Uma Galeria da Graça

Uma Galeria da Graça

by Stephen Davey Ref: Romans 1–16

Uma Galeria da Graça

Quando Se Fizer Chamada—Parte 6

Romanos 16.21–24

Introdução

Vários anos atrás, enquanto visitávamos alguns missionários em Viena, na Áustria, eu e minha esposa tivemos o grande privilégio de ir ao famoso museu da região. Vimos obras de arte de Rafael, Sir Anthony Van Dyck e de Rembrandt.

No Museu de Arte de nossa própria cidade, algumas pinturas famosas de Monet foram exibidas por vários meses. Elas também são obras belíssimas muito bem executadas com incrível combinação de cores.

Qual é o valor de uma obra de arte?

Recentemente, li que um quadro de Van Gogh foi vendido em um leilão por 82 milhões de dólares.

Pouco tempo atrás, a obra de arte mais cara na história foi vendida—um quadro de Picasso no valor de 104 milhões de dólares. Esse foi um investimento com um retorno estupendo, já que o vendedor tinha comprado a obra antes de Picasso ter se tornado tão famoso. Ele comprou o quadro em 1950 por apenas 30 mil dólares. Imagine, cinquenta e seis anos depois, essa pintura valorizou em mais de 100 milhões de dólares.

Sinceramente, fico estarrecido ao ver o que as pessoas consideram ter preço inestimável. Contudo, acho as vidas dos artistas ainda mais interessantes.

Van Gogh, um ex-ministro metodista que lutou com rejeição e culpa, e, por fim, acabou tirando sua própria vida, pronunciou suas últimas palavras ao seu irmão: “A tristeza durará para sempre.”

As últimas palavras de Picasso foram: “Bebam em minha honra.”

Quando você vai a um museu grande, pode ver pendurado nas paredes de algumas galerias obras valiosíssimas de artistas que deixaram sua marca muito tempo atrás. Podem ser obras gravadas, esculpidas e entalhadas em mármore ou bronze junto com pinturas famosas que pessoas lutam entre si para tomarem posse.

Acho incrível que Deus considera como Suas obras-primas serem feitas de carne e sangue. Suas maiores obras são cobertas de pele—você e eu somos as obras de arte vivas de Deus.

Se você deseja visitar a maior galeria de arte, vá a uma igreja e observe as pessoas ali dentro. Dê uma olhada na obra-prima sentada ao seu lado—uma obra-prima da graça de Deus.

Meu amigo, as obras de arte mais preciosas são os redimidos—homens e mulheres de todas as eras, criados com as pinceladas perfeitas da graça, pessoas que agora pertencem ao maior de todos os Artistas, Jesus Cristo, nosso Senhor.

Romanos 16 não é nada mais do que uma galeria da graça, onde somos apresentados a pessoas que fizeram parte da igreja de Roma. Pense na igreja de Roma como a melhor de todas as galerias que existem.

Nas palavras finais de Paulo, ele já enviou saudações aos irmãos dessa igreja. Agora, aproximando-se do fim de suas saudações, ele manda alguns “ois,” não de si mesmo, mas de alguns crentes vivendo em Corinto que faziam parte da galeria de arte em Corinto.

A Galeria da Graça: Timóteo

Veja Romanos 16.21a: Saúda-vos Timóteo, meu cooperador.

Sem dúvida alguma, Timóteo foi a pessoa mais próxima de Paulo em todo o planeta. Paulo derramou horas e mais horas discipulando esse jovem rapaz, o qual se tornaria o líder das igrejas que Paulo ajudou a plantar, incluindo a renomada igreja de Éfeso.

Timóteo era filho de um casamento misto; seu pai era um grego descrente e sua mãe era judia.

Nas duas cartas de Paulo a Timóteo, não vemos informação da conversão de Timóteo. Contudo, se seguirmos algumas pistas, descobrimos que a mãe e a avó de Timóteo, Eunice e Lóide, foram claramente conduzidas a Cristo durante a primeira viagem missionária de Paulo na cidade dessas mulheres—Listra.

Junto com Timóteo, Eunice e Lóide eram judias fiéis, firmadas em sua lealdade à esperança de Israel nas Escrituras do Antigo Testamento—elas criam que o Messias viria. Quando elas ouviram Paulo proclamando a mensagem que Jesus havia cumprido as profecias messiânicas com precisão, elas entregaram suas vidas e seguiram a Jesus Cristo como seu Messias.

Elas também testemunharam os milagres de Paulo—validando a nova época da graça—com a cura de um aleijado. O livro de Atos registra que Paulo olhou para o homem, aleijado de nascença, e disse: Apruma-te direito sobre os pés! Ele saltou e andava (Atos 14.10).

Os cidadãos de Listra imaginaram que os deuses haviam descido e começaram a adorar Paulo e Barnabé, até que Paulo os convenceu de que eles eram homens capacitados pelo Deus vivo e verdadeiro.

É possível que Timóteo, Eunice e Lóide tenham testemunhado a loucura das pessoas que queriam adorar Paulo. Talvez eles ouviram os judeus que chegaram de Antioquia depois convencendo a multidão, de forma que, agora, as mesmas pessoas tomavam pedras para assassinar Paulo. Depois, eles o arrastaram para fora da cidade, pensando que ele estava morto.

Atos conta que os discípulos ficaram ao redor de Paulo e viram o que concluíram ser seu retorno à vida. Ele se levantou e entrou de novo na cidade (Atos 14.19–20).

Um tempo depois, Atos 16 relata que Paulo voltou para Listra e foi apresentado a Timóteo, o qual passou a acompanha-lo em suas viagens. Muitos creem que Timóteo tinha em torno dos vinte e um anos de idade quando partiu para viajar com Paulo.

Em algum momento, vinte e um anos antes, sua mãe, a qual havia violado a lei de Deus ao se casar com um gentio descrente, deve ter oferecido sua oração e esperança em seu recém-nascido menino, dando-lhe o nome “Timóteo,” que significa, “honra a Deus.” É como se ela dissesse, “Eu não honrei a Deus quando me casei com meu marido; não honrei a Deus quando coloquei o meu coração acima da Palavra de Deus, mas agora, com o nascimento do meu filho, irei honrar a Deus.”

Ela e sua mãe derramaram suas vidas sobre o jovem Timóteo de forma que, posteriormente, Paulo escreveria a ele desafiando da seguinte forma:

Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus.

Deixe-me dizer uma coisa sobre essa obra-prima da graça—um filho nascido a uma mãe crente e um pai descrente.

A ausência de um pai piedoso não impede a obra de Deus o Pai. A obra do Deus da graça nas nossas vidas não é genética, mas sobrenatural. Ela pode ser nutrida e alimentada por apenas um pai piedoso, como Timóteo testifica, mas não depende de uma herança familiar piedosa.

Se você tem uma herança familiar piedosa, não a menospreze. Ao contrário, beneficie-se dela, aprenda com ela e vá mais além por causa dela.

Se você não tem uma herança piedosa, não fique desencorajado. O plano de Deus para sua vida não se torna deficiente porque você não foi criado na verdade. Agora que você veio à fé em Cristo, comece essa herança. Comece com seu lar, seus filhos, sua vida.

Anos depois, será Timóteo que Paulo enviará a Tessalônica para edificar os santos e resolver alguns problemas. Será Timóteo que Paulo enviará a Corinto, como lemos em 1 Coríntios 4.17:

Por esta causa, vos mandei Timóteo, que é meu filho amado e fiel no Senhor, o qual vos lembrará os meus caminhos em Cristo Jesus, como, por toda parte, ensino em cada igreja.

 

Será Timóteo o enviado aos crentes filipenses com uma recomendação de Paulo:

Porque a ninguém tenho de igual sentimento que, sinceramente, cuide dos vossos interesses (Filipenses 2.20).

Com certeza, esse tipo de percepção, fervor e fidelidade é resultado de três ou quatro gerações de Cristianismo fiel. É assim que alguém consegue ser incluído na galeria da graça, não é?

Meu amigo, pais piedosos não garantem progresso piedoso. Da mesma forma, pais descrentes não garantem descrença nas vidas de seus filhos.

Deixe-me dizer isso de outra forma, de uma maneira que foi verdade na vida desse homem de Deus fiel, Timóteo—a falta de influência espiritual na juventude não compromete discernimento espiritual futuro.

Paulo escreve em Romanos 16.21a: Timóteo, meu cooperador.

Lúcio

Paulo continua escrevendo em Romanos 16.21b: e Lúcio, Jasom e Sosípatro, meus parentes.

Lúcio aparece outra vez no livro de Atos quando os líderes da igreja de Antioquia são mencionados (Atos 13.1). Muitos pensam que esse era o mesmo Lúcio de Cirene, amigo chegado de Simão, o homem que carregou a cruz de Cristo morro acima.

Esse Lúcio foi um dos mestres fiéis na igreja primitiva de Antioquia, uma congregação liderada por cinco homens: um judeu de Chipre chamado Barnabé, um gentio, um aristocrata chamado Manaém que havia sido criado na casa de Herodes Antipas, um homem africano chamado Lúcio e um rabino convertido chamado Saulo ou Paulo.

Esses líderes incluem um gentio, um judeu, um negro, um branco, um pobre e um rico. A igreja de Antioquia se tornou um exemplo de unidade em face à diversidade. De fato, essa igreja provou, logo no início, que o problema de preconceito não é uma questão de classe ou cor, mas de caráter. Converta o caráter a Cristo e o problema de classes e cor é resolvido.

Outra coisa interessante sobre o ministério de Lúcio é que ele serviu em uma cultura de grande animosidade contra o Cristianismo.

Atos 11.26 nos conta que os discípulos foram chamados pela primeira vez de “cristãos” em Antioquia.

Existem vários nomes no Novo Testamento usados para se referir aos crentes, tais como:

  • Despenseiro,
  • Discípulos,
  • Irmão ou irmã,
  • Testemunha,
  • Santo,
  • Filho de Deus,
  • Amado,
  • Sacerdote,
  • Peregrino,
  • Eleito,
  • Noiva de Cristo.

Contudo, baseado na história, aprendemos que o nome “cristãos” foi uma designação que os descrentes criaram, não os cristãos. Na verdade, o termo é usado somente duas outras vezes no Novo Testamento, e aparentemente com um sentido depreciativo de “pequenos Cristos.”

Talvez seja esse o motivo por que Pedro o associou a perseguição ao escrever em 1 Pedro 4.16:

mas, se sofrer como cristão, não se envergonhe disso; antes, glorifique a Deus com esse nome.

O que o nome “cristão” significa para você? Será que, para você, esse nome é uma referência genérica a todas as pessoas que de alguma maneira se identificam com o Cristianismo? Ou será que é um crachá que você usa somente aos domingos e que tem um vencimento de somente vinte e quatro horas—cristão no domingo e babilônio de segunda a sexta?

“Cristão” significa, “pequeno Cristo” ou “alguém que imita e adere o caminho de Cristo.”

Paulo escreveu que o viver é Cristo (Filipenses 1.21).

Um cristão é uma pessoa cuja vida e viver giram em torno de Cristo, alguém que vive para Cristo e em Cristo.

Paulo escreve, “Lúcio manda saudações.”

Lúcio é um dos fiéis que suportou perseguição por viver e vestir o nome de Cristo!

Jasom

Em seguida, Paulo menciona em Romanos 16.21b, Jasom.

Jasom também aparece em um evento dramático registrado em Atos 17 quando Paulo e Silas estão pregando o Evangelho em Tessalônica. Lucas nos conta em Atos 17.5:

Os judeus, porém, movidos de inveja, trazendo consigo alguns homens maus dentre a malandragem, ajuntando a turba, alvoroçaram a cidade e, assaltando a casa de Jasom, procuravam trazê-los para o meio do povo.

Evidentemente, Paulo e Silas estavam se escondendo na casa de Jasom e conseguiram escapar. Continue em Atos 17.6–7a:

Porém, não os encontrando, arrastaram Jasom e alguns irmãos perante as autoridades, clamando: Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui, os quais Jasom hospedou…

Você consegue imaginar essa cena e esse testemunho? Lucas continua nos versos 7 a 9:

…Todos estes procedem contra os decretos de César, afirmando ser Jesus outro rei. Tanto a multidão como as autoridades ficaram agitadas ao ouvirem estas palavras; contudo, soltaram Jasom e os mais, após terem recebido deles a fiança estipulada.

Nem precisamos comentar muito sobre a coragem de Jasom.

Evidentemente, ele sobreviveu para contar a história e, sem dúvida alguma, passou a ser respeitado na igreja primitiva.

Jasom foi o homem que colocou sua vida em risco pelo apóstolo Paulo e pelo Evangelho de Cristo. Ele ficou conhecido como o homem associado com outros por transtornarem o mundo inteiro.

Que descrição interessante desses crentes primitivos—eles estavam transtornando o mundo. O que dizer do Cristianismo hoje? Vivemos numa época na qual não queremos perturbar as pessoas com o Evangelho, não é verdade? Vamos fazer do Cristianismo algo prazeroso; vamos fazer uma propaganda como se ele fosse algo fácil a seguir para que as pessoas desejem experimentá-lo. Tudo é positivo, maravilhoso e é só bênção.

Nossa propaganda do Cristianismo é semelhante às propagandas de apartamentos e casas naquele panfleto que você recebe. Ele diz, “Isso sim que é vida. A tranquilidade e a paz... encontre a sua paz e tranquilidade aqui... fuja das pressões e problemas da vida.”

Meu amigo, quando eu recebi a Cristo em minha vida, eu recebi problemas. De repente, eu não podia mais dançar conforme a música; não podia mais ir com a correnteza com todos os demais peixes mortos. Eu passei a nadar contra a correnteza e isso foi e é algo difícil.

Você já percebeu que, onde quer que Paulo estivesse, motins aconteciam? Que tal esse progresso?

Você imagina isso em sua Escola Dominical? “Quer ir para a igreja? Pronto, aqui está seu colete e capacete. Ah, e é assim que você paga uma fiança. Lá mesmo na igreja tem uma sala onde você aprende a fazer curativos. O pastor está pregando uma nova série intitulada ‘Perseguição e Perseverança’.”

Não. Em nosso país, ainda, onde a igreja vai, ela espera ser respeitada. Será que o nosso Evangelho está tão diluído que nem gera mais azia no descrente?

Pergunte a Jasom como as coisas eram—ele é uma das obras-primas da galeria da graça.

Sosípatro

O próximo homem que Paulo menciona em Romanos 16.21b é Sosípatro.

Esse homem foi um dos bereianos que se converteu a Cristo em Atos 17. Ele estava entre aqueles que ouviram Paulo pregar e, depois, estudaram as Escrituras para ver se Paulo havia, de fato, dito a verdade.

Evidentemente, Sosípatro foi um dos muitos que concluiu que a mensagem de Paulo era verdade, validada pela verdade do Antigo Testamento e entrou para a igreja viva de Jesus Cristo.

Tércio

Agora, lemos em Romanos 16.22: Eu, Tércio, que escrevi esta epístola, vos saúdo no Senhor.

Isso é algo interessante. Paulo não está, de fato, escrevendo, mas ditando. Tércio, um homem da casa de Gaio, escrevia o que Paulo queria dizer aos romanos.

Muitos acreditam que Paulo tinha uma doença oftalmológica do oriente, contraída nas planícies da Panfília em sua primeira viagem missionária. Essa era uma doença que deixava a pessoa quase cega.

Ele escreveu em 1 Coríntios 16.21: A saudação, escrevo-a eu, Paulo, de próprio punho.

Isso significa que ele escreveu a última saudação de 1 Coríntios com sua própria mão e que outra pessoa havia escrito o restante da carta enquanto ele ditava.

Próximo do final da carta aos gálatas, ele escreveu: Vede com que letras grandes vos escrevi de meu próprio punho (Gálatas 6.11).

Aparentemente por causa de uma dificuldade física, talvez na visão, Paulo ditou para Tércio a carta aos Romanos.

Que privilégio deve ter isso sido para Tércio. Paulo até o permitiu escrever sua própria saudação: Eu, Tércio, que escrevi esta epístola, vos saúdo no Senhor.

É ainda mais significante o fato de Tércio não ser um nome próprio, mas um número. Os senhores romanos seguiam a tradição oriental de identificar seus principais servos com um número.

Eu e minha esposa visitamos a casa de Thomas Jefferson em Washington, Estados Unidos. Esse homem foi um dos principais personagens na luta pela independência dos Estados Unidos no final do século dezoito. Sua casa foi restaurada e hoje é um ponto turístico na capital americana.

Um guia nos informou que os escravos não podiam fazer refeições dentro da casa grande—deveriam comer do lado de fora e, quando tivessem terminado, devolveriam os pratos à casa. O principal dos escravos servia a comida à mesa para Jefferson e seus convidados.

Uma das exigências era que os escravos que fossem devolver seus pratos à casa deveriam assoviar; e não deveriam parar de assoviar até que devolvessem os pratos, porque, ao assoviarem, estariam provando que não estavam comendo a comida. O escravo supervisor era o único presente na sala de jantar com os convidados. Os convidados o chamavam de “Mister,” um título que o concedia um pouco mais de dignidade do que os demais escravos.

Na cultura romana, o nome Primus era um título de distinção, e significava, “o primeiro;” ou seja, o primeiro servo acima dos outros. Seu trabalho era administrar tudo relacionado à casa de seu senhor.

A propósito, essa foi a função dada a José na casa de Potifar. O primeiro servo contratava outros servos, supervisionava compras e vendas, bem como a propriedade do senhor. Ele era o encarregado.

José teria sido chamado de Primus—número um.

Depois dele, havia outros dois servos que também tinham responsabilidades importantes. Depois do Primus vinha o Secundus—o segundo homem. E depois do Secundus, vinha o Tercius—o terceiro homem.

Portanto, Paulo dita sua carta aos Romanos ao terceiro homem, o terceiro servo encarregado do serviço.

Gaio

Muitos crêem que Tércio era um dos servos do homem mencionado por Paulo no verso seguinte, em Romanos 16.23a: Saúda-vos Gaio, meu hospedeiro e de toda a igreja.

A propriedade desse homem rico era grande o suficiente para acomodar não somente Paulo e seus amigos, mas até mesmo uma assembleia inteira.

Quarto

Se pularmos para o último nome em Romanos 16.23, encontramos mais um dos servos de Gaio: e Quarto, o irmão.

Ele era o homem número quatro.

Contudo, para que ninguém pense que os servos ocupavam uma posição inferior na igreja, Paulo adiciona a descrição o irmão.

Imagine—na galeria da graça existe um senhor rico e dono de propriedade com dois servos, um terceiro e outro quarto na fila, e ambos são recebidos pelo apóstolo Paulo. Ainda mais importante do que isso, ambos são honrados como membros da família de Deus.

 

 

Erasto

Paulo menciona mais um homem em Romanos 16.23: Saúda-vos Erasto, o tesoureiro da cidade...

Que grande bênção ouvir sobre um político que verdadeiramente se afiliou à igreja de Jesus Cristo.

Em Atos 19.22, ele é descrito como um dos dois homens que ministravam a Paulo. Ao servir Paulo da forma como podia, Erasto servia a causa de Jesus Cristo.

Em 1929, arqueólogos trabalhando em Corinto encontraram uma inscrição em latim em um bloco de pavimento datando do século primeiro. A inscrição dizia, “Erasto, o comissário de obras públicas, colocou esse pavimento com recursos próprios.”

Muitos acreditam que se trata do mesmo Erasto—o despenseiro ou administrador dos negócios da cidade de Corinto. A. T. Robertson o chamou de, “O administrador da cidade.”

Não há evidência de que Erasto tinha resignado seu posto na época em que Paulo escreveu a carta aos Romanos. O contexto indica que ele permaneceu no ofício na época da escrita de Romanos e serviu tanto Cristo como a cidade de Corinto.

Ele permanece, até hoje, um exemplo para todo homem ou mulher de negócio e empresário; um exemplo para todo líder político que não somente colocou o pavimento na cidade de Corinto, mas ajudou no alicerce da igreja de Jesus Cristo naquela cidade. É possível, ainda hoje, fazer o mesmo!

Você imagina a igreja se reunindo na casa do conceituado Gaio? Seus servos prepararam a casa—colocando as cadeiras no pátio e fazendo a comida. A assembleia está reunida e, como era costume, um pão e um cálice de vinho era compartilhado entre eles em honra ao corpo e sangue do seu Salvador dado por eles. Lá está Gaio, tomando um pedaço do pão, entregando nas mãos do seu servo que tinha assado aquele pão, mas que agora toma um pedaço e come. Erasto toma um pouco do cálice e passa para o servo número quatro, o qual, corajosamente, bebe do mesmo cálice.

Algo inacreditável está acontecendo nessa propriedade. Algo maravilhoso tinha que ter acontecido para que apagasse posição social e pregasse igualdade entre homens.

Conclusão

Essa é a galeria da graça, na qual servos e senhores, dignitários e homens comuns são transformados em irmãos.

Essa é a obra-prima de Deus—homens e mulheres redimidos por Cristo são unidos pela graça.

Não há cor, classe social, agenda pessoal, nenhum território a ser protegido—apenas graça e amor por Jesus Cristo.

Essa é a galeria da graça—a igreja daquela época e de hoje—onde as pinturas são comuns, mas claras e diferentes.

Quando o mundo para e observa, eles veem algo mais precioso do que um quadro a ser pendurado em uma parede. Eles veem um tesouro de uma vida transformada—a demonstração de amor entre classes, raças e idades. Essa é a inconfundível obra do Maior Artista na coleção de obras-primas chamada igreja, a qual Ele ainda está no processo de pintura e exibição.

Essa é a galeria de verdadeiras obras-primas exibidas ao mundo e aos exércitos dos céus. Nós somos a galeria da graça.

 

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 29/10/2006

© Copyright 2006 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

 

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