
Uma Nova Obsessão
Uma Nova Obsessão
A Guerra Interior—Parte 7
Romanos 8.5–11
Introdução
No decorrer de todo ano, existem vários dias conhecidos pelo alto consumismo. Em muitas culturas europeias e norte-americanas, o Dia das Bruxas é um dia em que a venda de doces explode. As crianças se fantasiam e andam pela vizinhança batendo às portas das casas. Daí, os residentes distribuem doces para as crianças que vêm à sua porta. Muitos crentes aproveitam essa data para evangelizar, distribuindo folhetos evangelísticos juntamente com os doces para as crianças que batem à porta.
Para um grupo menor de pessoas, o dia 31 de outubro é uma data notável por causa de um momento especial na história. 31 de outubro de 1517 foi o dia em que Martinho Lutero, o monge convertido, teceu as Noventa e Cinco Teses. Conforme ele mesmo escreveu, elas tinham, “o propósito de evocar a verdade,” e representaram seus esforços de reformar a igreja. Ele pregou suas noventa e cinco declarações à porta da Catedral de Wittenberg. Em vários sentidos, esse foi o início do que hoje chamamos de Reforma Protestante.
O dia 31 de outubro é uma data especial para muitas pessoas por motivos diferentes. Para a maioria do mundo, é especial por causa do Halloween, ou Dia das Bruxas; para os crentes, a data marca o começo da Reforma Protestante.
Para a nossa família, o dia 31 de outubro possui um significado adicional—foi nesse dia em que uma de nossas filhas nasceu. Quando ela tinha dois anos, ela começou a dizer que eu era o melhor amigo dela. Lembro-me de uma vez me sentar em sua cama para ler uma história para ela antes de dormir. Ela olhou para mim, sorriu e me disse: “Você é o meu melhor amigo.”
Não é maravilhoso ouvir isso de sua filha? “Você é o meu melhor amigo.”
Agora, tenho que admitir que ela disse a mesma coisa para a mãe dela. Mas tenho certeza que não foi com a mesma intensidade com que disse para mim! Alguns dias depois de ter dito que eu era o melhor amigo dela, ela foi para a minha esposa e disse: “Vou ali ver o meu amigo Papai.” Agora, ela consegue o que quiser na vida!
Até aos dias de hoje, eu e ela temos a tradição de dizer um ao outro, geralmente no final do dia: “Seremos melhores amigos para sempre.”
Nada, nenhum feriado nacional, nem memorial histórico da Reforma se compara ao lembrete de que sou amigo dela.
Espírito Santo: nosso melhor amigo
Em nosso estudo anterior, fomos apresentados a uma Pessoa bastante especial que é nada mais que nosso eternamente fiel e melhor Amigo. Ele se chama “Espírito Santo.” Quando colocamos nossa fé na obra expiatória de Cristo, nós nos tornamos santuário do Espírito de Deus. É o Espírito de Deus que cria, sustém e preserva a vida espiritual de cada um de nós que invoca Cristo como Salvador.
O Espírito Santo, no fim, levará o crente a desfrutar plenamente da salvação ao lhe conceder eterna glória na presença de Deus. É o Espírito Santo que:
- nos enche;
- nos sela;
- conversa conosco;
- tem comunhão conosco;
- intercede por nós;
- nos ensina;
- nos guia;
- nos disciplina;
- nos conforta;
- nos capacita;
- nos admoesta;
- nos santifica; e
- nos habilita a resistir ao pecado, amar a Cristo e servir a Deus.
Na verdade, o Espírito Santo é e será o melhor amigo do crente para sempre. Segundo a Bíblia, o crente:
- se regozija no Espírito Santo (Lucas 10.21);
- toma decisões na dependência do Espírito Santo (Atos 19.21);
- possui uma consciência que testifica juntamente com o Espírito Santo (Efésios 2.18);
- ama o próximo através do poder do Espírito Santo (Colossenses 1.8).
A questão não é se precisamos do Espírito, mas como viveremos sem Ele. Como podemos viver para Deus sem o Espírito de Deus? Como progredir em nossa caminhada cristã sem Ele? A pergunta não é se precisamos do Espírito Santo, mas, por que sequer queremos viver um dia ou uma hora ou um momento sem esse nosso melhor amigo divino, poderoso e amoroso que nos instrui, corrige e protege?
O apóstolo Paulo, na verdade, nos informa em Romanos 8 que o mundo inteiro pode ser dividido em dois grupos ou duas categorias de pessoas: aquelas que são amigas do Espírito Santo, e aquelas que não são. O próprio Jesus se referiu aos seus discípulos como Seus amigos em João 15.14, enquanto que Tiago se referiu aos descrentes como “amigos do mundo” em Tiago 4.4.
Então o que significa ser amigo do Espírito Santo? O que significa andar em amizade com o Espírito Santo? E já que estamos falando disso, o que significa não ser amigo do Espírito Santo, não ter comunhão e amizade com o próprio Deus?
Duas Disposições
No parágrafo inicial de Romanos 8, Paulo começa uma série de contrastes que revelam a diferença entre o crente e o descrente. Veja o verso 5:
Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito.
Note o foco de Paulo na “disposição mental.” O crente dispõe sua mente para as coisas espirituais; o mundo aplica sua mente nas coisas carnais.
Quando Paulo contrasta a mente do crente e a mente do descrente, ele não está falando de índice de Q.I.; Paulo está se referindo ao índice de Q.D. Usaremos uma nova frase hoje. O assunto aqui não é um quociente de inteligência que revela a diferença entre o coração do crente e o coração do descrente. O que revela essa diferença é o “quociente de desejo.” Não é o Q.I. que importa, mas o Q.D. Ou seja, o que você deseja?
Davi escreveu sobre seu desejo no Salmo 73.25–26, 28, ao dizer:
Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em quem eu me compraza na terra. Ainda que a minha carne e o meu coração desfaleçam, Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre. Quanto a mim, bom é estar junto a Deus…
Paulo escreveu em Romanos 10.1:
Irmãos, a boa vontade do meu coração e a minha súplica a Deus a favor deles são para que sejam salvos.
Ele também disse em 2 Coríntios 5.9:
É por isso que também nos esforçamos, quer presentes, quer ausentes, para lhe sermos agradáveis.
Em outras palavras, Paulo diz: “O meu desejo é [ou, “é a esta causa que me dedico] agradar a Deus.”
A verdade é que seu Q.D. diz mais coisas sobre você do que o seu Q.I. Veja novamente Romanos 8.5, onde Paulo escreve:
Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito.
O termo grego para “se inclinar,” ou, “phroneo,” é uma palavra que se refere à disposição da pessoa, à sua inclinação, à ocupação dos desejos de seu coração. Ela se refere àquilo que ocupa a mente da pessoa, e pode se referir a obsessões. Em outras palavras, sua vida nunca terá obsessão por aquilo que sua mente não possui disposição.
Ao que você se devota? Para quais coisas você inclina sua mente? Ou seja, quais são suas obsessões?
Recentemente, li sobre John Audubon, nascido no final do século 18, e que, logo em idade tenra, revelou seu amor pela arte e pelos pássaros. Ele se levantava à meia-noite, toda noite, e ia para os pântanos analisar uma espécie de falcão. Em um verão, ele foi repetidas vezes a um pântano para observar uma espécie de pássaro da água. Ele entrava na água e ficava coberto até o pescoço dentro de águas paradas, quase sem conseguir respirar, enquanto serpentes venenosas nadavam próximo ao seu rosto. Esse era um trabalho bastante arriscado, mas ficou registrado que ele disse: “E daí? Agora tenho fotos dos pássaros.”
Não há necessariamente nada de errado com isso—é nossa alegria estudar a obra criativa de Deus. E por causa desse desejo, John Audubon se devotou ao estudo dos pássaros. Ele arriscou sua vida, passou por todo tipo de desconforto sem de nada se arrepender a fim de poder estudar aquilo que amava.
Eu conheço pessoas que são apaixonadas por coisas bem menos importantes. Li sobre uma dessas pessoas. Ele foi citado em um artigo chamado, “Mundo Estranho.” Seu nome era Roy Wehling e ele foi o vencedor do Tour de Donut, aquelas famosas rosquinhas americanas. Eu não estou brincando. O artigo trazia as instruções e regras para essa corrida de bicicleta. É uma pedalada de 45 quilômetros. A cada donut ou rosquinha que o participante come, cinco minutos são reduzidos de seu tempo total de corrida. Esse homem, Roy, não cruzou a linha de chegada primeiro, mas, durante a corrida, ele comeu dezoito donuts. Isso reduziu muitos minutos de seu tempo, o que foi o suficiente para declará-lo vencedor. Depois da corrida, ele foi entrevistado e disse que, na corrida do ano anterior, ele tinha comido nove donuts, mas que, na corrida desse ano, “Eu [me comprometi] a dobrar a quantidade de donuts e conseguir um bom tempo na corrida.”
Eu não somente questiono o Q.D. desse homem, mas questiono também o seu Q.I., bem como o de todas as pessoas que andam de bicicleta e comem uma dúzia de donuts. Se você vai comer uma dúzia dessas rosquinhas, que seja sentando tomando um cafezinho—todo mundo sabe disso!
Eu nunca paro de me admirar com as coisas com as quais as pessoas ficam obcecadas e para as quais se devotam. A verdade é:
Aquilo que você ama, você pensa, e
o que você pensa, você faz porque
o que você faz é o que você é!
Deixe-me dizer isso novamente:
Você ama aquilo que pensa, e
você acaba fazendo aquilo que pensa porque
você é aquilo que você pensa!
Em outras palavras:
Você é aquilo no qual vem se tornando.
Salomão escreveu isso em Provérbios 23.7:
Porque, como imagina em sua alma, assim ele é…
Quando a pessoa tem sua mente fixa em algo, ou alguma crença ou ideia estabelecida, dizemos que ela possui certa mentalidade, não é? Dizemos: “Ah, ele respondeu dessa maneira, disse aquilo por causa da mentalidade dele.”
E é a isso que Paulo está se referindo no verso 5. Poderíamos parafrasear esse verso da seguinte forma:
Aqueles que andam segundo a carne possuem uma mentalidade carnal; aqueles que andam segundo o Espírito possuem uma mentalidade espiritual.
Em outras palavras, a mentalidade é uma forma de revelar quem você realmente é e a pessoa na qual você se tornou—essa é a sua disposição mental! Sua mentalidade:
- determina como você age;
- motiva-o no que faz ou diz e como se sente;
- determina quem você permitirá influenciar sua vida;
- decide o que você escolherá como fonte de seu conhecimento;
- afeta sua perspectiva sobre cada experiência pela qual você passa;
- forma seu sistema de valores; e
- domina sua vida privada e pública.
O que cativa sua mente é aquilo no qual você se torna.
Um pastor de jovens fez uma aplicação interessante sobre essa verdade ao escrever:
Quanto mais você ama algo, mais parecido a isso você se torna. Por exemplo, eu tenho um amigo que ama tênis, o esporte. Não há nada de errado com isso, mas ele não percebe no que ele se tornou. Ele veste roupa de tenista; ele lê revistas sobre tênis; ele fala sobre tênis o tempo todo—até o cabelo dele parece uma bola de tênis. Ainda outro amigo que tenho ama surfar. Ele se veste como surfista e lê revistas de surfe. Ele fala como surfista e ele cheira como alga marinha. Será que é por esse motivo que o maior mandamento é amar o Senhor seu Deus de todo o seu coração, alma e entendimento? Será que é porque o poder de mudança vem por meio de relacionamento, e você se torna aquilo que ama?
Paulo diz basicamente a mesma coisa, mas de forma diferente no verso 5:
…os que são carnais amam as coisas da carne, e aqueles que são espirituais amam as coisas do Espírito.
O carnal se torna cada vez mais dominado pela carne, e o espiritual se torna cada vez mais dominado pelo Espírito Santo.
Paulo contrasta duas mentalidades diferentes; ele contrasta a disposição mental do descrente, o qual ama a carne e as coisas da carne, com o crente, o qual ama o Espírito de Deus e as coisas do Espírito!
Dois Destinos
Agora, Paulo vai um pouco mais adiante e contrasta não somente duas mentalidades diferentes, mas dois destinos diferentes. Veja o verso 6 de Romanos 8:
Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz
A obsessão do descrente é a carne; a obsessão do crente é o Espírito de Deus. E, agora, Paulo fornece os resultados dessas duas obsessões:
- o resultado da carne é a morte—literalmente, um estado de morte incapaz de experimentar a vida do Espírito, nem as coisas do Espírito de Deus.
- o resultado do Espírito é a vida e paz—não vida ou paz futuras, mas um estado de vida capaz de experimentar a vida do Espírito e as coisas do Espírito de Deus.
Nos próximos versos, o apóstolo Paulo resume os resultados dessas duas disposições mentais e desses destinos que ele já explicou na carta. Veja os versos 7 a 11:
Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus…
(essa é a verdade de Romanos 1)
…pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar.
(essa é a verdade de Romanos 2)
Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.
(esse é o conteúdo de Romanos 3 e 4)
Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. Se, porém, Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito é vida, por causa da justiça.
(essas são verdades de Romanos 6 e 7)
Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo mortal, por meio do seu Espírito, que em vós habita.
(esse é o ensino de Romanos 8.1-2).
Paulo anuncia a verdade de que as obras da carne produzem morte. Volte a Romanos 1 e leia os versos 24 a 32. Paulo nunca pode ser acusado de não ser direto e objetivo em seu ensino, não importa quão vergonhosa e reveladora seja a verdade!
Recentemente, li um livro novo baseado no livro de Provérbios. Foi impossível não pensar na história de uma mãe que estava fazendo o jantar um dia quando seu filhinho entrou correndo na cozinha.
Ela perguntou: “Fala, meu querido, o que você tem feito o dia todo?”
Ele respondeu: “Brinquei de carteiro.”
“Carteiro?!” perguntou a mãe, “mas como você pode brincar de carteiro sem cartas?”
“Ah, eu tenho, sim, um montão de cartas,” disse o menino.
“Cadê as cartas?”
E o menino disse: “Ah, todas as cartas que eu achei no fundo da sua gaveta no criado mudo amarradas com um laço vermelho. Coloquei uma carta em cada casa!”
A notícia correu! Aqui está a carta—e ela pode nos envergonhar e revelar algo que você gostaria que fosse mantido privado e confidencial. A notícia que corre é a seguinte:
- Pessoas dominadas pela carne e que amam as coisas da carne estão mortas! E elas estão a caminho da morte eterna.
- Pessoas dominadas pelo Espírito e que amam as coisas do Espírito são redimidas! E elas estão a caminho da vida eterna.
Neste momento, você, crente, tem esse Amigo maravilhoso. Você não é mais uma vítima perdida do pecado. O Espírito Santo vivificador subjuga o o poder do pecado e capacita cada um de nós a viver vidas santas e piedosas.
Isso não significa que crentes verdadeiros são perfeita e consistentemente dominados pelo Espírito, mas que essa é sua nova disposição mental, sua nova inclinação, seu novo desejo. A mentalidade do crente verdadeiro é devoção às coisas do Espírito de Deus.
E adivinha o quê? O Santo Espírito, que vivificou o seu espírito no momento da sua conversão, será, conforme o verso 11, Aquele que trará seu pó decomposto de volta à vida quando o espírito for reunido ao corpo glorificado na ocasião do arrebatamento da igreja. O ato que coroa a redenção será a ressurreição do corpo. Paulo diz isso nesse verso:
Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo mortal, por meio do seu Espírito, que em vós habita.
Não haverá mais carne; nada mais de pecado; nenhum resíduo de coisa terrena. Os efeitos do pecado não serão mais vistos na noiva de Cristo, a igreja. Jesus Cristo será a única pessoa no céu com cicatrizes.
Todavia, para o descrente, que é hostil para com seu Deus Criador, incapaz de agradar a Deus, autocentrado em sua vida e arrogante em sua morte, existe apenas uma futura morte e depravação eterna. As coisas para as quais tanto se dedicaram serão vistas pelo que realmente são! Eles verão como impotentes são as coisas nas quais depositaram sua esperança. Eles verão que as coisas nas quais confiaram não poderão salvá-los!
Em um de seus livros, Marvin Lubenow conta a triste história de Sir Arthur Keith, um dos maiores anatomistas do século vinte. Sir Arthur Keith nasceu em 1866 e morreu em 1955. De acordo com sua autobiografia, ele participou de reuniões evangelísticas quando ainda jovem nas cidades de Aberdeen e Edimburgo, na Escócia, e viu vários jovens universitários depositando sua fé em Jesus Cristo. Ele, com bastante frequência, se viu bem perto de tomar a mesma decisão; contudo, ele resistiu, rejeitou o Evangelho porque sentia que o relato da criação de Gênesis não passava de um mito e a Bíblia era meramente um livro humano.
Em 1908, houve uma descoberta de alguns ossos enterrados em um poço de cascalho a apenas 60 quilômetros de Londres. Keith ficou bastante intrigado com a descoberta recente. Pouco tempo depois, a Sociedade de Geologia de Londres anunciou que os ossos eram os restos mortais do primeiro homem inglês conhecido o “Homem de Piltdown.” A grande maioria dos paleontólogos ao redor do mundo celebrou essa grande descoberta a respeito dos ancestrais humanos.
O Homem de Piltdown se tornou a obsessão de Sir Arthur Keith. Para ele, essa descoberta foi uma confirmação de sua crença no evolucionismo—o elo perdido—e ele escreveu mais a respeito do Homem de Piltdown do que qualquer outra pessoa, apesar de mais de quinhentas dissertações de doutorado terem sido escritas sobre a descoberta. A obra mais famosa de Sir Arthur Keith foi A Antiguidade do Homem, a qual se concentrou nos fósseis de Piltdown.
Em 1953, a ciência e a especulação se encontraram, e o Museu Britânico anunciou que tudo aquilo não passava de fraude. O maxilar encontrado não tinha sequer mais de um ano. Os ossos tinham recebido um tratamento de sais de ferro para desenvolveram a aparência de velhos. Além disso, arranhaduras artificiais invisíveis a olho nu foram feitas, revelando que os dentes afiados haviam sido recentemente polidos.
Sir Arthur Keith tinha oitenta e seis anos quando alguns de seus colegas o visitaram em sua casa para lhe contar a notícia de que o fóssil no qual havia confiado por quarenta anos era uma farsa. Os próprios ossos com os quais ele tinha ficado obcecado, convencido de que provavam como a criação bíblica era um mito, não passavam de uma fraude. Consequentemente, seus escritos não eram nada mais que mitos e especulações.
Você consegue imaginar passar a vida inteira de grande fé, uma vida inteira de obsessão com a coisa errada? Poucos meses antes de morrer, esse grande pesquisador descobriu a verdade.
Aonde está a sua esperança?
Para o que você vive?
Em quem você confia?
Paulo declara a verdade de duas disposições mentais e de dois destinos. Qual deles representa você?
Como a morte dos filhos de Deus é diferente da morte de Sir Arthur Keith! Não consigo imaginar a desilusão e ansiedade de Sir Arthur Keith. Ao mesmo tempo, é impossível não contrastar isso com a confiança do crente em seu futuro eterno.
Já estive em hospitais com filhos e filhas crentes cujos pais estavam morrendo—e fiquei vendo enquanto santos aos poucos pararam de respirar e aquele monitor mostrou a linha reta, sem vida. Já entrei em hospitais onde mães entregaram em minhas mãos seus bebês mortos—com lágrimas de tristeza, mas com coração cheio de confiança numa reunião futura.
Lembro-me da confiança de um homem em particular que estava em seu leito de morte. Eu estava no quarto de hospital onde ele estava deitado e a poucas horas de entrar na glória. Eu mal podia falar e estava lutando contras as lágrimas. A esposa dele estava lá, cantando e lendo a Bíblia para ele. Ele ficava inconsciente por um tempo e depois voltava, lutando para conseguir respirar, e seu coração estava pronto para desistir da luta. Ele ainda era um homem novo que amava a Deus. Quando me preparei para sair da sala, sabendo que provavelmente não o veria novamente deste lado da vida, me debrucei sobre a cama, achando que ele não estava me ouvindo e disse: “Vejo você depois.”
Ele se mexeu, sorriu e disse de volta em voz baixa e com grande fervor: “Sim, você me verá depois.”
O verso 11 diz:
Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo mortal, por meio do seu Espírito, que em vós habita.
Graças a Deus por Seu Espírito—Seu Espírito eterno, orientador e vivificador.
Meu amigo, ouça a palavra do Senhor: a carne o levará à morte eterna; o Espírito o conduzirá à vida eterna. Se o Espírito Santo é seu Amigo, vocês serão amigos para sempre!
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 02/11/2003
©Copyright 2003 Stephen Davey
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