O Resultado de Nossa União

O Resultado de Nossa União

by Stephen Davey Ref: Romans 1–16

O Resultado de Nossa União

União com Cristo: A Beleza da Noiva—Parte 2

Romanos 7.4

Introdução

Romanos 7 começou descrevendo o casamento do crente com o Filho de Deus. Nosso antigo casamento com a lei foi dissolvido, não pelo divórcio, mas pela morte. Tendo morrido para a lei em Cristo, estamos, agora, livres para recusar, e Cristo se oferece a nós como nosso eterno Noivo.

O Espírito Santo oficializa a cerimônia de casamento que chamamos de “conversão.” Ele nos pergunta: “Você aceita o Salvador como seu legítimo esposo?”

Nós respondermos: “Sim.”

Nós recebemos o nome de Cristo: cristãos. Agora, estamos aguardando o retorno dEle para nos levar ao lar já preparado na casa do Pai para nós.

Contudo, o casamento é a apenas o começo. Qual é o propósito de nossa união com Cristo? O que esperávamos desse nosso casamento com Cristo? O que Ele espera de nós?

No domingo passado, vi uma moça se exibindo com sua aliança de noivado para outras mulheres. Eu parei e pedi para ver. Era um anel bonito. Agora, suponha que eu perguntasse a ela: “Por que você escolheu esse rapaz para ser seu marido?”

Daí, suponha que respondesse: “Porque ele me faz sentir bem.”

Quem estaria no centro de seu raciocínio? Ela mesma.

E se eu perguntasse a algum rapaz que está noivo: “Por que você vai se casar com ela?”

Daí, ele responde: “Porque ela supre das as minhas necessidades.”

Qual é o grande incentivo para sua união com ela? Seus próprios desejos egoístas.

E se eu perguntasse a uma jovem noiva se havia algum outro motivo para se casar com esse rapaz, e ela dissesse: “Ele me faz feliz.”

Ele faz você feliz?! O que acontece quando você descobre, depois do casamento, que ninguém pode fazê-la mais infeliz do que ele? Você terá que acabar ligando para a sua mãe, dizendo: “Ele é muito irritante e grosso!”

É claro, não estou falando com experiência própria.

Se você perguntasse a um rapaz: “Por que você vai se casar com ela?”

“Ah, porque ela é um doce.”

“Mas o que vai acontecer quando ela ficar amargurada?”

“Mas ela é tão bondosa e gentia!”

“Mas o que vai acontecer quando ela não for bondosa? O que vai acontecer quando ela virar uma ursa dentro da caverna e você é a única coisa entre ela e sua liberdade? E aí?”

Eu nunca fui muito bom em aconselhamento para noivos!

A verdade é que, não somente entramos no casamento de forma egoísta, mas descobrimos que o casamento é um grande perito em revelar cada falha na natureza humana.

Achei engraçado que o pastor Jonathan Edwards também tratou desse assunto. Semana passada, eu li sobre um incidente que ocorreu durante seu ministério na época do Grande Avivamento nos Estados Unidos. Cento e cinquenta anos atrás, durante os reviramentos nos Estados Unidos, Jonathan Edwards estava liderando uma grande reunião de oração com cerca de oitocentos homens presentes. Durante a reunião, uma mulher enviou uma mensagem—era um pedido de oração para que os homens orassem pelo marido dela. O bilhete descrevia um homem que havia se tornado rude, cheio de orgulho e extremamente difícil de se conviver. Jonathan Edwards leu o bilhete em particular e, daí, talvez pensando que o homem descrito estava ali presente, ele fez um pedido ousado. Edwards leu aquele bilhete para os oitocentos homens e pediu que, se o homem descrito naquele bilhete estava presente, ele levantasse sua mão para que a congregação orasse por ele. Trezentos homens levantam suas mãos!

O grande pregador do século passado, o Dr. Martin Lloyd-Jones, provocou meu pensamento. Ele escreveu a respeito da maneira como usamos o egoísmo do descrente quando testemunhamos a ele sobre Cristo. Dizemos coisas do tipo:

  • Você gostaria de se sentir melhor? Então, aceite a Cristo.
  • Você gostaria de ver todas as suas necessidades supridas? Então, aceite a Cristo.
  • Você está infeliz? Venha a Cristo e Ele o fará feliz em todo tempo.

Apresentar somente esses motivos ao descrente não somente distorce o evangelho e representa de forma inadequada a vida cristã, mas também dá ao descrente a oportunidade de permanecer o centro de seu mundo. Daí, o evangelho se torna um -antidepressivo e Cristo um terapeuta espiritual que existe para acabar com as dores e tristezas. Eles dizem: “Sim, eu quero esse Jesus,” e fazem uma oração. Daí, dois meses depois, abandonam tudo, dizendo: “O Cristianismo é trabalhoso demais. Não sabia que Jesus desejava reconstruir toda a minha vida. Nunca imaginei como esse negócio de santidade é inconveniente.”

O Resultado de Nossa União com Cristo

Qual é o propósito de nossa união com Cristo? Por que nos casamos com Cristo?

Fruto para Deus

Existem várias razões, mas a que Paulo enfatiza em Romanos 7 me surpreende. Veja o verso 4:

Assim, meus irmãos, também vós morrestes relativamente à lei, por meio do corpo de Cristo, para pertencerdes a outro, a saber, aquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que frutifiquemos para Deus.

Eu esperava que Paulo escrevesse: para pertencerdes a outro, a saber, aquele que ressuscitou dentre os mortos.

  • …a fim de que fôssemos perdoados;
  • …a fim de sabermos a liberdade que temos em nossa união com Cristo;
  • …a fim de herdarmos a vida eterna.

Todas essas coisas são verdadeiras, contudo, a declaração de propósito que Paulo escreve nesse verso apresenta um motivo surpreendente: a fim de que frutifiquemos para Deus.

Ao pensar de novo—isso não é tão surpreendente assim, não é mesmo? Paulo escreve dentro do contexto de uma ilustração de casamento entre Cristo e Sua noiva, a igreja. Paulo faz referência ao resultado de nossa união com Cristo, que é: a fim de que frutifiquemos para Deus.

Paulo sai da imagem de uma noiva e passa à imagem de uma árvore produzindo fruto. Fruto é a expressão de vida. Antes, estávamos plantados no solo do pecado e da lei e da morte. Daí, Deus, por meio de Cristo, nos transplantou e nos colocou no solo rico da graça e da misericórdia a fim de que produzíssemos o fruto de Sua vida e nossa caráter e conduta. Fruto é prova de vida. Fruto revela que tipo de vida existe na árvore. Jesus disse em Mateus 12.33: porque pelo fruto se conhece a árvore.

Frutos que evidenciam um casamento com Cristo

Então, quais tipos de frutos existem? Quais sãos os tipos de fruto que evidenciam um casamento com o Filho de Deus?

Quase que setenta vezes, a palavra karpos, ou, “fruto” aparece no Novo Testamento. Obviamente, não temos tempo para olhar todas elas a fim de entender a declaração de Paulo sobre a intenção de Deus com nossas vidas, mas deixe-me compartilhar algumas delas.

  • Primeiro, o fruto do discurso.

Hebreus 13.15 nos diz:

Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome.

Filhos soam parecido com o pai; filhas falam e agem exatamente como a mãe! Os sotaques e nuanças são exatamente os mesmos. Maridos e esposas adotam vocabulário e expressões parecidos. Isso vem por causa de estarem expostos um ao outro.

Quando você passa muito tempo com Cristo, você começa a falar a linguagem de Cristo. Seu discurso se torna puro e cheio de louvor, tornando-se um sacrifício a Deus.

  • O segundo fruto é o fruto da submissão.

João 12.24 diz:

Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto.

“Senhor, aqui estou… sou Sua semente. O Senhor pode me enterrar agora, onde e quando desejar!”

Isso me faz lembrar de uma moça em nossa congregação. Ela se convenceu de que não estava produzindo fruto para Cristo. Ela não sentiu que estava fazendo algo para o seu Senhor. Daí, ela tomou conhecimento de um grupo de outras cinco mulheres mais velhas e começou a conversar cm elas. Ela descobriu que elas eram crentes, mas não estavam fazendo nada para Cristo. Elas lhe disseram que preferiam trabalhar durante as noites e nos finais de semana porque estava basicamente sozinhas e preferiam trabalhar do que ficar em casa. Essa jovem casada as convidou para jantar em sua casa e começou um estudo bíblico com elas. Daí, ela orou por algo para fazer junto com elas de forma que elas seriam todas expostas a oportunidades de servir a Cristo também. Ela, então, ligou para uma organização da cidade que auxilia mendigas e desamparadas. Recentemente, elas se juntaram e fizeram uma peça teatral e ensinaram histórias bíblicas para essas mendigas e seus filhos.

“Aqui estou, Senhor… sou Sua semente. Enterre-me onde o Senhor quiser!”

O motivo por que o fruto de muitos crentes é pouco e não muito é que sua submissão é cheia de condições e reservas. Muitos crentes determinam onde querem ser enterrados e onde darão frutos. Eles nunca aceitam completamente onde Deus os enterra e sua falta de submissão os impede de produzir muito fruto!

  • Terceiro, existe o fruto da maturidade espiritual.

Hebreus 12.9-11 nos diz:

Além disso, tínhamos os nossos pais segundo a carne, que nos corrigiam, e os respeitávamos; não havemos de estar em muito maior submissão ao Pai espiritual e, então, viveremos? Pois eles nos corrigiam por pouco tempo, segundo melhor lhes parecia; Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santidade. Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça.

A correção de Deus na vida do crente que ouve e aprende com seus erros produz fruto de justiça; ou seja, vida justa que envolve a maturidade espiritual.

Muitos crentes ficam velhos no Senhor, mas nunca ficam maduros no Senhor. A razão primária para isso, conforme sugerida pelo autor de Hebreus, é que eles não ouvem e nem aprendem com a correção do Espírito de Deus e Sua Palavra.

Uma das grandes evidências de crescimento espiritual é a evidência crescente do próximo tipo de fruto.

  • Quarto, existe o fruto do sacrifício financeiro.

Paulo escreveu palavras incríveis aos crentes de Filipos ao escrever em Filipenses 4.15:

E sabeis também vós, ó filipenses, que, no início do evangelho, quando parti da Macedônia…

(veja bem agora)

…nenhuma igreja se associou comigo no tocante a dar e receber, senão unicamente vós outros;

Em outras palavras, quando Paulo começou o seu ministério, ninguém o apoio, exceto a igreja de Filipos. Continue nos versos 16 e 17:

porque até para Tessalônica mandastes não somente uma vez, mas duas, o bastante para as minhas necessidades. Não que eu procure o donativo, mas o que realmente me interessa é o fruto [karpos] que aumente o vosso crédito.

Segundo Paulo, a assistência financeira dada a ele concede aos crentes filipenses o privilégio de participar nas futuras recompensas pelo serviço de Paulo.

Uma pessoa investe na bolsa de valores na esperança de que suas ações serão valorizadas e o aumento seja adicionado à sua conta bancária. Nós investimos em pessoas. Nós damos para que o ministério aconteça nas vidas de pessoas. E aqueles que ofertam se tornam parceiros não somente do trabalho, mas também das recompensas.

Eu louvo a Deus pela forma como a nossa igreja tem investido em pessoas e projetos que vão além de nossos orçamentos. Creio que nossa igreja desenvolveu um bom senso para investir em potenciais.

Algumas semanas atrás, trouxe ao púlpito de nossa igreja um rapaz que estava indo estudar em um instituto bíblico. Ele é russo e era ateu quando se mudou para os Estados Unidos. Posteriormente, foi levado a Cristo em nossa igreja e discipulado por um dos pastores de jovens. Seu nome é Dima. Dentro de alguns dias, ele teria que viajar para o instituto bíblico a fim de se preparar para o ministério. Seu plano é retornar para a Rússia como missionário. Eu o levei comigo para o púlpito, algo que não havia planejado. Simplesmente sentimos que poderíamos ajudá-lo com suas despesas no instituto bíblico, bem como com sua viagem até lá. Na verdade, ele nem sabia como iria viajar. Passamos os cestos para recolher ofertas e a nossa congregação, mesmo depois de já haver ofertado além de seus recursos, ainda colocou a mão no bolso e deu a Dima uma excelente oferta para os estudos no instituto bíblico, bem como três passagens de avião.

A noiva de Cristo produz fruto semelhante ao coração de seu Noivo, o qual veio para entregar a Si mesmo!

Será que nossa igreja perdeu alguma coisa? Não! Que grande investimento!

  • Quinto, existe o fruto da verdade salvífica.

Colossenses 1.3-6 diz:

Damos sempre graças a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, quando oramos por vós, desde que ouvimos da vossa fé em Cristo Jesus e do amor que tendes para com todos os santos; por causa da esperança que vos está preservada nos céus, da qual antes ouvistes pela palavra da verdade do evangelho, que chegou até vós; como também, em todo o mundo, está produzindo fruto e crescendo, tal acontece entre vós, desde o dia em que ouvistes e entendestes a graça de Deus na verdade;

O evangelho produz o fruto da verdade, o fruto da vida e o fruto da luz e da esperança. Sem o evangelho:

  • não existe luz, mas trevas;
  • não existe verdade, mas especulação;
  • não existe vida, mas desespero;
  • não existe esperança, mas futilidade.

Tudo o que uma pessoa anseia para sua vida, no fim, é aquilo que cavalga nas costas do evangelho, pois o verdadeiro evangelho direciona o homem a Jesus Cristo.

Não existe maior alegria do que compartilhar o evangelho da esperança com alguém perdido e, daí, ver essa pessoa descobrir a esperança em Cristo. Deixe-me contar a você a história de uma oportunidade que tive recentemente de compartilhar o evangelho.

Algumas semanas atrás, eu e minha esposa estávamos voltando do litoral. Alguns amigos nos emprestaram sua casa de praia para que eu e ela celebrássemos nosso vigésimo segundo aniversário de casamento. Era um lugar belíssimo da criação. No caminho de volta para casa, passamos para pegar nossa filha mais nova que tinha ficado na casa de uns amigos ali perto.

Enquanto voltávamos, chovia um pouco e parava; daí, chovia mais um pouco e parava. Eu estava indo abaixo do limite de velocidade por causa da água na pista. Não me lembro o que aconteceu, mas lembro de um sentimento de virar o volante de forma brusca um pouco para a esquerda. Puxei o carro de volta, daí começamos a aquaplanar sem controle. Nosso carro deslizou sobre a pista como se fosse gelo a uma velocidade de 90 km/h. Daí, batemos em uma das barreiras fomos derrubando várias coisas pelo caminho. Finalmente, paramos. Ninguém se machucou, as janelas não estavam quebradas, mas a lateral do carro estava destruída—o carro deu perda total.

Ligamos para um amigo nosso, membro de nossa igreja que é policial rodoviário naquela região. Dentro de alguns minutos, ele chegou lá para nos acalmar, nos ajudar e lidar com o trânsito. Ele até nos levou para casa.

Naquela época, estávamos exatamente no meio de uma série de estudos em nossa igreja falando sobre adversidades. Não mencionei isso na época porque achei que esse acontecido não se qualificava como adversidade à luz do que nossos irmãos e irmãs em Cristo estavam passando. Contudo, aquela foi uma adversidade para nós.

Lembro-me de ter lido o que um homem escreveu: “Apesar de nem sempre sabermos o motivo para a adversidade, sempre existe um motivo para a adversidade.”

Fiquei me perguntando qual seria o motivo para aquela adversidade.

Um tempo depois, fui a uma agência de veículos em busca de um como aquele que tinha sofrido perda total. Não consegui acreditar como o preço de carros estava alto. Então, fui em busca de um carro na internet e achei um carro usado como o nosso. Fiz uma pesquisa com o número do chassi e o carro tinha uma quilometragem baixa, nunca tinha passado por um acidente e ainda estava na garantia. Liguei para a agência e fizemos um negócio pelo telefone. Daí, viajei até lá para comprar o carro.

Meu plano era fechar o negócio naquele dia mesmo. Então eu fui e comprei o carro. Contudo, eu ainda não sabia o porquê de tudo aquilo. No caminho de volta dirigido o meu carro, parei para comer alguma coisa. Depois que terminei de comer e de tomar meu café forte, fui continuar a viagem, mas o carro não ligava mais! Não ligava. Estava somente fazendo aquele barulho estranho—não sou mecânico, mas sei reconhecer um barulho estranho no carro. O barulho não era o de bateria arriada; também não era o motor de partida. O barulho era como o de mil pessoas rindo da minha cara por ter viajado para comprar aquele carro.

Então, liguei para o cara que tinha me vendido o carro e perguntei: “Ei, o que é isso que você me vendeu?”

Ele disse: “Olha, como você sabe, os únicos serviços feitos nesse carro foram uma lâmpada nova e a trava de uma das portas. Esse carro nunca deu problemas.”

E isso era verdade—o carro estava muito bom.

Ele disse: “O carro ainda está na garantia. Então, você tem assistência.”

De repente, fiquei feliz! Depois de várias horas esperando, o guincho veio e me levou para uma cidade pequena. Durante o tempo todo, fiquei pensando: “Existe um motivo para a adversidade.”

Quando chegamos à concessionária, ela já estava fechando. Eles deram uma no carro e o mecânico me disse: “Olha, já são mais de cinco horas. Amanhã, logo cedo, dou uma olhada melhor nele.”

Então, perguntei: “Tem hotel aqui perto?”

Ele disse: “Tem sim um logo ali mais adiante.”

Então, fui para o hotel e peguei um quarto. Daí, lembrei que poderia ter pedido para o meu irmão me reservar um quarto com seus pontos. Então, cancelei minha reserva e liguei para o meu irmão. Ele disse: “Sem problemas.”

Contudo, esse hotel onde eu estava não fazia parte da rede credenciada para que meu irmão fizesse a reserva com seus pontos. Ele me disse: “Olha, o pessoal do hotel está dizendo que não existe nenhum hotel credenciado na cidade onde você está. O mais próximo daí fica a uns 10 minutos.

Então, pedi um taxi. Meia-hora depois, o taxista veio e me disse que o hotel ficava, na verdade, a 35 km dali e que ficaria meio caro. Daí, eu saí do carro achando que ele estava me enganado.

Entre de novo no hotel e falei com a recepcionista. Ela disse: “O taxista está certo.”

Agora, o que vou fazer? Eu tinha mandado o táxi embora e estava preso naquele hotel sem ter como ir para o outro hotel onde meu irmão já tinha me reservado um quarto com seus pontos. Então, liguei para a concessionária e falei com um vendedor. Expliquei a ele a minha situação e pedi que ele me levasse ao hotel, se ele pudesse.

Ele disse: “Olha, é uma viagem de uma hora ida e volta. Ainda tenho que finalizar meu horário de trabalho aqui… desculpa.”

Eu disse: “Certo. Obrigado. Não se preocupe.”

O que eu faço? Não tenho muito dinheiro comigo, estou com fome, não tenho como chegar ao eu hotel, meu carro é um abacaxi e estou preso em uma cidadezinha que não conheço.

“Qual é o motivo par tudo isso, Senhor?”

Vinte minutos depois, quando já estava prestes a ligar para o taxista de novo, a recepcionista do hotel me disse: “Tem uma ligação para o senhor.”

Era aquele vendedor. Ele já era um senhor aposentado, mas que estava trabalhando meio-expediente para conseguir um dinheiro extra. Ele disse: “Estava pensando em você. Sinto muito por você estar nessa enrascada. Olha, se você me ajudar com a gasolina, posso passar aí após o trabalho e levar você até seu hotel.”

Eu disse: “Muito obrigado.”

Um pouco depois das 8 ele apareceu. Estava claro que ele já estava cansado. Daí, saímos. A última coisa que eu queria fazer era conversar, mas ele começou a me contar a história da vida dele. Ele havia sido um prisioneiro de guerra e era divorciado; tinha filhos já adultos que dificilmente via. Um ano antes, ele havia sido diagnosticado com câncer, mas tinha sobrevivido. Ele tinha se mudado para essa cidadezinha o interior para ficar perto de sua namorada ainda da época de escola, que hoje era já uma viúva. Eles estavam se vendo, mas não sabiam o que lhes aconteceria. Daí, ele disse, sem saber que eu era pastor, que ele tinha tido várias transfusões de sangue por causa dos efeitos do câncer. Como resultado, foi informado de que havia contraído HIV. O vírus tinha se desenvolvido rapidamente e os médicos lhe haviam dito que ele tinha apenas seis meses restante de vida. Ele me disse: “Sabe, nunca disse a ninguém antes que eu tenho AIDS. Você sabe o que eu decidi fazer? Foi para a praia e morrer no sol.”

Por duas semanas, eu fiquei me perguntando: “Por que? Qual o motivo desse acidente e dessa minha viagem e desse carro quebrado? Será que um dia saberei o porquê de tudo isso?”

Quando esse homem me disse: “Vou para a praia para morrer no sol,” eu então soube o motivo de tudo aquilo. Deus me tinha feito passar por todas aquelas coisas, me levado para aquela cidadezinha do interior para servir de mensageiro ao Rei, a fim de apresentar uma mensagem a esse homem, o qual Deus já havia preparado, em meio a toda aquela adversidade, para ouvir o evangelho que produz o fruto da luz e da verdade e da esperança.

Nós nos sentamos no estacionamento do hotel e não demorou muito para que ele orasse e se tornasse membro da igreja, a noiva de Cristo. Ele provou o fruto do evangelho sobre o qual Paulo fala nesse verso que continua produzindo frutos ao redor de todo o mundo.

Conclusão

Nós nos casamos com Cristo e o resultado de nossa união é fruto. É o fruto:

  • de um discurso marcado por pureza e louvor;
  • de vidas submissas à vontade de Deus ao nos levar para onde Ele bem deseja;
  • de uma maturidade espiritual que aprendemos através de Sua instrução;
  • de um sacrifício financeiro quando aproveitamos oportunidades para investir no ministério; e
  • de um privilégio de compartilhar o evangelho com outros para que eles também experimentem esse fruto vivificador e façam parte da noiva de Cristo.

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 17/08/2003

© Copyright 2003 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

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