
Aumentado O Limite do Seu Amor
Aumentado O Limite do Seu Amor
Vivendo como se Estivéssemos de Partida—Parte 1
Romanos 13.8–10
Introdução
Hoje começaremos uma série de três mensagens no último parágrafo de Romanos 13. Eu intitulei esta série de “Vivendo Como se Estivéssemos de Partida” porque é exatamente isso o que Paulo tem em mente aqui. Veja p que Paulo escreve em Romanos 13.11–13a:
E digo isto a vós outros que conheceis o tempo: já é hora de vos despertardes do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto do que quando no princípio cremos. Vai alta a noite, e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz. Andemos dignamente, como em pleno dia…
Paulo fala com uma terminologia futurista, ou escatológica na expectativa do retorno de Cristo—o arrebatamento, a ressurreição, a reunião com Cristo, o trono real, o reino glorioso. Em outras palavras, “à luz do céu, é assim que devemos agir na terra!”
Concordo com os estudiosos que dizem que Paulo exorta o crente a colocar em prática o que fomos desafiados a fazer em Romanos 12 até este ponto: a não demorar, a não sermos negligentes e a glorificar a Deus porque não demorará muito até que você vá embora.
Crentes devem viver como se estivessem de partida.
Ontem eu fui ao supermercado pegar algumas coisas que minha esposa pediu—banana e leite. Eu decidi pegar algumas revistas e um jornal ou dois a fim de contrastar a vida do mundo com a vida que Paulo desafia o crente a ter na última parte de Romanos 13.
Fui à estante onde ficavam as revistas próximo ao caixa. Comprei algumas. Uma delas em especial chamou minha atenção. O nome da revista era A Revista da Beleza, e o título dizia, “Comer Demais Não é Culpa Sua.” Gosto disso! Depois do Natal ou Ano Novo, quero colocar a culpa em alguém!
Depois de ler por uma hora, fiquei triste e com muita pena do mundo, mais uma vez. Havia artigos sobre:
- quem estava fornicando com quem;
- a união de casais homossexuais na Inglaterra;
- a anulação de um casamento de um casal de Hollywood que durou menos de três meses;
- como ficar na moda;
- os dias gloriosos de um travesti;
- brigas em famílias por causa de dinheiro e propriedades;
- e todo o tipo de comportamento pecaminoso exibidos como modernos e em moda.
Foi impossível não pensar, “O tempo está quase acabando para eles também!”
Uma das marcas dos últimos dias, segundo o apóstolo Pedro, é a zombaria e descrença dos ímpios a respeito do julgamento vindouro. Ele escreveu em 2 Pedro 3.3–4:
tendo em conta, antes de tudo, que, nos últimos dias, virão escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo as próprias paixões e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.
Pedro adiciona no verso 10:
Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas.
E o que vai acontecer com o crente? Pedro escreve nos versos 13 e 14:
Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça. Por essa razão, pois, amados, esperando estas coisas, empenhai-vos por serdes achados por ele em paz, sem mácula e irrepreensíveis,
Em outras palavras, “Estamos de partida e a hora está quase chegando. Então devemos viver com a perspectiva de que em breve partiremos.”
Essa perspectiva realiza duas coisas:
- lembra o crente; e
- liberta o crente.
Primeiro, essa perspectiva lembra o crente da estupidez do pecado.
Observe o mundo que corre atrás de suas cobiças. Leia você mesmo uma revista. Eles estão felizes? Será que encontraram o que tanto procuram? Será que morrem contentes?
Ouça as palavras de um homem que teve tudo o que o mundo tanto busca. Ele foi um multimilionário na economia de nossos dias, tinha uma mente brilhante, mais mulheres e amantes do que podemos contar, tinha um império respeitado ao redor do mundo e um trono lendário. Mesmo assim, Salomão chegou ao final de sua vida e disse, “Nunca fiquei satisfeito… que vazio tremendo!”
Ao final de sua autobiografia, quando Salomão chegava nos últimos dias de sua vida, ele escreveu sobre a forma como havia fracassado em glorificar a Deus. Daí, ele escreveu uma advertência:
Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más (Eclesiastes 12.14).
Enquanto vivia, Salomão se esqueceu de que, no fim, partiria.
A perspectiva de vivermos como se estivéssemos de partida lembra os crentes da tolice do pecado.
Segundo, essa perspectiva nos liberta, como crentes, a render nossas vidas a Deus com alegria.
Não importa quais dificuldades você enfrente, elas são temporárias—você está de partida!
Suas provações terríveis não podem ser comparadas à glória que Deus está reservando para os que Lhe pertencem. Um dia, o Senhor fará evaporar as tristezas de mil anos na terra no ar celestial de um novo céu e uma nova terra!
Portanto, como vivemos nossa fé à luz do fato de que estamos subindo? Romanos 12 e 13 respondem essa pergunta. Já fomos desafiados:
- a uma entrega pessoal e total (Romanos 12.1–2);
- sobre como agir na igreja (Romanos 12.3–8);
- sobre conviver com os demais crentes (Romanos 12.9–21);
- sobre como viver na sociedade e como reagir ao governo e às autoridades civis (Romanos 13.1–7).
Agora, na última parte de Romanos 13, seremos desafiados sobre:
- como viver em nossa vizinhança;
- como nos comportar diante dos descrentes;
- como agir em nossa cidade de maneira que honra a Jesus Cristo.
Não Deva Nada, Exceto O Amor
- Em Romanos 13, Paulo acabou de concluir seu ensino sobre o assunto dos impostos e dívidas. Agora, em Romanos 13.8, ele continua a tratar da obrigação financeira do crente com uma frase geralmente mal-entendida:
A ninguém fiqueis devendo coisa alguma…
A frase A ninguém fiqueis devendo coisa alguma é frequentemente usada por crentes bem-intencionados para proibir o uso de cartão de crédito, empréstimo de dinheiro ou angariar dívidas de qualquer tipo.
Muitos anos atrás, antes de entrar para o ministério pastoral, fui falar em uma igreja num domingo. Mais tarde no mesmo dia, eu estava em uma sala de estar com um dos presbíteros da igreja esperando o jantar ser servido. Sua esposa—que era conhecida por falar o que pensava—veio à sala de estar e, de repente, disse, “Acho que é pecado usar cartão de crédito.”
Eu respondi, “Espero que não seja! Semana passada usei um em uma loja de roupas!”
E esse foi o fim da conversa.
Apesar de um bom despenseiro debater sobre a sabedoria, ou falta de sabedoria, em se pagar juros em cartão de crédito, as Escrituras jamais condenam usar o dinheiro de outra pessoa ou entidade, ou mesmo tomar dinheiro emprestado.
Em Êxodo 22.25, Moisés instruiu o povo dizendo o seguinte:
Se emprestares dinheiro ao meu povo, ao pobre que está contigo, não te haverás com ele como credor que impõe juros.
Ele não disse, “Vocês não podem emprestar dinheiro,” mas, “Se emprestarem dinheiro, ajudem seu companheiro. Não lucre com a condição desvantajosa do pobre.”
Novamente, em Levítico, ao invés de proibir o empréstimo de dinheiro, Moisés instruiu no capítulo 25, versos 35 e 36:
Se teu irmão empobrecer, e as suas forças decaírem, então, sustentá-lo-ás. Como estrangeiro e peregrino ele viverá contigo. Não receberás dele juros nem ganho; teme, porém, ao teu Deus, para que teu irmão viva contigo.
No livro de Deuteronômio, vemos o princípio maravilhoso do ano do Jubileu. A cada sete anos, o povo de Israel deveria apagar as dívidas de constavam contra outras pessoas. Se alguém havia tomado dinheiro emprestado, ou uma ferramenta, no sétimo ano após o empréstimo o que havia emprestado deveria esquecer que havia emprestado aquele objeto ao seu vizinho.
Agora, se você estivesse vivendo na economia do Antigo Testamento e seu vizinho viesse até você no décimo primeiro mês do sexto ano e dissesse, “Ei, posso tomar emprestado sua moto?”
“Ah, acho que não… volte mês que vem.”
Você acha que o israelita tinha dificuldades em emprestar dinheiro ou materiais? Veja o que diz Deuteronômio 15.7–9:
Quando entre ti houver algum pobre de teus irmãos, em alguma das tuas cidades… não endurecerás o teu coração, nem fecharás as mãos a teu irmão pobre; antes, lhe abrirás de todo a mão e lhe emprestarás o que lhe falta, quanto baste para a sua necessidade. Guarda-te não haja pensamento vil no teu coração, nem digas: Está próximo o sétimo ano, o ano da remissão, de sorte que os teus olhos sejam malignos para com teu irmão pobre, e não lhe dês nada, e ele clame contra ti ao SENHOR, e haja em ti pecado.
Eu pensaria bem antes de emprestar, você não? Quem emprestaria algo no sexto ano se achasse que nunca mais veria aquele dinheiro? Isso não é empréstimo, é doação.
O que desejo destacar é que o Antigo Testamento não proibiu emprestar ou tomar emprestado. Ele forneceu princípios para administrar como isso deveria ser feito—especialmente com um pobre que necessitava de ajuda constantemente.
Nos primeiros anos de ministério em nossa igreja, eu e minha esposa não tínhamos um veículo confiável. Não podíamos visitar familiares sem o risco de quebrar no caminho. Mesmo assim, arriscávamos. Contudo, jamais esquecerei de um casal de nossa igreja nos dizendo, “Ei, queremos que vocês tomem emprestado nosso carro quando forem viajar.”
Eles tinham um carro novo. Perguntamos, “É sério? E se alguma coisa acontecer com ele? Não teremos dinheiro para pagar o conserto.”
Jamais me esquecerei da resposta que deram. Ele disse, “Jamais emprestaríamos se não estivéssemos dispostos a jamais consegui-lo de volta.”
Essa era a atitude esperada do israelita no sexto ano antes do Jubileu.
E o que dizer do Novo Testamento?
Jesus Cristo disse em Mateus 5.42: Dá a quem te pede e não voltes as costas ao que deseja que lhe emprestes.
Todos nós conhecemos bem a passagem na qual o Senhor disse,
dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão… (Lucas 6.38).
O interessante é que, um pouco antes na mesma passagem em Lucas, o Senhor disse no verso 35:
Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois ele é benigno até para com os ingratos e maus.
Em outras palavras, “Não empreste somente ao seu compatriota judeu—empreste ao gentio também; deixe um descrente tomar seu carro emprestado.” E o Senhor sugere que, se você nunca o receber de volta, não permita que isso destrua seu relacionamento com o descrente; o próprio Senhor recompensará seu espírito generoso um dia.
Nem a Lei nem o Senhor proibiu emprestar ou tomar emprestado.
Você já pensou no fato de Deus haver emprestado Seu mundo a nós? Somos despenseiros, o que significa que apenas administramos aquilo que pertence a Deus; apenas administramos o que, em certo sentido, tomamos emprestado dele. A propriedade é dele; é seu dinheiro; na verdade, este corpo é dele—nós pertencemos a ele também!
Então, se não devemos emprestar nada a ninguém, Deus seria o maior de todos os infratores. Portanto, Romanos 13.8 não condena o empréstimo de dinheiro ou posses.
Entretanto, devemos temperar essa liberdade com responsabilidade. A liberdade de emprestar não significa que podemos justificar o mal-uso das finanças ao tomarmos emprestado o que não podemos pagar.
Grande parte dos crentes hoje se encontram presos em dívidas. Em uma pesquisa, 30% dos entrevistados disseram que não desejam eliminar suas dívidas antes de morrerem. Eles aumentaram o limite de seus cartões de crédito e não planejam nem desejam pagá-los em momento algum de suas vidas.
Contudo, conforme o apóstolo Paulo, o crente deve ser caracterizado como alguém que trabalha para pagar suas contas.
O tempo presente do verbo pode ser traduzido como, “não devendo nada a homem algum.”
Ou seja, se você possui dívidas, que não seja nenhuma dívida que você se recusa pagar. Para colocar isso de forma ainda mais simples: o crente deve ser conhecido como alguém que paga suas contas no tempo certo. Ele é diligente em suas finanças; ele honra seus compromissos financeiros; seu aperto de mão importa!
É assim que você vive na companhia de descrentes.
Agora, a dificuldade em dominar seu dinheiro não é algo novo. A tentação de se deixar ser controlado por coisas, mergulhar em débito e falir não é um desafio recente.
Deixe-me ler o que um pai da igreja chamado Cipriano escreveu duzentos anos depois de Cristo haver subido aos céus. Cipriano expressou sua frustração ao descrever os crentes de sua geração:
Seus bens lhes prendem em cadeias… cadeias que acorrentam sua coragem e fé, obstruem seu julgamento e sufocam suas almas. Eles pensam em si mesmos como possuidores, mas, na verdade, eles é que são possuídos, escravizados por suas posses; eles não são o mestre de seu dinheiro, mas escravos dele.
Não há dúvida alguma de que um dos maiores testes de nossa espiritualidade é como administramos nossos bens. Duas perguntas que podemos fazer são:
- Você é dono de coisas ou as coisas são seu dono?
- Você possui dinheiro ou o dinheiro possui você?
Uma das maneiras corretas de se responder corretamente essas perguntas é determinando se você consegue ou não pagar suas contas.
O apóstolo Paulo diz em Romanos 13.8, “Faça de tudo para ter uma boa reputação por ser alguém de palavra! Pague o que você deve!”
- Paulo continua em Romanos 13.8 e fala que existe uma coisa que não podemos jamais parar de pagar:
A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor…
Existe uma dívida que você nunca conseguirá pagar. Existe uma obrigação da qual jamais conseguirá se livrar. Você nunca chegará ao ponto em sua vida no qual poderá dizer, “Já amei as pessoas o máximo, então já posso parar. Já fui bom o suficiente para com as pessoas; posso descansar agora. Já atingi minha cota de bondade.”
Essa foi a mentalidade de Pedro ao perguntar ao Senhor em Mateus 18.21:
…Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?
Pedro está se congratulando porque sugere um número ridículo de vezes a se perdoar a mesma pessoa que peca contra ele.
Os rabinos dos dias de Pedro ensinavam que o ofendido precisava perdoar seu irmão três vezes e, daí, ficava livre para guardar rancor e nunca o perdoar novamente.
Então Pedro está sendo bastante generoso. Ele sugere que está disposto a perdoar seu próximo mais do que o dobro de vezes!
Daí, o Senhor responde: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete.
Quatrocentas e noventa vezes. Em outras palavras, “Pare de contar. Não há limites para o amor.”
É por isso que os discípulos reagem imediatamente, conforme vemos em Lucas 17.5: Aumenta-nos a fé.
Você não está feliz que jamais conseguirá pagar sua dívida de amor? O que aconteceria se Deus atingisse um limite de amor para conosco? E se Ele dissesse, “Quantas vezes você já pecou contra Mim cometendo este mesmo pecado? Nem pense em confessar de novo. Me desculpe, mas você já excedeu as três vezes—já passou de sete.”
Se formos contrastar a linguagem de Paulo com a linguagem contemporânea, ele estaria dizendo, “Como crente, não ganhe a reputação de aumentar o limite de seu crédito e depois se recusa a pagar. Ao invés disso, aumente o limite de seu amor e jamais pare de pagar.”
Ou seja, sempre teremos a dívida do amor para com as pessoas.
Ouça o comentário que Orígenes fez nesse mesmo verso no século segundo, “Então Paulo deseja que nosso débito de amor permaneça e jamais deixe de ser devido; devemos tanto pagar esse débito como também devê-lo.”
- Paulo continua em Romanos 13.8 e diz:
…pois quem ama o próximo tem cumprido a lei.
Em outras palavras, “Amar o próximo cumpre a Lei, é obediência à Lei; o que ama guarda a Lei.”
Como isso é possível?
Paulo ilustra com quatro dos Dez Mandamentos.
- Veja Romanos 13.9: Não adulterarás.
O que guardar o sétimo mandamento tem a ver com o amor? Tudo. Se você realmente ama um homem ou mulher, você não desejará outra coisa a ele ou ela além daquilo que é santo e justo. Você jamais pediria que eles violassem sua aliança que fizeram com o cônjuge ao adulterar com você.
José amava seu senhor, Potifar. Ele respeitava muito sua casa, bem como seus direitos como marido. Quando a esposa de Potifar tentou seduzir José, ele disse a ela em Gênesis 39.8–9a:
…Tem-me por mordomo o meu senhor e não sabe do que há em casa, pois tudo o que tem me passou ele às minhas mãos. Ele não é maior do que eu nesta casa e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porque és sua mulher…
Essa foi simplesmente uma declaração de seu amor, respeito e gratidão a Potifar. Também foi amor e reverência ao próprio Deus, uma vez que José continuou dizendo: como, pois, cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra Deus?
Adultério não é um ato de amor, mas de um amor a si mesmo. Você se torna mais importante do que seu cônjuge e mais importante do que Deus.
William Barclay colocou isso da seguinte maneira, “Quando duas pessoas permitem que suas paixões físicas os conduzam, o motivo não é que eles amam demais um ao outro, mas que amam pouco um ao outro.”
A verdade é que o adultério é um ato que nasce do egoísmo e do desejo pecaminoso; ele nunca surge do verdadeiro amor.
Então, o verdadeiro amor cumpre a lei ao impedir o adultério.
- Em seguida, Paulo se refere ao sexto mandamento em Romanos 13.9: não matarás.
Esse é fácil de entender como algo contrário ao amor. O amor não busca destruir a vida do próximo. O verdadeiro amor protege a vida.
- Além disso, Paulo escreve em Romanos 13.9: não furtarás.
Novamente, o oitavo mandamento é cumprido pelo amor ao próximo. Se você ama seu vizinho, você não entrará na garagem dele para roubar sua moto. Você vai pedir emprestado, lembra? Daí você vai esperar que ele nunca a peça de volta!
Você se lembra do incidente com o coletor de impostos Zaqueu? Jesus foi à casa de Zaqueu. Mais tarde, Ele saiu da casa do baixinho e anunciou em Lucas 19.9: Hoje, houve salvação nesta casa.
As pessoas provavelmente disseram, “Ah, está bom... conhecemos bem esse Zaqueu….”
Contudo, qual foi o testemunho pessoal do pequeno ganancioso e ladrão Zaqueu? Ele disse às pessoas no verso 8:
…Senhor, resolvo dar aos pobres a metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais.
Isso significa que Zaqueu se tornou relativamente humilde financeiramente, enquanto outras pessoas ficaram ricas imediatamente.
O amor de Deus foi, de fato, derramado sobre o coração de Zaqueu. Como sabemos disso? Ele parou de roubar e devolveu aquilo que havia roubado.
Zaqueu não se converteu porque parou de roubar; ele parou de roubar porque começou a seguir o Messias.
Você ama o Senhor? Pare de roubar dele.
Você ama seu cônjuge e filhos? Pare de roubar companhia deles.
Você ama a igreja? Pare de roubar os dons que pertencem a ela.
Você ama seu chefe? Pare de roubar de sua empresa.
- Finalmente, Paulo menciona em Romanos 13.9 o décimo mandamento: não cobiçarás.
Isso ataca diretamente o coração de nossa cultura materialista e consumista, a qual nos ensina que devemos cobiçar tudo. O maior problema com a cobiça não são as dificuldades nas quais ela nos mete, mas que ela nos torna insensíveis para com as necessidades dos outros. Ao invés de nos ajudar a enxergar as necessidades dos outros, a cobiça gera em nós ciúmes dos outros de forma que queremos o que eles possuem.
A cobiça nos transforma em roubadores; o amor nos transforma em doadores.
O amor cumpre a Lei. Aumente o limite do seu amor e nunca pare de pagá-lo.
Viva dessa maneira diante de seus vizinhos, seus colegas de trabalho, seus amigos e seus inimigos. Seu amor para com eles fornece o alicerce perfeito do Evangelho—o amor de Deus através de Jesus Cristo. Conforme lemos em João 3.16:
Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
Devemos ao mundo essa mensagem. Como Paulo disse, “Não deva nada a ninguém, exceto o amor.” Esse tipo de vida—que aumenta o limite do amor e nunca para de fazer pagamentos—cumpre a Lei.
Conclusão
Lembro-me das terríveis notícias de trabalhadores que foram soterrados em uma mina. Presos lá dentro com gases tóxicos, suas últimas horas não incluíram tortura física, felizmente, uma vez que desmaiaram por causa da falta de ar puro. Numa entrevista por telefone, o irmão mais velho de uma das vítimas leu um bilhete que seu irmão escreveu poucos minutos antes de morrer. As letras foram rabiscadas na parte de trás de um papel que estava no bolso do rapaz. Seu irmão teve dificuldades de entender sua letra, o que sugere que ele escreveu nos minutos finais de sua vida. O bilhete da vítima dizia, “Diga a todos que os verei do outro lado. Não foi ruim. Eu simplesmente dormi. Amo vocês.”
Você imagina o significado dessa mensagem para seus familiares e amigos? Suas palavras finais foram, “Amo vocês.”
Sinceramente, nunca termino uma chamada telefônica com minha esposa e filhos sem dizer, “Amo você.” Quem sabe—aquela pode ser nossa última conversa na terra.
E o que dizer do mundo? Será que eles ouvirão a nossa mensagem do amor? Paulo diz que temos uma dívida com o mundo que jamais devemos parar de pagar—a dívida do amor.
Estamos, na verdade, no processo de saída deste mundo—só não sabemos quando. Então, vamos viver de maneira que nosso amor pelas pessoas e o nosso Evangelho do amor de Deus através de Jesus Cristo se tornem a mensagem que deixaremos para trás.
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 08/01/2006
© Copyright 2006 Stephen Davey
Todos os direitos reservados
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