
Estratégia de Saída
Estratégia de Saída
O Futuro de Israel—Parte 5
Romanos 11.25–32
Introdução
Recebi, outro dia, um artigo de jornal de um irmão da igreja que me envia artigos que podem servir como ilustração em minhas pregações. Gosto disso porque fico ciente de certas questões sem precisar ler muitas coisas desnecessárias.
O conteúdo desse artigo me chamou a atenção. Um físico escreveu:
Os últimos dados dos satélites espaciais são inegáveis: o universo irá, eventualmente, morrer. Galáxias estão se distanciando umas das outras. Um dia, quando olharmos para o céu, veremos que estamos meio sozinhos, com outras galáxias distantes demais para serem observadas. Pior ainda, o frio será de morrer. À medida que o universo acelera, as temperaturas irão despencar em todo o universo. Daqui a bilhões de anos, as estrelas terão exaurido seu combustível nuclear, os oceanos se congelarão, os céus se escurecerão e o universo será constituído de estrelas mortas, buracos negros e destroços nucleares. Será que toda a vida inteligente na terra está destinada a morrer? Parece que as imperdoáveis leis da física deram um veredito de morte. Mas, possivelmente ainda existe uma estratégia de escape: deixar o universo. Será que as leis da física permitem a existência de túneis conectando a um universo mais jovem e hospitaleiro? Em 2021, uma nova sonda espacial, LISA (Laser Interferometer Space Antenna) será lançada, o que poderá provar ou reprovar essa conjectura. Será que uma saída pode ser construída conectando nosso universo a outro? Para a vida inteligente, não há saída. Ou saímos para [outro] planeta ou morremos no velho.
Isso é interessante ou não? Apesar de chegar à conclusão errada, esse artigo possui o pensamento certo: o planeta terra e o universo ao redor não durarão eternamente. Conforme 2 Pedro 3, vemos que Deus não os criou para durarem para sempre. Veja o que Pedro escreve nos versos 5 a 13:
Porque, deliberadamente, esquecem que, de longo tempo, houve céus bem como terra, a qual surgiu da água e através da água pela palavra de Deus, pela qual veio a perecer o mundo daquele tempo, afogado em água. Ora, os céus que agora existem e a terra, pela mesma palavra, têm sido entesourados para fogo, estando reservados para o Dia do Juízo e destruição dos homens ímpios. Há, todavia, uma coisa, amados, que não deveis esquecer: que, para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia. Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento. Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas. Visto que todas essas coisas hão de ser assim desfeitas, deveis ser tais como os que vivem em santo procedimento e piedade, esperando e apressando a vinda do Dia de Deus, por causa do qual os céus, incendiados, serão desfeitos, e os elementos abrasados se derreterão. Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça.
O físico tem razão—o ser inteligente precisa de uma estratégia de saída! Contudo, ele está errado no motivo para isso. Segundo a Bíblia, os céus e a terra de agora caminham não para congelamento, mas para um fogo intenso.
O julgamento de Deus está reservado para um momento em que tudo será destruído. Que esperança a humanidade tem com um planeta que está morrendo e um universo condenado e um Deus não somente poderoso para destruí-lo, mas prometendo fazer tudo isso? Qual é a estratégia de saída que Deus providencia para a raça humana?
A Estratégia de Saída Divina para A Raça Humana
Ao se aproximar do término do fim de sua discussão sobre a nação de Israel em Romanos 11, Paulo fornece várias informações sobre o plano de Deus para as épocas—a estratégia de saída de Deus para Seu povo que vem se desenrolando no decorrer dos séculos.
Três pensamentos sobre a estratégia de saída de Deus para Seu povo
Deixe-me fornecer a você três pensamentos sobre a estratégia de saída de Deus para Seu povo.
- Primeiro, para os gentios, a estratégia de saída é um ajuntamento constante (v. 25).
Veja o verso 25: Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério.
Esse mistério se refere ao plano e propósito de Deus que tem estado escondido no passado e impossível de ser descoberto pelos seres humanos independente da revelação de Deus.
Ou seja, antes de Paulo escrever sobre esse mistério, não havia forma de alguém compreender tal mistério com seu próprio entendimento.
A palavra mistério ou mysterion ocorre várias vezes no Novo Testamento para falar sobre uma verdade que não era conhecida antes ou que, apesar de conhecida, não compreendida totalmente. Alguns exemplos incluem:
- o mistério do reino dos céus (Mateus 13);
- o mistério da união de judeus e gentios em um só corpo (Efésios 3.3);
- o mistério da separação temporária da nação de Israel nos planos de Deus (Romanos 11);
- o mistério de Cristo e Sua Noiva (Efésios 5.32);
- o mistério do arrebatamento (1 Coríntios 15.51);
- o mistério da iniquidade e do anticristo (2 Tessalonicenses 2.7).
Então, qual é o mistério que Paulo deseja explicar aqui em Romanos 11?
Veja a segunda parte do verso 25: que veio endurecimento em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios.
A estratégia de saída de Deus para os gentios é um contínuo ajuntamento de crentes, ao qual Paulo se refere como a plenitude dos gentios.
Quando a noiva de Cristo é completada—em sua grande maioria composta por gentios—Deus retorna o foco a Israel. A salvação de Israel, ou seja, o remanescente que sobrevive à tribulação e vê a vinda de Cristo nas nuvens iniciará o reino milenar.
Agora, essa não é uma aula sobre profecias exatamente, mas não consigo resistir.
Precisamos entender que o Novo Testamento se refere aos “tempos dos gentios” e à “plenitude dos gentios.” Essas são duas coisas distintas.
“O tempo os gentios” está ligado ao período que começou com um governo gentio por meio de Nabucodonosor e terminará com o retorno literal de Cristo para derrotar Seus inimigos e assumir o trono de Davi. Ou seja, “o tempo dos gentios” se refere a domínio político.
“A plenitude dos gentios” se refere à presente dispensação na qual o Espírito de Deus chama uma Noiva primariamente gentia para o Filho de Deus. Pedro tratou disso no início da era da igreja ao dizer em Atos 15.14:
expôs Simão como Deus, primeiramente, visitou os gentios, a fim de constituir dentre eles um povo para o seu nome.
“O tempo dos gentios” se refere a domínio político, enquanto “plenitude dos gentios” se refere à libertação espiritual—o chamado dos gentios escolhidos por Deus para formarem a noiva de Cristo.
Veja, novamente, o que Paulo escreve no verso 25:
…que veio endurecimento em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios.
Em outras palavras, quando a noiva de Cristo for completada, o foco nos gentios termina e retorna à nação de Israel.
A era presente é um período de ajuntamento de gentios, o qual Paulo afirma claramente que chegará a um fim, até que haja entrado a plenitude dos gentios.
Agora, conforme muitas outras passagens, várias coisas acontecerão entre os versos 25 e 26 de Romanos 11. Elas incluem:
- o arrebatamento da igreja (1 Tessalonicenses 4);
- o surgimento do anticristo (2 Tessalonicenses 2);
- a tribulação e purificação de Israel (Daniel 12 e Zacarias 13);
- o selo e ministério explosivo de evangelistas judeus que conduzem o remanescente de Israel ao Evangelho do Messias.
O endurecimento de Israel ao Evangelho continuará, até que a igreja de Cristo seja completada e os santos do Novo Testamento sejam arrebatados aos céus. E acontece que nós aguardamos o próximo evento no calendário profético—o arrebatamento da noiva completa de Cristo.
Paulo explica um pouco sobre esse evento em 1 Tessalonicenses 4.15–17:
Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor.
O que você acha dessa estratégia de saída? Que doutrina estranha para o mundo de hoje! O que vemos são pessoas sumindo de repente.
Um homem escreveu para um periódico evangélico expressando sua surpresa ao ver que pessoas, de fato, acreditam nisso. Ele escreveu:
Sério mesmo? Esperar que o arrebatamento aconteça não significa que ele realmente acontecerá. Querer que isso aconteça não fará com que isso aconteça. Podemos especular sobre o que acontecerá até que as vaquinhas voltem para casa. As leis da física não deixam espaço para pessoas desaparecerem no ar.
É mesmo?! E o que dizer do físico que li no início que crê na existência de universos paralelos que não podemos enxergar. Segundo ele, a nossa única esperança é de alguma maneira viajar de uma dimensão a outra.
Essa é a esperança dele. Eu prefiro crer nas Escrituras; elas contêm a minha estratégia de saída!
Agora, quando exatamente acontecerá o arrebatamento? E como ele se encaixa nos demais eventos da tribulação e reino milenar?
Minha resposta curta é que o arrebatamento acontecerá em algum momento antes do início da tribulação. Paulo escreveu aos crentes coríntios sobre o arrebatamento. Ele disse em 1 Coríntios 15.51–52:
Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.
Em 1 Tessalonicenses, lemos sobre a voz do arcanjo e uma trombeta soando precedendo ou acompanhando o arrebatamento. Nesses versos em 1 Coríntios, vemos uma referência à última trombeta.
Creio que a única maneira de entendermos essa voz e essa trombeta é à luz das culturas judaica e romana. O arrebatamento da igreja forma um paralelo com uma cerimônia de casamento judaico.
Em João 14, Jesus explicou aos discípulos que Ele iria preparar um lugar para eles na casa de Seu Pai. Depois, Ele os receberia e os levaria para a casa do Pai, onde permaneceriam com Ele eternamente.
A analogia dessa promessa a uma procissão de casamento judaico nos dias de Cristo é incrível. Nos dias de Jesus, o noivo saía da casa de seu pai e ia à casa da noiva, onde negociaria o preço da compra de sua noiva. Uma vez que um preço fosse determinado e o noivo pagasse por ele (o mohar), a aliança do casamento era estabelecida e o jovem e a moça ficavam noivos, mas considerados como marido e mulher. Desse momento em diante, a noiva era declarada como separada para aquele noivo.
Ao final de um período indeterminado de separação, o noivo vinha, geralmente à noite, e levava sua noiva para viver com ele. O noivo, o melhor amigo e outros participantes homens saíam da casa do pai e lideravam uma jornada festiva à luz de tochas até a casa da noiva. Além disso, apesar de a noiva estar esperando a vinda do noivo a qualquer momento, ela não sabia exatamente quando ele viria. Como resultado, a chegada do noivo seria precedida por um grito, uma voz, acordando, de fato, todos na vizinhança. Na verdade, os vizinhos geralmente participavam da festa enquanto o noivo recebia sua noiva e convidados. Então, um grupo maior de participantes no casamento retornavam à casa do pai do noivo. Pouco depois, o casal era conduzido à câmara da noiva (o huppah), onde o casamento seria consumado fisicamente. Uma vez consumado, a festa começava.
Os convidados do casamento—familiares, parentes e amigos—desfrutavam de sete dias de festa juntos enquanto os noivos desfrutavam de sete dias de lua-de-mel. Após os sete dias, os noivos apareciam com a noiva, pela primeira vez, sem o véu diante de todos os convidados.
Não é difícil de entender a analogia. Cristo veio para pagar o preço. Paulo escreveu em 1 Coríntios 6.19–20:
Acaso, não sabeis… que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço…
Assim como a noiva judia era declarada separada após o pagamento do preço, também a igreja é declarada santificada ou separada exclusivamente para Cristo (Efésios 5.25–27).
A promessa de que Jesus iria para a casa do Pai preparar um lugar e depois voltaria para recebê-los é perfeitamente análoga ao noivo que vai buscar sua noiva para trazê-la ao novo lugar que ele construiu para sua nova família. Da mesma forma como a chegada do noivo no casamento judaico era precedida por um grito ou uma voz, também a chegada de Cristo para levar a igreja será precedida por uma voz (1 Tessalonicenses 4.16).
Cristo e Sua igreja permanecem sozinhos por sete anos celebrando a festa das bodas do Cordeiro e outros eventos, um período provavelmente ilustrado pelos sete dias de lua-de-mel para os noivos judeus. Daí, após os sete dias, assim como os noivos apareciam com a noiva sem véu, Cristo também aparecerá e nós com Ele em glória (Colossenses 3.4).
Essa analogia apoia a perspectiva conhecida como pré-tribulacionismo. Existe, ainda, o pós-tribulacionismo, que crê que Cristo fará tudo isso após a tribulação.
Deixe-me rapidamente definir essas perspectivas:
- A perspectiva pré-tribulacionista crê que o arrebatamento ocorrerá antes da tribulação;
- A perspectiva pós-tribulacionista crê que o arrebatamento ocorrerá após a tribulação.
O problema com a perspectiva pós-tribulacionista é a quantidade de textos bíblicos que prometem que a igreja está livre da ira ou do julgamento de Deus.
1 Tessalonicenses 1.10 declara abertamente que Jesus Cristo nos livra da ira vindoura.
Da ira significa literalmente, “para fora da ira” ou “removidos da ira de Deus” e não “por meio da ira.” Mais adiante, no capítulo 5, verso 9, somos informados de que Deus não nos destinou para a ira.
Essa linguagem é paralela à vista em Apocalipse 3.10, onde a igreja recebe a promessa de ser guardada da hora da provação, conforme João escreve:
Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra.
Os pós-tribulacionistas respondem de forma um tanto sarcástica aos pré-tribulacinoistas, dizendo, “Vocês interpretam essas passagens desse jeito simplesmente porque não querem experimentar a ira de Deus sendo derramada sobre a terra.”
E eu não quero mesmo!
Acontece que eu creio que salvação é libertação da ira de Deus em qualquer sentido. Disciplina e ira, perseguição e ira são duas coisas diferentes.
Contudo, não interpretemos as Escrituras com nossa perspectiva ocidental. Dizer que eu sou pré-tribulacionista simplesmente porque não quero que a igreja passe por provações é ignorar o que está acontecendo ao redor do mundo neste exato momento.
Diga ao crente chinês, “Ei, você crê no pré-tribulacionismo porque deseja escapar dos problemas, né?”
Ele responderia, “O que você acha que estou passando agora mesmo?”
Diga isso a um irmão sudanês que experimentam tribulações incríveis.
Essas pessoas anseiam por serem resgatadas de seus perseguidores. Contudo, a tribulação que eles atualmente suportam é diferente da tribulação descrita em Apocalipse, na qual bilhões de pessoas morrerão em pouco tempo.
Deixe-me mencionar rapidamente mais uma perspectiva menos conhecida. Ela é chamada de arrebatamento pré-ira. Esse pensamento divide a tribulação em três partes e afirma que a igreja será arrebatada antes da terceira parte da tribulação. Essa terceira parte começa com a abertura do sétimo selo e com o derramamento da ira divina. Eles sustentam que a ira de Deus começa somente na metade da tribulação e, portanto, a igreja é resgatada a tempo da tribulação e não experimenta a grande ira de Deus.
O problema com essa perspectiva é que, durante a abertura dos seis primeiros selos, a igreja experimenta o que é certamente considerado em Apocalipse como tempo da ira. João escreveu em Apocalipse 6.16–17 antes de o sétimo selo ser aberto:
e disseram aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?
Um ponto interessante é que Paulo, de fato, fala sobre o arrebatamento em 1 Coríntios 15 como um evento que ocorre antes da última trombeta. Mas em Apocalipse, existem várias trombetas soadas durante a tribulação que sinalizam uma ira especial de Deus.
Em outras palavras, como podemos ser arrebatados antes da tribulação com o som da última trombeta se as trombetas soam durante a tribulação? A resposta a isso reside em nossa abordagem histórica das escrituras.
Primeiramente, Paulo não explicou aos coríntios o que ele quis dizer com o arrebatamento ocorrendo antes da última trombeta porque os coríntios não precisavam dessa explicação. Se fosse tão complicado como os defensores do arrebatamento pré-ira argumentam, então eles teriam precisado de um esclarecimento sobre onde essa trombeta em particular se encaixaria no sétimo selo.
Segundo, o livro de Apocalipse ainda não havia sido escrito; então, os coríntios não tinham ainda conhecimento das sete trombetas e do sétimo selo.
Existem pelo menos duas explicações por que os coríntios não precisaram de mais detalhes de Paulo.
Primeiro, muitos acreditam que essa última trombeta se encaixa no contexto da Festa das Trombetas, a qual os judeus celebravam anualmente ressoando trombetas. Durante a cerimônia, havia uma série rápidas de sons com duração variada, terminando com um som mais longo chamado, tekiah gedolah, ou, “o grande sopro.”
O judaísmo associava esse último som à ressurreição dos mortos, e o mesmo faz Paulo. Então, da perspectiva judaica, Paulo diz simplesmente que o arrebatamento cumprirá a Festa das Trombetas quando, conforme ele escreve em 1 Tessalonicenses 4.16–17:
…os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares…
A outra explicação se encontra na cultura romana. Em 1 Coríntios 14, um capítulo antes de Paulo fazer referência a essa última trombeta, ele faz menção de uma trombeta militar. Ele disse no verso 8:
Pois também se a trombeta der som incerto, quem se preparará para a batalha?
Nos dias de Paulo, o exército romano era convocado à batalha pela primeira trombeta. Um autor escreveu, “Ela convocava os soldados juntos para a batalha, enquanto a última trombeta, que fazia um som mais baixo, sinalizava o final da batalha e ajuntava as tropas para o acampamento ou para retornarem para casa.”
Ou seja, a frase, “a última trombeta de Deus” pode ser entendida como uma expressão militar. Essa não é a última vez que uma trombeta é ressoada, mas será aquela trombeta que sinalizará o final da batalha. Essa é a trombeta que sinaliza o final da batalha do crente contra Satanás e suas forças. Ele pode remover seu capacete e armadura… ele não precisa mais de suas armas… ele está sendo chamado para se unir a Cristo e ir para casa!
Qualquer contexto histórico, quer judaico ou romano, ensina que o fim do ajuntamento gentílico é marcado por um chamado de trombeta do Noivo e uma voz informando que Ele está a caminho. Em seguida, a igreja é levada para a casa do Pai e o julgamento de Deus é derramado sobre a terra, resultando na redenção de Israel.
Essa é a estratégia de saída. Para os gentios, o arrebatamento e, no momento, um contínuo ajuntamento.
Um dia, todavia, isso terminará—quando a noiva de Cristo for completada. Você faz parte dela? Você é um membro da igreja, a noiva de Cristo?
- Segundo, para o judeu, a estratégia de saída de Deus é um reino vindouro (Romanos 11.26–27).
O reino durará mil anos. Os judeus que tiverem sobrevivido à tribulação formarão a nação de Israel, apesar de milhões de, praticamente metade da população mundial, ser destruída.
Essa nação de Israel será um testemunho da fidelidade de Deus; Ele manteve Sua aliança—haverá a terra prometida a Israel.
Apesar de o crente gentio ser chamado às vezes de “filho de Abraão,” ou, “verdadeiro israelita,” tais expressões estão ligadas ao fato de que crentes gentios estão relacionados ao Deus de Abraão; nós, também, somos povo de Deus pela fé.
Essas expressões de gentios de maneira alguma significam que Israel foi dissolvido. Na verdade, Romanos 11.25 adverte exatamente contra o que a Teologia da Aliança faz, ou seja, dissolver o futuro de Israel. Veja o verso 25:
…para que não sejais presumidos em vós mesmos): que veio endurecimento em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios.
Esse endurecimento é temporário! O gentio não deve agir com presunção ou orgulho ao crer que substituiu o israelita. Israel terá sua terra, seu trono, seu templo e seu Rei.
Deixe-me fornecer mais um ponto na estratégia de Deus para os últimos tempos.
- Terceiro, para o mundo, a estratégia de saída de Deus vem na forma de um convite repetitivo (Romanos 11.28–32).
Você verá a palavra misericórdia várias vezes nos últimos versos de Romanos. Veja os versos 30 a 32:
Porque assim como vós também, outrora, fostes desobedientes a Deus, mas, agora, alcançastes misericórdia, à vista da desobediência deles, assim também estes, agora, foram desobedientes, para que, igualmente, eles alcancem misericórdia, à vista da que vos foi concedida. Porque Deus a todos encerrou na desobediência, a fim de usar de misericórdia para com todos.
Resumo de Romanos 11
Se eu fosse resumir Romanos 11 com três afirmações, elas seriam:
- O alvo de Deus é implacável;
- As garantias de Deus são irrevogáveis;
- Nosso encontro com Deus é inescapável.
Um algum momento, todo ser humano de todas as épocas terá um encontro com Deus. Conforme Hebreus 9.27 diz:
E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo,
Para o crente, haverá o julgamento do Bema de Cristo, no qual Cristo recompensará as obras justas de cada crente.
Para o descrente, haverá o julgamento do Grande Trono Branco, no qual Deus o condenará por sua descrença. O incrédulo teve a criação e a ignorou; teve a a consciência e a violou; ele adorou deuses tangíveis e recusou reconhecer o Deus Criador.
Aí, não haverá misericórdia. Será eternamente tarde demais.
Contudo, agora, enquanto você está aqui nesta terra ouvindo Evangelho em meio à noiva incompleta de Cristo, há esperança. Quem sabe você não será o último membro a ser adicionado. Não espere. Receba o convite e coloque sua fé em Cristo somente. Saia da procissão de funeral do mundo que caminha para a morte eterna e entre nessa procissão de casamento que caminha para a vida eterna.
No início, li a pergunta feita por um físico inteligente e desesperadamente preocupado, “Será que uma saída pode ser construída conectando nosso universo a outro?” A resposta é, “Sim!”
Jesus Cristo disse em João 14.1–3:
Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também.
É verdade, mesmo que existam pessoas que dizem que isso jamais acontecerá. Algum dia, um dia, talvez hoje, o crente desaparecerá.
Que estratégia de saída maravilhosa—ser levado embora para um novo lar, uma nova terra e um novo céu (Apocalipse 21).
Receba a Cristo hoje antes de morrer e ser tarde demais, ou antes que a trombeta soe e a igreja suma no ar.
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 23/01/2005
© Copyright 2005 Stephen Davey
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