
O Quebra-Cabeça Possui Um Criador
O Quebra-Cabeça Possui Um Criador
O Criador Divino: Encontrando Seu Lugar no Corpo de Cristo—Parte 1
Romanos 12.3
Introdução
Era o ano de 1760 quando John Spilsbury criou o primeiro quebra-cabeças. Ele era natural de Londres, Inglaterra, e era entalhador e desenhista de mapas. Ele saiu com a ideia de montar um mapa em uma tábua de madeira em, usando uma serra pequena, ele cortou seguindo as bordas de cada país, criando várias peças independentes. Seu plano era criar uma ferramenta educacional que seria uma forma divertida de as crianças aprenderem geografia.
Em meados dos anos de 1800, quebra-cabeças tinham se tornado muito popular, especialmente com a ajuda da fotografia e entalha. Avanços nos métodos de impressão levaram a queda de preços e a produção aumentou.
Hoje, dezenas de milhares são criados todo ano ao se pegar uma fotografia e imprimi-la em um papelão. Daí, após um processo aplicando-se a quantidade certa de calor e pressão, o quebra-cabeça é cortado em peças pequenas e singulares.
Achei interessante descobrir que, durante a Grande Depressão econômica nos Estados Unidos em 1929, quebra-cabeças foram vendidos em grande quantidade. Apesar de as pessoas terem pouco dinheiro, o quebra-cabeça trazia alegria às pessoas por um preço baixo, e era um jogo que podia ser repetido várias vezes.
A ciência desenvolveu desde então e cientistas conduziram estudos, concluindo que montar quebra-cabeças ajuda reduzir o estresse.
Confesso que esse não é o meu caso—quebra-cabeça aumenta meu estresse! Passo três minutos procurando uma peça e já sinto minha pressão subir. Minha esposa, por outro lado, adora montar quebra-cabeças e é um passatempo relaxante.
O único tipo de quebra-cabeça que gosto de montar é o que meus filhos tinham quando eram pequenos. Tenho certeza que você já entendeu. As peças eram enormes. Era impossível errar. Aquele tipo de quebra-cabeça é bom!
Para aqueles de vocês que gostam de montar quebra-cabeças, vocês sabem que existe algo que ajuda mais do que qualquer outra coisa: olhar a figura na caixa.
Estamos prestes a descobrir que uma igreja local é bem parecida com um quebra-cabeça: elas são todas diferentes.
Alguns quebra-cabeças possuem mais peças que outros. Eles vêm em formatos e tamanhos diferentes. Eu descobri que um dos menores e mais antigos quebra-cabeças era do tamanho de uma caixa de fósforo. Na modernidade, alguns quebra-cabeças brilham no escuro; alguns são miniaturas de barco, outras de cavalo, golfinho e avião com peças móveis. Outros quebra-cabeças ficam de pé na vertical como pequenas réplicas de castelos e construções famosas como o Big Ben e o Taj Mahal.
Todavia, não importa como seja o quebra-cabeça, seu tamanho ou forma; não importa quantas peças tenha, todo quebra-cabeça foi projetado por um criador. Da mesma maneira, a igreja universal, bem como cada igreja local, foi projetada, em seus mínimos detalhes, pelo nosso grande Criador e Senhor, Jesus Cristo.
O apóstolo Paulo está prestes a nos informar que cada pessoa possui um lugar no quebra-cabeça. Na verdade, poderíamos dizer que cada pessoa é uma peça projetada por Deus parar glorificar o Seu nome e avançar Seu propósito redentor na terra.
Então, assim como o fabricante do quebra-cabeça ajuda seus clientes ao imprimir a foto do quebra-cabeça na caixa, nosso grande Criador também colocou uma foto da igreja dentro da Bíblia para estudarmos.
Observaremos toda a foto da igreja que Paulo nos fornece em Romanos 12. Acompanhe a leitura dos versos 3 a 8:
Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um. Porque assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função, assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros, tendo, porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se profecia, seja segundo a proporção da fé; se ministério, dediquemo-nos ao ministério; ou o que ensina esmere-se no fazê-lo; ou o que exorta faça-o com dedicação; o que contribui, com liberalidade; o que preside, com diligência; quem exerce misericórdia, com alegria.
Pense!
Veja Seu Lugar no “Quebra-Cabeça” da Igreja da Perspectiva de Deus
Agora, antes de tentarmos identificar cada peça do quebra-cabeça, antes de tentar encontrar nosso lugar, antes de compararmos essa imagem com a nossa própria igreja, Paulo diz: pare e pense! Esse quebra-cabeça exige, primeiro e acima de tudo, a perspectiva correta.
Veja o verso 3 de Romanos 12 novamente. Nós não passaremos desse verso hoje.
Concordo com um comentarista que destacou que é incrível como Deus aglomerou uma palavra em um lugar, ocorrendo quatro vezes em apenas uma sentença.
É a palavra grega traduzida como pense. E Paulo não está falando sobre inteligência ou estado mental, mas de atitude, mentalidade.
Quatro vezes, o verbo grego “phroneo” aparece nesse verso, apesar de nossa versão em português omitir duas ocorrências. Ela ocorre duas vezes na primeira frase: digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém [pensar].
Antes mesmo de sermos informados sobre as peças do quebra-cabeça, somos advertidos a ajustar nosso pensamento de forma que não pensemos que somos superiores a alguém, mas que tenhamos a mentalidade de servo para com o irmão.
Paulo diz, “Ninguém é melhor do que ninguém.” Não existe nenhum “chefão” no corpo de Cristo.
Então, antes de Paulo falar alguma coisa sobre os dons e sua operação dentro da família da igreja, ele nos adverte a abordar o assunto com sensibilidade e humildade.
No Natal passado, comprei um quebra-cabeça de presente para minha esposa. Ele veio numa lata grande e em cima da lata, selado e embalado, estava um pacote com as peças. Dentro da lata tinha pipoca. Esse foi um presente bom ou não? ela podia montar o quebra-cabeça e eu comer a pipoca! Presente especial ou o que?
E eu posso dizer que investi muito tempo em busca de um quebra-cabeça; vi muitos. Havia uma abundância tremenda de caixas, inclusive a descoberta especial daquele com a pipoca. Contudo, vendo tantos quebra-cabeças, não me deparei com nenhum que tivesse uma etiqueta de advertência, dizendo, “Atenção! Não tente montar este quebra-cabeça sem a mentalidade correta” ou, “Não tente montar este quebra-cabeça sem humildade.”
O que é surpreendente é que, antes de Paulo falar qualquer coisa sobre a maneira como Deus organizou a igreja, ele nos dá esta advertência, “É melhor você pensar direito sobre si mesmo, ou jamais conseguirá montar este quebra-cabeça.”
Foi exatamente isso o que Pedro quis dizer ao escrever em 1 Pedro 5.5:
Rogo igualmente aos jovens: sede submissos aos que são mais velhos; outrossim, no trato de uns com os outros, cingi-vos todos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça.
Sem humildade, você experimentará um ministério defeituoso.
Paulo alertou os crentes coríntios também em 1 Coríntios 4.7:
Pois quem é que te faz sobressair? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras recebido?
Portanto, não é surpresa alguma que Paulo começa essa discussão sobre o ministério dos crentes na igreja com um alerta a respeito da mentalidade adequada da humildade. Antes que haja serviço verdadeiro, genuíno e que honre a Cristo, deve haver uma atitude humilde de servo.
Paulo declarou esse mesmo desafio aos crentes de Filipos ao escrever em Filipenses 2.3–7:
Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros. Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana,
Você pode dizer, “É verdade… esse é o nosso Senhor!”
Ah não, você não leu o verso 5 direito: Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus.
Ele teve esse sentimento; Ele foi exemplo. Agora é a vez da igreja exibi-lo.
Você já percebeu com as propagandas descrevem seus produtos? Eu li que somos confrontados com milhares delas todos os dias. Este produto é melhor, superior, o melhor, o único, fabricado sob medida, singular, sofisticado, etc.
Você percebeu a forma como Jesus se descreveu com Suas próprias palavras? Ele disse em Mateus 11.29:
Tomai sobre vós o meu julgo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração…
Que tipo de propaganda é essa? Em nossa sociedade de hoje, ser manso e humilde é ser um covarde. Nossa cultura despreza a humildade e recompensa o presunçoso, egocêntrico, prepotente e ambicioso.
Incentivamos nossa geração a seguir não o exemplo de Cristo Jesus, mas o exemplo de Diótrefes que, conforme vemos em 3 João 9, gosta de exercer a primazia entre eles.
Por isso, precisamos alterar radicalmente nossa mentalidade, revolucionar e renovar o nosso pensamento quando entramos na igreja, o corpo de Cristo.
A propósito, a palavra grega que Jesus Cristo usou para manso foi “praus,” usada no Novo Testamento para se referir a um cavalo selvagem que foi domado, transmitindo a ideia de força sob controle.
Ela não descreve um covarde fraco cabisbaixo sem palavras. Jesus Cristo era manso porque tinha Seu poder sob controle.
O Senhor disse que era manso e humilde. A palavra “humilde” no original está ligada a serviços pequenos e insignificantes com os quais uma pessoa ajudava a outra. Esse era um termo de serviço.
Sua humildade foi ilustrada perfeitamente quando o Senhor se envolveu com uma toalha para ensinar Seus discípulos uma lição inesquecível.
Grandeza não é ser servido, mas se tornar um servo.
Na ilustração de Jesus, não houve nada sofisticado, somente uma vasilha de água.
Você quer um lugar no corpo de Cristo? Então pegue uma toalha e olhe ao seu redor—existem muitas pessoas a serem servidas, muitos pés sujos a serem lavados.
Contudo, você terá que desenvolver uma mentalidade diferente a respeito da igreja.
Paulo dá uma advertência no verso 3: não devemos pensar alto sobre nós mesmos, ou seja, não devemos nutrir uma atitude de superioridade.
A primeira ocorrência do verbo “pensar” tem um prefixo, do qual derivamos nossa palavra “hiper.” Em outras palavras, Paulo diz, “Não fique animado demais consigo mesmo; não tenha pensamentos grandiosos sobre si; acalme-se.”
Agora, deixe-me dizer o seguinte, se isso for verdade, e é, então o contrário também é verdadeiro. Não devemos pensar pouco demais de nós mesmos. Um é a admiração pessoal e o outro é a depreciação pessoal. Nenhum dos dois honra a Deus nem encoraja os demais membros do corpo de Cristo.
Concordo com Graham Scroggie, um excelente pregador britânico que está no céu hoje. Ele escreveu, mais de cinquenta anos atrás, em seu maravilhoso livro Salvação e Comportamento, as seguintes palavras:
Admiração pessoal é orgulho e presunção—duas coisas ruins para seu possuidor, injustas para com o próximo e atrapalham a vida cristã. Por outro lado, a depreciação pessoal nem honra a Deus, não encoraja os irmãos e nem abençoa os outros. A pessoa que sobrestima a si mesma tentará fazer o que não consegue; e a pessoa que subestima a si mesma não tentará fazer aquilo que consegue e, em ambos os casos, o trabalho [deixa de ser] feito.
Não devemos sair por aí dizendo, “Sou bom em tudo” ou “Não sei fazer nada.” Nenhuma dessas duas atitudes edificará o corpo de Cristo, nem proclamará a glória e a causa da Sua igreja.
Então qual é a solução?
Esperamos que Paulo nos mande parar de pensar em nós mesmos de uma vez por todas. Todavia, acredite ou não, a solução de Paulo não é pensar com uma frequência menor ou maior sobre nós mesmos; sua solução é começar a pensar sobre nós mesmos biblicamente.
Ele escreve no verso 3: não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação.
Moderação é um termo composto que, novamente, possui embutido nela o verbo “pensar.” Então, Paulo está dizendo, “Pense de si mesmo de tal forma que você tenha um pensamento moderado.”
A palavra significa, “manter medida apropriada; não ir além dos limites; ser razoável e sensível.”
Em outras palavras, pensar dentro dos limites bíblicos manterá equilibrado nosso pensamento a nosso respeito.
O Que A Bíblia Diz sobre Nosso Lugar no “Quebra-Cabeça” da Igreja?
Então o que a Bíblia diz sobre nós? Existem duas coisas em Romanos 12.3 que nos ajudam a encontrar nosso lugar no quebra-cabeça.
- Primeiro, tudo o que temos recebido é resultado da graça de Deus.
Paulo começa no verso 3: Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós.
Em outras palavras, a única maneira de Paulo ter sido um porta-voz de Deus, e a única forma de ele desafiar os romanos era através da graça de Deus.
E Paulo escreveu com bastante frequência sobre a graça de Deus.
A Timóteo ele escreveu:
Sou grato para com aquele que me fortaleceu, Cristo Jesus, nosso Senhor, que me considerou fiel, designando-me para o ministério, a mim, que, noutro tempo, era blasfemo, e perseguidor, e insolente. Mas obtive misericórdia… Transbordou, porém, a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em Cristo Jesus (1 Timóteo 1.12–14).
Paulo jamais superou sua conversão.
Você sabe por que podemos reivindicar pertencer a Deus? Somente pela Sua graça:
Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus (Efésios 2.8).
Você sabe por que podemos dizer que fomos perdoados por Deus? Somente pela Sua graça: onde abundou o pecado, superabundou a graça (Romanos 5.20).
Você sabe por que podemos dizer que temos um lugar no quebra-cabeça da igreja de Cristo. É a graça de Deus, conforme Paulo enfatiza em Romanos 12.3.
E o apóstolo Pedro concorda e escreve também:
Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus (1 Pedro 4.10).
Tudo de bom que temos e somos está ligado à graça de Deus.
- Segundo, tudo o que realizamos é resultado do presente de Deus.
Paulo escreve na última parte do verso 3: antes, pense com moderação, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um.
Note que Paulo não diz, “Deus repartiu a cada um a medida do… conhecimento, habilidade, do carisma pessoal, da boa aparência física, da dinâmica pessoal….”
Não. Paulo diz, “Deus repartiu a cada um a medida da... fé.”
Isso significa que Deus doou a cada um a medida certa de fé, ou seja, a quantidade exata que precisamos para confiar nEle e servi-lO.
Além disso, não somente Deus deu a todos os crentes o equipamento necessário para servi-lO, Deus também deu a todos os crentes todo o equipamento necessário para que contribuam com a Sua causa.
Você pode dizer, “Isso é bom demais para ser verdade. Não acredito nisso.”
Nesse caso, você não está pensando corretamente, biblicamente e nem dentro dos limites da verdade de Deus!
É isso o que Deus diz a seu respeito! Ele deu a você a medida de fé certa para cumprir os propósitos dEle! Creia nisso! Agarra essa verdade pela fé! Aceite-a! Coloque-a em prática! Você tem um lugar no quebra-cabeça de Deus!
Como isso funciona?
Aplicação
Agora, a fim de concluir nosso primeiro estudo sobre como encontrar seu lugar no corpo de Cristo, deixe-me fazer várias observações que serão analogias óbvias de uma igreja local.
- Primeiro, todas as peças do quebra-cabeça conectam-se direta ou indiretamente.
Todos se encaixam no quebra-cabeça. Paulo deixará essa analogia clara nos próximos versos de Romanos 12.
Contudo, deixe-me encorajá-lo: algumas peças podem se encaixar mais apertado do que outras. Às vezes, você tem que apertar um pouco mais forte em alguns lugares do que em outros; as peças parecem não querer se encaixar direito.
Isso me lembra de suas mulheres que estavam tento dificuldades de convivência na igreja de Filipos. Talvez você se lembra que Paulo teve que falar com essas duas mulheres na igreja—Síntique e Evódia. Ele até incluiu em sua carta um desafio a elas, algo que as deve ter envergonhado, mas, evidentemente, era necessário. Paulo escreveu:
Rogo a Evódia e rogo a Síntique pensem concordemente, no Senhor (Filipenses 4.2).
Ou seja, “Evódia e Síntique, convivam direito!”
“Conviver”—talvez você terá que lixar um pouco os cantos para encaixar melhor—ferro com ferro se afia—mas você conseguirá! E isso exigirá humildade. Por isso é que Paulo com aquele desafio para o nosso pensamento.
Você não pode ser o bonzão. Nenhuma peça do quebra-cabeça pode exigir mais espaço ou lugar de destaque. A mesa é plana.
Voltarei a essa ideia daqui a pouco, mas deixe avançar para a segunda analogia.
- Nem sempre é fácil encaixar as peças do quebra-cabeça.
Você já percebeu que, em todo quebra-cabeça, algumas peças demoram mais para juntarmos do que outras?
Se eu espalhasse as peças de u quebra-cabeça sobre a mesa, todos nós imediatamente procuraríamos as peças do canto, não é mesmo? Depois disso, tentaríamos formar as laterais com as peças que tivessem um lado sem encaixe—essas são fáceis de encontrar. Cedo ou tarde, terminaríamos essa parte fácil e teríamos que partir para a parte de dentro.
Encontrar o seu lugar e se encaixe no serviço da igreja de Cristo às vezes é fácil, mas às vezes é complicado. Às vezes é uma inspiração e outras é uma transpiração.
Sinceramente, temos a tendência natural de pensar, “Quero ir para a igreja por causa do que conseguirei lá—interação social, programações que gosto, atividades que atendem minhas necessidades, pessoas que conheço, tradições com as quais estou confortável….”
A pergunta fundamental pode rapidamente se tornar, “O que essa igreja pode me oferecer?” Então, chegamos com nossa lista mental ao visitarmos uma igreja:
- estacionamento—sim;
- recepção calorosa—sim;
- ar condicionado—sim;
- música que gosto—sim;
- boa pregação—sim.
É fácil para esse tipo de pensamento achar espaço em nosso coração. E é de se esperar, já que estamos cercados pelas cosmovisões que nos perseguem e nos dão o que realmente queremos ouvir:
- se funciona para mim, então é bom;
- se me satisfaz, então é bom também.
É de se esperar, portanto, que Paulo começaria desafiando nossa forma de pensar antes de falar sobre o nosso serviço na igreja. Nosso pensamento precisa mudar radicalmente até que nos perguntemos, “O que posso fazer por meus irmãos?”
- Uma terceira analogia é que uma peça de quebra-cabeça se encaixa meramente no local designado por seu criador.
É verdade que nenhuma peça já disse, “Não quero ficar ali naquele lugar—não quer ser um mato; quero ser uma daquelas nuvens! Ei, não quero ser o nariz daquele homem. Ali não! Esquece! Vou fazer minha própria imagem.”
Não, o quebra-cabeça tem um Criador, e Ele possui planos, se lembra? E você descobrirá que Seus planos são bons, agradáveis e perfeitos.
- Finalmente, já que todas as peças foram criadas, não existe nem uma peça insignificante.
Toda pela conta! Na realidade, todas as peças são necessárias para que a imagem fique completa.
Você alguma vez já montou um quebra-cabeça para simplesmente descobrir no final que está faltando uma peça? Você olha no chão, debaixo da caixa e na sua cadeira. Quando falta uma peça, a conquista fica incompleta, existe perda de alegria e um sentimento de vazio.
Aplicando essa analogia à igreja, todos perdem quando alguém está perdido. A igreja sofre perda de eficiência completa e o mundo perde o benefício de nosso testemunho completo! Isso para não mencionar que a peça perdida deixa de contribuir da forma como o Criador determinou.
O que será necessário para que tudo se encaixe nesse quebra-cabeça chamado igreja?
Paulo responde: humildade, sacrifício pessoal e uma maneira bíblica de pensar sobre nós e sobre os outros.
Uma nova maneira de pensar sobre nós mesmos e sobre os outros! Li uma ilustração sobre essa mudança de pensamento. Deixe-me compartilhá-la com você.
Ao disparo do tiro, os competidores saíram de suas posições, e até mesmo um espectador desatencioso teria percebido que havia algo diferente, de especial. Essa era uma Paraolimpíada.
Os competidores eram deficientes mentais e físicos, portadores de necessidades especiais. Mas a olimpíada era especial por um motivo muito maior do que esse. Era especial por causa da forma como os 100 metros livres foram disputados. Os corredores correram ombro a ombro; ninguém ficou à frente; ninguém ficou para trás.
De repente, uma das moças caiu de cabeça e começou a se revirar em dor e vergonha. Os demais competidores continuaram correndo por uns dez minutos, mas, daí, todos pararam, viraram-se e correram de volta para a companheira ao chão. Eles a removeram da pista, a confortaram e, então, correram juntos de braços dados.
Ninguém chegou em primeiro lugar, mas todos chegaram em primeiro lugar. Que atitude diferente, mas reanimadora e altruísta.
Por isso, Paulo desafia cada um de nós no início dessa discussão sobre como servir juntos no corpo de crentes a pensar de forma radicalmente diferente—pensar que todos ganham; todos encontram seu local igualmente significante no quebra-cabeça, onde cada pela se encaixa conforme Deus projetou.
Então, todos nós, juntos, revelamos uns aos outros e ao mundo a imagem que Deus projetou que exibíssemos. E o nome de Deus é glorificado, Sua causa propagada, Seus filhos e filhas encontram satisfação, conquista e propósito ao encontrarem seu lugar no corpo de Cristo.
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 24/04/2005
© Copyright 2005 Stephen Davey
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