O Que A Cruz de Cristo Destrói

O Que A Cruz de Cristo Destrói

by Stephen Davey Ref: Romans 1–16

O Que A Cruz de Cristo Destrói

Sola Fide: Justificação Pela Fé Somente–Parte 6

Romanos 3.29–31

Introdução

Vários anos atrás, uma professora de universidade estava ensinando uma turma a fazer rapel. Esse esporte funciona da seguinte maneira: uma corda resistente é presa seguramente em cima de um despenhadeiro e você vai descendo pendurado na corda até à base daquele despenhadeiro. Essa professora levou sua turma ao telhado de um prédio na universidade, amarrou a corda a um pedaço resistente de metal, pegou a corda, colocou-se de pé sobre o telhado e pendurou-se sobre a beirada. Para o horror daquela turma, aquele metal quebrou e a professora caiu no chão e morreu. Ela tinha fé na corda; ela tinha fé em sua habilidade de fazer o rapel; e ela teve fé naquele pedaço de metal no qual havia amarrado a corda. O problema não foi a falta de fé dela, mas um dos objetos de sua fé. A âncora na qual ela havia confiado sua vida estava com problemas.

Um tempo atrás, li sobre um executivo que trabalhava em um escritório de um prédio no centro da cidade. Ele gostava demais de assustar novos funcionários quando se encontravam na sala de reuniões que ficava no vigésimo andar. De repente, ele se lançava contra uma das janelas enormes da sala que iam do chão ao teto. É claro, essas janelas eram feitas de um vidro muito grosso e resistente, forte o suficiente para resistir à pressão e à força do vento. Um dia, ele estava dando as boas-vindas a um novo membro da equipe e ele quis assustá-lo e impressioná-lo com seu número especial. Com os ombros para frente, ele arremeteu-se contra aquela janela de vidro enorme, algo que ele já tinha feito muitas vezes. Contudo, dessa vez, para o choque e horror dos membros da equipe naquela sala, a janela de repente se despedaçou e ele mergulhou de vigésimo andar para a sua morte. Será que foi tolice de sua parte? Sem dúvidas. Entretanto, ele estava exercitando fé em um objeto que era mais fraco do que ele pensava—e ele morreu por causa disso.

Um autor conta a história de algo que aconteceu no século dezenove. É a história de Sam e sua esposa Bessie que moravam às margens de um grande rio. Do outro lado desse rio de oitocentos metros de largura havia uma loja que vendia de tudo, desde ferramentas a remédios. Pelo fato de não haver nenhuma ponte, eles atravessavam o rio em um barco a remo durante as estações mais quentes e, durante o inverno, eles atravessavam sobre o gelo. Em um inverno, eles abriram as portas de sua humilde casa para um viajante que, sem saber, estava compartilhando algo com eles também—uma doença contagiosa. Poucas semanas depois, Bessie, a esposa de Sam, ficou com uma febre altíssima. Sam reconheceu os sintomas e sabia que sua esposa tinha apenas alguns dias de vida. O antídoto que mataria aquela bactéria era vendido naquela lojinha do outro lado do rio.

O inverno estava apenas começando e as noites estavam muito frias. Apesar de haver uma camada de gelo se formando na superfície do rio, Sam sabia que o gelo não era grosso o suficiente para suportar seu peso, nem fino o suficiente para permiti-lo ir com seu barco. Mas ele ama sua esposa demais e estava determinado que preferia morrer tentando atravessar o rio do que viver sem ela. Ele beijou sua testa sombria e foi para o rio.

Sam nunca havia tentado atravessar o rio no início do inverno. Então, ele foi empurrando à sua frente um pedaço grande de madeira à medida que ia esticando seu corpo sobre aquele rio, esperando que, ao distribuir seu peso, ele evitaria quebrar o gelo. Em seu coração, todavia, ele acreditava que o gelo não conseguiria suportar seu peso. Vagarosamente, ele foi avançando sobre o gelo, orando enquanto deslizava a madeira na frente dele. Nos primeiros vinte ou trinta minutos, as coisas estavam indo bem; mas, daí, o gelo começou a gemer. Bem lentamente, ele começou a acelerar os passos, colocando-se à frente daquele gemido do gelo que apenas aumentava. Ele orou um pouco mais e, depois de haver avançado um pouco mais, o gelo começou a rachar. Daí, houve um estrondo com o barulho de algo quebrando—o gelo estava de despedaçando! Sam fechou seus olhos e se preparou para cair nas águas congelantes. O estrondo estava ficando cada vez mais alto. O que estava acontecendo?

Sam olhou para trás. Um homem estava atravessando o gelo em alta velocidade com uma carruagem a cavalos. Os cavalos passaram galopando por Sam, atravessaram ao outro lado e pararam na loja. Sam pulou, levantou os braços e gritou: “Aleluia!”—agora ele virou um pentecostal. Ele atravessou o gelo correndo para a loja, comprou o remédio, pegou uma carona de volta na carruagem e se apressou para chegar em casa para sua esposa.

Ele não tinha mais medo—apenas confiança.

Ele não engatinhou mais—mas correu.

Ele não pensou mais que morreria—mas teve apenas confiança que o gelo suportaria seu peso.

Agora, existe uma outra parte dessa história que gosto demais. Um homem chamado John e sua esposa Nancy eram amigos de Sam e Bessie. Eles moravam em uma casa que ficava na costa mais íngreme, olhando para o rio mais abaixo. John tinha estado observando com seus binóculos e viu que Sam estava em perigo. Sua esposa Nancy o chamou para fazer alguma coisa e ele não viu a cena da carruagem passando sobre o gelo. Quando ele voltou para a janela, ele viu Sam pulando de alegria e, daí, correndo sem medo algum por sobre o gelo. O que aconteceu? O que transformou Sam de um medroso a um confiante?

De alguma maneira, Deus deve ter dado mais fé a Sam, não é? Não exatamente. Sam, agora, tinha um entendimento mais profundo do objeto de sua fé.

Em 1 Coríntios 2.1–2, Paulo escreve:

Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria. Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado.

Em Filipenses 3.8–9, Paulo escreve:

Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé;

Em outras palavras, Paulo diz: “Quero aprofundar o meu entendimento de Jesus Cristo e Sua obra na cruz, que é o que forma a base e o alicerce de minha fé. Então, quero uma apreciação maior e um entendimento mais pleno dos sofrimentos de Cristo; Sua obra redentora de morte; a obra da paixão e morte de Cristo na vida de todos aqueles que colocam sua fé na verdade, esse substituto divino.”

Temos falado, já em várias ocasiões, a respeito da questão da fé em Cristo somente. Já testamos a corda de nossa salvação; engatinhamos sobre o gelo de nossa fé em Cristo; temos observado pela janela da revelação divina e todos esses permaneceram firmes.

Assim como Sam naquele rio congelado, fé verdadeira muda a forma como pensamos. Ela também transforma o nosso comportamento. A fé em Cristo, que morreu por nós na cruz, estabelece, fortalece, reaviva, regenera, redime e, então, fortalece cada um de nós em nossa decisão resoluta de viver uma vida santa.

O Que A Cruz de Cristo Destrói

Todavia, a cruz de Cristo também destrói algumas coisas. A cruz de Cristo não somente constrói coisas em nós que mudam nossas vidas, mas a cruz de Cristo também destrói algumas coisas que radicalmente mudam nossas vidas.

No evangelho de Mateus, no capítulo 10, do verso 34 ao 36, o Senhor advertiu dizendo que a cruz dividiria famílias como uma espada. A cruz poderia muito bem destruir sua capacidade de desfrutar de família e amigos. Por que? Porque a cruz de Cristo é loucura para aqueles que não creem.

Paulo advertiu dizendo que a cruz seria alvo de zombaria e desdém. Ele escreveu em Gálatas 6.12 que haveria aqueles que não desejariam ser identificados com a cruz de Cristo. Por que? Porque se identificar com a cruz de Cristo poderia acabar com uma vida pacífica e passiva.

E no final do grande terceiro capítulo de Romanos, o apóstolo nos informa que a cruz de Cristo destrói três coisas. Elas são:

  • orgulho;
  • preconceito; e
  • libertinagem.

A cruz de Cristo destrói o direito ao orgulho

  • Primeiro, a cruz de Cristo destrói o direito ao orgulho.

Já falamos sobre esse assunto, mas Paulo arremata o assunto no verso 27 de Romanos 3: Onde, pois, a jactância? Foi de todo excluída.

Literalmente, jactância, ou orgulho, está trancada em uma cela! Não existe espaço para orgulho no cenário da justificação.

O orgulho é uma visita indesejada no coração do crente verdadeiro. Por que? Já que os crentes não tiveram nenhuma parte em ganhar sua salvação, que foi um presente de Deus por meio de Cristo, então, eles não têm nada de que se orgulhar.

A única coisa que podemos fazer é nos orgulhar de Jesus Cristo. Ele é o sujeito de nossos pensamentos mais elevados. Ele é o objeto de nosso mais profundo amor. Ele é o tema de nossa música.

As revelações de João revelam a cena futura no céu onde crentes cantam um grande coro. Veja Apocalipse 5, versos 12a e 9 a10:

…Digno é o Cordeiro que foi morto… e entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra.

Esse cântico diz o seguinte a respeito de nosso  Senhor Deus:

  • Tu foste morto;
  • Tu nos redimiste;
  • Tu nos compraste com Teu sangue;
  • Tu nos fizeste sacerdotes para Deus;
  • Tu nos colocaste em Teu reino;
  • Tu permites que reinemos juntamente contigo no novo céu e na nova terra!

E o que nós fizemos para merecer tudo isso? Nada! É de se esperar, portanto, que Paulo exclame em Gálatas 6.14: Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo.

A cruz de Cristo destrói qualquer noção errada de arrogância e orgulho.

A cruz de Cristo destrói a raiz do preconceito

  • Segundo, a cruz de Cristo destrói a raiz do preconceito.

Veja os versos 29 e 30 de Romanos 3:

É, porventura, Deus somente dos judeus? Não o é também dos gentios? Sim, também dos gentios, visto que Deus é um só, o qual justificará, por fé, o circunciso e, mediante a fé, o incircunciso.

Ou seja, Paulo está voltando para resolver a ideia de que os judeus possuem alguma relação especial com Deus: “Com certeza, Deus levará os judeus para o céu de forma diferente daquela dos gentios!” Durante os dias de Paulo, o homem judeu se levantava pela manhã e orava agradecendo a Deus por não tê-lo criado como um gentio.

O problema com o judeu nos dias de Paulo não era necessariamente o fato de ele se considerar pertencente a Deus, mas crer que Deus pertencia somente aos judeus! Isso é ilustrado de forma dramática na vida do profeta Jonas.

Deus mandou Jonas realizar uma grande cruzada evangelística na cidade de Nínive. Sua missão era alertar os ninivitas dizendo que se eles não se arrependessem e não seguissem a Deus, eles seriam destruídos. Então, o que Jonas fez? Ao invés de correr por Deus, ele correu de Deus, embarcando em um navio que estava indo em direção contrária. Enquanto estava no navio, Deus enviou uma tempestade e, depois, um grande peixe. Eventualmente, é lançado para fora do navio e o peixe o engole. Jonas sobreviver dentro da barriga do peixe por três dias, até que se arrepende e diz no último verso de sua oração em Jonas 2.9: A salvação pertence ao SENHOR.

Essa é a lição que Deus queria ensinar a Jonas. A salvação pertence ao Senhor; ou seja, o Senhor decide, não o homem.

O verdadeiro pregador não faz o alvo de sua pregação uma raça ou cor ou classe social em específico. Existem pastores e mestres hoje que ensinam como plantar uma igreja baseada no preconceito. Dezenas de formandos de seminários estão, na verdade, plantando igrejas em vizinhanças baseados em estudos demográficos do nível acadêmico dos moradores, raça e classe social.

Meu amigo, o evangelho não enxerga cor—e a igreja também não deveria! O evangelho não faz distinção de classes sociais ou de raças. Na verdade, o evangelho cria uma raça completamente nova a partir de todos aqueles que creem, conforme lemos em 1 Pedro 2.9.

O problema do preconceito tem como raiz um problema muito mais profundo que o mundo não consegue resolver. O motivo por que certas etnias se odeiam não tem nada a ver com a raça. O preconceito, no fundo, é um problema do coração! Quando Deus redime e reforma o coração, o preconceito se torna uma coisa do passado!

Jonas queria que Deus ficasse do seu lado. Ele queria que Deus ficasse no bairro dos judeus. Ele estava dizendo: “Senhor, não quero você no bairro dos gentios… Você pertence a nós!”

Além disso, Jonas tinha medo que os ninivitas se arrependeriam, o que eles fizeram, desde o rei de Nínive até à última pessoa da cidade. A última coisa que Jonas queria era um gentio como irmão. Isso já era pedir demais.

Jonas, e o resto da nação, dizia: “A salvação pertence aos judeus.” E isso é diferente de dizer: “A salvação pertence ao Senhor.”

Acho algo incrível que Jonas levou três dias dentro da barriga do peixe para finalmente dizer: “A salvação pertence ao Senhor.”

Assim que ele disse isso, conforme Jonas 2.10, Deus mandou o peixe vomitar Jonas na praia.

Agora, se eu tivesse sido lançado nas águas de dentro de um navio durante uma tempestade e visto um peixe enorme vindo em sua direção com a boca aberta pronto para me engolir, no momento que eu estivesse descendo para o estômago daquela criatura eu já estaria dizendo: “Certo, certo, Senhor! A salvação pertence ao Senhor! A salvação pertence ao Senhor!”

Jonas levou três dias! Por que Jonas era tão teimoso? Ele cria não somente que os judeus pertenciam a Deus, mas que Deus pertencia aos judeus.

E em Romanos 3, Paulo está ensinando sobre isso. Para aqueles que viessem a Cristo pela fé, a pergunta eventualmente surgiria: existe algo de especial para os judeus que exercem fé no Salvador? Paulo responde no verso 30, dizendo: “Existe apenas um Deus e, se esse Deus aceita ambos judeus e gentios pela fé somente, então o chão ao pé da cruz é plano.”

Judeus e gentios são igualmente bem-vindos! Não existe nenhuma relação especial; não existe nenhum favor especial—quando a pessoa vem a Cristo, ela se torna igualmente especial para Deus o Pai.

A cruz de Cristo destrói a raiz do preconceito.

A cruz de Cristo destrói a noção de libertinagem

  • Existe mais uma coisa que a cruz de Cristo destrói. A cruz de Cristo destrói não somente o direito ao orgulho e a raiz do preconceito, mas, finalmente, a cruz de Cristo destrói qualquer noção de libertinagem.

Paulo escreve em Romanos 3.31:

Anulamos, pois, a lei pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes, confirmamos a lei.

Em outras palavras, já que somos salvos pela graça por meio da fé independente das obras da Lei, podemos então abusar da graça de Deus por meio da violação da Lei?

Essa é a pergunta que Paulo responderá mais detalhadamente em Romanos 6.1-2, dizendo:

Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?

Poderíamos fazer uma pergunta honesta aqui: “Já que a Lei nação importa mais quanto à salvação, a Lei é, em essência, sem significado, correto?”

Não. Paulo diz em Romanos 3.31: Não, de maneira nenhuma! Antes, confirmamos a lei.

Maneiras Pelas Quais a Cruz de Cristo Confirmou a Lei

Mas o que Paulo quer dizer quando escreve que a cruz de Cristo confirma a Lei? Ele fornece duas maneiras.

A cruz de Cristo confirmou o padrão perfeito da Lei

  • Primeiro, a cruz de Cristo confirmou a Lei ao sustentar o padrão perfeito da Lei.

Na cruz de Cristo, a essência natural da justiça e santidade de Deus triunfaram. O padrão da santidade de Deus não foi abolido na crucificação, mas foi confirmado. A cruz foi absolutamente necessária porque a Lei não era algo negociável.

James Montgomery Boice ilustrou isso com alguns pensamentos maravilhosos.

Suponha que Deus tenha declarado que a cruz de Cristo foi algo desnecessário. Suponha que Ele tenha dito: “Acho que não terei que enviar Meu Filho para morrer pelos pecadores. Pela graça, irei permitir que eles sejam salvos da maneira que bem desejarem; ou seja, por suas próprias tentativas de guardar a Lei. Mas, já que eles não podem guardar a Lei perfeitamente, estabelecerei um certo padrão que eles terão que alcançar. Chamaremos isso de ‘média.” Se eles alcançarem a média, irei salvá-los. Se não, serão perdidos.”

Digamos que Deus determine que a média é 70% das justas exigências da Lei. Teria Ele, então, minimizado ou anulado os outros 30% da Lei? E se os mandamentos para não roubar e não adulterar fossem violados nos 30% da Lei? E se Deus colocasse a média para 50%? Por acaso, Deus não teria deixado de lado metade da Lei?

Se a cruz fosse desnecessária e nós fôssemos salvos com base naquilo que conseguimos fazer, já que não conseguimos guardar nem sequer uma parte da Lei perfeitamente, Deus estaria, então, abandonando toda a Lei. Ao invés disso, a cruz de Cristo revelou que Deus levou a Lei a sério—sério o suficiente para exigir a vida de um Substituto, o qual, nesse caso eterno, foi Seu próprio Filho.

E isso me conduz ao segundo pensamento.

A cruz de Cristo cumpriu o veredito exigido pela Lei

  • Segundo, a cruz de Cristo confirmou a Lei ao cumprir o veredito exigido pela Lei.

Nas palavras de William R. Newell: “A cruz de Cristo confirmou a Lei ao executar sua penalidade.”

Robert Haldane escreveu:

Como mostrar uma reverência maior à Lei do que, ao Deus determinar salvar pecadores de sua maldição, levar Seu próprio Filho a suportar a maldição no lugar dos pecadores e carregar no lugar deles [os extremos do veredito da Lei]—pois o salário do pecado é a morte?

Deus poderia ter:

  • nos levado ao céu por amor;
  • ignorado o pecado;
  • nos ajudado a atingir a média;
  • dado nossa nota segundo a sinceridade; ou seja, Deus está no topo de uma montanha e existem muitos caminhos até lá, mas todos conduzem a Deus.

Isso até que soa inteligente, até que você percebe que transforma Deus em um tolo. Se existem muitos caminhos que conduzem a Deus, por que enviar Seu Filho para morrer? Se existem outros caminhos para Deus, por que Ele fez tudo aquilo no Calvário? Por que fazer o Filho de Deus passar pela humilhação e sofrimentos da cruz?

Não existe um arredondamento nas notas, nem uma média baseada na sinceridade; não existe uma média de 70% para passar no teste da Lei. A cruz de Cristo confirmou a necessidade de uma nota perfeita e o fato de que nós jamais conseguiríamos tirar uma nota perfeita. Mas aí, pela expiação de Cristo em nosso favor, Deus apagou a nota vermelha daqueles confiam em Cristo pela fé. Pela graça de Deus, Ele escreve em nosso boletim a nota perfeita de Cristo atribuída em nossa conta. E isso nos concede entrada no céu.

Recentemente, li a história sobre um curso de filosofia avançada ensinado em uma universidade. O professor era conhecido por sua dureza e por levar os alunos a reprovar o curso. O dia da prova final estava chegando e o professos anunciou que cada aluno poderia trazer uma folha de papel grande com a maior quantidade de anotações que conseguissem inserir naquele papel. O professor deixaria os alunos usarem essa ajuda durante a prova. Os alunos, é claro, enfiaram naquele papel todo pedaço de informação que conseguiram, escrevendo com letras pequeníssimas, de um lado a outro daquele papel.

O dia da prova chegou. Cada aluno chegou com sua caneta e seu papel repleto de anotações. Um aluno se sentou na frente e simplesmente colocou a folha de papel no chão. Estava em branco. Daí, esse aluno trouxe um aluno de doutorado que estava quase se formando com seu doutorado em filosofia e o colocou de pé sobre a folha de papel. Os outros alunos protestaram, mas esse aluno relembrou a todos, e ao professor, que eles poderiam trazer qualquer coisa, desde que ela coubesse naquela folha de papel. O professor balançou a cabeça, concordando com ele. E esse foi o único aluno que passou naquela prova final.

Nenhum de nós conseguirá passar na prova final da Lei. Deus estabeleceu a Lei; Ele defende a Lei e exige que o veredito da Lei seja executado. Somente aqueles que trazem Cristo consigo, o único que guardou a Lei perfeitamente e morreu por todos os que não conseguiram guardar a Lei, passarão pelos portões da vida eterna no céu.

Portanto, ao terminarmos nosso estudo no assunto da sola fide, ou “fé somente,” não queremos glorificar, nem adorar nossa fé. Ao invés disso, glorificamos o objeto de nossa fé; adoramos o Poderoso no qual temos colocado nossa fé; adoramos o Homem de dores que tomou nosso lugar na cruz; adoramos o Cordeiro de Deus que morreu para confirmar nossa fé; nós honramos e adoramos o Autor e Consumador de nossa fé, o Maravilhoso Conselheiro, o Deus Poderoso, o eterno Príncipe da Paz.

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 23/06/2002

© Copyright 2002 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

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