A Guerra do Evangelho: Paulo vs. Tiago

A Guerra do Evangelho: Paulo vs. Tiago

by Stephen Davey Ref: Romans 1–16

A Guerra do Evangelho:
Paulo vs.
Tiago

Sola Fide: Justificação Pela Fé Somente–Parte 5

Romanos 3.27–28

Introdução

No início dos anos de 1500, existiu uma disputa teológica enorme. Essa disputa causou uma explosão cujos efeitos são sentidos até aos dias de hoje, quinhentos anos depois. Essa disputa foi necessária; um debate e uma reforma completamente necessários sobre questões de corrupção espiritual e teológica que havia se tornado a religião comum. Esse debate revolveu em torno da justificação pela fé.

História: A Controvérsia A Respeito da Justificação pela Fé

Mais especificamente, esse debate foi sobre como a justificação se relacionava ao sacramento da penitência. Esse sacramento da penitência era definido pela Igreja Católica Romana como a segunda pilastra da justificação. A primeira pilastra era o batismo infantil.

Se uma pessoa pecasse após seu batismo, e ela certamente iria, era necessária uma penitência para restauração. A Igreja Romana cria, quinhentos anos atrás e ainda crê hoje, que os pecados realmente terríveis cancelam a graça justificadora. O pecador precisa fazer algo para restaurar a graça; caso contrário, sua alma estará perdida. Todos os sacramentos da Igreja Católica, de uma forma ou de outra, foram projetados para continuamente justificar o pecador aos olhos de Deus.

A Igreja Católica sempre ensinou que a salvação não é uma transação realizada em um momento por meio da qual Deus o Pai atribui a justiça de Cristo ao pecador. Ela ensina que a justificação é um processo ao longo da vida inteira com a esperança de que, se você fizer tudo o que deve, então, no fim, seu tempo no purgatório será reduzido e sua alma eventualmente chegará ao céu.

Justificação pela fé vs. indulgências

Uma das coisas boas que você poderia fazer girava em torno da doutrina da penitência. O sacramento da penitência incluía a questão das indulgências. Uma indulgência envolvia uma boa obra, uma oração, um presente, uma visita ao lugar santo e/ou um ato de sacrifício. Ao fazer uma dessas pequenas ações, Deus fica, pelo menos em um nível pequeno, satisfeito e outra quantidade de graça é derramada sobre o penitente.

Foi essa questão que adicionou consideravelmente à corrupção dentro da igreja. A igreja desenvolveu um sistema completo de indulgências no qual, francamente, pecados poderiam ser expiados por meio das boas obras, incluindo presentes monetários. Na realidade, muitas das grandes catedrais da Europa foram financiadas pelas vendas de indulgências. A igreja dizia às pessoas: “É assim que você é perdoado; é assim que você satisfaz a ira de Deus; é assim que você pode conseguir mais uma medida de graça em sua jornada ao céu.”

As pessoas, é claro, compravam as indulgências. Por exemplo, no ano de 1300, o papa concedia o Jubileu das Indulgências para todos os que visitavam os túmulos dos apóstolos durante quinze dias sucessivos. É claro, você tinha que pagar para ver cada túmulo.

Se você estivesse lendo os jornais naquela época, você descobriria que o atual papa declarou o ano de 2000 como o Ano do Jubileu. Ele oferecia indulgências a todos os fiéis que participavam da ceia em uma das várias catedrais ao redor da Europa. O papa prometia que a observância da ceia nesses locais designados reduzia o tempo futuro no purgatório.

Nos anos de 1500, as vendas de indulgências estavam gerando tanto dinheiro a ponto de a Igreja Católica chamar o sistema de “o negócio sagrado.” Um banco na Alemanha estava responsável por administrar o dinheiro. A Basílica de São Pedro, em Roma, foi construída com os lucros das vendas de indulgências.

Conectada à venda de indulgências estava a questão das relíquias. As catedrais da Alemanha tinham milhares de relíquias em exposição, incluindo desde um galho da sarça ardente de Moisés à uma lágrima que Jesus derramou ao chorar por Jerusalém.

Alguns anos atrás, eu fui à Europa e vi pessoas pagando para ver uma relíquia que havia sido recentemente colocada em exposição. Era uma mão de mil anos atrás de um cardeal ou bispo, não me lembro direito, envolvida em cetim e com anéis nos dedos. A pessoa que pagou para ver essa mão (eu eu, obviamente, paguei para ver, não para receber graça, mas simplesmente para ver como era uma relíquia) supostamente recebia uma bênção de Deus, a qual, por fim, seria transformada em graça salvífica. Aquilo me deu dor de barriga pelo resto do dia.

No início dos anos de 1500, muitos peregrinos fluíam para uma cidade particular da Alemanha a fim de ver relíquias sagradas, fazer as orações devidas e ofertas adequadas a fim de conseguir indulgências, algo que a universidade da cidade tinha autoridade para conceder. Era a cidade de Wittenberg.

Uma das promessas que a Igreja Católica fazia aos peregrinos era a de que, se eles fossem até àquela cidade e fizessem orações e dessem ofertas, todos eles conseguiriam cancelar quase dois milhões de anos no purgatório. Isso somente me faz pensar quanto tempo a pessoa tem que sofrer no purgatório antes de seus pecados serem expiados e ele poder entrar no céu.

Já que a Igreja também ensinava que as indulgências poderiam ser conseguidas a favor dos entes queridos que já tinham morrido, você pode imaginar o favor do povo. Isso é algo parecido com o fervor dos atuais mórmons que passam horas sendo batizados a favor de seus parentes mortos. A crença deles na expiação dos parentes mortos que não foram mórmons despertou uma operação genealógica gigantesca. Não existe no mundo nenhum sistema genealógico semelhante ao dos mórmons. Por que esse sistema foi criado? Para que os mórmons possam reconstruir o máximo possível sua árvore genealógica e, então, possam ser batizados a favor dos seus familiares. Eles crêem que isso concede aos seus parentes uma chance de ir para o céu; isto é, um dos três céus deles, só não sei qual deles.

A cidade alemã de Wittenberg já estava transbordando com seguidores devotos da crença da igreja de que a justificação podia ser comprada. Na primavera de 1517, um líder da igreja chegou nessa cidade abanando um panfleto do papa. Seu nome era Johann Tetzel e ele tinha vindo para Wittenberg a fim de lucrar mais dinheiro para a construção do projeto da Basílica de São Pedro, em Roma.

As palavras dos sermões de Tetzel foram preservadas. Ele pregava:

Você precisa entender que, a pessoa que já confessou seus pecados e está contrita e coloca uma oferta na caixa, terá seus pecados perdoados… então o que você está fazendo aí parado? Corram, todos vocês, pela salvação de suas almas… vocês não estão ouvindo a voz de seus parentes falecidos e de outras pessoas gritando e dizendo: “Tenha m misericórdia de nós… estamos sofrendo castigo e dor terríveis dos quais vocês podem nos resgatar…”.

Os peregrinos corriam, compravam suas indulgências e a construção da Basílica de São Pedro pôde ser completada.

Martinho Lutero e a Reforma

O sermão de Tetzel naquela primavera foi a última gota no coração de um monge que estava ensinando Novo Testamento na Universidade de Wittenberg. Antes, ele havia se convertido a uma crença em Cristo pela fé somente ao estudar o livro de Romanos. O nome desse professor era Martinho Lutero.

Em outubro daquele mesmo ano, Martinho Lutero pregou as suas Noventa e Cinco Teses nas portas da igreja de Wittenberg. Ele as escreveu em latim com a intenção de começar uma discussão teológica com os acadêmicos e com os líderes da igreja em Wittenberg a respeito da venda da graça e do perdão.

Todavia, em uma das grande ironias da história, o que agora entendemos como providência de Deus, existia algo que estava em pleno desenvolvimento; algo chamado “imprensa.” E a imprensa mudou tudo. Contra os próprios desejos de Lutero, suas Noventa e Cinco Teses foram traduzidas para o alemão, impressas em grande quantidade e, dentro de duas semanas, já estavam circulando por toda a nação da Alemanha.

Como uma faísca de fogo para lenha seca, o desafio das Noventa e Cinco Teses de Martinho Lutero iniciaram uma controvérsia ferrenha. E essa foi uma controvérsia que, no fim, o levou a ser condenado pela Igreja Romana e seus escritos serem rotulados com heréticos.

A colisão aconteceu e um movimento começou e ganhou momento; um movimento conduzido por aqueles que protestaram contra as indulgências e criam que a Bíblia claramente ensinava a justificação pela fé somente. Foi um movimento que, na verdade, recebeu seu nome da Igreja Católica por causa de seu protesto—o nome era o de Protestantes.

Um advogado francês se converteu à verdade desse movimento, o que a essa altura era considerado uma Reforma. Ele eventualmente formalizou as doutrinas Protestantes em uma série de livros intitulada As Institutas, derivada diretamente das Escrituras. Seu nome era João Calvino. Calvino escreveu: “Fique, portanto, estabelecido que somos justificados pela fé, e não por outro meio… ou [para dizer de outra forma], somos justificados pela fé somente.”

Justificação pela fé somente vs. outro evangelho

O que acho muito interessante, amigo, é que a doutrina da justificação é tão controversa hoje como foi quinhentos anos atrás.

E por que não? Logo no século primeiro, nas igrejas da Galácia, o problema principal era a distorção do evangelho. Paulo os advertiu, dizendo no capítulo 1, versos 6 e 7:

Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo.

Em outras palavras, essas pessoas não querem criar um evangelho completamente novo, já que isso nunca seria aceito. Então, ao invés de criar algo radicalmente novo, essas pessoas diziam: “Vamos somente mudar um pouco o evangelho que já temos para a nossa vantagem e de acordo com o nosso gosto. Não vamos eliminar Jesus, vamos apenas recriar a imagem dEle. Vamos criar um sistema no qual o homem depende da igreja para a sua salvação e adicionar a isso o fato de que o homem precisa ser bom a fim de poder entrar no céu. Isso vai manter as pessoas ‘civilizadas’ e, ao mesmo tempo, atingir a natureza humana que realmente não quer admitir que ele se encontra perdido e incapaz de fazer algo para se salvar. Isso o levará a ‘ajudar Deus’ a salvá-lo.”

Paulo diz um pouco mais adiante no verso 9:

Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema.

Então, a questão é, que evangelho os crentes gálatas receberam que nunca deve ser mudado, diluído, distorcido, comprometido, limitado ou enfraquecido? Que evangelho os apóstolos pregaram?

Abra sua Bíblia em Romanos 3 e ouça novamente a descrição que Paulo dá da salvação—a justificação pela fé. Nos versos 27 e 28, Paulo começa a resumir tudo o que já tem dito nesse parágrafo a respeito da justificação pela fé. Note o verso 28:

Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei.

É por isso que ele diz no verso 27:

Onde, pois, a jactância? Foi de todo excluída. Por que lei? Das obras? Não; pelo contrário, pela lei da fé.

A palavra “lei” poderia ser traduzida nesse verso como, “regra ou princípio.” Então, a frase pode ser entendida: “…pelo princípio da fé.”

Em outras palavras, Paulo pergunta: “Do que o pecador pode se orgulhar no assunto da salvação? Que direito alguém tem de estufar o peito e dizer: ‘Estão vendo como sou uma pessoa boa?’?”

A verdade é que o homem nasce terrivelmente orgulhoso de si mesmo. Warren Wiersbe disse: “O homem é a única criatura que tende a inchar quando leva uma tapinha nas costas.” E todas as pessoas possuem a habilidade incrível de dar uma tapinha em suas próprias costas.

Em Lucas 18, o Senhor ilustra o orgulho espiritual ao contar a história do fariseu e do coletor de impostos que foram orar no templo. O Senhor disse no verso 11: O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo.

Essa é uma escolha interessante de palavras porque o fariseu obviamente não estava orando a Deus, mas estava apenas falando a respeito de si mesmo. Continue no verso 11, onde ele ora: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens.

A propósito, se você deseja que suas orações batam no telhado e voltem para a sua cabeça, comece sua oração como esse homem começou: “Senhor, muito obrigado porque não sou como as outras pessoas.”

Daí, na última parte do verso 11, ele é um pouco mais específico e diz em relação a quais pessoas ele se considera melhor: roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano.

Evidentemente, enquanto o fariseu orava, ele viu uma das pessoas mais desprezíveis em sua sociedade—um publicano ou coletor de impostos. Algumas coisas nunca mudam, não é mesmo?

No primeiro século, um coletor de impostos comprava das mãos do Império Romano o direito de abrir um negócio para coletar impostos e cobrar seus compatriotas judeus por isso. Os judeus pagavam sua parte que ia para Roma e, além disso, o coletor de impostos coletava mais e ficava com a quantidade adicional para si. Dessa forma, ele era considerado um traidor e um ladrão porque geralmente cobrava taxas exorbitantes para engordar sua própria carteira. Se havia uma pessoa à qual você era superior, essa pessoa era o coletor de impostos ou publicano.

O fariseu continua no verso 12: jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho.

Será que o fariseu estava inventando isso? Não! Ele jejuava duas vezes por semana? Sim! Ele dava o dízimo de todo o seu dinheiro? Sim! Ele dava calote, ou roubava ou pegava a esposa de seu próximo? Não! Ele era um homem bom? Sim!

Mas Jesus continua e diz no verso 13:

O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador!

Ele nem sequer olhava para cima! Ele apenas batia em seu peito e dizia nessa oração de profunda confissão: “Deus, tenha misericórdia de mim, pecador!”

Daí, Jesus diz no verso 14: Digo-vos que este desceu justificado para sua casa.

O termo justificado nesse verso é a mesma palavra grega que Paulo usa em Romanos 3.28. Esse homem foi justificado, ou declarado justo, perdoado, redimido.

Aquele que não se orgulhou se tornou o crente verdadeiro; aquele que ficou se orgulhando em si mesmo estava apenas brincando de crente.

Paulo diz em Romanos 3.27-28: “O princípio da verdadeira fé elimina o orgulho espiritual”: Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei.

Paulo não poderia ter sido mais claro que isso, não é mesmo?

Martinho Lutero escreveu: “Todos os justificados são justificados por causa de nada e a graça de Deus, nada mais, recebe o crédito pela justificação.”

Então, onde aqueles que se opõem à definição de fé independente das obras encontram suporte bíblico? Fico feliz que você tenha perguntado!

Paulo vs. Tiago

Eles encontram suporte em um verso bíblico que parece contradizer o que o apóstolo Paulo disse. É um verso escrito por Tiago que tem causado mais confusão do que talvez qualquer outro em relação à justificação pela fé. Vamos dar uma olhada nos versos escritos por Paulo e Tiago, colocando-os lado a lado:

Paulo escreve em Romanos 3.28:

 

Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei.

Tiago escreve em Tiago 2.24:

 

Verificais que uma pessoa é justificada por obras e não por fé somente.

 

Paulo afirma: “…justificado pela fé…”; Tiago afirma: “…justificado pelas obras…”. Qual dos dois está correto?

Ambos estão corretos! A resposta se encontra no entendimento adequado das abordagens diferentes que esses dois homens fazem do mesmo assunto.

Paulo e Tiago tinham propósitos diferentes, estavam em dois contextos diferentes, tinham objetivos diferentes e duas ênfases diferentes que Deus desejou comunicar por meio deles.

Tiago: Tipos de Fé

Tiago, na verdade, fala sobre três diferentes tipos de fé. Dois desses tipos são falsos e apenas um é vivo.

A fé morta

  • O primeiro tipo de fé que Tiago descreve é a “fé morta.” A fé morta é desprovida de obras.

Veja Tiago 2.14-17 e sublinhe as primeiras palavras no verso 14 e as mesmas palavras no verso 16: Qual é o proveito…?:

Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso? Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta.

Essa é a pessoa que diz: “Sim, eu vou para o céu porque tenho fé em Deus.”

A verdade, contudo, é que essa pessoa não está em nada ligada a Deus. Esse tipo de pessoa diz possuir fé em Cristo, mas Cristo não tem nada a ver com a vida delas. Cristo não está em seus pensamentos; Cristo não está em suas finanças; Cristo não está em seu linguajar, nem no seu vestuário sensual; Cristo não está em seus planos ou suas carreiras profissionais; Cristo não está em seu material de leitura ou em seus calendários; Cristo recebe um mínimo de atenção aos domingos por uma ou duas horas, mas isso é o mais longe que esse tipo de fé vai.

Tiago diz: “A fé dessa pessoa é morta. Ela não existe; é infrutífera.”

A fé demoníaca

  • O segundo tipo de fé sobre a qual Tiago fala é a “fé demoníaca.”

Veja Tiago 3.19: Crês, tu, que Deus é um só? Fazes bem. Até os demônios creem e tremem.

A fé morta é a fé sem evidência externa de uma vida santa. Podemos dizer que são palavras desprovidas de atitudes. Esse segundo tipo de fé, a fé demoníaca, é constituída de palavras sem adoração.

Entretanto, não se engane, os demônios têm fé. Você já parou para pensar que não existe nenhum demônio ateu ou agnóstico? Eles:

  • creem na existência de Deus;
  • creem na existência do Filho de Deus e do Espírito de Deus;
  • não têm dúvidas de que existe apenas um Deus vivo e verdadeiro;
  • não têm dúvidas acerca da criação do mundo—eles estavam lá quando tudo aconteceu;
  • não questionam a autenticidade das Escrituras—eles a têm observado permanecer firme após o escrutínio de gerações após gerações;
  • não se sentam e debatem sobre a veracidade histórica da ressurreição de Cristo—eles a viram acontecendo.

Então, por que um demônio nunca voltará ao céu, apesar de ele crer em tudo aquilo que o crente crê? Simplesmente porque eles repetem todas as palavras, mas não adoram a Deus; eles jamais irão dobrar seus corações ao senhorio de Cristo; eles jamais adorarão a Deus.

Então, Tiago descreve a fé morta, que é a fé desprovida de obras; a fé demoníaca, que são palavras desprovidas adoração; e o terceiro tipo de fé é a única fé genuína que existe.

 

A fé dinâmica

  • O terceiro tipo de fé que Tiago descreve é a “fé dinâmica,” que é a fé que produz obras e adora e que, portanto, é a única que funciona!

Tiago aborda o assunto da justificação de uma perspectiva diferente de Paulo. Tiago e Paulo, na verdade, no fim, complementam reciprocamente o ensino do outro, não contradizem o que o outro ensina. Todavia, você irá ignorar essa realidade s não entender as diferenças entre a mensagem que Paulo tenta comunicar e a mensagem que Tiago busca transmitir. Deixe-me destacar algumas dessas diferenças entre as mensagens de Paulo e Tiago e, no processo, vamos complementar seus próprios ensinos.

Os objetivos distintos de Paulo e Tiago

  • Primeiro, Paulo e Tiago possuem objetivos distintos.

Deixe-me ilustrar a ilustração de Tiago:

O objetivo de Paulo é definir a salvação ou a justificação. Ele define teologicamente que a justificação é pela fé somente.

Tiago ilustra a justificação. Ela é ilustrada não por fé mais obras, mas por fé que realiza obras. Ele escreve de forma prática: “que proveito” Ele ilustra a fé verdadeira com a vida.

 

Quando eu estava no seminário, minha esposa teve gêmeos. Eu me lembro que, quando o primeiro nasceu, ele chorou imediatamente—e muito alto! Dois minutos depois, o segundo saiu e, depois de algumas palmadas, ele chorou também. Todos nós respiramos aliviados porque, quando ainda estava no útero da mãe durante as contrações, seu batimento cardíaco estava baixo. Então, quando ele nasceu e chorou, vimos que seu coração estava batendo. Foi a única vez em que o choro foi uma coisa maravilhosa!

Contudo, o choro de meu filho não lhe deu vida; ele simplesmente revelou que meu filho estava vivo. Seu choro estridente não produziu vida, mas comprovou existência de vida.

Da mesma maneira, Tiago ilustra o fato de que boas obras não produzem vida, apenas comprovam a existência de vida. Então, poderíamos dizer o seguinte: “Fé em Cristo produz vida; obras para Cristo comprova vida.”

As ênfases distintas de Paulo e Tiago

  • Note também que Paulo e Tiago possuem ênfases distintas.

Paulo enfatiza a base da salvação, que é a justificação pela fé.

Tiago enfatiza a o fruto após a salvação, que são as obras e não fé somente.

 

Em outras palavras, fé desprovida de frutos não é, de forma alguma, fé genuína. Fé verdadeira se revela por meio de frutos.

A pessoa que diz que é crente, mas não evidencia fruto algum, está se enganando. Não é suficiente dizer somente: “Tenho fé!”

Os ouvintes distintos de Paulo e Tiago

  • Paulo e Tiago também tinham em mente ouvintes distintos.

Paulo fala sobre ser justificado aos olhos de Deus.

Tiago fala sobre ser justificado aos olhos do homem

 

Você é justificado aos olhos de Deus mediante a fé somente. Mas você é justificado aos olhos dos homens pelas obras somente.

Tiago ensina isso em Tiago 2.24: Verificais que uma pessoa é justificada por obras e não por fé somente. Em outras palavras, as pessoas não conseguem enxergar sua fé; elas podem enxergam apenas suas obras. Então, a fé somente não nos justifica diante dos homens. As obras revelam às pessoas que existe fé dentro de nós!

Os resultados distintos de Paulo e Tiago

Paulo quer que o crente seja capaz de defender sua fé.

Tiago desafia o crente a demonstrar sua fé na prática.

  • Paulo e Tiago também chegam a resultados distintos.

 

A verdadeira fé salvífica é independente de boas obras. Entretanto, a fé verdadeira produz obras.

Ou seja, Tiago está surpreendendo seus ouvintes com a verdade de que profissão de fé é insignificante se não houver a prática da fé. Na realidade, Tiago diz que aqueles que confessam fé e não a colocam em prática não possuem fé viva e genuína.

João Calvino escreveu no início dos anos de 1500: “É a fé sozinha que justifica, mas a fé que justifica nunca vem sozinha!”

Você deseja ser justificado diante de Deus? A justificação vem pela fé em Cristo somente. Você deseja ser justificado diante dos homens? Você quer ser genuíno em sua fé? Você quer que o mundo saiba que sua fé é autêntica? Então, viva para Cristo!

Conforme Jesus disse em Mateus 5.16:

Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.

Faça o que você quiser, mas não coloque Paulo e Tiago em contradição. Eles estão no mesmo time! Coloque-os lado a lado e você terá um entendimento mais completo e rico a respeito da justificação.

A guerra do evangelho se torna uma guerra apenas quando ignoramos as diferenças entre Paulo e Tiago em seus objetivos, suas ênfases, seus ouvintes e seus resultados desejados.

O Dr. W. H. Griffith Thomas escreveu há cerca de cem anos: “Paulo e Tiago não são soldados em exércitos diferentes guerreando entre si, mas soldados no mesmo exército lutando contra os inimigos que vêm de várias direções diferentes.”

Paulo luta contra um inimigo que se chama, “fé mais obras;” Tiago luta contra um inimigo chamado, “fé genuína pode ser desprovida de obras.”

Ambos os inimigos são fatais; ambos são infrutíferos; ambos são enganadores; ambos representam um outro evangelho.

A verdade é que a justificação é pela fé independente das obras. Contudo, aqueles que são justificados produzem obras. Eles encontram sua maior satisfação em servir, glorificar e agradar seu grande Deus e Salvador, Redentor, Jesus Cristo. Aquele que não se preocupa com isso não possui fé. Aquele que possui fé genuína tem com ambição maios, conforme Paulo escreveu, agradar a Deus.

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 09/06/2002

© Copyright 2002 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

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