
Flexitarianismo
Flexitarianismo
Uma Encomenda Especial—Parte 6
Apocalipse 2.12–17
Introdução
Permita-me ler uma história que descreve bem os tempos em que vivemos. Eu me deparei com esse relato pouco mais de um ano atrás.
Mesmo depois de cinco anos, Christy Pugh não tem encontrado dificuldades em permanecer em sua dieta vegetariana. O segredo de seu sucesso? Comer um pouco de carne.
“Às vezes sinto que não sou uma vegetariana muito boa, que não sou rigorosa o bastante ou boa o suficiente,” disse recentemente essa bibliotecária de 28 anos de idade. “Gosto muito de comida vegetariana, mas não sou 100% comprometida com essa dieta.”
O artigo continuou dizendo que essas pessoas, cujo número cresce mais a cada dia, são chamadas de “flexitarianas.” A Sociedade Americana de Dialetos votou alguns anos atrás nesse termo como o termo mais útil do ano (2003).
Mollie Katzen, autora de um livro de culinária e fundadora de um restaurante basicamente vegetariano, advoga dietas baseadas em legumes, mas deixa espaço para certa flexibilidade. Ela disse, “Não creio ser errado ter um belo prato de legumes e verduras, mas sua fonte de proteína é um frango feliz e saudável.”
Charles Stahler, codiretor de um grupo de pesquisa vegetariano, atribui o crescimento desse movimento a esses flexitarianos—vegetarianos que inventam de comer carne, e comedores de carne que inventam de comer refeições vegetarianas. Stahler afirmou, “É por isso que o Burger King tem um hambúrguer vegetariano. Não é por causa de verdadeiros vegetarianos—eles não frequentam mesmo o Burger King. Esse hambúrguer se deve a [milhões de pessoas] que se encontram em cima do muro. Elas são o público alvo.”
Aí está—uma das palavras mais úteis em nossos dias—“flexitariano.”
Bom, estou empregando, agora, um novo termo para a igreja, e creio que milhões de pessoas acharão isso útil—“Flexitarianismo.”
Gostou desse nome para uma nova denominação de igrejas? Ele deveria pegar bem, já que descreve a situação predominante da igreja; ele se encaixa com as milhões de pessoas que se encontram divididas.
Flexitarianismo serve para pessoas que não estão 100% comprometidas com uma causa. Elas estão indecisas e se metem em dois mundos. Então, a igreja da denominação Flexitariana pode ser um lugar no qual ambos santos e pecadores se sentem confortáveis.
Ouça as seguintes propagandas feitas por igrejas que buscam seduzir descrentes ignorantes ou crentes descompromissados a se interessarem em frequentá-las:
- “Aqui não existe nada de fogo e enxofre. Nada de pregação agressiva da Bíblia, somente mensagens práticas e humoradas.”
- “Os cultos em nossa igreja são informais. Você não verá pessoas sendo ameaçadas com o inferno ou sendo chamadas de pecadoras. O objetivo é fazer você se sentir confortável, não espantá-lo daqui.”
- “As pregações são relevantes, animadoras e, o melhor de tudo, curtas. Você não ouvirá muitas pregações sobre pecado. Pregação aqui nem parece pregação; é mais uma conversa amistosa e sofisticada.”
- “[O pastor] prega uma mensagem de salvação, mas a ideia não é ser salvo do inferno, mas ser salvo da insignificância.”
Recentemente, assisti a um pastor influente do país participar de uma entrevista televisionada. Durante essa entrevista, ele se esquivou várias vezes da implicação de que aquele que rejeita Cristo não irá para o céu. Esse pregador, juntamente com milhares de outras pessoas, é um ótimo flexitariano.
Um autor comentou que a maioria dos pastores flexitarianos jamais diriam que estão comprometendo a verdade do Evangelho, mas na realidade estão. Toda vez em que a Palavra de Deus é removida do centro, o Evangelho é diluído, verdades duras são evitadas e passagens difíceis modificadas, a verdade da Escritura é comprometida.
Com bastante frequência, recebo propagandas de igrejas em panfletos; todas dizem a mesma coisa: você pode vestir o que quiser, a música é animada e a pregação rápida, humorada e não confronta ninguém.
Imagine ver uma propaganda que diz: “Venha preparado para adorar o Senhor vivo e verdadeiro. Venha preparado para estudar as Escrituras e descobrir a verdade. Venha preparado para confessar seus pecados e renovar sua integridade.”
Vamos à igreja para adorar a Deus como um corpo. Será que achamos Deus sem graça que acabamos atraindo pessoas com conversa sobre roupa, música e pregação curta?
Você pode dizer, “As igrejas estão crescendo e multidões frequentando os cultos.”
Concordo com o que disse George Peters algumas décadas atrás:
Crescimento numérico pode enganar. Ele pode ser nada mais do que um inchaço de um movimento social; ele pode fazer parte da Cristandade, mas não do Cristianismo. Muitos movimentos em massa do passado foram exatamente isso, especialmente na França e na Rússia quando muitos foram batizados e passaram a fazer parte da igreja, resultando numa massa de pessoas professando o Cristianismo, mas sem qualquer semelhança ao estilo de vida definido no Novo Testamento. Isso veio às custas da pureza do Evangelho e da vida cristã verdadeira. A igreja ficou infestada de pagãos [na prática] e [sem definição] na teologia... muitos segmentos da igreja... tornaram-se Cristo-pagãos.
Em outras palavras, a igreja acabou se tornando cristã e pagã—Flexitariana.
Essa é a nova denominação de nossos dias liderada por homens que nada desafiam e por pessoas que nada mudam.
Um amigo meu da igreja que gosta de me contar piadas veio a mim algumas semanas atrás e disse, “Tenho mais uma história que você vai gostar.” Daí ele contou: “Três amigos decidiram sair para caçar: um médico, um advogado e um pastor. Quando andavam pela mata, de repente, um animal surgiu. O bicho ficou estatelado à frente deles; os três sacaram de seus rifles e atiraram. No mesmo instante o animal caiu ao chão e os três correram em direção a ele. E, é claro, estava morto. O problema era que eles não conseguiriam determinar qual tiro havia, de fato, matado o animal; uma discussão acalorada começou e cada um alegava que seu tiro havia matado o bicho. Após alguns minutos, um guarda florestal se aproximou e indagou o motivo da comoção. O médico disse que ele estava discutindo com seus amigos, o advogado e o pastor, que haviam atirado no animal. O policial se agachou, deu uma olhada no bicho morto e disse: “O pastor atirou no animal.” “O pastor?!” Perguntaram eles surpresos. “Como você pode ter tanta certeza?” E o policial respondeu: “É fácil... o tiro entrou por um ouvido e saiu pelo outro.”
A verdade é que o Flexitarianismo não é algo novo. Volte comigo 2 mil anos na história e veja Jesus Cristo advertindo uma igreja e seus líderes.
Essa igreja havia se tornado flexitariana. Agora, o Senhor escreve uma carta pessoal para ela e se prepara para remover seu candeeiro, caso não se arrependa.
Vamos abrir a carta de Cristo a essa igreja—e a nós—em Apocalipse 2.
Enquanto a igreja que estudamos em nosso encontro anterior estava passando por sérias pressões e perseguição, essa igreja em Pérgamo estava paquerando com a corrupção e imoralidade.
Leia Apocalipse 2.12:
Ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: Estas coisas diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes:
A propósito, essa é a descrição de nosso Senhor que fala com clareza e discernimento. Enquanto a liderança e a congregação em Pérgamo estavam comprometendo a mensagem, a Palavra de Deus permanecia bem clara.
Nos dias do apóstolo João, governadores romanos eram divididos em duas classes: os que tinham o direito da espada e os que não tinham esse direito.
Se tivessem o “direito da espada,” então eles tinham em suas palavras o poder da vida e da morte. Se dessem a ordem, um homem poderia ser executado imediatamente.
João lembra seus leitores de que, apesar de viverem em Pérgamo onde o governador tinha o direito da espada, o Cristo ressurreto possui o poder da espada de dois gumes. Ou seja, Roma pode até ser poderosa, mas Jesus Cristo é o Governante soberano sobre a vida e a morte.
Elogios de Cristo à Igreja de Pérgamo
Veja Apocalipse 2.13:
Conheço o lugar em que habitas, onde está o trono de Satanás, e que conservas o meu nome e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha testemunha, meu fiel, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.
Esse é um louvor. O nosso Senhor é tanto severo como serve de ajuda. Ele é ao mesmo tempo assustador e perdoador. Antes de ouvirmos Sua crítica e desafio, vamos levar um tempo para entender Seu louvor.
Ele começa com as palavras encorajadoras nesse vero, Conheço o lugar em que habitas, onde está o trono de Satanás.
Pérgamo era uma cidade construída sobre uma montanha elevada de onde se poderia avistar o Mar Mediterrâneo a 22 km de distância.
Apesar de nunca haver ficado tão famosa quanto Éfeso e Esmirna, ela se vangloriava de sua grande biblioteca que continha mais de 200 mil rolos de pergaminho.
Em 1878, arqueólogos do Museu de Berlim escavaram as ruínas de Pérgamo e descobriram um enorme altar de Zeus.
A estrutura era um pátio no formato de uma ferradura de cavalo estendendo-se na lateral de um recostado montanhoso. As colunas que cercavam o pátio tinham 12 metros de altura e o palco onde ficava o altar tinha mais de 5 metros de altura. O alicerce dessa estrutura tinha um comprimento de 136 metros e nele havia sido esculpida uma batalha entre os deuses e os gigantes.
À distância, essa estrutura tinha a aparência de um trono enorme projetando-se da lateral da montanha de Pérgamo.
Ele era considerado uma das maravilhas do mundo antigo.
Muitos acreditam que esse é o pensamento por trás do comentário do Senhor sobre o trono de Satanás—a predominância da falsa religião e da adoração aos falsos deuses.
Ainda outros acreditam que o comentário se refere à adoração de outro deus famoso chamado Asclépio, também conhecido como Esculápio. Esse era o deus da cura e seus templos serviam como hospitais antigos para onde as pessoas iam a fim de receber seu poder de cura. Havia piscinas com águas consideradas sagradas e com poder para curar.
O símbolo de Asclépio era serpentes enroladas em torno de um bordão, um símbolo usado até hoje para representar a medicina.
As pessoas se arrebanhavam para o templo de Asclépio e passavam a noite no chão do templo. Pelo chão de todo o templo havia cobras não venenosas rastejando. Os doentes e moribundos acreditavam que poderiam ser curados se uma das cobras tocassem neles.
Os cristãos teriam associado imediatamente o simbolismo da serpente com a serpente, Satanás. Eles consideravam a adoração a esse deus como uma imitação do poder de cura de Deus, dentre outras coisas.
Adicione-se a isso o fato de que um dos nomes de Asclépio era Asclépio o Salvador.
Você imagina uma religião falsa como essa—um deus falso cujo símbolo era uma serpente e seu nome era salvador?
Jesus Cristo elogia essa igreja dizendo, “Eu sei onde você habita.”
Não é esse um pensamento maravilhoso?
“Eu sei onde você batalha na casa de descrentes; sei onde você labuta em seu emprego; sei o caminho que você toma para voltar para casa; sei tudo sobre sua vizinhança, sua escola e as tentações de sua sociedade. Sei muito bem por que você é tentado a ficar calado, desistir, relaxar as coisas, ou até mesmo se tornar um flexitariano para que não se destaque como um problema na faculdade ou trabalho.”
Contudo, veja o verso 13 novamente:
...que conservas o meu nome.
Ou seja, “Você não diz às pessoas que segue o Salvador na esperança de pensarem que você se refere a Asclépio, você conserva o Meu nome—Jesus Cristo.”
...porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos (Atos 4.12).
Esses crentes eram resolutos em relação à verdade do Evangelho. E isso era verdade mesmo em meio ao perigo. Veja a frase seguinte no verso 13:
não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha testemunha, meu fiel, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.
Mesmo em face a perseguição e morte, esses crentes permaneceram fiéis.
Sabemos que, posteriormente nessa cidade, dois lapidários foram executados por Diocleciano porque se recusaram gravar a imagem de Asclépio.
Paulo escreveu a Tito a seguinte verdade gloriosa em Tito 2.11–13:
Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente, aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus,
Evidentemente, os crentes de Pérgamo não estavam duvidando da divindade exclusiva de Jesus Cristo, nem negando sua fé na libertação exclusiva por Cristo Jesus somente.
Críticas de Cristo à Igreja de Pérgamo
Agora, o Senhor passa de elogios a críticas. Veja Apocalipse 2.14–15:
Tenho, todavia, contra ti algumas coisas, pois que tens aí os que sustentam a doutrina de Balaão, o qual ensinava a Balaque a armar ciladas diante dos filhos de Israel para comerem coisas sacrificadas aos ídolos e praticarem a prostituição. Outrossim, também tu tens os que da mesma forma sustentam a doutrina dos nicolaítas.
Balaão foi um profeta do Antigo Testamento. Ele foi contratado pelo exército inimigo a fim de causar dano ao povo de Deus.
Em Números 22–24, Balaão foi contratado por Balaque, rei de Moabe, o qual desejava ver os israelitas sendo amaldiçoados para que não o derrotassem na batalha. Deus impediu Balaão de amaldiçoar Israel.
Talvez você se lembre de Balaão montado em seu burro indo encontrar-se com o rei quando um anjo se colocou diante do burro no meio da estrada. O burro parou e se recusou continuar, algo que deixou Balaão furioso. Então o profeta bateu no burro com uma vara. O Senhor colocou na boca do burro algumas palavras e permitiu o burro falar. Ele disse a Balaão, “Por que você está me batendo? Isso, por acaso, é a maneira de tratar o animal que carregou você para todo lado sua vida inteira?”
Balaão respondeu, “Não, mas se eu tivesse uma espada comigo ao invés dessa varinha, você estaria morto agora.”
A coisa mais incrível para mim não foi que o burro falou, mas que Balaão retrucou. Ele começou a dialogar com o burro sem nem mesmo se perguntar, “Hum, quando mesmo você aprendeu a falar?”
Contudo, um anjo do Senhor apareceu e informou a Balaão o que estava acontecendo e desafiou o profeta a falar ao rei moabita somente aquilo que Deus tinha colocado em sua boca.
A essa altura, a analogia vergonhosa estava óbvia, “Balaão, você é o burro. Agora tente fazer um trabalho tão bom quanto o que o burro fez, comunicando a palavra que Deus colocar em sua boca.”
Ele seguiu as ordens e não amaldiçoou Israel.
Todavia, mais adiante, Balaão voltou e mostrou a Balaque como destruir Israel—envie mulheres moabitas para lhes oferecer uma mistura de imoralidade e idolatria. Essa combinação seria explosiva e destrutiva.
O plano de Balaão teve sucesso, até que Deus julgou e disciplinou o povo (Números 25).
Balaão entrou para a história bíblica como o símbolo de mistura de imoralidade e religião. Ele deu a Balaque a fórmula que ainda funciona em nossos dias na igreja, “Veja bem, se você não consegue amaldiçoar essas pessoas, então as corrompa.”
O que Satanás não conseguiu realizar de fora, ele conseguiu realizar a partir de dentro!
Os nicolaítas seduziram ainda mais os cristãos com seus ensinos de que Deus havia criado a atividade sexual; os cristãos, então, poderiam manter sua identidade de cristãos, mas, em nome da liberdade cristã, frequentar orgias pagãs e participar de atos de imoralidade.
Essa tentação não mudou nos últimos dois mil anos. Se Satanás não consegue amaldiçoa-lo, ele tentará corrompe-lo.
“Vamos lá, relaxe um pouco. Não seja o único a não fazer isso. Tenha um pouco de flexibilidade. Junte-se aos flexitarianos—um pouco de Deus e um pouco de mundo; um pouco de Bíblia e um pouco de pecado. Alivie as coisas!”
A isca de Satanás não mudou muito com o passar dos séculos.
Um historiador chamou minha atenção quando disse que pureza sexual foi a virtude completamente nova que o Cristianismo introduziu no mundo antigo.
Demóstenes, o orador grego que viveu 250 anos antes do apóstolo João, escreveu o seguinte sobre sua cultura grega, “Nós temos meretrizes para o prazer, concubinas para coabitação diária e esposas para ter filhos legítimos e administrar os negócios da casa.”
Setenta e cinco anos antes de João enviar essa carta à igreja de Pérgamo, Cícero, o filósofo romano, havia escrito sobre a atitude comum da época e sobre a perspectiva politicamente correta sobre relações sexuais. Evidentemente, em seu manuscrito, ele escreveu contra alguém que tinha sugerido abstinência sexual antes do casamento e fidelidade durante o casamento. Cícero ficou irado com essa ideia e escreveu o seguinte:
Porque aquele que pensa que homens deveriam ser privados do amor de mulheres, esse é extremamente severo. Não sou capaz de refutar o princípio [i.e., a virtude], mas ele contraria não somente a licença permitida pela nossa própria época, mas o que também foi o costume de nossos antepassados. Quando, de fato, isso não foi feito? Quando passaram a ver problema nisso? Quando tal permissão foi negada? Quando o é lícito passou a ser ilícito?
Isso soa familiar para você? Meu amigo, o que é considerado permitido pode muito bem ser perverso; o que é politicamente correto pode ser biblicamente corrompido; aquilo que o mundo aplaude e promove pode muito bem atrair o julgamento de Deus—não somente sobre o mundo, mas disciplina sobre a igreja.
Paulo escreveu aos crentes romanos sobre o padrão santo de Deus continuar, a despeito do fato de que sua cultura não somente praticava o pecado, mas também aprovava e aplaudia os que faziam o mesmo (Romanos 1.32).
Todos nós dizemos, “Amém! É verdade, Senhor! Aquele mundo romano era perverso demais. Aqueles gregos brincavam com a verdade. Não havia limites para imoralidade.”
O que acho interessante é que o Senhor não manda o mundo se arrepender aqui, mas a igreja—eu e você.
Já ouvimos o louvor e a crítica do Senhor. Fica evidente que nenhuma igreja, não importa quão fiel, ortodoxa ou bem-sucedida seja, ela não está fora de perigo. Jamais podemos dizer, “Estamos fora de perigo!”
O Desafio de Cristo à Igreja de Pérgamo
Veja Apocalipse 2.16a:
Portanto, arrepende-te...
A combinação do tempo e do modo verbal indicam, “Pare de pecar! Volte-se. Pare de comprometer a verdade e misturá-la com o erro. Você está indo na direção errada!”
Continue no verso 16:
...e, se não, venho a ti sem demora e contra eles pelejarei com a espada da minha boca.
Existe uma mudança de pronomes nesse verso de ti para eles em, venho a ti sem demora e contra eles pelejarei. Ambos os pronomes se referem ao mesmo corpo—a igreja em Pérgamo. Eles, contudo, se refere especificamente aos nicolaítas. Cristo, portanto, manda a igreja lidar com sua tolerância para com a imoralidade. O modo imperativo enfatiza a urgência do pedido.
Em outras palavras, “Faça isso agora!”
O crente se encontra em sérios apuros se não lida com o pecado séria e severamente.
O crente está em sérios problemas se fica triste no domingo por causa de algo que fez no sábado, mas planeja repeti-lo na segunda.
Isso não é arrependimento. Não ganhamos pontos por irmos à igreja no domingo. A urgência dos imperativos de Deus não diminui para aqueles que bateram o ponto na Escola Dominical.
“Você, homem, que planeja se encontrar com uma mulher que não é sua esposa mais tarde hoje à noite—não faça isso.”
“Você, mulher, que planeja responder o pedido daquele homem casado para um almoço—não faça isso.”
“Moça, um rapaz que você sabe que não pertence a Cristo pediu para sair com você e está tentada a ir por mil razões—não vá.”
Ouça a advertência e a obedeça hoje!
Veja Apocalipse 2.17a:
Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas…
Você está ouvindo?
Deus pergunta, “Você vai calar a boca do Meu Espírito? Você dará ouvidos a todos, menos a Ele?”
Promessas de Cristo à Igreja de Pérgamo
Se você der ouvidos a Deus e está entre os que seguem a Cristo, então existem duas promessas de Cristo para você.
- Primeiro, o Senhor promete em Apocalipse 2.17b, ...Ao vencedor, dar-lhe-ei o maná escondido...
Essa promessa alude à vinda de nutrição e satisfação, assim como os israelitas foram satisfeitos com o maná durante a peregrinação no deserto. A propósito, foi nos dias do maná que descia do céu que Balaão realizou sua perversidade junto com o rei Balaque.
Os rabinos já vinham ensinando a tradição de que o profeta Jeremias havia escondido a arca antes da destruição de Israel, e ela não será recuperada até que Israel seja restaurado em glória futura.
Para os que leram essa promessa, maná escondido significava desfrutar a bênção da era messiânica.
Para o crente, isso significa desfrutar das bênçãos da vinda de um novo mundo no qual Cristo, o Salvador do mundo, reinará supremo.
- Segundo, o Senhor também prometeu em Apocalipse 2.17, ...lhe darei uma pedrinha branca, e sobre essa pedrinha escrito um nome novo, o qual ninguém conhece, exceto aquele que o recebe.
Eu contei pelo menos seis interpretações diferentes quanto ao significado dessas pedrinhas brancas com um nome. Sinceramente, todas eram opções maravilhosas, mas não podemos saber ao certo o que isso significa. Todas elas se aplicam bem à vinda do reino. Mencionarei duas.
Os jurados em tribunais romanos votavam em casos de pena de morte colocando uma pedra dentro de uma urna. Cada um tinha uma pedra que recebia no início do julgamento: uma pedra preta que simbolizava o veredito de culpado, e uma pedra branca que significava a absolvição. Alcibíades, um político grego que viveu na geração anterior a João, escreveu, “Se eu for sentenciado a uma pena capital, não colocarei minha confiança em ninguém. Nem mesmo confiarei em minha mãe por medo de que, cometendo um erro, ela coloque na urna uma pedra preta ao invés de uma branca.”
Então, a promessa de Cristo é que ninguém poderá fazer qualquer acusação contra o eleito de Deus (Romanos 8.33).
Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus (Romanos 8.1).
O outro possível significado dessa pedrinha branca é visto no mundo dos esportes. Os vencedores com desempenho incrível nos Jogos Olímpicos que venciam várias competições recebiam uma pedra branca com seu nome escrito nela, a qual servia como um ingresso de entrada a um banquete especial de premiação e outras festividades.
Segundo essa perspectiva, Cristo promete um banquete celestial de premiação e festividades para Sua noiva.
Nessa pedrinha que fornece ao crente sua entrada, existe um nome especial; e ele é privado; só quem o sabe é o crente e o Senhor.
O termo novo é a palavra grega que não se refere a algo novo no sentido de recente, mas novo no sentido de diferente em natureza. Ou seja, “Isso é novo” significa, “Jamais vi algo assim antes.”
Jesus Cristo dará a cada crente um nome novo especial.
Isaías profetizou o seguinte sobre o povo de Deus quando escreveu em Isaías 62.2–3:
As nações verão a tua justiça, e todos os reis, a tua glória; e serás chamada por um nome novo, que a boca do SENHOR designará. Serás uma coroa de glória na mão do SENHOR, um diadema real na mão do teu Deus.
Imagine isso.
Quando nos recusamos comprometer a verdade; quando rejeitamos ser flexitarianos com a verdade, valores morais, pureza e integridade, provavelmente receberemos nomes das pessoas ao nosso redor. Mas Deus diz, “Espere, Eu tenho um nome especial só para você—entre Eu e você—que marcará sua posição eterna e recompensa no reino.”
Enquanto isso, saiba que a tentação sempre está à espreita, não somente para atacar a igreja, mas também o crente. Satanás está colocando a isca em seu anzol; ele deseja adicionar mais um membro a essa denominação crescente chamada Flexitarianismo.
Advertências à Igreja de Pérgamo
Eu identifiquei pelo menos três advertências da carta de Cristo à igreja de Pérgamo, a qual se encontrava em perigo.
- Primeiro, não seja pego de surpresa pela tentação a ponto de comprometer—espere por ela!
- Segundo, não seja ingênuo em face à tentação—identifique-a!
O inimigo não saiu com um novo plano de ataque. Ele continua a usar as mesmas estratégias que funcionam melhor—e o comprometimento é uma das suas melhores jogadas.
- Terceiro, não negocie com a tentação—lute contra ela!
Resista-a; fuja dela. Assim como o velho José, se não existe outra opção, deixe para trás seu casaco e corra para salvar sua vida.
Conclusão
Segundo a lenda, o grande reformador Martinho Lutero estava em seu escritório certa vez tão nervoso por causa de pensamentos de tentação que parecia até que o próprio diabo estava na sala com ele. Conforme dia a tradição, Martinho Lutero pegou seu pote de tinta e, como se ele estivesse jogando-o contra o diabo, ele o lançou para o outro lado da sala e o quebrou contra a parede, deixando uma grande mancha de tinta.
Não sei se isso é verdade, mas sei que Martinho Lutero usava sua tinta para escrever tanta verdade que o reino de Satanás tremia. Ele também compôs letras de hinos que encorajam o crente adiante com confiança e coragem. Um desses hinos diz:
A nossa força nada faz,
Estamos, sim, perdidos;
Mas nosso Deus socorro traz,
E somos protegidos.
Defende-nos Jesus,
O que venceu na cruz,
Senhor dos altos céus;
E sendo o próprio Deus,
Triunfa na batalha.
Ele venceu e, nEle, nós também venceremos.
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 24/02/2008
© Copyright 2008 Stephen Davey
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