O Que Não É!

O Que Não É!

by Stephen Davey Ref: Romans 1–16

O Que Não É!

Romanos 8.28

Introdução

Chegamos hoje ao que talvez seja um dos versos mais conhecidos do Novo Testamento. Romanos 8.28 é um daqueles versos que costumamos carregar em nosso bolso quando precisamos de sentido, propósito ou mesmo resposta de Deus.

Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.

Que verso incrível. Ele pode realmente ajustar a perspectiva de nossas vidas.

Infelizmente, muitos crentes buscam fazer esse ajuste de maneira inadequada, diferente do que Deus desejou transmitir. Ouvimos histórias e mais histórias de coisas ruins que tiveram um final feliz e dizemos, “É exatamente isso o que diz Romanos 8.28!”

Ouvimos sobre alguma dificuldade pela qual um crente passou e logo citamos o verso, “…todas as coisas cooperam para o bem….”

Ainda me lembro de estar em um funeral de pé próximo à viúva e ouvindo as conversas das pessoas que passavam por nós. Uma mulher, bem-intencionada, tocou o ombro da viúva e disse, “Lembre-se de Romanos 8.28.”

Usamos esse verso em salas de hospital, velórios e salas de U.T.I. E nós o utilizamos porque o entendemos errado.

Lentamente, tenho lido a longa biografia de George Whitefield de 1200 páginas. Ele foi um homem grandemente usado por Deus para realizar o Grande Avivamento nos Estados Unidos e na Inglaterra em meados do século 18. Um evento, registrado no diário de um homem, pareceu ser uma bela história de Romanos 8.28.

George Whitefield soube da situação delicada de uma viúva com vários filhos. O proprietário da casa onde ela morava de aluguel confiscou todos os seus móveis porque ela não tinha dinheiro para pagar pela moradia.

Imediatamente, Whitefield montou o cavalo e viajou uma longa distância com seu amigo até a vila dessa mulher. Quando chegaram à casa da viúva, ele lhe deu cinco libras; uma quantia suficiente para pagar seu aluguel e recuperar seus móveis.

Quando cavalgavam de volta para casa, o amigo de Whitefield chamou sua atenção por haver dado todo aquele dinheiro à viúva. Whitefield respondeu, “Quando Deus coloca uma necessidade à nossa frente, Ele o faz para que a supramos.”

De repente, os dois homens foram surpreendidos por um ladrão na estrada que os confrontou e exigiu seu dinheiro. Porque dera todo seu dinheiro à viúva aflita, Whitefield não tinha nada, mas seu amigo ainda tinha um dinheiro em sua bolsa. Depois que o ladrão partiu, Whitefield virou o jogo para cima de seu amigo e o lembrou de como teria sido melhor se a pobre viúva tivesse aquele dinheiro ao invés de o ladrão. Ao continuarem sua jornada, o ladrão retornou e exigiu o casaco de Whitefield. Whitefield graciosamente concordou, mas com a condição de poder ficar em troca com o casaco esfarrapado do bandido, uma vez que o dia era frio. Depois de trocarem os casacos, o ladrão partiu novamente. Depois de algum tempo, Whitefield e seu amigo viram o bandido galopando em direção a eles em alta velocidade. Temendo por suas vidas, eles deram com suas esporas contra os lados dos cavalos e conseguiram chegar a uma pequena vila antes que o ladrão os alcançasse. O bandido teve que dar meia volta e ir embora; caso contrário, seria preso. Ao se sentar próximo ao fogo, Whitefield tirou seu casaco esfarrapado e achou em um dos bolsos suas cinco libras, além de mais quinhentas libras!

Esse, sim, é o tipo de história que gosto! Aí, sim, vemos Romanos 8.28 em prática, correto? Sem dúvida, sim.

Mas, e se Whitefield não tivesse pedido o casaco velho do bandido e, ao invés de um final feliz, tivesse perdido todo o seu dinheiro, seu casco e seu cavalo também? Será que ainda citaríamos Romanos 8.28? Deus não é maravilhoso?

Ou, o que diríamos se o bandido tivesse matado o amigo de Whitefield, ou ambos? Você teria coragem de citar esse verso?

E o que dizer das vezes em que Whitefield pregou e pessoas jogaram pedras dentro da igreja pelas janelas de vidro? E as vezes em que Whitefield foi xingado ou teve de lidar com débitos enormes de seu orfanato? Será que Romanos 8.28 se encaixa nessas situações?

E o que falar da vez em que uma jovem crente da Ásia, ativa em sua igreja, que servia a Cristo enquanto fazia mestrado com planos de ser missionária, que trabalhava em uma joalheria para pagar suas despesas quando dois bandidos invadiram a loja, roubaram algumas joias e a assassinaram? Romanos 8.28 funciona nesse caso?

E as doenças terminais e divórcio? Que tipo de verso citamos no momento em que decretamos falência nos negócios? O que você diz a uma mulher que constantemente recebe propostas indecentes de seu patrão, que também é um líder na igreja? O que dizer a um casal de idosos que viu suas economias da vida roubadas? Será que podemos utilizar esse verso com uma vítima de abuso sexual ou estupro? O que dizer a essas pessoas? “Lembre-se de Romanos 8.28”?

Se todas as coisas cooperam para o bem, onde está o bem em tudo isso? Será que tudo estava cooperando bem para Isaque enquanto ele subia o monte Moriá? Será que tudo cooperava para o bem enquanto Davi fugia para salvar sua vida depois de ter sido ungido rei? Será que tudo cooperava para o bem através da infidelidade da esposa de Oséias? Será que tudo cooperava para o bem quando José foi sentenciado à prisão? Tudo cooperava para o bem quando João Batista foi de repente decapitado? Será que alguns desses personagens entenderia Romanos 8.28 da mesma forma como a maioria dos crentes de hoje entende?

Ouça o seguinte:

A interpretação correta de qualquer verso das Escrituras significa que ela é correta em qualquer condição, com qualquer crente, em qualquer cultura e em quaisquer circunstâncias.

Se uma interpretação não funciona quando o sol se esconde e nuvens se formam, então, isso significa que não compreendemos o verdadeiro sentido da passagem bíblica.

E isso me leva a dizer o seguinte: Romanos 8.28 talvez seja um dos versos mais mal citados em todo o Novo Testamento.

O problema nisso—se não entendemos corretamente o que Deus está dizendo e o aplicarmos de forma errada—é que ele pode distorcer nossa perspectiva e nos conduzir a caminhos que agradam não ao Pai Celestial, mas ao inimigo de nossas almas. Esse inimigo, como leão que ruge, anda em derredor buscando devorar o crente e destruí-lo, não comente por meio de atividades externas, mas atitudes internas também.

Romanos 8.28: O Que NÃO Significa!

Então, antes de prosseguirmos com o que Romanos 8.28 significa, gostaria de informá-lo a respeito daquilo que esse verso não significa.

  • Primeiro, Romanos 8.28 não é uma explicação detalhada sobre sofrimento.

Paulo não fornece uma resposta instantânea para a dor. Esse verso não é uma espécie de Band-Aid para você colocar em um crente que está sofrendo. Na verdade, esse verso não propõe solucionar as charadas da vida.

Além disso, esse verso não busca responder perguntas que começam com a palavrinha, “Por que.”

Você sequer se preocupa em ler versos como:

  • Isaías escreveu, Verdadeiramente, tu és Deus misterioso… (Isaías 45.15);
  • Moisés disse, As coisas encobertas pertencem ao SENHOR (Deuteronômio 29.29);
  • Eclesiastes declara, Assim como tu não sabes qual o caminho do vento, nem como se formam os ossos no ventre da mulher grávida, assim também não sabes as obras de Deus, que faz todas as coisas (Eclesiastes 11.5);
  • Deus falou por intermédio do profeta Isaías em outra ocasião ao declarar, Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o SENHOR, porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos (Isaías 55.8–9).

Em outras palavras, queremos respostas, mas não temos capacidade para compreender a mente infinita de Deus ou a maneira como Ele age, administra, move e controla os acontecimentos de nossas vidas.

Por isso, Paulo escreveu em Romanos 11.33: Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!

Em 1 Coríntios 2.16, ele escreveu: Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir?

Em outras palavras, a marca de crescimento na fé é chegar ao ponto em que exigimos cada vez menos explicação de Deus!

Todos nós precisamos praticar falas como, “Não sei por quê!”

Repita comigo, “Não sei por quê. Não tenho explicação; isso ultrapassa o meu entendimento.”

Essas não são minhas expressões favoritas. Pode perguntar para a minha família. Além disso, em minha função de pastor, devo ter respostas para perguntas, não é mesmo?

Imagine você ligar para o seu pastor ao passar por um desafio grande na vida e ouvi-lo dizer, “Não faço ideia… Não imagino o que Deus está realizando em sua vida. Estou totalmente surpreso!”

Você provavelmente iria em busca de outra igreja.

Quanto mais velho fico, com mais frequência admito, “Não sei por quê, mas sei Quem.”

Quando Jó exigiu uma explicação, Deus respondeu, não com uma resposta, mas com Seus atributos. O problema é que, na maioria das vezes, preferimos respostas!

  • Romanos 8.28 não é uma explicação para o sofrimento e, em segundo lugar, não é proibição contra a tristeza.

Você já ouviu um crente dizendo a outro, “Não chore… lembre-se de Romanos 8.28!”

O lema de muitas igrejas é, “Crentes maduros não choram!”

Bom, se for esse o caso, então Jesus Cristo fracassou miseravelmente defronte do túmulo de Lázaro quando Ele chorou abertamente. A multidão disse em João 11.36: Vede quanto o amava.

Esse verso em Romanos não proíbe tristeza ou lamentação.

Contudo, você alguma vez já compartilhou com alguém algum desafio e a pessoa, como um médico, entregou para você Romanos 8.28 como se fosse uma receita de remédio? “Ei, toma um desses por dia com um copo de água e você vai melhorar.”

Quantos crentes não temem revelar como se sentem, especialmente se o sentimento é de tristeza, frustração, perda, confusão ou dúvida? A igreja pode se tornar uma faixada e aplicar erroneamente Romanos 8.28 pode ser o motivo dessa faixada.

Romanos 8.28 não é uma explicação detalhada sobre sofrimento, nem uma proibição contra a tristeza.

  • Terceiro, Romanos 8.28 não é um pretexto para evitar os desafios da vida.

Alguns crentes dizem, “Acalme-se… não fique tão animado assim com seu fervor e zelo pelo Senhor. Ele fará o que quiser mesmo. Então, nem se anime em realizar algo para Deus. Ele fará com que tudo coopere para o bem!” Essa atitude, contudo, é mal orientada.

Meus amigos, esse verso não é uma desculpa para escapar da grande comissão. Esse verso não é um bilhete para não estudar. Paulo não providencia ao crente uma justificativa para apatia ou complacência.

Os tessalonicenses tinham esse problema. Eles estavam dizendo, “Jesus está voltando. Então, por que se animar, por que construir, por que plantar, por que começar um negócio, por que tentar alcançar o mundo com o Evangelho… na verdade, por que sequer trabalhar?”

Muitos começaram a abandonar seus empregos, dizendo, simplesmente, conforme lemos em 2 Tessalonicenses 3.10:

Porque, quando ainda convosco, vos ordenamos isto: se alguém não quer trabalhar, também não coma.

Romanos 8.28 jamais justificará complacência em sua caminhada com Cristo. Nosso dever é correr uma corrida, carregar nossa cruz, combater o bom combate, glorificar a Deus com o que Ele tem colocado em nossas mãos. Encaramos os desafios da vida de frente e, ao mesmo tempo, de joelhos.

  • Em quarto lugar, Romanos 8.28 não é um bilhete permanente para uma vida confortável.

Paulo já lembrou o crente em Romanos 8.25 de que aguardamos e ativamente esperamos com expectativa.

Alguém pode dizer, “Bom, tenho pedido que Deus faça a vontade dEle em minha vida; não entendo por que Ele não a tem realizado.”

Apesar de não sabermos qual é a vontade de Deus para o nosso futuro, Ele já nos deu mais do que conseguimos realizar agora. Deixe-me alistar algumas coisas:

  • obedecer aos pais (Efésios 6.1);
  • se você é solteiro, relacionar-se em romance apenas com outro crente (1 Coríntios 6.15);
  • se você é casado, maridos devem amar ativamente e liderar suas espoas; esposas devem ativamente amar e respeitar sues maridos (Efésios 5.22–25);
  • criar seus filhos com um entendimento das verdades bíblicas e espirituais (Efésios 6.4);
  • prover as necessidades físicas de sua família (1 Timóteo 5.8);
  • trabalhar duro em sua ocupação (1 Tessalonicenses 4.11–12);
  • ofertar ao Senhor, à Sua igreja e à Sua causa (2 Coríntios 8–9);
  • orar consistente e constantemente (1 Tessalonicenses 5.17);
  • desenvolver uma atitude de gratidão e alegria (1 Tessalonicenses 5.16);
  • servir o corpo de Cristo aonde Deus o conduzir (1 Coríntios 12);
  • exercitar seus dons espirituais (1 Pedro 4.10);
  • adorar constantemente com a assembleia dos crentes (Hebreus 10.25);
  • desenvolver e praticar as convicções bíblicas (Colossenses 3.2);
  • estudar a Palavra de Deus (2 Timóteo 2.15);
  • memorizar a Palavra de Deus (Salmo 119.11);
  • meditar na Palavra de Deus (Salmo 1.2).

Comece com isso!

O problema não é o que não sabemos sobre a vontade de Deus e não podemos realizar; o problema é aquilo que sabemos ser a vontade de Deus, mas nos recusamos a fazer.

Romanos 8.28 não é uma desculpa para deixar essas coisas de lado.

Existe, ainda, outro problema com o mau uso desse verso. Deixe-me incluir neste quarto ponto.

Muitos acreditam que Deus se comprometeu a nos fornecer uma vida livre de dor e problemas ao inserirem nesse verso a palavra “agora.” Veja Romanos 8.28 novamente enquanto leio a versão dessas pessoas: Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem agora.

Ou, talvez, “no futuro próximo… receberei minha resposta… a vida irá melhorar… tudo ficará bem.”

É impossível sustentar essa perspectiva com a realidade das Escrituras.

Ouça as palavras que Paulo escreveu ao falar com seus companheiros de viagem num navio que estava prestes a se despedaçar e afundar. Deixe-me ler Atos 27.14–26:

Entretanto, não muito depois, desencadeou-se, do lado da ilha, um tufão de vento, chamado Euroaquilão; e, sendo o navio arrastado com violência, sem poder resistir ao vento, cessamos a manobra e nos fomos deixando levar. Passando sob a proteção de uma ilhota chamada Cauda, a custo conseguimos recolher o bote; e, levantando este, usaram de todos os meios para cingir o navio, e, temendo que dessem na Sirte, arriaram os aparelhos, e foram ao léu. Açoitados severamente pela tormenta, no dia seguinte, já aliviavam o navio. E, ao terceiro dia, nós mesmos, com as próprias mãos, lançamos ao mar a armação do navio. E, não aparecendo, havia já alguns dias, nem sol nem estrelas, caindo sobre nós grande tempestade, dissipou-se, afinal, toda a esperança de salvamento. Havendo todos estado muito tempo sem comer, Paulo, pondo-se em pé no meio deles, disse: Senhores, na verdade, era preciso terem-me atendido e não partir de Creta, para evitar este dano e perda. Mas, já agora, vos aconselho bom ânimo, porque nenhuma vida se perderá de entre vós, mas somente o navio. Porque, esta mesma noite, um anjo de Deus, de quem eu sou e a quem sirvo, esteve comigo, dizendo: Paulo, não temas! É preciso que compareças perante César, e eis que Deus, por sua graça, te deu todos quantos navegam contigo. Portanto, senhores, tende bom ânimo! Pois eu confio em Deus que sucederá do modo por que me foi dito. Porém é necessário que vamos dar a uma ilha.

Que coisa maravilhosa, não é? Um anjo veio a Paulo e declarou a boa notícia: Porém é necessário que vamos dar a uma ilha.

Espere um minuto! Se Deus pode se dar ao trabalho de enviar um anjo, por que não mandar o anjo pegar Paulo e colocá-lo em uma ilha?

Gosto da ironia de Paulo nesse discurso—e a realidade do Cristianismo de Paulo. Ele diz no verso 25: confio em Deus. Daí, ele diz no verso 26: Porém é necessário que vamos dar a uma ilha.

Esses dois versos não dão certo juntos, não é? “Deus está em controle,” Paulo diz, “mas eu tenho que nadar! Vamos arranhar nossos joelhos nos arrecifes, seremos lançados de um lado a outro pelas ondas e ventos, água entrará no nossa nariz e pulmões; provavelmente ficaremos com muito medo.”

Ele disse no verso 22:

aconselho bom ânimo, porque nenhuma vida se perderá de entre vós, mas somente o navio.

Você sabe o que Paulo está sugerindo aqui? Deus havia ordenado que ele sobreviveria, mas Deus também havia ordenado que o navio naufragaria!

Paulo diria juntamente com William Cowper, o escritor do hino:

Deus trabalha de maneiras misteriosas

A fim de realizar Suas maravilhas;

Ele coloca Seus pés nos mares,

E anda sobre a tempestade.

Ele não diz, “Deus se livra da tempestade,” mas, “Ele anda sobre a tempestade.”

Quando viajei para a ilha de Malta, fui ao recostado de uma montanha pedregosa. Fiquei sobre a suposta baía onde Paulo nadou até a praia quando passou por outro naufrágio!

Deus anda sobre a tempestade.

Quem se voluntariaria para esse tipo de Cristianismo?

Com certeza, Deus daria aos Seus amigos—

bom clima,

boa saúde,

prosperidade

diagnósticos médicos favoráveis,

boas notícias financeiras, e

um mar tranquilo por onde navegar—

é claro que os barcos de crentes não afundam!

Lá no fundo, é justamente isso o que esperamos de Deus e fica evidente em nossa reação quando começa a entrar água em nosso barco. Na verdade, esperamos que Deus nos trate melhor do que isso.

Lembro-me de, anos atrás, ter ido à França em uma viagem missionária. Eu estava viajando com minha esposa, meus pais missionários e outros irmãos de nossa igreja.

No caminho de volta para casa, após uma semana de trabalho, eu e minha esposa fomos fazer o check-in em Paris. Depois de uma demora, pediram que sentássemos nas cadeiras e aguardássemos. Evidentemente, algo estava errado. Aconteceu que eles tinham separado eu e minha esposa por acidente. Depois de conversarem entre si em francês, os atendentes nos informaram que nos colocariam em primeira classe—a viagem inteira de volta para casa.

Deixe-me dizer para você: existe um mundo de diferença entre primeira classe e classe econômica. Agora eu sei por que eles puxam aquela cortina—eles não querem que você saiba como as coisas são péssimas atrás na carroça!

Era outro mundo na primeira classe! Nem sequer tínhamos decolado e já nos estavam oferecendo bebidas—até mesmo champanhe. Acho que eles não entenderam por que queríamos apenas chá gelado. Eles nos serviram uma refeição completa com talheres de ferro e guardanapo de pano, bem como um cardápio de sobremesas com um café tão forte que ficou comigo uns três dias. Além disso, ofereceram muitas outras coisas em cortesia. As poltronas de couro até reclinavam!

No início, ficamos meio desconfortáveis; mas eu logo me acomodei. Minha esposa ficou envergonhada e me disse, “Amor, precisamos pelo menos oferecer esses assentos para seus pais.”

Eu pensei, “Ah, não.”

Bom, me levantei, fui para a classe econômica, voltei, me sentei e disse, “Eles não querem trocar de lugar.”

Claro que não queriam! Eles estavam dormindo quando perguntei se queriam.

Todo o caminho para casa, viajamos em primeira classe! Como é fácil de acostumar com aquilo. Com certeza, esse é o plano de Deus para Seus filhos! É claro que Ele deseja que Seus amigos chegados experimentem viajar de primeira classe pela vida!

Se você perguntasse a Paulo, “Como você sabe que Deus se agrada de você está em soberano controle?” ele responderia, “Tenho que nadar para salvar minha vida! Mas Deus me prometeu que pelo menos chegarei à praia.”

Conclusão

Romanos 8.28:

  • não oferece explicações detalhadas sobre sofrimento;
  • não proíbe o crente de se entristecer;
  • não serve de pretexto para o crente evitar as disciplinas e desafios da vida;
  • não fornece garantia alguma de bilhetes em primeira classe por toda a vida.

Romanos 8.28 não ensina isso!

Então, o que esse verso ensina? Responderei essa pergunta em nosso próximo estudo. Contudo, por agora, em uma sentença, digo o seguinte:

Romanos 8.28 é um vislumbre do atributo da soberania de Deus, uma revelação de que Deus é soberano e de que nós estamos seguros!

Quando vislumbramos a soberania de Deus, descobrimos segurança! Não a descobrimos nos eventos da vida, quer bons ou ruins; descobrimos segurança no propósito eterno de Deus.

A Ele seja a glória para todo o sempre. Amém.

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 01/02/2004

©Copyright 2004 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

Add a Comment


Our financial partners make it possible for us to produce these lessons. Your support makes a difference.
CLICK HERE to give today.

Never miss a lesson. You can receive this broadcast in your email inbox each weekday.
SIGN UP and select your options.