Uma Pessoa na Plateia

Uma Pessoa na Plateia

by Stephen Davey Ref: Romans 1–16

Uma Pessoa na Plateia

O Criador Divino: Encontrando Seu Lugar no Corpo de Cristo—Parte 4

Romanos 12.6–7a

Introdução

Um artigo que li dizia que um inglês foi o inventor de um dos jogos mais populares do mundo: o caça-palavras.

Até agora em nossa série de estudos, temos falado sobre vários tipos de quebra-cabeça, uns que se encaixam, outros com peças móveis, uns que se empilham e outros que voam; mas o caça-palavras é um quebra-cabeça com palavras interconectadas.

Cerca de cem anos atrás, um jornal americano publicou o primeiro caça-palavras da história, o qual foi uma invenção de Arthur Wynne. Seu formato era de diamante e fornecia pistas para trinta e uma palavras.

O artigo que li trouxe uma reimpressão do caça-palavras original inventado em 1913. Então, eu tentei fazê-lo. A única palavra que Arthur Wynne forneceu foi “divertido.”

É, mas de divertido não tinha nada. Uma das pistas era fibra de arenga. Quem sabe o que é isso?

Frustrado, finalmente desisti com meu vocabulário pobre e joguei o caça-palavras no lixeiro mais próximo. Passei bastante tempo tentando resolvê-lo, mas ainda não consegui resolver esse caça-palavras, um verdadeiro quebra-cabeça!

Uma coisa é não conseguir descobrir as palavras de um caça-palavras. Você pode jogá-lo fora ou enfiá-lo em uma gaveta para ser esquecido. Outra coisa é tentar, sem esforço algum, encontrar seu lugar no corpo de Cristo; ou, anda pior, nem se preocupar em tentar.

Em um caça-palavras, as palavras tomam emprestado vogais e consoantes umas das outras para poderem ser completadas. De forma semelhante, a família da igreja é interdependente e inter-relacionada. Nós nos completamos uns aos outros como uma manifestação viva e local do corpo de Cristo.

A forma como completamos uns aos outros e contribuímos com o corpo de Cristo é através da descoberta e operação de um dom especial e espiritual. Portanto, permita-se dar uma rápida definição de “dom espiritual:”

Um dom espiritual é uma habilidade concedida por Deus por meio da qual servimos o corpo de Cristo em um ministério eficaz.

Você sabia que havia três elementos na vida cristã com os quais Paulo realmente se preocupava? Toda vez que Paulo falava sobre esses elementos, ele inseria a ideia de que não queria que seus leitores os ignorassem. Os três elementos da vida cristã que Paulo não queria que ignorássemos são:

  • as artimanhas sagazes de Satanás e do inferno (2 Coríntios 2);
  • a realidade da vida após a morte e o futuro arrebatamento da igreja (1 Tessalonicenses 4);
  • o assunto crucial dos dons espirituais.

Acredito que o crente em geral conhece um pouco sobre Satanás e pode descrever algumas de suas artimanhas. A maioria dos crentes crê na vida após a morte e provavelmente tem uma opinião a respeito do arrebatamento e de outros eventos futuros. Todavia, muitos crentes não conhecem quais são seus dons espirituais e como se encaixam no corpo de Cristo.

Por esse motivo, Paulo passa um tempo repetindo esse assunto dos dons espirituais às igrejas de Éfeso, Corinto e Roma.

Dons Espirituais

Quando Paulo revelou o assunto dos dons espirituais aos irmãos coríntios, ele escreveu em 1 Coríntios 12.1, 4–7:

A respeito dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes… Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. E também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos. A manifestação do Espírito é concedida a cada um visando a um fim proveitoso.

A partir dessa passagem, três coisas se tornam evidentes:

  • existem vários tipos de dons espirituais…
  • …que originam vários tipos de ministérios…
  • …os quais surtem vários tipos de efeitos dentro e através do corpo de Cristo.

Então, é imprescindível que você encontre seu lugar em um ministério eficaz. O caça-palavras do corpo de Cristo precisa de suas consoantes e vogais para conseguir completar suas palavras também.

Em nosso estudo anterior em Romanos 12, falamos sobre o processo da descoberta. Vimos duas palavras fundamentais envolvidas na descoberta de seu dom espiritual: envolvimento e prática. Precisamos:

  • nos envolver com Deus em oração;
  • nos envolver com a Palavra de Deus em busca de entendimento;
  • nos envolver com as pessoas de Deus em busca de conselhos;
  • e praticar algo que gostamos de fazer.

Isso se encaixa bem com o contexto do ensino de Paulo neste capítulo.

Siga a Deus e se recuse ser exprimido segundo o molde do sistema deste mundo; transforme e renove sua mente e seu coração pela Palavra de Deus; acima de tudo, busque agradar a Deus; persiga a santidade com fervor. Então, ao buscar todas essas coisas, faça o que você quiser.

Faça aquilo que gosta mais. Simplesmente, faça alguma coisa, não é?

Talvez a essa altura você seja tentado a dizer, “Mas quem sou eu para que Deus me use? Você não conhece as minhas limitações, meu histórico, os pecados que o Salvador perdoou.”

Semana passada, eu recebi outro artigo. Ele começava dizendo, “Da próxima vez que você pensar que Deus não pode usá-lo, considere o seguinte:

  • Noé se embebedou e perdeu a credibilidade com sua família;
  • Abraão era velho demais para começar uma nova nação;
  • Isaque era um sonhador;
  • Jacó tinha problemas com mentira;
  • Lia não era atraente;
  • Moisés assassinou seu inimigo;
  • Gideão era medroso e incrédulo;
  • Raabe havia sido uma prostituta;
  • Timóteo era jovem demais para ganhar respeito;
  • Jó estava falido;
  • João Batista não sabia como se vestir direito;
  • Tiago e João se achavam justos e eram orgulhosos;
  • Pedro tentou cometer homicídio e negou o Senhor;
  • Os discípulos dormiram quando deveriam ter orado;
  • Maria Madalena tinha sido possessa por demônios;
  • O menino carregando dois peixes e cinco pães era desconhecido;
  • A mulher samaritana tinha se divorciado cinco vezes;
  • Zaqueu era baixinho demais;
  • E Lázaro… estava morto.”

À luz disso, Paulo escreveu as seguintes palavras para a igreja de Corinto, uma igreja cheia de problemas e de pessoas problemáticas. Veja o que Paulo diz em 1 Coríntios 1.26–30:

Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus. Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção,

Não importa quem você seja, qual seja seu passado, quem sejam seus pais, que tipo de vida tenha levado—pela graça de Deus através de Jesus Cristo você tem um lugar no corpo de Cristo. Nenhum filho é deixado de fora. Esse é o plano de Deus há muito tempo. Nenhum de Seus filhos fica de fora do quebra-cabeça.

Abra sua Bíblia em Romanos 12.6 e observe o que Paulo escreve: tendo, porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada.

Todo crente recebeu algum dom e todo crente deve usar seu dom.

A palavra que Paulo utiliza para dons é “charismata,” que significa, “favor ou presente.” “Charis” é o termo grego para “graça.” Vemos essa palavra transliterada nos termos “carismático” e “carisma.” Na verdade, esse se tornou o título do Movimento Carismático. Mas, segundo Paulo, todo crente possui “charismata.”

Isso pode até soar meio estranho para você, mas todo crente é carismático.

No sentido bíblico da palavra, eu me tornei carismático no momento da minha conversão. Eu recebi “charismata” de Deus—dons pela graça do Espírito de Deus.

Agora, obviamente, o termo “charismata” foi roubado pela comunidade carismática para se referir principalmente aos dons de sinais—manifestações sobrenaturais. Contudo, todo dom espiritual é carismático; todo dom é obra de um Deus sobrenatural que doa presentes pela Sua graça.

Todo crente nascido de novo pela fé em Cristo, habitado pelo Espírito Santo, recebeu pelo menos um dom carismático—e ele pode não ter nada aa ver com alguma manifestação pública de carisma. Pode ser:

  • passar pano no chão de uma sala de aula nos fundos da igreja;
  • conduzir uma criança que é deficiente física ao parque;
  • trocar o óleo dos veículos da igreja;
  • preparar uma refeição para alguém que está doente;
  • escrever uma carta de encorajamento a alguém que se encontra em desespero.

Chegou a hora de pegarmos de volta essa palavra e usá-la corretamente. Todo o crente é carismático.

Talvez você esteja dizendo, “Certo, gosto do fato de que Deus me usará e vejo que a Palavra me diz que o Espírito me capacitou de alguma forma especial, mas preciso de mais direcionamento do que isso. Você pode me dar uma dica do que esses dons são? Até os caça-palavras mais difíceis dão dicas.”

O apóstolo Paulo responde em Romanos 12 dizendo, “Vou dar a você sete dicas.”

Ele fornece sete palavras que nos darão direção. Circule-as em sua Bíblia. Elas incluem o dom de:

  • profecia (v. 6);
  • serviço (v. 7);
  • ensino (v. 7);
  • exortação (v. 8);
  • contribuição (v. 8);
  • liderança (v. 8);
  • misericórdia (v. 8).

Essa lista não é exaustiva. Na verdade, vemos quatro listas no Novo Testamento contendo dons variados: em Efésios 4, 1 Pedro 4, 1 Coríntios 12 e em Romanos 12.

Categorias de Dons Espirituais

Creio que a melhor forma de pensarmos nos dons é organizando-os em categorias. Deixe-me mencioná-las para você.

 

 

  • Primeiro, existem os dons de apoio.

Esses incluem:

  • apóstolo;
  • profeta;
  • evangelista;
  • pastor;
  • mestre.

A primeira categoria de dons de apoio também pode ser chamada de dons de palavra, pois estão ligados ao ministério da Palavra. Eles carregam consigo maior autoridade, o que também significa maios responsabilidade.

É por isso que Tiago escreveu em Tiago 3.1:

Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós, mestres, sabendo que havemos de receber maior juízo.

O escritor de Hebreus registrou em Hebreus 13.17:

Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros.

Certamente, nada se compara a dor de ver que almas sob sua supervisão e cuidado se recusam a seguir, obedecer e viver a verdade, como também nada se compara à alegria de ver essas almas obedecendo à verdade!

Esses são os dons de apoio ou dons da Palavra.

 

 

  • A segunda categoria é dos dons de serviço.

Se combinarmos todas as listas, essa categoria incluirá os seguintes dons:

  • administração;
  • exortação;
  • encorajamento;
  • liderança;
  • fé;
  • contribuição;
  • serviço;
  • misericórdia;
  • hospitalidade.
  • A terceira categoria pode ser chamada de dons de sinais.

Esses dons tiveram função específica e temporária, uma função que precedeu o término do Novo Testamento.

Paulo escreveu que o dom de línguas era temporário, dizendo que era um sinal, não para o judeu crente, mas para o judeu descrente, de que a nação de Israel havia rejeitado o verdadeiro Messias. Na verdade, falar novas línguas que não se havia aprendido anteriormente foi algo profetizado séculos antes pelo profeta Isaías. Conforme a profecia de Isaías, isso aconteceria à nação de Israel porque Alguém viria prometendo descanso, mas o povo não O ouviria.

Em 1 Coríntios 13, Paulo claramente disse que três dons eram temporários. Abra sua Bíblia em 1 Coríntios 13.8–10:

O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará; porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos. Quando, porém, vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado.

Em outras palavras, “quando o perfeito vier, a necessidade de verdades parciais através de profecia, línguas e ciência deixará de existir.”

Paulo afirma claramente que esses três dons cessariam por causa da vinda de algo perfeito.

Muitos dizem, “Ah, obviamente, essa é uma referência à segunda vinda de Cristo, ou pelo menos ao arrebatamento da igreja.”

Veja o verso 12:

Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido.

Face a Face: esse é o título de um hino que fala sobre vermos a Cristo. Obviamente, Paulo está cantando o hino de Fanny Crosby.

Outros defendem que o perfeito que está vindo é Cristo e, quando Ele vier, as coisas em parte da profecia, línguas e ciência cessarão.

Isso soa correto, mas creio que está absolutamente errado.

Primeiramente, a palavra perfeito no verso 10 pode ser entendida como “completo.” Paulo diz que existe algo a ser completado e, quando for completado, tais dons que comunicam revelação, uma parte de cada vez, não serão mais necessários.

Além disso, a palavra perfeito em 1 Coríntios 13 é a mesma que Tiago utiliza em Tiago 1.25 para descrever as Escrituras—a “lei perfeita da liberdade.”

Essa é uma descrição das Escrituras.

Quando Paulo estava escrevendo essas cartas, o Novo Testamento ainda não havia sido completado. Então, Deus continuou a conceder revelação por meio de uma variedade de métodos e meios.

Você percebeu em 1 Coríntios 13.8 que todos os dons temporários têm algo em comum? Todos estão ligados ao princípio de receber revelação de Deus.

Você pode dizer, “Mas Paulo não diz no verso 12 que conhecerei como também sou conhecido? Acho que é uma referência ao céu.”

Não. Isso descreve bem a obra da Palavra de Deus, a qual é:

…viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração.

Você deseja entender completamente seus motivos, pensamentos e coração? Estude as Escrituras.

Os dons de sinais foram designados para os crentes antes de a revelação completa do cânon das Escrituras ter sido finalizada.

Mais uma questão a esse respeito. Dizer que profecia, línguas e ciência cessarão quando Jesus voltar é quase algo engraçado. Afinal, quais dons não cessarão?

  • Onde você exercerá seu dom de evangelismo? Ninguém está ganhando convertidos no céu.
  • Como você usará seu dom de ensino? Você acha que se chegará ao Senhor e dirá, “Veja bem, já faz três semanas que o Senhor vem ensinando. Por que não me deixa substituí-lo por alguns dias?”
  • Qual será a necessidade do dom de misericórdia? Todos estaremos em um estado perpétuo de alegria.
  • E onde a necessidade do dom de contribuição? Todos seremos herdeiros da glória de Cristo.
  • Que necessidade haverá do dom da fé? Estamos na presença de Cristo.

Quando entrarmos pelos portões do céu, não serão apenas os dons de profecia, línguas e conhecimento que cessarão; grande parte dos dons nas listas do Novo Testamento deixará de ser necessária.

Enquanto isso, os dons de revelação, destacados por Paulo como temporários, cessaram quando as Escrituras se tornaram a revelação completa de Deus, algo que aconteceu no final do século primeiro.

A Dom de Profecia

Agora, já que terminei minha introdução, abra sua Bíblia em Romanos 12. Você verá imediatamente por que passei um tempo lidando com essa questão de revelação. O primeiro dom que Paulo lista no verso 6 é o dom de profecia.

Quando Paulo escreveu esse texto, profecia ainda era um meio de se receber e comunicar revelação de Deus. Então, é mais do que apropriado incluí-lo nessa lista.

Quando usado em referência aos profetas do Antigo e do Novo Testamentos, antes do término das Escrituras, existia a habilidade de prever o futuro e comunicar verdade de Deus—e um profeta genuíno jamais errava. Na verdade, se alguém dizia ser um profeta e o que ele profetizava não se concretizava, esse falso profeta seria apedrejado à morte. Então eles não somente perdiam seu emprego, mas perdiam suas vidas. Consequentemente, a propaganda para a posição de profeta não aparecia em muitos websites.

Se você estiver tentado a dizer, “Isso é injustiça! Você está me dizendo que os santos do Antigo Testamento, até à época dos apóstolos, tiveram profetas e nós não temos? Que furada.”

O autor de Hebreus não pensou dessa forma. Veja o que ele escreveu em Hebreus1.1–2a:

Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho…

Eu quero os profetas, mas me regozijo no fato de que Deus me permitiu viver com a lei perfeita—o cânon completo das Escrituras; a história completa revela como viver agora e o que esperar no futuro. Recebemos a revelação do arrebatamento, da tribulação, do Anticristo, da batalha do Armagedom, do reino vindouro, do novo céu e da nova terra. Temos os detalhes da batalha final entre o dragão e o exército do Senhor. Somos até informados de como será o céu com árvores frutíferas, rios e ruas de ouro.

Não estamos em uma furada. Não temos menos, temos mais!

Dois pensamentos sobre o dom de profecia

Permita-me fornecer dois pensamentos sobre o dom de profecia.

 

 

  • Apesar de novas revelações de Deus haverem cessado, a repetição da verdade não cessou.

Não existe nova revelação de Deus—você segura em suas mãos da completa Palavra de Deus. Você não espera ouvir de Deus; Deus já falou.

Contudo, a grande necessidade da humanidade não mudou—a necessidade da Palavra de Deus. O propósito principal da pregação e ensino na igreja é proclamar a verdade que Deus comunicou.

Infelizmente, existe um movimento atual na igreja que busca remover o máximo possível de seus sermões qualquer referência explícita à Bíblia. Além disso, o pregador não pede que as pessoas abram suas Bíblias em algum texto, façam anotações, grifem suas Bíblias porque isso deixará os descrentes um tanto desconfortáveis. Eu li que existem igrejas até desencorajando os crentes de trazer suas Bíblias para os cultos para que o descrente não se sinta intimidado diante de tantas Bíblias.

Esse movimento moderno entre igrejas que se chamam evangélicas deseja remover a exposição bíblicas.

Um aluno do seminário veio até mim depois do culto outro dia e me disse que tudo o que eu tinha acabado de dizer era algo explicitamente desencorajado no outro seminário onde estuda. Os professores daquele seminário dizem que devemos “simplificar” o Evangelho e jamais usar termos teológicos. Ele disse, “Não acredito que você estava lá no púlpito hoje de manhã usando palavras como inspiração, justificação e até usou o termo ‘teologia.’” Ele continuou e disse que sabia que seu professor estava errado e que aquela pregação havia provado isso.

Se não pregarmos e ensinarmos a igreja com base na Palavra de Deus, lançaremos fora a única fonte verdadeira de sabedoria.

Jeremias escreveu em Jeremias 8.9:

Os sábios serão envergonhados, aterrorizados e presos; eis que rejeitaram a palavra do SENHOR; que sabedoria é essa que eles têm?

Deixe-me dizer isso de outra forma.

  • Apesar de o dom de profecia haver cessado, a necessidade dos crentes falarem por Deus não cessou.

Um autor escreveu:

Se um pregador proclama ousadamente a Palavra de Deus ou não, isso é, no fundo, uma questão de autoridade. Quem tem o direito de falar à igreja? O pregador ou Deus? Sempre que algo substitui a pregação da Palavra, a autoridade de Deus é usurpada.

Isso para não mencionar o fato de que rouba as pessoas de sua única fonte de esperança e restauração, encoraja indiferença para com a Palavra e autoridade de Deus, eleva os sentimentos das pessoas acima do compromisso à verdade de Deus e muito mais.

Por isso, o apóstolo Paulo disse a Timóteo em 2 Timóteo 4.1–2a:

Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não…

Em outras palavras, ele manda Timóteo comunicar, expor a Palavra!

Gosto demais desse contexto—Timóteo, conjuro-te na presença de Deus! Ou seja, “Eu sei que existem pregadores observando-o; sei que existem pessoas observando-o; mas não se esqueça, a plateia que realmente importa não é eles, mas Deus. Timóteo, conjuro-o na presença de Deus—Deus o observa—prega a Palavra.”

No momento que remove a Palavra de Deus de sua lição, sermão ou mensagem, você pensa que não ofenderá ninguém, mas acabou de ofender o próprio Deus.

E quem você prefere ofender?

Eu sei que essa mensagem hoje é um tanto ofensiva. Alguns não gostarão do que ouviram. Expliquei a natureza temporária da profecia, a cessação do dom de línguas, o mau uso do termo “charismata” pelo movimento carismático, o erro do movimento moderno na igreja que caminha em direção ao entretenimento e para longe da exposição bíblica—sei que alguém ficará ofendido.

Contudo, estou simplesmente tomado pela verdade de que Deus acontece de estar observando, Deus está ouvindo e desejo lhe agradar mais do que a qualquer outro.

Deixe-me adicionar ainda o seguinte, quer você seja um pregador, professor, recepcionista, ajudante ou zelador: precisamos de crentes que sirvam o corpo de Cristo como se cressem que Deus, de fato, os observa. E precisamos de mais crentes com a mentalidade de que, caso Deus fosse o único na plateia observando-o, Ele já seria o suficiente; Ele já formaria uma plateia suficiente para apresentarmos a verdade de Sua Palavra, não importa o que.

Esse tipo de vida não somente agrada a deus, mas também serve a igreja e impacta o mundo ao dar a ele o que tanto necessita.

Gostaria de ser um pouco mais como Jim Elliot, o missionário que foi martirizado vários anos atrás. Ele escreveu a seguinte oração profunda em seu diário:

Pai, traga à decisão aqueles com os quais interajo. Que eu não seja um poste na estrada, mas uma bifurcação na estrada, de forma que homens terão que seguir um caminho ou outro quando encararem Cristo em mim.

 

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 22/05/2005

© Copyright 2005 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

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