A Exaltação do Mestre

A Exaltação do Mestre

by Stephen Davey Ref: Romans 1–16

A Exaltação do Mestre

Santa Obsessão—Parte 3

Romanos 15.17–19

Introdução

Lembro-me de ler a história de um técnico de um time pequeno de futebol americano. Em certa ocasião, na semana da final do campeonato, ele estava a caminho do campo para conduzir alguns treinos com seus jogadores quando sua secretária ligou para ele perguntando se poderia transferir uma ligação. Um tanto irritado, ele mandou que ela anotasse o recado porque estava a caminho do treino. Ela perguntou, “Você tem certeza? É de uma revista esportiva.”

Ele disse, “Já vou.”

Enquanto caminhava para o escritório, o técnico ficou pensando na possibilidade de um artigo na revista—seria uma excelente publicidade para um time pequeno, uma vez que pelo menos três páginas seriam necessárias para relatar a história do time.

Quando se aproximou do escritório, começou a pensar que talvez até acabasse na capa da revista. Ele pensou consigo mesmo, “Nossa, será que devo me fazer de difícil ou tomar a iniciativa?” Ele escreveu dizendo que sua cabeça rodava com tantas possibilidades.

Quando ele pegou o telefone e disse, “Alô,” a pessoa do outro lado disse, “Você é o técnico?”

“Sim, sou eu,” respondeu ele com um ar de orgulho.

“Aqui é da revista esportiva. Estamos ligando para informa-lo que sua assinatura está terminando. Você deseja renová-la?”

O técnico terminou a história dizendo, “Ou você é humilde, ou será humilhado na vida.”

Essa é uma boa verdade da qual devemos sempre nos lembrar.

Não existe algo tão nocivo para o crente como ser cheio de si mesmo. Ficar se olhando diante do espelho retrovisor causará acidente.

Não existe nada que causa mais danos a relacionamentos e à obra de Cristo em geral como o espírito de Diótrefes, o qual gostava de exercer a primazia (3 João 9).

João Batista, por outro lado, acertou quando disse o seguinte sobre Cristo em João 3.30, Convém que ele cresça e que eu diminua.

O antídoto para o veneno do eu é a glória de Cristo.

A tragédia na igreja como um todo nos últimos vinte e cinco anos é que ela transformou o ser humano no objeto de sua atenção. Estamos, agora, constantemente, nos olhando no espelho—não no espelho da Palavra, mas do mundo. Em média nas igrejas hoje, Cristo diminui e o homem cresce.

O problema é que, quanto mais encaramos nós mesmos, mais distorcemos o real motivo de sessões de autoajuda; mais transformamos a Bíblia em um livro de princípios rápidos e fáceis para uma vida de conforto e sucesso; mais autocentrados nos tornamos. E já que jamais ficaremos satisfeitos conosco mesmos, nossa insatisfação somente se agrava.

Meu amigo, a maneira de se melhorar a vida não é por meio de um entendimento melhor de si mesmo, mas de uma compreensão mais profunda de quem Deus é. A cura para a nossa enfermidade não é necessariamente pensar menos sobre nós mesmos, mas pensar mais sobre Ele.

Não precisamos de uma perspectiva melhor de nós mesmos; precisamos de uma nova percepção, uma obsessão renovada—uma obsessão com a glória de Deus. Daí, como Moisés, ansiaríamos ver a glória do Senhor, e diríamos como ele disse: Rogo-te que me mostres a tua glória (Êxodo 33.18).

Em um livreto que eu tenho intitulado A Supremacia de Deus na Pregação, John Piper afirma o seguinte:

Pessoas anseiam ardentemente pela grandeza de Deus. E até mesmo aqueles que vão à igreja, quantos deles podem dizer quando saem, “Eu te contemplo no santuário, para ver a tua força e a tua glória” (Salmo 63.2)?

O que é a glória de Deus? É:

  • A soma e substância do Seu caráter;
  • A beleza da Sua santidade;
  • A revelação de Deus em Cristo—pois quando Ele veio habitar em nosso meio: …vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai (João 1.14).

 

Paulo lembrou os coríntios de que a glória de Deus era o ponto central na pregação apostólica quando escreveu: Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor… (2 Coríntios 4.5).

No verso seguinte, Paulo diz que a glória de Deus era o assunto de nosso constante estudo,

Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo (2 Coríntios 4.6).

Imagine, na noite em que os pastores cuidavam do seu rebanho, um anjo lhes apareceu e, e a glória do Senhor brilhou ao redor deles (Lucas 2.9).

Você pode dizer, “Queria eu contemplar uma visão dessa!”

Você irá! Esse aspecto da glória de Deus será um dia revelado de forma tangível a todos nós na cidade celestial. O apóstolo João escreveu em Apocalipse 21.23:

A cidade não precisa nem do sol, nem da lua, para lhe darem claridade, pois a glória de Deus a iluminou, e o Cordeiro é a sua lâmpada.

Até mesmo hoje, os céus proclamam a glória de Deus (Salmo 19.1).

A honra e exaltação de Deus é o objetivo de tudo o que fazemos, pois, fazei tudo para a glória de Deus (1 Coríntios 10.31).

Em outras palavras, devemos fazer tudo para a exaltação, honra e prazer de Deus, os quais são direitos de Deus.

Portanto, viver para a glória de Deus significa que, em tudo, enfatizamos Deus e nos removemos do foco.

É como Raymond Lull, missionário entre os muçulmanos. Ele viveu segundo esta motivação: “Eu tenho apenas um fervor: Ele, Ele, Ele.”

A glória de Deus é o nosso alvo, o nosso assunto, a nossa esperança, o nosso prazer, a nossa mensagem e o nosso futuro. É isso o que significa ser obcecado com a glória de Deus. Essa é a exaltação do Mestre.

Em seus comentários pessoais, próximo ao fim de sua carta aos Romanos, Paulo revela nada menos do que essa mesma obsessão. Em Romanos 15, já descobrimos a sua obsessão pelo viver santo. Daí, observamos de perto a obsessão de Paulo com a graça de Deus. Hoje, nós o veremos revelando sua devoção—sua obsessão—pela glória de Deus.

Deleitava-se em Exaltar
A Pessoa de Cristo

Primeiro, veja o deleite de Paulo em Romanos 15.17: Tenho, pois, motivo de gloriar-me em Cristo Jesus nas coisas concernentes a Deus.

Meu primeiro ponto é simplesmente que Paulo se deleitava em exaltar a pessoa e a obra de Jesus Cristo. Em outras palavras, Paulo se recusava ser o assunto principal de suas conversas.

A verdade permanece—é impossível sermos obcecados com a glória de Deus e com a nossa própria glória ao mesmo tempo. Essas duas preocupações são mutuamente exclusivas. Não podemos promover a reputação de Deus e a nossa reputação ao mesmo tempo.

Esse verso é a maneira de Paulo dizer, “Deixe-me me gabar por causa de Jesus Cristo. Deixe-me gloriar em Cristo.”

Isso é algo difícil de fazer se desejamos adicionar à lista de oração nossa mais recente conquista espiritual.

Paulo escreveu em Gálatas 6.14:

Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo.

Essa é a exaltação do Mestre.

“Ele, Ele, Ele!”

O apóstolo Paulo se deleitava em exaltar a pessoa de Jesus Cristo.

Rejeitava O Pedestal
do Louvor Humano

Segundo, e associado com o primeiro pensamento, é o de que Paulo rejeitava ser colocado no pedestal.

Veja Romanos 15.18:

Porque não ousarei discorrer sobre coisa alguma, senão sobre aquelas que Cristo fez por meu intermédio, para conduzir os gentios à obediência, por palavra e por obras

Isso é algo bastante característico de Paulo; ele se recusa receber crédito pessoal por fruto espiritual.

Multidões de gentios estão vindo à fé em Cristo, obedecendo ao Evangelho e Paulo é o porta-voz oficial. Contudo, ele escreve, com efeito, “Não me coloque no pedestal; não me exalte, mas exalte Cristo que trabalha através de mim. Nem presumo falar sobre o que tenho realizado sem colocar no contexto de Cristo trabalhando por meu intermédio.”

Abra o Novo Testamento e leia. Logo você descobre que Paulo tinha mais motivo para se gloriar do que qualquer um dos outros apóstolos, incluindo Pedro e João. Ele foi usado por Deus para revelar mais do Novo Testamento do que outro escritor humano, e grande parte do livro de Atos foca em seu ministério.

Se houve alguém que merecia estar na capa da revista, esse alguém foi Paulo.

Não há dúvida entre os crentes de que Paulo foi, e ainda é, o autor, teólogo, pastor e mestre cristão mais influente de todos os tempos. Ele impactou o mundo.

Achei interessante que uma organização cristã de ciência reportou que, no ano passado, mais de 100 livros foram publicados com títulos que incluem a frase “que mudaram o mundo.” Alguns desses títulos incluem:

  • Pólvora: A História do Explosivo que Mudou o Mundo;
  • El Nino: O Fenômeno Meteorológico que Mudou o Mundo;
  • O Comprimido: A Biografia do Remédio que Mudou o Mundo;
  • Mauve: Como Um Homem Inventou uma Cor que Mudou o Mundo;
  • O Twist: A Música e a Dança que Mudaram o Mundo;
  • O Bacalhau: Uma Biografia do Peixe que Mudou o Mundo.

Sem dúvida alguma, vivemos em um mundo dos exageros e que é facilmente impressionado.

Todavia, é assim que o mundo funciona. Faça uma impressão, crie uma tendência, descubra alguma coisa, comece uma moda, venda produto de ponta no mercado, lidere uma organização, faça algo revolucionário em algum campo e o pedestal o aguardará—espere-o, receba-o e desfrute dele. Quanto mais visível você é, menos autêntico você pode se tornar.

A essa altura, Paulo deveria ser uma celebridade. Ele pode fazer qualquer coisa.

Se Paulo pudesse cantar, ele estaria entre os finalistas diante dos juízes em mais um episódio de Ídolos. Idolatria!

A imprensa retrata o líder de um país comunista de forma até cômica, se não fosse trágica. O líder da Coréia do Norte é apresentado como um homem inteligente, perfeito, talentoso, etc., etc. Um canal de televisão relatou no ano passado que a imprensa Russa o promoveu como um dos melhores homens—perfeito em todos os sentidos. Segundo dizem, ele se exercita diariamente em sessões de memorização intensas e, agora, ele já pode, como ele mesmo afirmou, “se lembrar de todas as senhas de computadores e números de telefone dos funcionários do governo.” A despeito de sua agenda lotada, ele ainda tem tempo para compor óperas e produzir filmes. Recentemente, contudo, a propaganda da Coréia do Norte foi longe demais quando disse que seu líder jogou golfe pela primeira vez em sua vida e, nessa partida, ele acertou onze buracos na primeira tacada.

Essa é a mentalidade da natureza humana—ele é o grande líder, então ele deve ser o melhor em tudo!

Ouça o grande líder da igreja recusando esse tipo de propaganda a seu respeito. Ele reluta contra a ideia de subir no pedestal, ao qual todos imaginamos que ele tem o direito.

Nessa passagem, Paulo escreve:

Porque não ousarei discorrer sobre coisa alguma, senão sobre aquelas que Cristo fez por meu intermédio...

E ele escreve em 2 Coríntios 12.9b–10:

…De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte.

Siga a progressão no crescimento de Paulo à medida que Deus se tornou cada vez mais importante para ele no decorrer de sua vida e Paulo se tornou cada vez mais objeto da graça de Deus:

  • Em 1 Coríntios 15.9, Paulo se refere a si mesmo como, o menor dos apóstolos;
  • Posteriormente, em Efésios 3.8, Paulo escreveu que se considerava como, o menor de todos os santos;
  • Finalmente, próximo ao fim de sua vida, Paulo escreveu em 1 Timóteo 1.15, os pecadores, dos quais eu sou o principal.

“Mas Paulo, espere aí, você é o grande apóstolo! Você é o instrumento escolhido para proclamar a graça de Deus ao mundo gentio. Que história é essa de ‘o principal dos pecadores’? Isso não vai soar bem para a imprensa. Por que não dizer somente que você passou por algumas lutas de vez em quando? Veja bem o que você já realizou, Paulo. Vamos lá, se olhe no espelho!”

Donald Grey Barnhouse resumiu bem as coisas nas quais Paulo poderia facilmente ter se gloriado:

Paulo conseguia entrar em uma cidade totalmente pagã que adorava o diabo e reunir um grupo de crentes transformados no nome de Cristo. Depois, ele orava por eles e, em constante admoestação, os retirava do estrato mais corrupto de paganismo e os conduzia ao nível mais elevado de piedade e moralidade cristã.

Certamente, Paulo não nega o que Deus fez com ele e através dele, nem Paulo minimiza o que Deus fez—isso seria falsa modéstia. Mas, no fim, ele ensina que somos todos simplesmente instrumentos nas mãos de Deus, e nenhum crente deve buscar o pedestal por causa do que Deus faz por seu intermédio. O pedestal pertence a Deus somente.

Nenhum pincel pode levar o crédito pela obra de arte na qual foi utilizado. Nenhum violino leva o crédito pela bela música que o musicista toca com ele.

Como jovem, um compositor e cantor cristão se tornou popular na Inglaterra e passou a se orgulhar de suas conquistas e fama. Ele e outros cantores e músicos formaram um pequeno grupo que liderava a música em sua igreja. Em certa ocasião, o pastor os confrontou com o que ele percebera ser orgulho em sua habilidade e desempenho musical. O pastor lhes disse que eles haviam perdido de vista o real motivo para aquilo e que estavam negligenciando a verdadeira adoração.

Os músicos se sentiram insultados com essa confrontação do pastor. Então eles guardaram seus instrumentos e saíram daquela igreja—todos, menos esse jovem. Logo depois, ele escreveu uma música que, por vários anos, tem sido entoada em vários países. A canção é uma oração de confissão e dedicação ao Senhor, reconhecendo que o Senhor deseja mais do que uma música—Ele quer a vida. Parte da letra dessa música diz, “Estou voltando à essência da adoração e, Senhor, Tu és o centro.”

Essa é a perspectiva de Paulo. Sua intenção é a exaltação do Mestre.

O apóstolo Paulo se deleitava em exaltar Jesus Cristo e, segundo, ele rejeitava o pedestal do louvor humano.

Redirecionava Os Holofotes
para O Espírito Santo

Terceiro, Paulo redirecionava os holofotes para o Espírito Santo.

Veja Romanos 15.19:

 por força de sinais e prodígios, pelo poder do Espírito Santo; de maneira que, desde Jerusalém e circunvizinhanças até ao Ilírico, tenho divulgado o evangelho de Cristo,

Paulo nos informa a verdade de que a comunidade apostólica possuía o poder autenticador de realizar milagres a fim de demonstrar que eles eram, de fato, servos do Deus vivo.

Um sinal servia simplesmente para marcar alguma coisa. Como sinal, os pastores veriam o bebê envolvido em panos e deitado em uma manjedoura (Lucas 2.12).

Maravilhas eram somente isto—elas maravilhavam as pessoas.

A combinação de maravilhas e sinais deu significado espiritual à maravilha do milagre.

Sinais e maravilhas eram os distintivos da autenticidade apostólica.

Em 2 Coríntios 12.12, Paulo afirma claramente que sinais e maravilhas eram usados pelos apóstolos. Ele escreveu:

Pois as credenciais do apostolado foram apresentadas no meio de vós, com toda a persistência, por sinais, prodígios e poderes miraculosos.

Nos dias de Paulo, o Novo Testamento ainda não existia, obviamente. Paulo nunca ouviu o Sermão do Monte, nem leu João 3.16. Ele não podia pegar uma cópia de 1 Pedro, Judas ou Tiago. Paulo nem mesmo tinha ouvido falar do livro de Apocalipse, já que ele ainda não havia sido escrito.

O distintivo da autenticidade era a capacidade de Paulo de curar o doente, dar vista a cegos e ressuscitar mortos.

Sem sinais e maravilhas, antes de as Escrituras terem sido completadas, os apóstolos estariam desprovidos de alguma evidência que confirmava sua procedência divina enquanto lançavam o alicerce da igreja nessa dispensação da graça. Então Deus, em Sua providência, deu aos Seus apóstolos a mesma habilidade que Cristo havia antes demonstrado—eles fizeram as mesmas coisas que Jesus fez, dando vista a cegos, curando aleijados e ressuscitando mortos. Esses foram sinais inegáveis do favor e do selo de Deus.

Hoje, não estamos mais lançando o alicerce dos apóstolos—estamos edificando sobre esse alicerce. O selo e sinal autenticados da aprovação de Deus na vida de qualquer pregador e mestre é sua associação com a Palavra de Deus. O teste final é agora a doutrina verdadeira.

O teste para se determinar se alguém é ou não um pregador enviado por Deus depende de sua conexão e explicação das Escrituras. Por quê? Porque a Palavra de Deus é suficiente para preparar cada crente para toda boa obra (2 Timóteo 3.16–17).

Alguém disse certa vez a Barnhouse que é algo justo que não podemos transformar água em vinho ou fazer outros milagres dessa natureza. Barnhouse disse, “Eu já vi um milagre ainda mais sublime do que esse—vi um pai alcoólatra de uma menina recém-nascida entregar seu coração a Jesus Cristo e, pelo poder do Evangelho, vimos whiskey sendo transformado em leite.”

Todavia, volte no tempo para a época em que o apóstolo Paulo ainda vivia e trabalhava. Imagine estar em uma reunião de testemunhos em que Paulo estivesse presente.

“Alguém gostaria de dar um testemunho de algo que Deus tem feito em sua vida ou através de sua vida?”

“Certo, Paulo. Pode compartilhar.”

“Foi algo incrível que aconteceu em Listra. Havia um homem aleijado desde nascença que estava me ouvindo pregar. Eu olhei para ele e, com toda coragem que consegui juntar—ali mesmo onde havia várias pessoas me ouvindo e poderiam saber se eu possuía ou não o poder de Deus—eu disse para ele, ‘Levanta e anda.’ Ele deu um salto em seus pés e as pessoas começaram a me chamar de Júpiter—um de seus deuses. Cara, foi muito legal!”

“Alguém mais gostaria de compartilhar? Certo, Paulo—pode compartilhar.”

Deixe-me contar para vocês sobre uma moça possuída por demônio em Filipos. Ela ficava me seguindo para todo lado, e eu já estava ficando sem paciência com aquilo [Atos 16 realmente diz que Paulo estava indignado]. Finalmente, eu me virei para ela e dei a seguinte ordem ao demônio, ‘EM nome de Jesus Cristo, saia dela!’ E o demônio a deixou. Que grande poder!”

“Ei, vocês querem ouvir sobre a vez em que ressuscitei um rapaz dos mortos?”

Quem iria querer dar um testemunho depois de Paulo?

Contudo, no caso de você não ter percebido, Paulo inseriu uma frase em Romanos 15.19, no poder do Espírito. Ou seja, em conexão com o poder do Espírito Santo.

Em outras palavras, Paulo diz, “Não foi eu quem fez essas coisas, mas o Espírito de Deus trabalhando em mim e através de mim.”

Paulo era obcecado com a glória de Deus e não queria, de forma alguma, roubar o louvor e a glória de Deus. Ele se deleitava em exaltar a pessoa de Cristo, ele recusava ser colocado no pedestal do louvor humano, e redirecionava a atenção dos holofotes para a pessoa do Espírito Santo. Acima de tudo, Paulo desejava que a exaltação de seu Mestre ficasse evidente a todos.

Lembrei-me de uma história que li um tempo atrás sobre um famoso líder crente que um seminarista foi buscar no aeroporto. O seminarista estava abismado com o fato de estar no carro com esse erudito e, depois de elogiá-lo de várias maneiras, descarregou várias perguntas. Esse erudito recusou aceitar qualquer honra, quase que se distanciando de seu sucesso no ministério. Finalmente, o jovem disse, “Com certeza você enxerga si mesmo e seus dons como os fatores principais que contribuíram para o sucesso no seu ministério.”

O senhor de idade pausou e depois disse:

Jovem, quando eu estava crescendo na fazenda, tinha que ir para a escola e voltar andando todos os dias. Eu andava ao lado de um pasto onde havia uma cerca branca de madeira. A madeira ficava presa a estacas verticais que ficavam uns três metros de distância uma da outra. Um dia, lembro-me de me deparar com uma tartaruga que estava sobre uma dessas estacas. Eu sabia, é claro, que alguém tinha que tê-la colocado ali; uma tartaruga não pode subir em uma estaca na cerca sozinha. Filho, eu não passo de uma tartaruga sobre uma estaca.

É isso o que significa recusar o pedestal do louvor, redirecionar os holofotes, exaltar o Mestre por se estar cativado e dedicado à glória de Deus.

Essa é uma notícia boa para todo crente comum; e a verdade é que somos todos crentes comuns. Quer você seja famoso ou não:

  • A verdade de Deus é revelada através do simples;
  • A força de Deus é revelada ao fraco;
  • A graça de Deus é distribuída ao necessitado.

A glória de Deus é exaltada quando o crente fraco, simples e necessitado O louva e recusa o pedestal; O ama e redireciona todo louvor a Ele; O adora e exalta o nome de Cristo acima de todos os nomes.

Somos crentes comuns que não passam de tartarugas colocadas sobre uma estaca. E quando nos perguntarem, exaltaremos o nosso Mestre, pois estamos obcecados com a glória de Deus.

 

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 21/05/2006

© Copyright 2006 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

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