
Arruinando a Reputação de Deus
Arruinando a Reputação de Deus
É Religioso? – Parte 3
Romanos 2.23–24
Introdução
Em Romanos 2, começando no verso 17, o apóstolo Paulo revelou seis razões por que o judeu fiel se sente eternamente seguro diante de Deus. Ele:
- Tinha um nome especial;
- Tinha uma cópia da Lei;
- Tinha orgulho de seu monoteísmo;
- Tinha um entendimento especial da vontade de Deus;
- Tinha uma habilidade para discernir entre o bem e o mal; e
- Tinha recebido uma educação na Lei do Antigo Testamento.
Mas nada disso constituía verdadeira segurança. Foi impossível não pensar em pessoas hoje que pensam estar eternamente seguras por causa de seu nome de “cristão” ou “crente;” porque possui uma Bíblia; porque têm orgulho de dizer que têm Elohim com seu Deus e não Allah, nem Krishna; porque possuem discernimento para distinguir o mal moral; e porque recebem uma educação não somente no Antigo Testamento, mas também no Novo Testamento quando vão à igreja. Todavia, eles, assim como o judeu fiel, um dia essas pessoas descobrirão que essas coisas não eram o suficiente para lhes assegurar entrada no paraíso.
O apóstolo Paulo, então, começando no verso 19, fornece quatro razões por que o judeu fiel se sente totalmente superior diante dos demais homens. Eles:
- Se consideram ser supervisores espirituais da humanidade; ou seja, eles eram guiam dos cegos; eles eram os que conseguiam enxergar. Em Mateus 15.14, Jesus disse o seguinte sobre os líderes religiosos: “Eles são cegos que guiam outros cegos. E se um homem cego guia outro cego, ambos cairão no abismo.”
- Se consideravam ser iluminados;
- Se sentiam superior porque se consideravam o padrão da moralidade; e
- Se consideravam ser a fonte da sabedoria.
O judeu cria que se um gentio se convertesse ao Judaísmo, ele seria salvo do fogo do inferno. E como Jesus deve ter chocado seus ouvintes ao dizer em Mateus 23.15:
Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós!
Quantas pessoas hoje se consideram superior ao resto do mundo porque conhecem a verdade da Bíblia, se preocupam com a perversão do mundo, conhecem os padrões de moralidade, e encorajam outras pessoas a frequentar uma igreja e aprender come elas? Mas, na realidade, seus convertidos apenas se confirmam mais em seu orgulho e hipocrisia e mais firmes em seu caminho que conduz ao inferno.
Eles se tornaram religiosos, mas ainda não são redimidos. Para eles, a religião se tornou, assim como para milhões de outras pessoas, a estrada que leva ao inferno.
Você pode perguntar: “Como posso saber se fui enganado? Como posso examinar minha fé para ver se sou realmente redimido?”
Perguntas e Observações Investigatórias de Paulo
Nos próximos versos de Romanos 2, Paulo deu início a uma serie de cinco perguntas que, no fim, revelam a realidade de um bom solo e uma boa semente que produz fruto para a glória de Deus. Em nossa última discussão no livro de Romanos, vimos as primeiras quatro dessas cinco perguntas.
O religioso comunica a verdade, mas não a aplica a sua vida pessoal
A primeira pergunta se encontra no verso 21:
tu, pois, que ensinas a outrem, não te ensinas a ti mesmo?...
- O que essa pergunta revela sobre o religioso hipócrita, a pessoa que se engana pensando que está segura, enquanto, na verdade, está sob julgamento e perigo da condenação eterna, é o seguinte: o homem religioso comunica a verdade, mas não aplica a sua vida pessoal.
Ou seja, o judeu fiel conhece a verdade e ensina a verdade da Lei, mas não a aplica a si mesmo. O credo religioso deles não produziu conduta justa. O que eles disseram a outros jamais afetou como se comportavam.
Agora, a reação dos leitores judeus de Paulo já era prevista. Paulo esperava que o judeu ficasse surpreso e dissesse: “O que você quer dizer ao nos acusar de não aplicar a Lei a nossas próprias vidas? Guardamos, sim, a Lei diligentemente; oramos e jejuamos; e veja também todas as coisas que não fazemos em nosso esforço para viver vidas justas. Não quebramos os mandamentos de Deus – guardamos todos eles e ensinamos os mandamentos de Deus.”
O jovem rico nunca cogitou a ideia de ele mesmo ter quebrado a Lei. Então, ele diz a Cristo em Mateus 19.20: “Todos esses mandamentos eu tenho guardado....”
Isso é bastante semelhante às pessoas de nossos dias que nos dizem: “Por que eu preciso ser salvo? Não sou tão mau; não quebrei os grandes mandamentos; até que sou uma pessoa boa!”
Mas isso depende a que pessoa no mundo você se compara.
Isaías foi um mestre em Israel e, no capítulo 5 de seu livro, ele pregou julgamento à nação:
- No verso 8: Ai dos que ajuntam casa a casa.
- No verso 11: Ai dos que se levantam pela manhã e seguem a bebedice e continuam até alta noite;
- No verso 20: Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal;
- No verso 21: Ai dos que são sábios a seus próprios olhos.
Isaías proclamou esse veredito seis vezes, mas no capítulo 6, Deus abriu as cortinas dos olhos limitados e terrenos de Isaías. Ele viu o trono de Deus e os anjos cercando Deus em Sua gloriosa luz; daí, conforme registrado no verso 3, ele ouviu os anjos cantando: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos.
E Isaías disse no verso 5: Ai de mim. Ele não está mais dizendo: “Ai dos que...,” mas mudou para “Ai de mim....”
Se você observar ao seu redor por tempo suficiente, encontrará alguém de quem você é melhor. Se você olhar para Deus, contudo, estará em total apuros – porque Isaías nos diz no capítulo 64, verso 6, que até mesmo nossos atos de justiça são como trapos da imundícia quando comparados à santidade de Deus.
Agora, Paulo menciona coisas específicas sobre as quais os judeus jamais pensaram ao ponderaram as profundezas de sua hipocrisia diante de Deus. Veja o verso 21: Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas?
Note, agora, que Paulo não diz abertamente: “Você é um ladrão;” ao invés disso, ele faz perguntas retóricas na expectativa de provocar a consciência deles.
Você rouba? Alguém que está ouvindo esta mensagem está provavelmente roubando:
- As afeições de uma pessoa que não pertence a você;
- O crédito ou o louvor por algo que não fez;
- De Deus, ao guardar para si mesmo grande parte de seu dinheiro e posses;
- Seus filhos de Deus, ao não encorajá-los ou talvez nem sequer permiti-los servir a Cristo e Sua igreja; e
- De seus cônjuges a fidelidade e devoção que pertence somente a eles.
Você é um ladrão?
Os fariseus dos dias de Cristo haviam desenvolvido esquemas inteligentes a fim de evitarem ter que fornecer dinheiro e recursos aos seus pais idosos e dependentes. Eles olhavam para o seu dinheiro e de forma arbitrária o declaravam “corbã,” o que simplesmente significava, “devotado a Deus.” Daí, eles diziam aos seus pais: “Vejam bem, gostaríamos muito de poder ajuda-los financeiramente, mas todo o dinheiro que sobrou é para ser dedicado a Deus. Simplesmente sentimos que precisamos nos comprometer com Deus nesse sentido e, portanto, não podemos dar esse dinheiro para vocês. E, com certeza, você também não desejam esse dinheiro, já que ele pertence a Deus.”
A resposta que Jesus dá a eles ao lidar com a questão do corbã em Marcos 7.6 foi um veredito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.
Essa é outra forma de dizer: “Vocês parecem ser santos, mas na realidade são hipócritas. Vocês pregam, mas não praticam.”
Então, o homem religioso comunica a verdade, mas não a aplica a sua vida pessoal.
O religioso prega a integridade, mas não vive honestamente
- Segundo, o religioso prega a integridade, mas não vive honestamente.
O religioso condena a imoralidade, mas não purifica o seu coração
- Terceiro, o religioso condena a imoralidade, mas nunca purifica o seu coração.
Paulo continua perguntando no verso 22: Dizes que não se deve cometer adultério e o cometes? Em outras palavras, o homem meramente religioso fala sobre como o pecado sexual é errado, mas ele mesmo nunca purifica seu coração.
Lembre-se: adultério é muito mais uma questão do coração que uma questão da carne. O Senhor disse em Mateus 5.28: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela
Alguém cometeu adultério essa semana por causa daquilo que viu na internet. Outra pessoa cometeu adultério ao pensar em alguém do trabalho. Alguém cometeu adultério essa semana por causa dos desejos que nutre em seu coração por outra pessoa.
O crente ouve esse desafio e, reconhecendo seu pecado, reage dizendo: “Esse sou eu, Senhor, perdoe-me. Como sou pecador e como dependo de Seu perdão e Sua graça. Obrigado, Senhor, pelo sangue do Cordeiro!”
O descrente religioso diz: “Eu não faço isso. É, posso até ter olhado algumas coisas essa semana, mas qual o problema? É, posso até ter olhado para alguém ou pensado em alguém, mas Deus me criou assim.”
Meu amigo, você está enganado pelo inimigo de sua alma e de sua própria carne. Você é religioso, mas não redimido.
Uma das maiores evidências de conversão verdadeira é o fervor pela pureza de coração e de vida. Uma das maiores evidências de conversão é o arrependimento e a confissão e a tristeza por causa da pecaminosidade. Assim como Paulo, que disse em Romanos 7.24: Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?
Como Isaías, que disse em Isaías 6.5: Ai de mim, estou perdido! Porque sou homem de impuros lábios.
O religioso fala sobre caráter, mas escolhe o comércio
- A quarta pergunta que Paulo faz vai direto na questão do dinheiro. Seu principio eterno da prática do primeiro século de vender ídolos de outro e prata roubados é este: o religioso fala sobre caráter, mas escolhe o comércio.
Quando uma escolha entre Deus e Mamom precisa ser feita, Deus sempre perde.
Uma das marcas do descrente é que, quando ele precisa tomar uma decisão – dinheiro ou Deus, negócios ou fé, carreira profissional ou caráter – o dinheiro, o negocio e a carreira profissional sempre vencem a competição. Comércio ao invés de caráter e avareza ao invés de piedade são marcas de um coração não convertido e autocentrado.
Essas são as primeiras quatro perguntas. Como você as responderia? Ninguém conhece suas respostas, a não ser você mesmo e Deus e, talvez, aqueles que vivem debaixo do mesmo teto que você e sabem quem você realmente é.
O apóstolo Paulo disse em 2 Coríntios 13.5: Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos.
E é exatamente isso que ele está fazendo em Romanos 2 com os religiosos de seu dia. Ele os desafia a responder a pergunta mais importante de suas vidas.
O ano anterior à minha conversão foi um ano tumultuoso, já que estava me formando no ensino médio. O hino, “Tudo Entregarei,” foi cantado pelo menos uma vez por mês em nossa igreja. Ainda me lembro de querer que o apelo acabasse logo. Também tinha um medo tremendo do arrebatamento acontecer e eu ficar para trás. Eu já tinha orado umas mil vezes para ser salvo, mas Deus conhecia meu coração, e eu simplesmente queria um seguro contra o fogo. Eu não tinha desejo algum por perdão e comunhão com Deus.
Ainda me lembro de estar na escola varrendo o ginásio numa tarde. Eu trabalhava algumas horas por semana na escola em um programa de bolsa para ajudar meus pais no pagamento dos meus estudos.
Eu me lembro do superintendente da escola; eu não o via muito, já que na maioria das vezes meu contato era com o diretor. Esse superintendente também era pastor auxiliar em uma das igrejas próximas à escola. Sua igreja não pertencia a nenhuma denominação e era bastante formal. Foi lá naquela igreja que aprendi a cantar “Castelo Forte” e outros hinos. E a aparência do superintendente, que também era pastor lá, já dizia tudo. Ele era um homem grande, com mãos enormes, cabelo branco e sempre com um olhar sério – ou pelo menos era assim que ele parecia para mim. eu nunca o vi sorrindo.
Numa bela tarde, eu estava sozinho varrendo o ginásio. Eu estava no meio da quadra quando o superintendente abriu a porta e veio andando em minha direção. Eu fiquei parado, congelado segurando a vassoura. Ele chegou até mim, olhou para mim e disse: “Você pode até enganar outros, mas eu sei que você não é genuíno. Você coloca uma boa faixada, mas sei que você está vivendo uma mentira.”
Meu coração estava acelerado, e minha mente também. Eu não havia feito nada de errado para eles me punirem ou suspenderem. Eu era um filho de missionário e nunca perdia um culto. Mas aí que estava a questão: ele estava falando de algo muito mais importante que isso. Ele estava discernindo e, de alguma maneira, ele viu meu coração; ele havia descoberto.
Da mesma forma abrupta com que chegou, ele se virou e saiu da quadra. Ainda me lembro de seu terno cinza azulado e sapatos preto enquanto ele caminhava de volta. Ele não ofereceu conselho nem conversa porque ele não esperava uma resposta. Ele simplesmente entregou uma mensagem de Deus.
Essa é a mesma pergunta que Paulo faz aos religiosos de seus dias. Não, eles não serão expulsos da sinagoga – eles nunca perdiam um culto. Eles não estavam com problemas diante da lei. Mas Paulo estava falando sobre algo muito mais profundo. Pelo Espírito de Deus, ele viu o coração deles e estava expondo a verdadeira condição de seus corações.
Meu amigo, apesar de eu nem sequer saber seu nome, preciso pergunta-lo: “Você está vivendo uma mentira ou você realmente possui vida espiritual? Você é meramente religioso ou realmente redimido?”
O Veredito e Pronunciamento Poderosos de Paulo
Após expor completamente o coração dos religiosos, Paulo dá procedimento ao capítulo 2 de Romanos.
A ruína da reputação dos judeus no mundo
Paulo dá um veredito encontrado no verso 23: Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei?
Em outras palavras, os judeus tinham a Lei de Deus, mas quebravam a Lei. Eles estavam cumprindo a lei romana, mas infringindo a Lei celestial. Eles desobedeciam a Lei de Deus de duas formas – em suas:
- atitudes impiedosas; e
- ações impiedosas.
Você precisa entender que, no tempo de Cristo, os rabinos tinham começado a ensinar que, já que era impossível guardar a Lei, simplesmente aprender os fatos sobre a Torah já seria suficiente para agradar a Deus. Alguns até ensinavam que os judeus estavam seguros contra o julgamento de Deus simplesmente por possuírem uma cópia da Torah – os cinco primeiros livros do Antigo Testamento.
Você não precisa obedecer a Lei – simplesmente guarde uma cópia dela com os demais livros em sua casa e Deus já ficará satisfeito.
Quantos, hoje, dizem a mesma coisa que os judeus diziam: “Você não precisa ler a Lei; você não precisa praticar nem obedecer; não a leve com tanta seriedade; não precisa aplicar a Lei à sua vida; você não precisa deixa-la direcionar e guiar sua vida e determinar, pela sua revelação objetiva, o que é certo e o que é errado. Tudo o que você precisa fazer é possuir uma cópia e guarda-la em algum lugar em sua casa, ou debaixo do assento do carro, ou no balcão da cozinha, e Deus já ficará satisfeito!”
Eu me lembro de uma família dizer a alguém que o motivo por que eles não vinham para a nossa igreja é porque levamos a Bíblia muito a sério aqui. Segundo eles, ela não passa de uma bela coleção de lendas morais e tradição judaica. Você pode acreditar nisso, mas é melhor você orar e esperar que não esteja errado!
Recentemente, eu e minha esposa jantamos com um casal que estava para se mudar de nossa cidade. O jantar foi, na verdade, uma despedida. Ambos são médicos e haviam chegado em um momento da vida em que perceberam que estava faltando alguma coisa.
Ela nos contou sobre a primeira visita deles à nossa igreja. Na verdade, eu nunca tinha ouvido essa história. Os dois foram criados em famílias semi-religiosas – um era católico e o outro protestante. Desde que se casaram, nenhum deles frequentou uma igreja. Quando se mudaram para nossa cidade, eles decidiram, por causa das crianças, que encontrariam uma igreja próxima de casa para que seus filhos fossem para a Escola Dominical.
Então, ele ficou em casa com os filhos e ela saiu em busca da igreja mais próxima, que foi a nossa igreja. Ela entrou e se sentou no fundo da igreja, assistindo ao primeiro culto evangélico em sua vida. Na épocas, estávamos estudando o livro de Ester. Ela nos contou que ficou lá sentada impressionada ao perceber que tudo o que ela tinha ouvido quando criança – que a Bíblia não passava de uma coleção de histórias – não era verdade. Ao contrário, a Bíblia era viva e real e tinha significado para a vida do aqui e agora. Depois, ela foi para casa e disse: “Amor, estávamos errados todo esse tempo – a Bíblia é sim para hoje.”
Eles voltaram no domingo seguinte e também no outro. Daí, eles ligaram para o escritório da igreja e pediram para que eu fosse visita-los. E eu fui. Ambos receberam a Cristo e eu discipulei o marido por quase um ano. As palavras dela ainda ressoam em meus ouvidos até hoje. Ela disse: “Havíamos ido para a igreja e nos ensinaram uma mentira sobre a Bíblia. Ela é a nossa regra de conduta para hoje – estávamos errados.”
Se você perguntar para a pessoa religiosa em geral sobre a Bíblia, ela dirá que é um bom livro para se ter; ela tem textos interessantes para citar em casamentos, funerais e encontros de família, mas é uma coletânea de histórias, na melhor das hipóteses, e não deve ser encarada com seriedade. E por que o mundo não deveria se sentir dessa forma a respeito da Bíblia, se o suposto crente não parece obedecer e nem se interessar pela Bíblia?
O ensino central de Paulo ao judeu religioso no verso 23 permanece um veredito verdadeiro para nós hoje: Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei?
Meus amigos, se você não leva a Bíblia a sério, o mundo não levará Deus a sério.
A ruína da reputação do Senhor diante do mundo
O maior problema, contudo, não é a falta de credibilidade do crente, mas a falta de credibilidade do próprio Deus. Paulo continua e diz o seguinte no verso 24: Pois, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por vossa causa.
Em outras palavras, não somente a sua reputação vira uma bagunça, mas você também arruína a reputação de Deus.
A palavra grega “blasfemeo” é transliterada, e temos então nossa palavra “blasfêmia.” Ela significa, “falar maldade sobre; falar sobre Deus com profanação e impiedade.”
Paulo cita Isaías 52.5, onde Deus fala à nação de Israel:
Agora, que farei eu aqui, diz o SENHOR… o meu nome é blasfemado incessantemente todo o dia.
Deus diz a Ezequiel no capítulo 36, verso 20: profanaram o meu santo nome, pois deles se dizia: São estes o povo do SENHOR. Os judeus estavam vivendo vidas tão pecaminosas entre os gentios a ponto de os próprios gentios, na verdade, dizerem: “Se esse é o povo de Yahweh, que tipo de Deus deve ser esse Yahweh?!”
A mesma acusação veio a Davi após pecar com Bate-Seba e causar a morte do marido dela no campo de batalha. Natã disse a ele em 2 Samuel 12.7: “...Você é o homem....”
Todos conhecemos esse verso, mas o verso com o qual não temos familiaridade é o verso 14, onde Natã diz: posto que com isto deste motivo a que blasfemassem os inimigos do SENHOR.
O crente pode afetar a reputação de Deus de duas maneiras:
- Jesus Cristo disse em Mateus 5.16 que devemos viver de tal maneira que os homens “vejam as vossas boas obras e glorifiquem ao Pai que está nos céus.” O nome de Deus pode ser glorificado e honrado pela maneira como vivemos.
- Somos informados em Romanos 2.24 que viver vidas hipócritas conduz à blasfêmia contra o nome de Deus. Então, o nome de Deus também pode ser desonrado pela maneira como vivemos.
Ou seja, a reputação de Deus depende da forma como vivemos. Você já parou para pensar que a reputação de Deus está em jogo em suas ações diárias, atitudes, reações, decisões e estilo de vida?
Posso fazer uma pergunta para você? Qual é a reputação de Deus no mundo ao seu redor?
Dois autores escreveram um livro sobre ética para crentes. Eles fizeram uma pesquisa com milhares de pessoas e concluíram que a conduta ética dos crentes difere apenas um pouco da conduta dos não crentes. É triste, mas a conclusão é a de que os crentes praticamente vivem como descrentes. Eles também:
- Falsificam informações relacionadas ao imposto de renda;
- Fazem plágio;
- Subornam para conseguir um alvará de funcionamento;
- Ignoraram padrões de qualidade em construções;
- Roubam tempo; e
- Aumentam demasiadamente o preço de produtos.
Será que o Cristianismo faz alguma diferença? Na vida do crente genuíno sim! Muitos dos chamados “crentes” são hipócritas que enganam a si mesmos, que dizem possuir o nome de cristão, mas não vivem vidas semelhantes à vida de Cristo.
Que diferença faz o Cristianismo?
Gosto muito do anúncio que apareceu em um jornal de Nairobi, capital do Quênia. Dizia:
Eu, Allan Harangui, dediquei meus serviços ao Senhor Jesus Cristo. Preciso acertar todas as minhas contas. Se devo a você alguma coisa ou se causei dano a você, seja pessoalmente ou por meio de meus negócios de encanamento e materiais elétricos ou vendas de produtos em geral, por favor, entre em contato comigo pela caixa postal 73137, Nairobi, para um ajuste. Não irei resistir, qualquer que seja a quantia. Deus e Seu Filho Jesus Cristo sejam glorificados.
Algo aconteceu a esse homem – e ele precisava mostrar ao mundo que ele agora era outro homem. Que testemunho eficiente e incrível!
Princípios para Aplicar nos Dias de Hoje
Deixe-me fornecer a você três declarações que são verdadeiras em qualquer geração – em Roma, em nossa cidade, e em todas as demais localidades.
A melhor atração ao Cristianismo é a vida santa
- A melhor atração ao Cristianismo é a vida santa. A força que mais atrai pessoas ao Cristianismo é um homem ou mulher que vive como Cristo.
A reputação de Deus é que está em jogo!
O maior obstáculo ao Cristianismo é o crente hipócrita
- O maior obstáculo ao Cristianismo é o crente hipócrita. O mundo ri e zomba o nosso Senhor quando nos vê vivendo em pecado.
Você pode falar o que quiser sobre o que crê, mas o mundo observa como você vive – e sua conduta falará tão alto que as pessoas não poderão ouvir o que você está dizendo.
John Walvoord, que serviu muito tempo no Seminário Teológico de Dallas, nos Estados Unidos, disse certa vez em uma formatura: “Temo por esta turma – temo que estamos formando muitas pessoas que creem em muita coisa, mas sem convicção o suficiente.”
O Messias é medido de acordo com o mensageiro
- E, finalmente, esta declaração que resume tudo: o Messias é medido de acordo com o mensageiro.
Poderia ensinar matemática e viver uma vida imoral ao mesmo tempo, e nenhum aluno meu diria que não estou qualificado para ensinar os princípios da matemática. Mas ensinar as coisas de Cristo e dizer: “Assim diz o Senhor...,” ou “Pertenço a Deus...,” ou “Jesus é o Redentor,” e daí viver uma vida impiedosa os impedirá de ouvir e eles zombarão de Deus.
Se houve um tempo apropriado para o crente ser diferente, distinto, santo, fervoroso pela pureza, ético, honesto, autocontrolado, trabalhador e gracioso – esse tempo é agora.
Ou, nas palavras de Ted Engstrom:
O mundo precisa de [cristãos]
Que não podem ser comprados;
Cujas palavras são como cadeias;
Que colocam caráter acima de riquezas;
Que possuem opiniões e uma vontade;
Que são maiores que suas vocações;
Que não perderão sua [identidade] em meio à multidão;
Que serão honestos tanto nas pequenas como nas grandes coisas;
Que não se comprometerão com o [pecado];
Cujas ambições não estão confinadas a desejos egoístas;
Que não dirão que fazem isso “porque todo mundo faz;”
Que são verdadeiros para com seus amigos, tanto diante de suas bondades como suas maldades;
Tanto em adversidades como em prosperidade;
Que não acreditam que astúcia, esperteza e teimosia são as melhores qualidades para o sucesso;
Que não se envergonham nem se amedrontam de defender a verdade quando ela é impopular;
Que dizem “não” enfaticamente, apesar de o resto do mundo dizer “sim.”
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 04/11/2001
© Copyright 2001 Stephen Davey
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