Apresentando o Espírito Santo

A Guerra Interior–Parte 6

Romanos 8.2–4

Introdução

Semana passada, eu e minha família fomos a um parque de diversão da cidade. Minhas filhas estavam bastante animadas com as montanhas-russas; elas foram em todas. Minha esposa e eu, é claro, não tínhamos, interesse nessa parte. Não podemos mais andar em círculos a uma velocidade de 65 km/h, virar de cabeça para baixo, descer rapidamente para o que parece ser uma batida direta contra o chão e ainda chamar isso de diversão. Acho que temos mudado. Você sabe que está ficando velho quando vai ao parque de diversão e quer só ficar olhando os animais.

Contudo, eu acabei indo em uma montanha-russa com uma das minhas filhas. Era uma na casa mal-assombrada. Já tínhamos ido lá no passado, e havíamos nos divertido bastante ao não nos assustar nesse passeio pela casa mal-assombrada. A única diferença foi que, dessa vez, eles tinham adicionado na cena um ser humano que veio atrás de mim e cochichou no meu ouvido: “É hora de morrer.” Eu o senti passando atrás de mim resvalando em minhas costas e, quando me virei, vi uma pessoa correndo atrás de nós vestindo no rosto uma máscara branca cheia de buracos. Por um instante, eu pensei que algum doido havia, de fato, entrado ali sem autorização e que eu ia realmente morrer! Naquele momento, o percurso chegou ao final e nós saímos do carrinho. Eu gritei: “Uau! Esse aí deu medo!” As pessoas olharam para mim como que pensando: “É, acho que ele não sai muito de casa!” Mas quando eu fui a esse parque, eu tinha, realmente, algo em minha mente. Eu tinha acabado de receber notícias animadoras a respeito da comida no parque! Haveria novidades no cardápio e eu fiquei animado.

Quando estávamos no parque, nos encontramos com várias pessoas da igreja, especialmente jovens. Dentre esses jovens, houve uma moça, a qual eu não tinha notado como ela havia crescido tão rapidamente. Ela estendeu sua mão para mim a fim de me mostrar sua aliança. Ela estava noiva. Alguém bastante especial tinha entrado em sua vida e roubado o seu coração. Seu sorriso ia de uma orelha a outra.

A verdade é que não existe nada melhor do que anunciar ao mundo que alguém especial entrou em sua vida. Realmente, essa é uma notícia muito boa!

Uma Apresentação Especial ao Espírito Santo

Agora, o apóstolo Paulo está prestes a fazer esse tipo de anúncio. Ele está prestes a nos dizer sobre Alguém que é extremamente especial e que entrou em nossas vidas e roubou nossos corações. Daí, todas as demais coisas na vida parecem ser menos importantes do que essa Pessoa.

De forma bem sucinta, Paulo nos disse algo a respeito dEle no livro de Romanos. Mas, agora, nesse momento perfeito, Paulo faz uma apresentação bastante especial. Ela se encontra no capítulo 8, verso 2:

Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte.

Acabamos de ser apresentados ao Ser Divino que roubou nosso coração. Ele é chamado de diversas coisas no Novo Testamento. Nesse verso introdutório, Paulo se refere a Ele com o título magnífico de “Espírito da Vida.”

Até agora no livro de Romanos, Paulo se referiu ao Espírito Santo duas vezes. Contudo, no capítulo 8, Paulo fará vinte referências ao Espírito Santo. Passaremos bastante tempo em nossos próximos estudos discutindo o que Ele é e o que Ele faz. Por agora, desejo apenas certificar de que estamos falando de uma Pessoa real. O Espírito Santo não é uma força, não é um poder subjetivo, não é uma experiência, não é uma neblina mística; o Espírito Santo é uma Pessoa. O Espírito Santo:

• pode ser resistido, conforme Estêvão disse em Atos 7.51;
• pode ser entristecido, conforme Paulo nos adverte em 1 Tessalonicenses 5.19;
• pode ser obedecido, de acordo com 1 Coríntios 6.19-20;
• pode ser alvo de mentira, como vemos na ocasião em que Pedro desafiou os crentes Ananias e Safira ao lhes perguntar em Atos 5.9: Por que Satanás encheu o coração de vocês para mentir ao Espírito Santo?”
• pode ser insultado ou difamado, conforme o autor de Hebreus adverte o crente que deprecia a morte sacrificial de Cristo em Hebreus 10.29.

O Espírito Santo é uma Pessoa real, um membro divino da Triunidade. E em nosso texto, Paulo O apresenta com o título, “Espírito da vida.”

O Espírito Santo—“o Espírito da vida”

Que grande expressão para se referir ao Espírito Santo: “Espírito da vida”! O Espírito Santo, a propósito, faz exatamente isto: Ele traz vida!

• Primeiro, o Espírito Santo teve um papel em produzir vida no universo.

Ele se movia sobre as águas do mundo em cuja criação se envolveu. Lemos em Gênesis 1.2: e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas.

• Segundo, o Espírito Santo tem o papel de produzir vida no coração e alma da pessoa regenerada.

Somos informados na Bíblia de que o espírito do homem caído está morto (Efésios 2.1). Contudo, também nos é dito que, no momento da salvação pela fé em Cristo, aquela essência imortal de cada um de nós vem à vida pela agência do Espírito Santo. Jesus disse em João 6.63: O Espírito é o que vivifica.

Em outras palavras, conforme um homem escreveu:

O Espírito Santo concede e produz vida espiritual na pessoa que vem a Cristo… Ele produz vida em um coração que está espiritualmente morto.

• Outra função vivificadora do Espírito Santo é produzir vida no discernimento espiritual.

Ele dá vida às palavras de Deus ao vivificar a mente do crente. Era isso o que Paulo tinha em mente ao escrever em 1 Coríntios 2.11-14:

Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus. Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente. Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais. Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.

Em outras palavras, a quantidade de verdades que podemos tentar explicar ao descrente é limitada. O descrente simplesmente não compreende, ao menos que o Espírito de Deus desperte sua consciência e conceda vista para seus olhos espirituais e discernimento para sua mente espiritualmente fechada.

O Espírito Santo—“te livrou da lei do pecado e da morte”

Agora, em Romanos 8.2, lemos especificamente que o Espírito da vida… te livrou da lei do pecado e da morte. Você pode dizer: “Mas isso não contradiz o ensino de Romanos 7? Pensei que ainda estivéssemos presos à carne, ainda presos à possibilidade do pecado, à presença do pecado e à corrupção de nossos desejos pecaminosos. Será que interpretamos Romanos 7 de forma errada?”

Não. Na verdade, temos uma imagem mais completa agora. Sim, eu ainda estou preso à presença do pecado e à fascinação do pecado, de forma que a possibilidade do pecado me leva a realizar o pecado. Contudo, ao mesmo tempo, eu sou livre, pelo Espírito de Cristo, pois, apesar de Satanás me tentar para que eu não faça o que é certo, ele não pode me impedir de fazer o que é certo. Satanás não pode me impedir de ir ao Pai em oração; não pode me obstruir de me regozijar em Cristo; não pode me acorrentar de forma que eu não consiga servir na causa de Cristo; não pode me prevenir de experimentar a paz de Deus, a vitória de Cristo e a esperança do céu; não pode me desprover da presença de Deus e do enchimento de Sua Palavra em meu coração. Por que, hoje, ele não nos impede de encher nossos pulmões quando adoramos o nosso grande Deus e Salvador, Cristo Jesus? Ah, como ele deve odiar isso!

Sabendo disso, tudo o que precisamos fazer é olhar o verso 2 mais de perto e descobrir que o verso diz mesmo tudo isso. Paulo não diz: “o Espírito da vida te livrou do pecado e da morte;” ele diz: o Espírito da vida… te livrou da lei do pecado e da morte.

Será que o crente fica livre da experiência do pecado? Não, e Paulo não diz isso nesse verso. Será que o crente não experimenta a morte física? Paulo também não escreveu isso. Paulo escreveu:

Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte.

Então, o que Paulo quer dizer com te livrou da lei do pecado e da morte?

Cada um de nós, hoje, experimenta a lei da gravidade. Você não precisou se amarrar em sua cadeira ou cama para que não flutuasse. A lei da gravidade nos mantém no chão. Eu poderia segurar minha Bíblia ao ar e deixá-la cair—e ela iria cair. Eu poderia fazer isso um milhão de vezes e, um milhão de vezes, minha Bíblia cairia. Não preciso me perguntar se, depois de 3 milhões de tentativas, a lei da gravidade iria se reverter e minha Bíblia, ao invés de cair, iria voar e bater no teto. Ela irá cair todas as vezes que eu a largar. Isso é chamado de “lei da gravidade.”

Todavia, se eu obstruir a lei ao introduzir algo no caminho, como a minha mão, e pegar a Bíblia, então, a lei da gravidade seria, em certo sentido, suplantada. A força em meu braço me permite levantar a mão e a força em minha mão me permite agarrar a Bíblia, de forma que a lei da gravidade é vencida pela lei da minha vida e da minha força.

Da mesma maneira, é a lei do Espírito e a força do Espírito que interrompe a gravitação da lei do pecado e da morte. As mãos do Espírito nos agarram; a lei do pecado é suplantada pela lei do Espírito.

E quando essa nova lei começou a fazer efeito?

Uma Explicação Simples sobre O Espírito Santo

Seguindo a apresentação especial que Paulo faz do Espírito Santo, existe uma explicação simples. Veja o verso 3 de Romanos 8:

Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado,

A primeira frase é Porquanto o que fora impossível à lei. O que foi impossível à Lei? Justificá-lo, purificá-lo? A Lei não pode realizar essas coisas. Ela apenas revela nossa sujeira. Apenas Deus pode nos purificar; apenas Deus pode nos redimir e nos reconciliar consigo mesmo. E Ele fez o que a Lei não pôde fazer, conforme Paulo diz: isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa.

Note que Paulo não disse, “E Deus enviou Seu próprio Filho em semelhança de carne.” Isso significaria que Jesus não foi completamente homem, mas que apenas teve uma aparência humana. Paulo também não escreveu: “Deus enviou Seu Filho em carne pecaminosa.” Isso significaria que Jesus foi um pecador, que teve uma natureza pecaminosa. Veja bem a descrição cuidadosa que Paulo fornece da encarnação:

…isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado

Jesus Cristo assumiu um corpo de forma que Ele pudesse ser crucificado, para que Ele pudesse experimentar o que Deus não pode—a morte. A obra expiatória de Cristo envolveu a morte para que nós pudéssemos ter vida. O castigo e a ira foram derramados sobre Ele para que fôssemos salvos da ira de Deus eternamente.

Isso aqui foi o Inocente dando Sua vida pelos culpados. E no momento em que você aceita o Cordeiro como seu substituto pessoal, assim que você exerce fé nesse Salvador somente, o Espírito da Vida vivifica seu espírito!

A Aplicação Significante
do Espírito Santo

Agora, montada sobre a apresentação especial e a simples explicação do Espírito Santo feitas por Paulo, existe uma aplicação significante. Na verdade, Paulo falará sobre isso diversas vezes no capítulo 8 de Romanos. Veja o verso 4:

a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.

Veja bem, não cometa o erro comum de entender errado sobre quem Paulo fala aqui nesse verso. Paulo não está contrastando dois tipos de crente—um tipo de crente que anda segundo a carne e outro tipo de crente que anda segundo o Espírito. Não é isso que Paulo está fazendo aqui. O verso começa dizendo: a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós.

Veja que a exigência da Lei não é algo cumprido por nós, mas Paulo diz: o preceito da lei se cumprisse em nós. O cumprimento da Lei não é algo que nós fazemos, mas algo que Deus fez por nós.

E quem Paulo tem em mente aqui ao dizer “nós”? Os crentes! E como você sabe quem são os crentes, isto é, as pessoas que experimentam a obra de Deus em seu interior? A última parte do verso nos conta que esse “nós” são os que: não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.

Será que existem versos que ensinam o crente a andar segundo o Espírito e não segundo a carne? Sim! E isso me leva a dizer que existem dois lados na santificação, dois lados no andar com o Espírito. Um é passivo e outro é ativo. A santificação é algo que Deus realiza em nós e algo que escolhemos realizar.

Andar segundo o Espírito é algo que todo crente genuíno faz, apesar de, às vezes, fracassar. Ele não ficará satisfeito até que consiga agradar ao Pai. Andar segundo o Espírito tem a ver com nossa posição e nossa prática. Andar segundo o Espírito tem a ver com nossa posição eterna e nossa submissão presente.

Deixe-me dizer isso da seguinte forma: Quando você se submete a caminhar no Espírito, você descobre que Ele já panejou sua caminhada.

A propósito, muitas experiências na vida cristã possuem esses dois lados. John MacArthur escreveu:

Toda realidade espiritual é também uma responsabilidade espiritual. O crente genuíno comunga com seu Pai celestial em oração, mas ele também tem a responsabilidade de orar. O crente é instruído pelo Espírito Santo, mas ele é obrigado a buscar a direção e a ajuda do Espírito Santo. O Espírito Santo produz fruto espiritual na vida do crente, mas o crente é exortado a produzir fruto. [Você recebe a ordem de aceitar o evangelho e abraçar o Salvador, mas é informado de que Deus já o escolheu para Cristo.] Essas verdades são parte de uma tensão maravilhosa e aparentemente paradoxal entre a soberania de Deus e a vontade do homem. Mas ambas são claramente ensinadas na Palavra de Deus.

Em Romanos 8.4, Paulo trata de nossa posição. Bom, o que significa andar de conformidade com o Espírito?

Começarei a responder a essa pergunta em nosso próximo estudo. Contudo, no momento, é suficiente entendermos que a palavra “andar” é uma referência aos eventos diários da vida. Você se submete ao Espírito e descansa na direção do Espírito. Nem tudo é um mar de rosas; não é apenas uma experiência de “topo da montanha” após outra. Andar segundo o Espírito ocorre nos acontecimentos, responsabilidades e deveres comuns da vida, na qual você busca honrar e agradar o coração de Cristo.

A propósito, uma das funções do Espírito Santo é exaltar a Cristo, correto? Jesus disse em João 16.13-14:

quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.

Já que isso é verdade, você pode ter a convicção de que está andando no Espírito quando também exalta honra e glorifica a pessoa de Cristo.

Robert McQuilkin imaginou essa verdade da seguinte forma ao escrever:

Imagine o presidente de seu país vindo falar no auditório de sua escola e a banda convoca: “Salve o Presidente!” enquanto ele sobe ao palanque. Os holofotes seguem cada um de seus passos. De repente, a multidão, como se fosse uma pessoa só, se levanta e—o que é isso? Todos viram suas costas ao palco e apontam para a galeria, todos explodem em aplauso por causa do serviço excelente do homem operando os holofotes! Absurdo? Claro, mas isso ilustra a verdade sobre o Espírito Santo. O Espírito glorifica—foca o holofote na palavra do Filho… Ele direciona a humanidade ao Redentor e enfatiza a obra de Cristo a favor dos pecadores.

Esses movimentos que exaltam o Espírito Santo, focalizam no Espírito e magnificam o Espírito perderam o foco. Eles aplaudem a pessoa operando os holofotes, cujo trabalho é iluminar e magnificar o ministério e pessoa do nosso Redentor.

Para o crente que deseja saber se está andando no Espírito, tudo o que ele precisa fazer é perguntar a si mesmo se sua vida está ou não focalizada em trazer atenção a Cristo. Você não precisa ter resposta para tudo. Paulo disse que “andamos no Espírito.” Andar não é correr em pânico aqui e acolá. Não é caminhar em uma passada agitada, mas uma caminhada diária, um passo de cada vez!

Outra noite, eu estava no telefone com meu amigo Charles. Charles é um homem do qual tenho muito orgulho por causa de seu testemunho e andar com Cristo. Deixe-me contar a você a história dele.

Charles foi recentemente solto da prisão por um crime no mundo dos negócios—desvio de dinheiro. Ele foi lançado na prisão para cumprir uma sentença de quatro anos, mas Deus estava trabalhando para produzir liberdade espiritual basicamente assim que ele entrou em seu macacão de presidiário.

Na sua primeira noite na prisão, ele ligou para sua irmã, que é membro em nossa igreja.  Eles conversaram por uma hora e sua irmã compartilhou o Evangelho com ele. Após uma hora, com lágrimas escorrendo em seu rosto, Charles colocou sua fé em Jesus Cristo.

Na primeira noite de Charles, agora um crente, ele não sabia o que a vida tinha reservado para ele no futuro; ele não sabia para onde seu caminho o conduziria.

Naquela primeira noite na cela, Charles leu uma Bíblia que havia sido dada a ele. Na manhã seguinte durante o café, outro encarcerado que o tinha visto lendo a Bíblia veio até ele e disse: “Deveríamos começar um estudo bíblico.”

Charles disse: “É verdade, você deveria. Ficaria feliz em poder estar presente.”

“Não,” insistiu o homem, “você precisa liderar esse grupo.”

Charles respondeu: “Eu acabei de ganhar minha primeira Bíblia… Não sei muito sobre ela ainda. Não posso liderar um estudo bíblico, mas fico feliz em poder ir.”

Após o jantar naquela noite, o outro preso se aproximou de Charles e disse: “É hora de começar nosso estudo bíblico. Estamos esperando por você.”

Eles andaram até uma área onde doze presidiários estavam esperando. Charles disse: “Não faço ideia do que vou dizer.”

O homem disse: “Aqui está um Pão Diário… leia alguma coisa.”

Metade dos homens no estudo bíblico não sabia ler. Então Charles abriu o Pão Diário para a leitura do dia e seus olhos correram direto ao pensamento final escrito em letras em negrito e ele leu. Os homens pareciam querer mais, então ele começou de cima, leu o verso e a história. O devocional do dia tinha a ver com entregar o coração a Jesus Cristo. Quando Charles terminou a leitura, vários homens disseram: “Queremos fazer isso.”

Charles perguntou: “Fazer o quê?”

Eles disseram: “Queremos ser salvos. Como fazemos isso?”

Charles se lembra de ter orado: “Santo Espírito, trabalhe em mim aqui.”

Naquele momento, Charles foi convocado a ver com a enfermeira no escritório. Ele saiu, prometendo retornar. Enquanto estava com a enfermeira, outro encarcerado que estava esvaziando sua cela, uma vez que tinha sido liberado, se aproximou dele e disse: “Ei, tenho um marcador de páginas aqui. Acho que vai ser útil para você.”

Esse marcador de página é produzido pelos Gideões e, na parte de cima, dizia as palavras: “Como Ser Salvo.” Abaixo, estavam impressos os passos de como confiar em Cristo para a salvação. Charles voltou ao estudo bíblico pronto com uma resposta! Ele leu o marcador de página: “Primeiro, admita que você é um pecador…” e foi até o último passo: “ore e peça que Cristo entre em sua vida como seu Salvador pessoal.” Quatro encarcerados oraram e receberam a Cristo.

Charles estava andando no Espírito.

Você não precisa conhecer tudo na Bíblia, basta conhecer a Cristo e desejar exaltá-lO, honrá-lO e glorificá-lO. Esse tipo de desejo vem, não de você, mas do Espírito dentro de você. Esse tipo de desejo direcionado pelo Espírito Santo busca mover o brilho dos holofotes sobre o Redentor, o qual veio em semelhança de carne pecaminosa para morrer em nosso favor, de maneira que fôssemos libertados da lei do pecado e da morte.

Aquele que anda no Espírito testificará dessa verdade, exaltará e glorificará o Salvador.

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 26/10/2003

©Copyright 2003 Stephen Davey

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