
Uma Floresta de Verdade
Uma Floresta de Verdade
A Verdade do Evangelho – Parte 4
Romanos 1.4
Introdução
Nosso texto de hoje é Romanos 1.4. Falando sobre Jesus Cristo, esse verso diz:
e foi designado Filho de Deus com poder, segundo o espírito de santidade pela ressurreição dos mortos, a saber, Jesus Cristo, nosso Senhor,
G. Campbell Morgan escreveu cerca de duas gerações atrás:
Jesus Cristo foi o Deus-Homem. Não um homem habitado por Deus – todos os crentes são habitados por Deus. E nem um homem que se tornou Deus. É evidente que isso não é possível, a não ser nos mitos das religiões pagãs; mas Deus e homem, duas naturezas combinadas em uma única personalidade; um mistério perpétuo, confundindo a possibilidade de explicação.
Eu concordo. Mesmo tendo concordado que é impossível explicar, eu ainda passarei os próximos trinta minutos tentando explicar isso. E eu o farei porque a verdade ainda é a verdade, quer a entendamos totalmente ou não. De fato, verdade que não é crida não se torna menos verdade. Assim como crer em algo que não é verdade não o faz mais verdadeiro. Existem pessoas que acreditam que Elvis Presley ainda está vivo. Na verdade, existem até boatos semanais de supostas aparições. Existem pessoas que sinceramente acreditam que a Terra é plana. Existe até algo chamado de a “Sociedade da Terra Plana.” Mas a crença desse grupo de que a Terra é plana não afeta em nada o formato do planeta. Daí, existe a famosa e antiga pergunta: “Se uma árvore cai na floresta e ninguém está presente para ouvir, será que ela faz barulho?” A resposta é “Sim,” porque as leis, ou verdades, da criação não precisam de uma plateia para serem verdades. De todas as perguntas, a mais difícil foi uma que li recentemente: “Se um homem diz algo na floresta e sua esposa não está lá para ouvi-lo, será que ele ainda está errado?”
Deixe-me ver, nosso texto não fala nada sobre árvores. Contudo, ele apresenta uma floresta de verdades; verdade Cristológica profunda; verdade sobre a natureza e a pessoa de Cristo, nosso redentor divino – verdades tão profundas de se entender, mas maravilhosas demais para serem apenas ignoradas.
Vamos começar com as sentenças iniciais de Paulo em Romanos 1.1-3. Eu irei ampliar a tradução para revelar algumas coisas que já temos aprendido.
Paulo, um escravo devoto de Cristo Jesus, designado por Deus como um apóstolo, separado e rendido com total fervor pela causa do evangelho, cuja fonte é Deus. E esse evangelho, o qual não é novo, foi prometido há muito tempo pelos profetas das Escrituras inspiradas, ao anunciarem as boas-novas de que o Filho de Deus nasceria como um herdeiro descendente direto e legal do trono de Davi de acordo com a carne.
Jesus Cristo:
O Personagem do Evangelho
Esses versos revelam várias coisas sobre o personagem do evangelho que não é outro além de Jesus Cristo.
Jesus é o herdeiro legítimo do trono de Davi
- Jesus é o herdeiro legítimo do trono de Davi.
Já descobrimos em nosso estudo anterior a importância da genealogia de Cristo, i.e., a fim de reivindicar o trono como o Messias de Israel, Jesus teria que cumprir a profecias de descender da tribo de Judá como descendente direto de Davi. Tanto Maria como Seu pai adotivo José eram descendentes de Davi – Maria por meio de Natã, o irmão mais velho de Salomão, e José por meio de Salomão. Portanto, a linhagem desses dois convergiu e garantiu que Jesus, tanto pela lei como pelo sangue real, tivesse o direito de cumprir as condições humanas de se tornar o Messias.
Mas Ele não é somente o herdeiro legítimo do trono de Davi.
Jesus é a Segunda Pessoa da Trindade
- Jesus é a Segunda Pessoa da Trinidade.
Perceba dois verbos distintos usados em referência a Jesus Cristo nos versos 3 e 4 de Romanos 1. O verso 3 diz sobre Jesus:
com respeito a seu Filho, o qual, segundo a carne, veio da descendência de Davi
E o verso 4 diz:
e foi designado Filho de Deus com poder, segundo o espírito de santidade pela ressurreição dos mortos, a saber, Jesus Cristo, nosso Senhor,
Esses dois verbos, “veio” e “designado” falam a respeito das duas naturezas de Cristo. Ele:
- Veio – refere-se à natureza humana de Jesus;
- Designado – refere-se à natureza divina de Cristo.
Jesus Cristo sempre foi o Filho de Deus, mas houve um momento no tempo em que Ele nasceu, como criança, para fazer parte da raça humana.
O registro bíblico da vida de Cristo não hesita em combinar as verdades gêmeas de Sua humanidade e Sua divindade nos mesmos contextos. Deixe-me dar alguns exemplos.
No evangelho de Marcos, capítulos 3 e 4, o Senhor havia passado o dia todo ocupado em Sua ministério. Esse foi o dia em que Ele pronunciou julgamento por causa da incredulidade. Também foi o mesmo dia em que Sua família tinha vindo para levá-lO, pensando que ele estava fora de Si. Esse foi o primeiro dia em que Ele falou em parábolas. Havia sido um dia bastante cansativo. E ao final do dia, Jesus e Seus discípulos entram em um barco para atravessar o mar da Galileia. Ele adormece no travesseiro. Jesus, o homem, estava cansado e dormiu como alguém tomado de fraqueza e cansaço. Daí, uma tempestade se formou que atordoou os discípulos a tal ponto que eles pensaram que o barco naufragaria. Eles tiveram que acordar Jesus que de tão cansado estava dormindo durante a tempestade. Existe algo mais humano que isso? Quando os discípulos O acordaram, Jesus se levantou e repreendeu o vento e as ondas. Os elementos da natureza O obedeceram imediatamente e se acalmaram. Humanidade e divindade juntas nas mesmas linhas das Escrituras.
Em Mateus 17, Pedro recebe sua folha de impostos. Jesus mandou que ele fosse e lançasse um anzol na água e o primeiro peixe que mordesse a isca teria em sua boca um shekel. Essa era a quantidade exata para pagar os impostos tanto de Jesus, como de Pedro. Que sistema! Você não gostaria de poder pagar seus impostos indo pescar? Lá está você com sua vara de pescar e uma caixa de iscas e sua esposa diz: “Aonde você pensa que vai?”
Você pode dizer: “Querida, estou indo resolver nossos impostos.”
Jesus estava dizendo: “Pedro, precisamos pagar nossos impostos.” Pagar impostos, algo bastante humano de se fazer. Contudo, a fim de pagar os impostos, o Senhor diz: “Pegue sua vara de pesca e você encontrará o dinheiro dos impostos na boca do peixe que você fisgar.” Que maneira divina de se providenciar dinheiro!
Então, como sabemos que Jesus era realmente divino?
Uma das maneiras é que Ele recebeu nomes significantes.
No evangelho de Mateus, capítulo 1, verso 23, Jesus é chamado de Emanuel, que... significa Deus conosco.
Em outras palavras, Deus veio viver conosco!
João 1.1 fala de Jesus da seguinte forma:
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
O próprio Jesus reivindicou ser divino. Em João 14, Ele disse que era um com o Pai. Em João 8.58, Ele reivindicou existir desde a eternidade ao dizer aos líderes de Israel enfurecidos:
...Em verdade, em verdade vos digo: antes que Abraão existisse, Eu sou.
“Ego eimi,” a forma grega para “Eu sou,” foi uma escolha significante de palavras. Foi tão significante que os líderes judeus pegaram em pedras para matá-lO. Por que?
Abra sua Bíblia para o livro de Êxodo, o momento em que Moisés se encontra com Deus. O capítulo 3, versos 13 e 14, diz:
Disse Moisés a Deus: Eis que, quando eu vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós outros; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? Disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós outros.
Na Septuaginta, as palavras gregas são “Ego eimi.” Na Bíblia hebraica, as consoantes desse mesmo verbo formam o nome “Yahweh.” Então, Deus está dizendo: Diga a eles que meu nome é Yahweh,” ou “Meu nome é Eu Sou.”
Em João 8.58, Jesus está dizendo: “Antes que Abraão, o pai dessa nação inteira, existisse, Eu já existia.”
É por isso que eles tentaram apedrejá-lO. E com justiça porque, ou Jesus Cristo era o Deus verdadeiro, ou Ele era um judeu mentiroso, enganador, desonroso e blasfemo.
Pouco antes da crucificação, quando a quadrilha de homens chegou ao jardim do Getsêmani para prender Jesus, João 18 registra que os soldados vieram acompanhados dos principais sacerdotes, líderes religiosos e Judas. Jesus andou em direção a eles e perguntou no verso 4: A quem buscais?
Os versos 5 e 6 dizem:
Responderam-lhe: A Jesus, o Nazareno. Então, Jesus lhes disse: Sou eu. Ora, Judas, o traidor, estava também com eles. Quando, pois, Jesus lhes disse: Sou eu, recuaram e caíram por terra.
Precisamos entender que isso é muito mais que uma simples identificação de que Ele era Aquele a quem eles estavam buscando. Ele usou o título de Yahweh, o Deus eterno. E todos caíram diante dEle. Um fôlego de onipotência, uma palavra de Sua soberania, uma expressão de Sua eterna divindade os derrubou ao chão!
É como se Jesus Cristo abrisse a cortina de Sua divindade por um breve segundo e a multidão inteira fez o que todos farão na presença do Deus poderoso: cair prostrados diante dEle. Ele não foi preso por eles ou obrigado a subir o Gólgota, Ele os guiou até lá.
Ele responde completamente as perguntas do Antigo Testamento, como de Provérbios 30.4:
Quem subiu ao céu e desceu? Quem encerrou os ventos nos seus punhos? Quem amarrou as águas na sua roupa? Quem estabeleceu todas as extremidades da terra? Qual é o seu nome, e qual é o nome de seu filho, se é que o sabes?
Paulo nos fornece a resposta por completo em Romanos 1.4. Esse que existe eternamente, que foi declarado o Filho de Deus, possui um nome. Na última parte do verso 4 Paulo diz que Seu nome é:
...Jesus Cristo, nosso Senhor.
A propósito, você percebeu uma referência a todos os membros da Trindade nesses primeiros versos de Romanos 1? Nos versos 1 e 2, vemos uma referência clara ao Deus Pai. No verso 3, a referência é ao Deus Filho. E no verso 4, existe a referência ao Espírito Santo.
A Trindade não é 1 pessoa +1 pessoa +1pessoa = 3 deuses, mas 1 pessoa x 1 pessoa x 1 pessoa = 1 Deus. Coloco-me na sombra de Daniel Webster que um dia foi repreendido por um agnóstico por causa de sua crença na Triunidade. Ele respondeu: “Eu nem sequer finjo que compreendo a aritmética celestial.”
Jesus recebeu nomes significantes que revelam Sua propósito
- Agora, em Romanos 1.4, descobrimos quatro nomes ou designações significantes dadas à Segunda Pessoa da Trindade que revelam Seu propósito.
Jesus é chamado de o “Filho de Deus”
- O primeiro nome é “Filho de Deus,” que é um nome que revela Sua eterna coexistência com o Deus-Pai.
O termo “Filho” não significa que Ele tenha sido criado. Esse termo se relaciona à Sua essência e natureza, não que Ele tenha sido um garotinho que cresceu no céu. Na verdade, o termo “gerado” literalmente se refere à Sua posição singular.
Jesus é chamado “Jesus”
- O segundo nome é Jesus, que é um nome que anuncia Seu propósito redentor para a humanidade.
Talvez você lembre da promessa que o anjo fez a José de que Maria teria um filho. O anjo disse a José, conforme registrado em Mateus 1.21:
...e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles.
O nome “Jesus” era a forma grega para o hebraico “Josué.” Ambos significam “libertador; salvador.” Lucas deixou claro no capítulo 19, verso 10, que Jesus veio: buscar e salvar o que estava perdido.
É interessante que no registro que Mateus faz do julgamento de Cristo, no capítulo 27, verso 17, Pilatos se refere a Jesus como Jesus, o chamado Cristo.
Por que Pilatos deu essa designação? “Jesus” era um nome comum, assim como João, Carlos ou José hoje; havia muitos meninos judeus com o nome de Jesus. Esse era o nome “Yeshua,” ou “Josué” do Antigo Testamento. Os pais tinham a esperança que seus filhos cresceriam para ser o libertador, um grande homem piedoso.
Será que isso sugere que Jesus era apenas um mero mortal que alcançou a posição de Deus e pela Sua obediência ascendeu para se tornar uma divindade? Foi esse o ensino do Arianismo no terceiro e, desde então, ele tem sido ensinado em uma miríade de formas. Em nossa geração, o Arianismo recebeu a roupagem do Mormonismo. O Mormonismo basicamente ensina que Jesus foi criado por Deus, assim como todas as demais pessoas, e é uma criança procriada de Deus, mas por causa da fidelidade de Jesus para com a vontade de Deus, Ele se tornou digno de ser deificado.
Todavia, no livro de Filipenses, descobrimos que Jesus Cristo já era igual a Deus o Pai desde antes de Seu nascimento; Ele já era co-igual com Deus o Pai, não após uma vida de fidelidade, mas antes mesmo de Ele vir ao planeta Terra.
A quádrupla humilhação de Cristo
Em Filipenses 2, lemos que Jesus se humilhou de pelo menos quatro maneiras.
Ele se humilhou para não mais (enquanto na Terra) viver como Deus
- Primeiro, Ele se humilhou para não mais (enquanto na Terra) viver como Deus.
Em Filipenses 2.6, nós lemos:
pois ele [Jesus Cristo], subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus;
A implicação é a de que Ele possuía igualdade com Deus o Pai, mas Ele não se agarrou a isso, nem dependeu disso. Ao contrario, de acordo com o verso 7, Ele: a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo.
Deus se tornou um servo. Imagine abandonar o esplendor da eternidade, bem como o serviço e adoração das hostes angelicais a fim de viver a vida como ser humano. Em outras palavras, Jesus Cristo detinha todos os direitos, honras e privilégios da Triunidade. Conforme o verso 6, Ele tinha direitos iguais com o Pai e, contudo, lemos que Ele não se agarrou a eles. Jesus Cristo, literalmente, abriu mão de Sua posição privilegiada com Deus o Pai e Deus o Espírito.
Ele se humilhou para não mais agir como Deus
- Segundo, Ele se humilhou para não mais agir como Deus.
Você consegue imaginar o Deus Todo-poderoso vestido nas roupas de um homem comum? A qualquer instante, ele poderia saltar construções enormes, voar pelo ar e realizar feitos sobre-humanos! Jesus poderia ter forçado Seu caminho pelos anais históricos. Se alguém O maltratasse, Ele poderia transformá-los em nada. Ele também poderia ter manipulado todas as coisas para serem conforme Seu gosto, desde a maneira como as coisas funcionavam até a previsão o tempo: “Acho que não quero chuva hoje,” ou, “Está quente demais hoje à tarde,” ou, “Vamos atrasar o inverno mais um mês.”
Pense nisso, por que Ele trabalharia e suaria a camisa como um carpinteiro, com um martelo e serra às mãos, quando ele poderia simplesmente estalar os dedos e “Voilá!” – trabalho terminado. Eu teria feito isso. E pense no que Ele poderia ter feito para os negócios da carpintaria da família!
Essa é a questão! Jesus se humilhou porque Ele abriu mão do direito de agir como Deus onipotente que era. Ele estava disposto a crescer em sua humanidade na pequena cidade miserável chamada Nazaré. Ele estava disposto a ser um carpinteiro desconhecido sem nenhuma auréola sobre Sua cabeça ou traje de Super-homem debaixo de Sua roupa. Ele era tão comum que, quando Ele declarou quem realmente era, até mesmo Seus irmãos e irmãs não creram nEle. “Sem chance! Ele?! Deus?!”
Novamente, não ignore a verdade de que a Bíblia explica no verso 7 de Filipenses 2: a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo.
No primeiro século, um servo nunca era dono de alguma coisa. Ele era totalmente dependente de seu mestre. Nesse caso, será que Jesus foi um servo? De que maneira Ele viveu de acordo com esse título? Considere os seguintes fatos. Ele teve que tomar emprestado:
- Um lugar para nascer;
- Um lugar para dormir, já que Ele não possuía uma casa;
- Um barco para atravessar o Mar da Galileia;
- Um animal para no qual montar para entrar e Jerusalém;
- Um cenáculo onde comer com Seus discípulos;
- Um túmulo para ser enterrado.
Ele tomou tudo emprestado! Ele foi a única pessoa a andar na face da Terra com o direito de ter tudo o que desejasse. Mesmo assim, Ele nunca tirou vantagem de nada, nem reivindicou Seus privilégios. Ele revogou o direito de agir como Deus.
Ele se humilhou para não mais possuir a aparência de Deus
- Terceiro, Ele se humilhou para não mais possuir a aparência de Deus.
A última parte do verso 7 diz: tornando-se em semelhança de homem.
Antes de Sua encarnação, Cristo era revestido com a glória do esplendor divino e invisível ao olho humano, assim como o Pai e o Espírito. Contudo, Ele assumiu a carne humana, fazendo-se semelhante a um homem de descendência judaica.
Agora, se você fosse Deus e pudesse escolher sua aparência, imagine só! Você poderia escolher o tamanho de seus bíceps, do seu nariz, a cor do seu cabelo, etc. Você seria a beleza em pessoa! Todas as mulheres iriam parecer com a Miss Universo.
Então, o que Jesus escolheu para si? Lembre-se, sendo o Deus Criador pré-existente, Jesus poderia escolher exatamente que tipo de homem gostaria de ser. E o que Ele escolheu? A única descrição detalhada do físico de Jesus Cristo é encontrada em Isaías. No capítulo 53, versos 2 e 3, Isaías escreveu sobre o Messias vindouro e até mesmo o descreveu:
Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse. Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso.
Não pensávamos que Ele fosse alguém significante. Ele não chamou a atenção de ninguém. Ele não foi considerado alguém distinto. Deus escolheu ter a aparência não de um homem judeu comum; Ele escolheu ser fisicamente não atraente!
Ele se humilhou para não mais ser tratado como Deus
- Quarto, Ele se humilhou para não mais ser tratado como Deus.
Continue em Filipenses 2, verso 8: a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.
Paulo parece estar destacando a crueldade da cruz nesse verso. Ele diz: “Ele se tornou obediente a ponto de morrer, até mesmo morrer na cruz.” Por que? Para que Ele pudesse cumprir o significado de Seu nome. “Jesus” significa “libertador, resgatador, salvador.” Seus braços estavam estendidos na cruz como que simbolizando que toda a humanidade estava convidada para receber o evangelho – quem quiser vir, venha!
Agora, de volta a Romanos 1, ainda existe outro nome para o Filho de Deus.
Jesus é chamado de “Cristo”
- O terceiro nome para Jesus encontrado na introdução da verdade do evangelho é “Cristo.” Esse é um nome que reflete sua unção como Messias de Israel. De fato, “Cristo” significa “ungido.”
Sabemos, pela história, que houve vários falsos messias que tentaram reivindicar o trono de Davi, bem como a lealdade do povo de Israel.
Um dos falsos messias foi um homem chamado Teudas. Ele reuniu seguidores por meio de seu ensino e pregação. Certa vez, ele disse aos judeus que ele tinha o poder de abrir as águas do Rio Jordão. Ele desceu ao Rio Jordão com todos os seus seguidores e, depois de pregar um sermão, pegou seu cajado, tocou as águas e deu ordens para elas se abrirem. Ele tocou as águas novamente e, ainda assim, nada aconteceu. Depois de mais algumas tentativas, o povo foi embora. E Teudas, em desgraça, foi exilado e desapareceu.
Simão, o mágico, mencionado em Atos 8, tentou comprar o poder do Espírito Santo das mãos de Pedro. A tradição histórica registra que ele, nos anos finais de sua vida, começou a acreditar que tinha de fato poderes sobrenaturais e que ele mesmo era o Messias de Israel. Ele subiu ao pináculo do mesmo templo onde Jesus havia sido levado em uma das tentações. De lá de cima, ele se jogou citando o Salmo 91, versos 11 e 12: “Porque aos seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos. Eles te sustentarão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra.” E essa foi a última passagem bíblica que ele citou.
Será que o povo judeu parou de procurar e esperar pelo Messias? Não! Alguns anos atrás, um homem chamado Schneerson foi aclamado por muitos como o verdadeiro Messias. Foi dito que ele curou doentes e muitas de suas predições do futuro se realizaram. Seus seguidores diziam que Moisés foi o primeiro redentor e que o Rabino Schneerson era o último. Mesmo depois de esse homem de 91 anos de idade ter sofrido um derrame, ter um lado de seu corpo paralisado e incapaz de falar, o ministério Amigos de Israel ainda estimou que aproximadamente 300 mil judeus creram que ele era o Messias. Desde então, ele morreu e seu túmulo é visitado com frequência por muitos judeus fieis que acreditam que ele ressuscitará dos mortos.
Portanto, não é surpresa alguma para nós que depois de Paulo declarar que Jesus Cristo é um ser humano em carne e osso, nascido como herdeiro por direito ao trono messiânico, ele ainda anuncia a parte seguinte do evangelho, distinguindo Jesus Cristo de qualquer outro competidor ao trono de Israel.
Você notou a singularidade de Romanos 1.4? veja novamente esse verso:
e foi designado Filho de Deus com poder, segundo o espírito de santidade pela ressurreição dos mortos...
Ninguém visita o túmulo de Jesus e anseia para que um dia esteja vazio. Ninguém deposita flores em Sua lápide na esperança de que um dia o pó decomposto do corpo de Cristo de alguma forma ressuscite. Na verdade, tudo o que os descrentes do primeiro século e de hoje precisariam fazer era mostrar o corpo de Jesus e o Cristianismo desmoronaria em pó e cinzas. Contudo, ninguém jamais conseguiu produzir essa evidência. Então, no verso 4, lemos que o evangelho de Deus veio montado nessa declaração de que o Filho de Deus é Todo-poderoso, algo demonstrado pela Sua ressurreição de dentre os mortos.
Então, o evangelho é uma boa-nova. Ele tem a ver com o Messias vivo; o Filho de Deus que vive e reina e que conquistou a morte e o inferno.
Jesus é chamado de “Senhor”
- O último título dado a Jesus é o de “Senhor.” Esse nome declara Sua supremacia exaltada por toda a eternidade.
Paulo escreveu aos crentes coríntios em 1 Coríntios 12, verso 3: ninguém pode dizer: Senhor Jesus!, senão pelo Espírito Santo.
Se você nunca recebeu a Jesus como o Cristo; ou seja, como seu Messias redentor, então você não pode reconhecê-lO como seu Senhor soberano.
Três nomes são utilizados nas epistolas: o Senhor Jesus Cristo. Quando combinados, esse nome triplo anuncia a verdade do evangelho que Jesus era tanto humano como divino; Ele era totalmente homem e totalmente Deus; Ele é tanto Messias como também Senhor supremo.
Será que é importante o fato de Ele ser tanto Deus como homem? Se Jesus não fosse homem, então:
- Ele era um mentiroso, já que Ele não poderia ser o filho de Davi e ocupar o trono de Davi;
- Ele não poderia se identificar conosco, nem poderia verdadeiramente ser tocado pelos nossos sentimentos e enfermidades;
- Ele não poderia ter experimentado a morte e a separação do Deus Pai.
Por outro lado, se Jesus não fosse Deus, então:
- Novamente, Ele era um mentiroso, já que Ele declarou ser “Yahweh” em carne;
- Ele não poderia ter pago a penalidade pelo pecado de todo o mundo e, assim, satisfeito a eterna penalidade do pecado e a culpa;
- Ele não poderia ter vencido Satanás e o mundo, mas teria ficado à mercê do pecado e Satanás, assim como todos os demais homens;
- Ele não poderia interceder em nosso favor, pois como Ele poderia ouvir as orações de milhões de pessoas de todo o mundo ao mesmo tempo e interceder a favor delas, ao menos que fosse o Deus onisciente e onipresente?
- Ele nos enganou ao prometer que criaria um céu para nós e nos levaria para lá um dia a fim de vivermos eternamente.
A boa-nova da verdade do evangelho, conforme pregada pelo apóstolo Paulo em Romanos 1.4, é que Jesus Cristo foi homem, filho de Davi, e, ao mesmo tempo, Deus, exaltado no poder da ressurreição e reinando como Senhor soberano.
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 15/10/2000
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