Uma Pausa na Misericórdia de Deus

Uma Pausa na Misericórdia de Deus

Series: Apocalipse
Ref: Revelation 1–22

Uma Pausa na Misericórdia de Deus

Uma Prévia das Coisas Por Vir—Parte 7

Apocalipse 15.1–8

Introdução

No domingo do dia 30 de outubro de 1938, milhões de ouvintes de rádio ficaram espantados com a divulgação da notícia da invasão da Terra por algumas criaturas de Marte. As pessoas entraram em pânico quando souberam do ataque cruel e aparentemente inevitável dos marcianos sobre a humanidade.

Orson Welles e sua equipe enganaram milhões de ouvintes em sua adaptação do livro de ficção de H. G. Wells, intitulado Guerra dos Mundos. A estratégia foi interromper os programas de música transmitidos por rádio. Isso foi na época anterior à televisão, quando as pessoas se sentavam em sua sala de estar para ouvir música e outros programas de rádio durante a noite.

O programa de música foi interrompido com a notícia de que, às 20:50, um objeto gigantesco e em chamas, que acreditavam ser um meteoro, caiu em uma fazenda do interior do estado de Nova Jérsei, Estados Unidos. Em seguida, o programa de rádio continuou, mas foi novamente interrompido com um relatório longo de uma testemunha ocular transmitido por um repórter que se encontrava próximo à região do impacto. O repórter transmitiu esse relato da testemunha, a qual afirmou ter visto marcianos viscosos emergindo daquele enorme objeto oval e chato e começaram a atirar em pessoas com suas armas de laser.

Apesar de Orson Welles haver começado dizendo aos ouvintes que o programa era uma adaptação da obra de ficção de H. G. Wells, e de ter repetido várias vezes no decorrer do programa que se tratava de uma ficção, as pessoas ouviram apenas partes e acreditaram que a história era verdadeira, sem ouvirem a transmissão por completo.

Por todo o país, milhões de ouvintes reagiram ao acontecido. Muitos começaram a carregar seus carros e fugir de suas casas, pessoas improvisaram máscaras de gás e a loucura foi grande. Todos pensavam que o fim estava próximo. Milhares de pessoas ao redor do país foram para igrejas a fim de orar.

Quando descobriram a verdade, milhões de pessoas ficaram furiosas, e Orson Welles ficou famoso.

Essa ideia, contudo, não foi original.

Alguns anos antes dessa brincadeira de Orson Welles, o Sistema de Transmissão Britânico tinha pregado uma peça com seus ouvintes também, transmitindo o desenrolar de um motim pela cidade de Londres. O resultado também foi pânico disseminado.

Acharíamos que esse tipo de coisa não aconteceria de novo, não é?

Contudo, cerca de vinte anos atrás, ouvintes de uma rádio americana foram surpreendidos quando a programação normal foi interrompida com um alerta de emergência. O radialista disse: “Atenção! Isto não é um teste! O país está sob ataque nuclear!”

Ao invés de irem verificar a veracidade da notícia em outras fontes, ou mesmo mudar a estação de rádio, muitas pessoas saíram do trabalho, deixaram tudo o que estavam fazendo e correram para ficar com seus familiares quando as bombas chegassem para acabar com a sua civilização.

Essa ideia de proclamar um perigo iminente pode ser traçada até Esopo, que viveu quinhentos anos antes de Cristo. Sua compilação de fábulas inclui a história de um garoto que gritou, “Olha o lobo!”

Um garoto estava cuidando das ovelhas de sua vila e meio entediado com sua tarefa; então, ele gritou: “Olha o lobo!” Em seguida, o menino se divertiu ao ver os moradores entrando em pânico, correndo para ajuda-lo. Ele repetiu esse trote várias vezes, apesar de haver sido severamente repreendido. Daí, um dia, um lobo, de fato, apareceu. Ele gritou por ajuda, mas ninguém veio. O que os moradores da vila pensaram ser um trote, foi, dessa vez, verdade.

Para milhões de pessoas, o anúncio de uma destruição vindoura é considerado como apenas mais uma adaptação dramática e exagerada. A igreja que encara a Bíblia com seriedade é vista como apenas mais uma versão dessas rádios: “Eles pregam essas cosias para chamar nossa atenção ou aumentar a audiência.”

Se levarmos uma pessoa da rua ao livro de Apocalipse para ouvir os alertas de guerras mundiais vindouras, epidemias globais, ondas enormes, granizo do tamanho de uma geladeira e água se transformando em sangue, elas pensarão que enlouquecemos. Elas dirão: “Você está falando sério? Tudo isso é mito. Você deve gostar muito de ficção.”

Foi isso que as pessoas disseram a Noé.

O problema é que a raça humana um dia descobrirá, tarde demais, que Deus nunca se diverte com pessoas em pânico—todo alerta é verdadeiro.

Em nossa série de estudos, chegamos a uma investigação do futuro, ao momento em que o alerta vindo de Deus chega ao fim.

Em Apocalipse 15, que é o capítulo mais curto do livro, em apenas oito versos o palco será montado para o drama final da história humana.

Isso não é ficção—o alerta é real; Deus nunca grita: “Olha o lobo!”

O Alerta de Deus Sobre a Ira

Veja Apocalipse 15.1:

Vi no céu outro sinal grande e admirável: sete anjos tendo os sete últimos flagelos, pois com estes se consumou a cólera de Deus.

Existem algumas frases significantes nesse verso:

  • ...os sete últimos flagelos...
  • ...com estes se consumou a cólera de Deus.

Alguns acreditam que o arrebatamento ocorre antes do derramamento dessas últimas taças de ira sobre a terra. Eles rejeitam a perspectiva de que a igreja é arrebatada antes do início da Tribulação, uma perspectiva chamada de “pré-tribulacionismo.”

Ao invés disso, eles advogam uma posição conhecida como “pré-ira” porque, dentre outras coisas, eles acreditam que é nessa cena, retratada no capítulo 15, que a ira de Deus, de fato, começa a ser derramada. Assim, o arrebatamento ocorreria antes desse momento, de forma que a igreja seria resgatada da ira vindoura, conforme Deus prometeu em Apocalipse 3.10.

Todavia, o apóstolo João não escreve que a ira de Deus começa com esses flagelos. Ao contrário, esses flagelos são a última manifestação da ira de Deus durante a Tribulação.

Em outras palavras, essa é a última série de eventos cataclísmicos, incluindo flagelos que executam a ira de Deus contra a humanidade caída.

A primeira série foi derramada por meio dos selos no capítulo 6; a segunda série envolveu os julgamentos das sete trombetas nos capítulos 8 a 11. Por vários anos, a terra tem sido inundada por desastres, epidemias e mortes. De fato, aproximadamente metade da população mundial já morreu.

Agora, com essa última série de flagelos, vemos as taças de cólera sendo despejadas sobre a Terra quando a ira de Deus na Tribulação vai encerrando e Cristo volta para reinar sobre a Terra por mil anos, como veremos mais adiante.

Com esse alerta no verso de que a ira de Deus entra em seu estágio final de terrível devastação, o cenário, de repente, é transportado para o céu. Ali, vemos uma cena de alegria incrível.

Uma Visão dos Corais

A posição do coral

Veja o verso 2:

Vi como que um mar de vidro, mesclado de fogo, e os vencedores da besta, da sua imagem e do número do seu nome, que se achavam em pé no mar de vidro, tendo harpas de Deus;

Já vimos esse mar de vidro no capítulo 4. Ele aparece aqui novamente com o trono de Deus, o qual é cercado por algo que parece ser um mar de vidro.

Imagine esse cristal transparente brilhante refletindo a glória do trono brilhoso de Deus. Moisés também teve uma visão disso quando ele e os líderes de Israel viram sob os pés de Deus o que parecia ser um piso de zafira, tão claro quanto o céu (Êxodo 24.10). Ezequiel descreveu como algo parecido com o brilho extenso e incrível do cristal (Ezequiel 1.22).

Essa vastidão de vidro é como um mar calmo—não um lago pequeno, mas um mar—refletindo o trono de Deus, brilhando com o reflexo da luz e da glória do próprio Deus.

Ali, diante dEle, de pé sobre esse mar de vidro, estão os mártires que foram fiéis a Cristo, tendo morrido pela mão do Anticristo diante do qual não se dobraram.

No verso 2, João adiciona uma descrição visual desse mar de vidro que não foi mencionada no capítulo 4. Ele escreve que o mar era mesclado com fogo.

Na Bíblia, o fogo geralmente está associado a julgamento de Deus. Hebreus 10.27 se refere à expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários.

Lemos em Hebreus 12.29 que Deus é um fogo consumidor.

O julgamento iminente de Deus ferve ao redor da plataforma de vidro transparente—uma mistura de vermelho fogo com o mar de cristal sobre o qual se encontra o trono do Soberano. Essa é uma descrição terrível de Sua ira e julgamento que serão derramados numa última série de eventos devastadores.

Esses santos cantam por causa de seu relacionamento com Deus por meio de Cristo. Eles não têm motivo de temer, pois estão seguros na graça justificadora de Cristo a seu favor.

Um tempo atrás, fui ao fórum de nossa cidade. Como eu conhecia o juiz, eu lhe disse que estava indo e ele me pediu que fosse falar com ele.

Quando cheguei, fui a sua sala de audiência. Lá estava ele sentado em sua cadeira, vestido com sua toga. O oficial estava de pé ao lado armado até os dentes. O tribunal estava em sessão e havia pessoas por todo os lados.

O meu objetivo não era atrapalhar nada, mas o juiz me viu e pediu que me aproximasse. Eu disse surpreso: “Eu?!” “Sim, venha aqui.” Caminhei pelo corredor e passei ao lado de quatro homens vestidos de macacão laranja que estavam com os pés acorrentados. Olhei para eles e eles olharam para mim. Continuei andando sem dizer nada.

Cheguei até o juiz, ele estendeu sua mão para me cumprimentar e disse: “Olá, pastor.” Imagine como eu me senti especial. Daí, ele anunciou: “Tribunal em recesso” e me disse para segui-lo até sua câmara. Eu fui, então, com ele. Conversamos um pouco, oramos e ele voltou para o julgamento.

Eu aposto que o juiz nunca apertou a mão daqueles quatro réus ali sentados; acho que eles nunca foram convidados para os seus aposentos. Eu imagino que nunca houve alguma comunhão entre eles e o juiz. No meu caso, ele era o juiz, mas também era um amigo por causa de nossa fé comum em Cristo.

Apesar dessa imagem do julgamento fervendo como um fogo ao redor do assento do Juiz de todo universo, esses santos ficam cheios de alegria porque são Seus amigos por meio de Cristo. João os descreve no verso 2:

...e os vencedores da besta, da sua imagem e do número do seu nome...

Essa é a marca da besta que os santos recusaram receber em sua mão direita ou testa—o número que representa a soma do nome do Anticristo, totalizando 666—apesar de a recusa significar a morte! Contudo, João se refere a eles com a perspectiva celestial: os mártires eram os vitoriosos, os vencedores.

Toda vez que a guilhotina do Anticristo descia, ele dizia, com efeito: “Venci mais uma.”

Aos olhos do mundo, esses crentes foram considerados como perdedores. Eles foram capturados, aprisionados, insultados, odiados e, por fim, mortos. Por que? Porque confessaram Jesus Cristo somente como seu Senhor.

Contra o Anticristo, essas pessoas pareciam impotentes, em condição desesperadora, desprovidas de tudo e até da própria vida. Todavia, ao chegarem no céu, elas são coroadas como vitoriosas.

Deus transforma derrota em vitória.

Você consegue enxergar a perspectiva celestial nisso tudo?

O Anticristo está sob a impressão de que demonstra poder absoluto e que se esconde de seus inimigos. Na realidade, tudo o que ele faz é fornecer um serviço de traslado para o céu.

O Anticristo pensa que é digno de adoração, mas, da perspectiva celestial, conforme escreveu um autor, ele não passa de um ascensorista, conduzindo os santos para a glória.

Na Terra, o Anticristo parece estar vencendo; na presença de Deus, uma celebração de vitória já começou.

A letra da canção do coral

O verso 3 nos informa os títulos dos hinos de louvor:

e entoavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro...

Mais provavelmente, esse cântico de Moisés provém de Êxodo 15 quando os filhos de Israel celebraram com uma canção após terem escapado de Faraó tendo atravessado o Mar Vermelho. Esse foi o cântico de seu êxodo da escravidão em direção à Terra Prometida.

Esse cântico de Êxodo 15.1–19 ficou estampado na memória de cada israelita. Ele era entoado em todo Sabbath na reunião noturna na sinagoga. Até aos dias de hoje, em cada culto judaico ortodoxo, uma das orações que fazem é uma referência a esse cântico de Moisés.

Já fomos apresentados ao cântico do Cordeiro e, em Apocalipse 15, outra estrofe é adicionada a esse grande hino dos que foram redimidos da escravidão do pecado para a Terra Prometida.

O cântico de Moisés foi:

O cântico do Cordeiro foi:

Entoado no Mar Vermelho

Entoado junto ao mar de cristal

Um triunfo sobre o Egito

Um triunfo sobre Satanás

Sobre Deus retirando Seu povo para fora escravidão

Sobre Deus conduzindo Seu povo para dentro do céu

Um dos primeiros hinos nas Escrituras

Um dos últimos hinos nas Escrituras

 

O pregador britânico John Phillips escreveu que as letras desses grandes hinos começam nos versos 3b–4 com:

  • Quão grande és Tu:

Grandes e admiráveis são as tuas obras, Senhor Deus, Todo-Poderoso!...

  • Quão bom és Tu:

...Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações!

  • Quão glorioso és Tu:

Quem não temerá e não glorificará o teu nome, ó Senhor?...

Veja bem a canção que eles entoam; não há sequer uma palavra de sofrimento—tudo é visto da perspectiva celestial. Não há uma palavra de murmuração—todos estão, agora, diante do trono de seu grandioso, bondoso e glorioso Salvador.

Perceba, também, que não há sequer uma palavra sobre si mesmos—o hino todo se refere a Deus:

  • Grandes e admiráveis são as tuas obras;
  • Justos e verdadeiros são os teus caminhos;
  • Quem não temerá e não glorificará o teu nome...?

A explosão desse coral está inundada e foca na exaltação a Deus.

Um autor escreveu muitos anos atrás: “Na presença perfeita de Deus, o ‘eu’ é totalmente esquecido. O céu é um local onde finalmente nos esquecemos de nós mesmos e pensamos apenas em Deus.”

Agora, por que esse coral de santos redimidos da Tribulação entoa um cântico? Eles cantam porque:

  • Verso 4b:

...Pois só tu és santo...

  • Verso 4c:

...todas as nações virão e adorarão diante de ti...

  • Verso 4d:

...porque os teus atos de justiça se fizeram manifestos.

A propósito, isso não se refere a uma conversão em massa de todas as nações. Esse verso é mais uma evidência de que, durante o Reino Milenar, poucos meses adiante, pessoas de todas as línguas, tribos e nações terão crido em Cristo somente para salvação—tendo sobrevivido à Tribulação—e agora entrarão no Reino Milenar para adorar e servir o Rei Jesus.

Isaías 2, Miqueias 4 e Zacarias 14 se referem às nações que virão adorar o Senhor soberano que reina.

O que João vê em seguida é incrível.

Uma Visão dos Anjos

Veja o verso 5:

Depois destas coisas, olhei, e abriu-se no céu o santuário do tabernáculo do Testemunho,

A palavra santuário é naos, que se refere ao Santo dos Santos, ou o local no qual ficava Arca da Aliança contendo as tábuas da Lei escrita com o dedo de Deus.

As vestimentas do anjo

Nessa visão, o Santo dos Santos se abre. Veja o verso 6:

e os sete anjos que tinham os sete flagelos saíram do santuário, vestidos de linho puro e resplandecente e cingidos ao peito com cintas de ouro.

Esses anjos se parecem com Cristo descrito no capítulo 1. Por que? Eles O representam nesse ato de julgamento. Lembre-se, Jesus Cristo é ou o Grande Redentor, ou um dia será o Grande Anjo da Morte. O Pai entregou ao Filho todo o julgamento (João 5.22).

Veja que esses anjos estão vestidos com mantos de linho, uma roupa típica dos sumo-sacerdotes. Portanto, os anjos apresentam a imagem de que, neste momento, eles são os representantes de Deus.

Os anjos emergem do Santo dos Santos, que simboliza o local onde fica guardada a Lei de Deus. Eles recebem a missão de executar horror e julgamento na Terra porque a Lei foi violada e a humanidade ignorou tanto a Lei como Deus, o qual, muito tempo antes, prometeu que não inocenta o culpado (Êxodo 34.7).

Se o que os mártires cantam a respeito de Deus é verdade—que Ele é santo e justo—então o pecado precisa ser punido.

Se Deus não julga pecadores, Ele é injusto. Se Deus varre o pecado para debaixo do tapete de alguma galáxia distante, então Ele não é santo. Nesse caso, Ele seria um juiz corrupto que simpatiza com o pecado.

O profeta Habacuque pergunta no capítulo 1, parafraseado:

Por acaso Deus perverte a justiça? Por acaso o Todo-poderoso perverte o que é justo?

Davi responde no Salmo 19.9b:

...os juízos do SENHOR são verdadeiros e todos igualmente, justos.

A responsabilidade do anjo

Na autoridade de Cristo, os anjos recebem o direito de possuir seus cálices de retribuição divina. Esse é um cenário incrível de assistir com toda a cerimônia envolvida. Todos nós que cremos em Cristo um dia veremos pessoalmente essa cena de Apocalipse 15. Os anjos se enfileiram no Santo dos Santos e se aproximam do trono de Deus. Lemos no verso 7:

Então, um dos quatro seres viventes deu aos sete anjos sete taças de ouro, cheias da cólera de Deus, que vive pelos séculos dos séculos.

O capítulo 16 revelará o conteúdo dessas taças, que é algo aterrorizante.

O apóstolo Paulo já nos ensinou que a ira de Deus está sendo reservada, amontoada—pecado sobre pecado. Deus poderia julgar o pecador imediatamente, mas, conforme Paulo já escreveu em Romanos 2.4, Deus é longânimo e tolerante.

Um dos dons da graça para com a humanidade é que Deus não mata o pecador à primeira blasfêmia que profere. Deus o permite viver e lhe oferece o perdão, o qual o pecador persiste em recusar.

Robert Ingersoll foi um ateu que viveu no início do século 19. Ele saía pelos lugares desafiando homens a debater sobre a existência de Deus. Ele era talentoso na retórica e, nos dias em que não havia televisão, as pessoas saíam nas ruas para ouvir homens como ele que davam discursos e debatiam contra a religião. No século 19, o que ele estava fazendo era algo escandaloso e ele geralmente conseguia reunir um grupo grande de pessoas. Ele se colocava sobre uma plataforma e, diante de centenas ou até milhares de pessoas, ele pegava seu relógio de bolso e dizia: “Se existe um Deus, que Ele me derrube morto no chão em trinta segundos.”

Daí, ele segurava seu relógio e contava os segundos: “Vinte e nove, vinte e oito, vinte e sete... sete, seis, cinco, quatro, três, dois, um.”

As pessoas suspiravam diante da audácia desse homem. Mas, ao fim dos trinta segundos, ele ainda estava lá de pé vivo. Ele dizia: “Estão vendo, eu disse a vocês, Deus não existe... não existe nenhum Deus... Deus não existe.”

Se eu fosse Deus, no último segundo daquela contagem você ouviria apenas um: “Poof!” e esse homem viraria um monte de cinzas. Daí, com uma voz bem grave do céu eu diria: “Sim, existe um Deus.”

Hoje, milhões de homens como ele andam pelas ruas. Eles ensinam na sua sala de aula; eles moram no seu bairro; eles trabalham no mesmo lugar que você. “Não existe nenhum Deus como a Bíblia ensina. Podemos viver nossas vidas como bem quisermos. Podemos pecar e blasfemar e amaldiçoar e matar e adulterar e manipular e até oficiar no pontificado! Deus não existe!”

E aonde está Deus? Sentado sobre um mar de vidro observando tudo—cada palavra, pensamento e obra é devidamente registrado (Apocalipse 20.13). No fim, Deus convocará Seus anjos e dirá: “Agora, terminou minha tolerância; não há mais atraso.”

Os que rejeitaram o Evangelho de Deus serão julgados pela Lei de Deus e com a Lei de Deus não há misericórdia. De fato, veja o verso 8:

O santuário se encheu de fumaça procedente da glória de Deus e do seu poder, e ninguém podia penetrar no santuário, enquanto não se cumprissem os sete flagelos dos sete anjos.

Essa é uma imagem que representa o seguinte fato: “Isso significa que ninguém poderá impedir a mão de Deus. Quando o tempo de julgamento final chegar, terá cessado a oportunidade de intercessão. Cristo não estará mais batendo à porta; Ele procederá com Seu ato de julgamento soberano.”

Em outras palavras, ninguém poderá mudar de ideia e aplicar sangue sobre o propiciatório dentro do Santo dos Santos. Não há mais intercessão; não haverá mais misericórdia, atraso, e acabou a oportunidade de se arrepender, até que os sete flagelos tenham passado.

O mundo dirá: “Ah, tá bom. Você está usando essa tática para nos assustar de novo. Isso se parece muito com A Guerra dos Mundos.”

De fato; e será como uma guerra. O Armagedom e o mundo em guerra estão próximos.

Esse alerta de Apocalipse não é um trote; não é um drama religioso com efeitos especiais para assustar pessoas para que decidam frequentar uma igreja. Essa é a verdade.

Deus não grita: “Olha o lobo.” Mas, em Sua paciência, Deus adverte e, pela Sua graça, Ele convida.

Quanto tempo você ficaria convidando alguém para jantar em sua casa antes de finalmente desistir? Uma semana? Um mês? Um ano?

Noé advertiu e convidou as pessoas a pegarem seu ingresso de graça para embarcar na arca por cento e vinte anos. Já faz 2 mil anos que Cristo tem convidado cada geração para se juntar à Sua igreja.

Há quanto tempo Cristo tem convidado você? Já não chegou a hora de você encarar com seriedade Sua advertência e aceitar o convite pessoalmente?

...Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo? (Romanos 10.13).

Salvo! Salvo de muitas coisas—inclusive da ira vindoura de Deus.

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 17/05/2009

© Copyright 2009 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

 

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