verso 39 com uma frase: do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.
“Em Cristo… em Cristo…,” esse é o tema favorito de Paulo, “em Cristo Jesus.”
Meus amigos, o amor de Deus não é uma mera teoria; ele é uma pessoa. Não é um sentimento impalpável de Deus; ele é uma comunhão com Deus através de Jesus Cristo.
Conte com ele; dependa dele; tenha convicção nessa Palavra de Deus.
Você está eternamente seguro porque Deus, o criador de tudo, condescendeu para morrer por tudo o que diz respeito a sua vida, de forma que nada pode agora separá-lo de Seu amor seguro, eterno e extenso.
Em seu leito de morte, Charles Spurgeon disse aos seus últimos visitantes, “Com o passar do tempo, minha teologia ficou cada vez mais simples. É simplesmente isto:
Sim, Cristo me ama!
Nada mais!
Cristo tem amor por mim,
Com certeza creio assim;
Por amor de mim morreu,
Vivo está por mim no céu.
Sim, Cristo me ama…
A Bíblia assim me diz!
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 28/03/2004
©Copyright 2004 Stephen Davey
Todos os direitos reservados
Add a Comment