A Vantagem de Ser Judeu

A Vantagem de Ser Judeu

by Stephen Davey Ref: Romans 1–16

A Vantagem de Ser Judeu

Como Recebemos a Bíblia–Parte 1

Por Que Temos Convicção de que Ela é Verdadeira

Romanos 3.1–2

 

Introdução

Era uma vez um rei que gostava demais de roupas finas e joias. Ele era frequentemente visto desfilando pela cidade vestindo o mais novo modelo de roupas reais feitas sob medida. Chapéus, calças, mantos e camisas feitas de forma excepcional para vestirem bem aquela figura majestosa. Um belo dia, vários filósofos vieram visitar o reino. Esses homens eram, na verdade, trapaceiros. Eles diziam poder fazer roupas mais belas e finas que qualquer uma que o rei possuía em seu vasto guarda-roupas. Então, eles se ofereceram para tecer um conjunto caríssimo para o rei. O rei ficou especialmente intrigado com a ideia de que o material que eles usariam era tão raro que somente as pessoas sábias e puras de coração conseguiriam enxergá-lo. Se a pessoa não fosse sábia ou pura de coração, ela não poderia apreciar a beleza das novas roupas do rei. O rei alegrou-se e imediatamente contratou esses homens para fazer sua nova roupa o mais rápido possível e independente do custo.

Esses homens espertos se sentaram diante de teares vazios e fingiram estar tecendo a nova roupa do rei. Não demorou muito até que o rei enviou u, de seus líderes políticos para observar o progresso dos tecelões. Esse político não viu nada no tear. Ele esfregou seus olhos, mas ainda assim os teares estavam vazios. Para que não fosse considerado ignorante, nem impuro de coração, ele voltou ao rei e disse que as roupas estavam ficando belíssimas. Àquela altura, os tecelões começaram a exigir mais dinheiro. Um tempo depois, o rei perdeu a paciência e enviou outro de seus liderados para observar o progresso do trabalho. Ele também não viu nada, mas, a fim de não ser considerado ignorante e impuro, ele também voltou e relatou ao rei que aquela roupa ficaria famosa por todo o reino. Finalmente, o próprio rei foi até lá e, apesar de também não ver nada, e não querendo parecer tolo ou impuro, concordou que a roupa estava ficando magnífica. Depois ele ainda premiou os tecelões com medalhas e mais dinheiro.

O dia finalmente chegou para o grande desfile. Os tecelões espertos ensaiaram movimentos elaborados para vestirem o rei com suas novas roupas; e depois deixaram a cidade. Enquanto isso, o rei desfilava pelo seu reino vestindo nada mais que “a roupa de seu nascimento.” O reino inteiro elogiou a bela roupa, já que ninguém desejava ser considerado ignorante ou impuro. O desfile ridículo continuou, até que uma criança que estava em meio as espectadores disse: “Mamãe, o rei está sem roupas!”

Naquele momento, todos perceberam a verdade. A inocência de uma criança honesta que não sabia nada a respeito do que estava vendo, desmascarou a hipocrisia de todo o reino. Com uma pequena frase, a criança revelou o que todos estavam apenas fingindo ver, inclusive o rei.

Até agora em nosso estudo nos primeiros dois capítulos de Romanos, vimos o apóstolo Paulo fazendo o papel de um mensageiro despretensioso. Ele revelou a nudez do descrente; ele declarou que as mãos humanas não podem tecer roupas que irão cobrir a nudez de corações pecadores.

A despeito de todos os seus rituais e desfiles cerimoniais, o tear da religião, por todo o mundo, está vazio. A religião tece aquilo que supostamente cobrirá o coração humano, mas que, na realidade, deixa a pessoa exposta e nua diante do único Deus verdadeiro diante do qual um dia prestarão contas.

No capítulo 1, Paulo expôs a culpa do homem descrente imoral que ignora a criação. No capítulo 2, o apóstolo expôs o moralista que ignora a sua consciência. Ele já declarou que ambos os grupos de pessoas estão sem desculpas. Ele escreve em Romanos:

  • 1.20: “…tais homens são por isso indesculpáveis.”
  • 2.1: “Portanto, és indesculpável…”.

Na última parte do capítulo 2, Paulo expôs a culpa do homem religioso que fala a verdade, mas não a pratica; o homem que ensina a moralidade, mas escolhe encobrir seus pensamentos de sua mente e coração imorais. Paulo começou falando especificamente ao judeu, que é a epítome da moralidade, do julgamento consciente e do fervor pela Lei de Deus. E no último parágrafo do capítulo 2, Paulo afirma que o judeu, assim como o gentio descrente, carece de uma roupa espiritual.

Essa verdade foi algo chocante para o judeu do primeiro século, tão chocante quanto a notícia que o rei recebeu de que estava, na verdade, nu. O rei não estava vestido com mantos requintados, raros ou caríssimos — ele estava totalmente descoberto e exposto.

Se havia alguém que achava ter o direito de ir para o céu, esse alguém era o judeu. Eles eram filhos de Abraão; eles eram o povo escolhido de Deus; eles eram o povo que havia recebido as alianças de Deus. Contudo, Paulo diz, com efeito: “Nada disso é suficiente para cobrir seus pecados — vocês ainda estão expostos diante do olhar de um Deus santo.”

O autor de Hebreus disse em Hebreus 4.13:

E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas.

Não existe nenhuma raça de homens que possui alguma vantagem diante de Deus! Filhos de Abraão ou não, ninguém tem vantagem; ninguém possui uma carta na manga que lhe concederá favor diante do olhar de Deus — nem o gentio e nem sequer o judeu.

Agora, nos últimos quarenta versos, Paulo previu que os judeus reagiriam e já forneceu respostas às perguntas objeções de seus leitores. Sob a superintendência do Espírito Santo, Paulo também premeditou mais uma objeção que virá dos lábios dos judeus.

Que Vantagem Possui o Judeu?

Em Romanos 3.1, Paulo prevê a objeção dos judeus e ele mesmo fala por eles. Ele escreve:

Qual é, pois, a vantagem do judeu? Ou qual a utilidade da circuncisão?

Em outras palavras, “Paulo, se o que você está dizendo é verdade, então por que nos preocupar com o templo? Que diferença existe em sermos filhos de Abraão? E o que dizer do sistema sacrificial, da Lei e do ritual da circuncisão? Por que nos preocupar em manter nossa linhagem sanguínea distinta das demais? Por que nos isolar do resto do mundo? Por que observar dietas rigorosas e o sábado? Por que arriscar sermos mal entendidos pelas demais pessoas? Por que sermos diferentes?”

Eles estão dizendo: “Queremos pelo menos uma boa razão por que devemos permanecer judeus puros. Você tomou  tudo o que pensávamos ser singular e especial. Que vantagem existe em ser um judeu circuncidado, já que nada dessas coisas nos garante entrada no céu? É melhor jogarmos tudo isso fora e começarmos a viver como o resto do mundo pagão! Por que nos preocupar?”

A História do Sofrimento Judeu

O povo judeu poderia olhar para trás e ver incrível sofrimento. Suas vidas têm sido as mais difíceis dentre todas as demais raças de pessoas. Eles sofreram durante vários séculos com perseguição, cativeiro, humilhação, escravidão e julgamentos.

Só no Egito, os judeus haviam passado quatrocentos anos, onde serviram sem benefício algum, maltratados como escravos, até que Deus os resgatou e libertou de lá. E mesmo após a libertação do povo, eles peregrinaram no deserto por quarenta anos, até que a geração incrédula morreu. Daí, depois de terem possuído a terra prometida, tiveram que lutar por cada centímetro quadrado da terra, bem como depois lutar para protegê-la.

Vários séculos depois, eles se dividiram em guerra civil. A nação se dividiu em dois reinos: o reino do norte e o reino do sul. A desobediência do reino do norte trouxe sobre eles julgamento quando Deus enviou os assírios contra eles. O reino idólatra do sul se despedaçou nas mãos dos babilônios. Com Jerusalém destruída, o povo novamente quase que desapareceu de sua terra natal.

Um tempo depois, o povo recebeu autorização para retornar à sua terra. Sob a liderança de Neemias e Esdras, eles reconstruíram Jerusalém, trabalhando com uma mão e segurando a espada com a outra por causa das constantes ameaças de guerra e extinção.

Não demorou muito até que a Grécia conquistou o território dos judeus. Antíoco Epifânio, uma figura do futuro Anticristo, profanou o templo ao sacrificar um porco no altar e assassinar os sacerdotes.

Posteriormente, sob o poder do Império Romano, os judeus continuaram a jornada das lutas, dores e sofrimentos. Dezenas de milhares de judeus que se rebelaram contra Roma foram mortos, geralmente por crucificação em público. Sob o jugo de Herodes o Grande, centenas de meninos bebês foram massacrados por causa de sua inveja corrupta e paranoica de um bebê que ele ouviu dizer que era o Rei dos judeus. A nação derramou lágrimas amargas por causa da morte de centenas de crianças inocentes.

Finalmente, no ano 70 A.D., o general romano Tito Vespasiano destruiu Jerusalém segundo as ordens de César. Roma já estava cansada dos judeus.

A essa altura, as origens da religião judaica já haviam sido distorcidas artificialmente. O dito comum era o de que os judeus haviam originado de um grupo de leprosos que havia sido enviado pelo rei do Egito para trabalhar em minas de areia e que um homem chamado Moisés ajuntou esse grupo de leprosos e os conduziu do deserto para a Palestina. As pessoas diziam que eles adoravam a cabeça de um burro porque, no deserto, um bando de burros selvagens os havia conduzido a uma fonte de água quando estavam morrendo de sede. Nessa época, os costumes judeus eram zombados, mal-entendidos e até mesmo repudiados.

Pense em quantas coisas você faz que abre as portas para ridicularização e zombaria. Imagine estar fazendo algo relacionado à sua crença na Palavra de Deus que é alvo de zombaria. Grande parte da igreja hoje não está disposta a sofrer o ridículo por parte do mundo simplesmente porque ela gosta demais do mundo.

Plutarco escreveu que os judeus não comiam carne de porco porque o porco era um de seus deuses. O escritor romano Juvenal caçoou dos judeus dizendo que eles guardavam o sábado simplesmente porque eram preguiçosos. Ele disse que, para o judeu, a carne de suínos era considerada mais honrosa que a carne humana.

O historiador judeu do primeiro século Flávio Josefo conta que o Judaísmo, nessa época, era considerado uma “superstição bárbara,” e os judeus eram considerados “a raça mais desprezível de todas.”

Então, quando Tito vem para destruir Jerusalém, ele também vem para destruir os judeus. Segundo Josefo, mais de um milhão de judeus de todas as idades foram brutalmente assassinados sem piedade e os sobreviventes, aproximadamente cem mil, foram vendidos à escravidão ou enviados a Roma para morrer nos jogos gladiadores.

Foi também em torno desse período que os gentios de Cesareia mataram vinte mil judeus e venderam muitos outros à escravidão. E os gentios que residiam em Damasco cortaram a garganta de dezenas de milhares em apenas um só dia.

Meus amigos, o antissemitismo pode ser explicado apenas como originado nos demônios. Satanás odeia Jesus Cristo, o Deus-Homem que escolheu nascer com sangue judeu. Satanás sabe conhece bem a aliança que Deus fez com Israel. Na verdade, esse é justamente o motivo dos ataques violentos de do diabo contra os judeus. Se Satanás conseguir se livrar dos judeus, ele terá conseguido anular a aliança de Deus com Israel. E se Deus não é capaz de guardar Sua Palavra com Israel, então Ele não é Deus, mas um mentiroso.

Além disso, Satanás sabe que cento e quarenta e quatro mil judeus evangelistas serão usados por Deus durante a grande tribulação a fim, de conduzir muitos a Cristo, conforme lemos em Apocalipse 7. Ele sabe da aliança de Deus de que os judeus serão restabelecidos em sua terra e na sua cidade de Jerusalém, a qual será o centro do reino de Deus na terra, conforme Apocalipse 21. Então, desde o início dos tempos, Satanás vem lançando ataques diabólicos, ódio e desejo de sangue contra os judeus. E ele irá continuar, até que faça uma guerra final contra Israel, de acordo com Apocalipse 20, quando será derrotado e lançado para sempre dentro do lago de fogo. Simplesmente, não podemos explicar o ódio contra os judeus à parte do ódio que Satanás tem contra os judeus.

Com bastante frequência, os judeus sofreram por causa de sua própria teimosia e desejo por independência. Em 115 A.D., os judeus se rebelaram contra Roma. Uma vez que fracassaram, o imperador Adriano destruiu cento e oitenta e cinco cidades na Palestina e matou pelo menos seiscentos mil homens judeus. Muitos outros foram vendidos à escravidão de forma que o preço por um escravo judeu era o mesmo que o preço de um cavalo.

Duzentos anos depois, o imperador romano promulgou uma lei declarando que os judeus eram uma raça inferior de ser humano. Evidentemente, essa foi mais uma ideologia demoníaca que permeou a Europa por mais de mil anos.

No século 13, os judeus foram banidos da França. No século 15, foram exilados da Espanha. Durante a Revolução Francesa, os judeus foram mortos. E mais uma vez, em 1818, dezenas de milhares foram massacrados na Ucrânia.

Na década de 1940, o homem inspirado pelo demônio, Adolf Hitler, buscou exterminar os judeus da Europa. Ele estaria fazendo nada mais que o desejo de Satanás. O ódio de Hitler contra Cristo e a cruz, simbolizado pela suástica, que não passa de uma cruz quebrada nas pontas, o levou a fazer na terra aquilo que Satanás deseja realizar e continuará realizando até que Cristo o lance no exílio eterno do inferno, a saber, tentar apagar na face da terra a raça judaica.

Um historiador registra que as tropas de Hitler marchavam cantando a seguinte canção:

Amolem suas facas na pedra das ruas;
Afundem suas facas na carne e osso dos judeus;
Deixem o sangue jorrar livremente.

O regime nazista de Hitler acabou com as vidas de seis milhões de judeus. Eu mesmo fui ao Museu do Holocausto que fica na cidade de Washington, Estados Unidos, e não pode acreditar no que vi e ouvi.

Até aos dias de hoje, os judeus que retornaram à terra de seus antepassados aparecem nas capas de jornais e reportagens de televisão quase todos os dias à medida que lutam para manter seu território.

De uma perspectiva puramente histórica, os judeus têm sido tratados com mais crueldade e impiedade do que qualquer outra raça em todos os tempos. As páginas da história estão manchadas com o sangue judeu.

Verdades a respeito da salvação

Leia, agora, Romanos 3.1. Com esse relato histórico que acabei de fornecer, apesar de os judeus de Romanos 3 não saberem cerca dos sofrimentos futuros, eles certamente sabem dos sofrimentos do passado, é de se esperar que eles irão perguntar: “O que tem de bom em ser judeu, se nossa ligação com Abraão, nossa aliança com Deus, a circuncisão na carne, os sacrifícios e os maus tratos que recebemos das outras pessoas não nos garantem o céu? Qual o propósito de passarmos pelo que temos passado esse tempo todo? Qual a vantagem de ser judeu?!”

Eles estão dizendo: “Não temos segurança social; não temos segurança política; não temos segurança física; e agora você está dizendo que não temos segurança espiritual?”

A propósito, se você apresenta o evangelho a uma pessoa boa que realiza coisas boas em sua vida, e você diz que a salvação é pela fé e não pelas boas obras, conforme lemos em Efésios 2.8-9, ela provavelmente dirá: “Então por que me importar em fazer coisas boas?”

Se você diz a uma pessoa de boa reputação que a boa reputação dela não significa nada para Deus no que tange à salvação, essa pessoa provavelmente pensará: “Então qual é o benefício de possuir uma boa reputação?”

Se você diz a uma pessoa que evita os pecados da carne que ela não pode entrar no céu baseado em sua pureza e castidade, ela provavelmente dirá: “Você está dizendo que me abstive dessas coisas para conseguir nada?”

Você precisa entender o evangelho. Você não realiza boas obras a fim de entrar no céu; você realiza boas obras porque você já está a caminho do céu. Você não vive uma vida santa a fim de ser aceito aos olhos de Deus. Você busca santidade em gratidão por Deus o ter aceito! O céu não está ligado àquilo que você faz, mas àquilo que Cristo realizou por você. O que você é não importa; o que importa é quem Jesus Cristo é para você.

Você não foi salvo porque é uma pessoa boa, o que também significa que você não perderá sua salvação porque faz certas coisas ruins. Então, alguém diz: “Então por que me preocupar em fazer coisas boas?”

Paulo irá lidar com essa objeção um pouco mais adiante, mas deixe-me anéis dizer uma coisa por agora: uma vida piedosa é evidência de que você pertence a Deus.

A segurança espiritual para o judeu não jazia no fato de eles estarem relacionados a Abraão. Paulo continua trabalhando em direção à verdade de que segurança espiritual vem do fato de se estar relacionado a Jesus Cristo.

Então, o judeu pergunta: Qual é, pois, a vantagem do judeu? Ou qual a utilidade da circuncisão?

Deus Confiou Sua Palavra aos Judeus

A resposta de Paulo surpreende os judeus. Eles esperariam que o apóstolo dissesse: “Ser judeu não vale de nada!” Ao invés disso, Paulo responde em 3.2:

Muita, sob todos os aspectos. Principalmente porque aos judeus foram confiados os oráculos de Deus.

Os judeus foram confiados com os oráculos de Deus, ou no grego, a “logia,” as palavras do próprio Deus. Os judeus receberam as Sagradas Escrituras. E o que são as Escrituras? Elas são nada mais que uma descrição da natureza eterna de Deus em forma escrita —quem Ele é; como Ele é; o que Ele espera. A nação judaica recebeu o registro inspirado e infalível da natureza e propósito da humanidade —quem somos; de onde viemos; como nos perdemos; e como podemos ser salvos.

Que bênção maravilhosa! A nação judaica, desde Moisés no Monte Sinai aos profetas e ao próprio Cristo e aos apóstolos, tem tido a honra de ser confiado com as Palavras de Deus. O termo “confiados” vem da mesma raiz que a palavra “despenseiros.” Eles são os despenseiros das palavras de Deus!

Agora, Paulo já disse no capítulo 2 que possuir uma cópia da Lei, ou da Bíblia, não faz de você um filho de Deus. Entretanto, possui ruma cópia da Bíblia é um privilégio e uma bênção inegável. Paulo diz, com efeito, em Romanos 3.2: “Não se esqueça, Deus escolheu se revelar por meio de vocês, a nação judaica.”

Alguém alguma vez já confiou algo aos seus cuidados? O objeto não pertencia a você, mas pediram que você cuidasse dele por algum tempo.

Lembro-me da história de Thomas Edison quando ele estava trabalhando no aperfeiçoamento de sua primeira lâmpada. Ele terminou o trabalho e entregou a lâmpada nas mãos de um garoto que era seu assistente. O menino tinha que levar a lâmpada para uma sala isolada a vácuo que ficava no andar de cima. Ele cuidadosamente deu um passo de cada vez, mas daí, no último minuto, ele deixou a lâmpada cair. Ela se despedaçou em milhares de pedaços. Toda a equipe teve que passar outras vinte e quatro horas fabricando outra lâmpada. Quando terminaram, para a surpresa de todos, Thomas Edison entregou a lâmpada nas mãos do mesmo menino.

Imagine esse tipo de graça. Bondade e paciência. Imagine Deus confiando nas mãos de uma humanidade frágil de descendência judaica a luz de Sua eterna, imutável e infalível palavra. Que privilégio incrível! E Paulo em Romanos 3 diz ao judeu: “Veja bem, de todos os privilégios que vocês judeus possuem, nenhum se equipara ao constante privilégio de receber e compartilhar as palavras de Deus com o resto do mundo.”

Você tem uma Bíblia? Você percebe como é grande o privilégio de possuir uma Bíblia em seu próprio idioma enquanto milhões de pessoas hoje não têm nem sequer um verso em sua própria língua? O que você fará com sua Bíblia este ano? Ou melhor, o que você fará com ela amanhã? Ela não passa de um enfeite em sua estante, ou ela serve de manual para a sua vida? Paulo escreveu em 2 Timóteo 3.16-17:

Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.

A Bíblia:

  • é útil para o ensino ou doutrina - ela nos informa o que é verdadeiro e no que devemos crer;
  • serve para repreensão - ela nos informa quando estamos errados;
  • serve para correção - ela nos mostra onde estamos corretos (o termo literalmente significa, “colocar-se de pé” - ou seja, a Bíblia nos habilita a nos colocar de pé espiritual e moralmente), e;
  • nos fornece treinamento - ela nos equipa a fazer aquilo que é certo.

Vou compartilhar com você um exemplo do que a Bíblia é. Quando meus pais estavam construindo a casa deles, em um dado momento, eu e meu pai fomos ver o progresso da construção. Os pedreiros já tinham construído parte da lareira, mas eu e meu pai olhamos e percebemos que ela estava torta, pendendo para um lado. Ligamos para o mestre de obras e ele mandou que a equipe desmanchasse o serviço e fizesse de novo. Uns dias depois, eu e meu pai voltamos para inspecionar o progresso e, dessa vez, a lareira estava quase que totalmente terminada, mas completamente torta. Ligamos mais uma vez para o mestre de obras e ele mandou sua equipe refazer tudo mais uma vez. Sabendo que os pedreiros não ficariam nada feliz com aquilo, eu e meu pai saímos de lá! Quando voltamos a terceira vez para inspecionar o serviço, a lareira de tijolo estava perfeitamente reta. Posteriormente, descobrimos que o próprio mestre de obras veio mostrar à sua equipe como construir uma lareira direito.

É isso o que a Bíblia faz - ela é o nosso mestre de obras nos ensinando como viver.

Muitos anos atrás, um homem chamado Robert Chapman escreveu a respeito da Bíblia. Ele resumiu com palavras poderosas o privilégio e a responsabilidade que temos como despenseiros da Palavra de Deus - não somente os judeus do primeiro século, mas o crente do século vinte e um também! Ele escreveu:

Este livro contém a mente de Deus, a condição do homem, o caminho para a salvação, a condenação do pecador e a alegria dos crentes. Suas doutrinas são santas, firmes seus preceitos; suas histórias são verdadeiras e suas decisões imutáveis. Leia-a para ser sábio, creia nela para ficar seguro, e pratique-a para ser santo. Ela contém luz para guiá-lo, alimento para sustentá-lo e conforto para animá-lo. Ela é o mapa do viajante, o cajado do peregrino, a bússola do piloto e a espada do soldado. Ela deve encher sua memória, provar seu coração e guiar seus pés. Leia-a lentamente, frequentemente e poderosamente. Ela é uma mina de riquezas, um paraíso de glória e um rio de prazer. Ela envolve a maior de todas as responsabilidades, ela recompensa os maiores esforços e condena todos os que corrompem seu conteúdo sagrado. Cristo é o seu grande personagem, sua intenção é o nosso bem e o seu alvo final é a glória de Deus.

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 06/01/2002

© Copyright 2002 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

Add a Comment


Our financial partners make it possible for us to produce these lessons. Your support makes a difference.
CLICK HERE to give today.

Never miss a lesson. You can receive this broadcast in your email inbox each weekday.
SIGN UP and select your options.