Tirando A Tampa do Inferno

Tirando A Tampa do Inferno

Series: Apocalipse
Ref: Revelation 1–22

Tirando A Tampa do Inferno

Uma Prévia das Coisas Por Vir—Parte 4

Apocalipse 14.10–11

Introdução

Um líder evangélico e autor escreveu recentemente em um de seus livros:

Você já parou para ler as pregações de alguns dos pregadores do século dezenove...? Se sim, talvez tenha percebido que [os homens daquela época] falavam a um público bastante diferente do de hoje e de uma forma bem diferente também. Por causa dessas diferenças, discordo daqueles que dizem que tais pregações são apropriadas para os nossos dias.

Isso, a propósito, elimina o sermão clássico de Jonathan Edwards intitulado Pecadores nas Mãos de um Deus Irado que despertou o grande avivamento. Esse escritor popular continua dizendo:

As pessoas em nossa cultura se encontram realmente quebrantadas e seriamente feridas. Elas precisam, desesperadamente, ser curadas e saradas.

Obviamente, a implicação disso é que as pessoas da sociedade de Jonathan Edwards em 1734 não se encontravam quebrantadas e em necessidade de restauração. Por fim, ele conclui:

Sim, tempos diferentes exigem mensagens bem diferentes.

Infelizmente, esse tipo de conselho conquistou a igreja evangélica e a nossa geração. Uma gama de pastores e professores acredita que pregar sobre prestação de contas diante de um Deus irado e julgamento, bem como qualquer menção a inferno e castigo, é algo de pouca relevância prática e que ainda mancha a reputação da igreja.

Como resultado, um pastor faz propaganda de sua igreja da seguinte forma: “Aqui não há nada de fogo e enxofre; nada de bater a Bíblia contra o púlpito. Somente mensagens práticas.”

Ele diz isso como se aprender como não ir ao inferno não fosse uma mensagem prática; como se o conhecimento de como evitar a ira de Deus não fosse algo bom.

Outro pastor ainda disse: “Os cultos [nesta igreja] têm um caráter mais informal. Você não verá pessoas sendo ameaçadas com inferno ou chamadas de pecadoras. O objetivo é fazê-las se sentir em casa, não enxotá-las daqui.”

Você imagina um médico usando essa estratégia? Ele jamais sugerirá que seu paciente precisa de remédio e não chamará a doença pelo nome—isso seria muita falta de sensibilidade. Sem dúvida alguma, ele jamais recomendará uma cirurgia—isso seria invasivo demais. Ele também não dirá que o paciente está doente, mesmo que a doença seja terminal. Seu alvo é simplesmente fazê-lo se sentir em casa de forma a voltar ao se consultório com frequência—ele não quer enxotá-lo dali.

Que tipo de médico é esse?

Um autor escreveu:

É de se esperar que muitos crentes nominais [e até mesmo descrentes] saem da igreja se sentindo animados [por terem ido a um culto]. Sua autoestima está intacta; suas mentes e corações foram encorajados e acalmados com doses mínimas de teologia, proposições cristãs e algumas sugestões práticas tratando de [si mesmos], filhos ou emprego... a Palavra de Deus... penetrou as zonas de conforto e a camada superficial da satisfação pessoal...?

O resultado inevitável é que, se o Evangelho serve para fazer com que as pessoas se sintam confortáveis, então, obviamente, ele precisa ser redefinido, uma vez que é repleto de verdades desconfortáveis.

Dessa forma, vemos em nossa geração o Evangelho sendo desprovido de tudo aquilo que é pessoal, confrontador e ofensivo.

Na verdade, uma pesquisa recente realizada com alunos de um seminário evangélico revelou que 46% (i.e., quase metade dos alunos) acreditam que pregar sobre inferno é algo “inapropriado.”

Em algum momento, os professores desses alunos fracassaram em informa-los de que Jesus Cristo teve mais a dizer sobre o inferno do que todos os profetas e apóstolos juntos no decorrer das Escrituras. Cristo falou mais sobre inferno do que outro qualquer. Então quer dizer que Sua mensagem foi inapropriada? Jesus queria que as pessoas soubessem a verdade desconfortável sobre o julgamento vindouro.

A verdade é que uma mensagem do Evangelho que minimiza a ira de Deus não ajuda as pessoas, mas as fere. Esse é outro evangelho.

O verdadeiro Evangelho é, basicamente, informar as pessoas quanto a um perigo que jaz adiante. O que não realiza essa função é sinônimo de engano espiritual.

Jesus Cristo não está interessado no nosso conforto em uma mortalha; Ele não está preocupado com caixões de luxo.

Meu amigo, a essência do Evangelho não é o conforto pessoal, mas a conversão pessoal e radical.

A vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo não serviram para nos salvar do tédio, da pobreza, de uma dor nas costas ou de uma baixa autoestima. Ele veio nos redimir da escravidão espiritual ao pecado e nos salvar de um julgamento eterno.

Paulo afirmou que o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor (Romanos 6.23).

Essa mensagem do Evangelho passeará pelo mundo inteiro no futuro; ela será pregada pelo planeta sem retratação, sem propaganda e sem patrocinadores.

Os mensageiros são três anjos e suas mensagens no futuro são tão importantes para nós hoje como serão para o mundo durante a Tribulação.

Até agora em nosso estudo, ouvimos os primeiros dois anjos pregando. Os esboços de suas pregações se encontram em Apocalipse 14.

  • O primeiro anjo que voa pelo planeta prega o Evangelho destacando o Criacionismo e afirma no verso 7: adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.
  • O segundo anjo prega, no verso 8, sobre a consumação do reino de Deus quando os reinos do mundo chegam ao fim e a Babilônia cai.
  • Em seguida, o terceiro anjo aparece. Ele jamais seria convidado a pregar na maioria das igrejas, nem tampouco a ensinar em muitos seminários. Por que? Porque ele proclama um Evangelho de condenação que descreve vividamente os horrores do inferno.

 

O Anjo Mensageiro da Ira de Deus

Em nosso último estudo, começamos a expor o significado claro da mensagem final desse terceiro anjo. Descobrimos que a graça de Deus concede ao planeta a oportunidade de ouvir, mais uma vez, um alerta sobre a ira vindoura de Deus e sobre a salvação pela fé no Cordeiro de Deus, o Senhor Jesus Cristo.

No contexto imediato, a raça humana inteira é advertida de que os que seguem o Anticristo e recebem sua marca na mão ou na testa, como símbolo de lealdade de adoração a ele, serão condenados.

No retrato mais completo do julgamento de Deus, conforme veremos no capítulo 20, a mensagem desse anjo descreve o futuro horror do inferno.

Em certo sentido, esse terceiro anjo remove a tampa do inferno—ele não está mais escondido, mas exposto para todos verem.

Esse parágrafo de Apocalipse 14 tem causado mais azia do que qualquer outro texto das Escrituras para grupos religiosos de todos os tipos. Adventistas do Sétimo Dia, mórmons, batistas liberais, católicos romanos e líderes da igreja emergente—todos os que rejeitam o ensino de um tormento eterno consciente terão que fazer alguma coisa para evitar o conteúdo de Apocalipse 14.9–12. Eles terão que redefini-lo, diluí-lo, encontrar alguma saída, ignorá-lo ou mesmo não crer nesse texto.

De fato, esse anjo proclama verdades impopulares a respeito da ira de Deus.

  • A ira de Deus é pessoal e terrível.

Vamos observar cuidadosamente Apocalipse 14.9–10, onde o anjo anuncia que a ira de Deus é pessoal e terrível:

Seguiu-se a estes outro anjo, o terceiro, dizendo, em grande voz: Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro.

A ira de Deus é pessoal e terrível. João escreve no verso 10 que a ira de Deus é como um vinho não diluído—é ira pura; 100% fúria.

Esse alerta não serve somente para Adolf Hitler, Jack o Estripador ou outra pessoa à qual você se acha superior.

Esse é o elemento intrigante na mensagem desse anjo. Se sua advertência tivesse sido direcionada a genocidas, pedófilos, estupradores, déspotas, ditadores e tiranos, a maioria das pessoas diria: “É, eles merecem mesmo! Creio no inferno porque Hitler tem que ser colocado em algum lugar!”

Todavia, esse alerta acontece de ser dado a todos os que negam a glória da Criador (v. 7), que colocam sua fé na religião (v. 8) e que adoram outro além de Jesus Cristo (v. 12). O alerta não é somente para as pessoas terrivelmente más deste mundo; esse alerta também é para aquelas pessoas que se sentam em bancos e para aquelas atrás de um objeto de madeira chamado “púlpito.”

É nesse momento que a religião se altera: “Não pode ser! Tipo, se formos concordar com esse julgamento de Deus, precisamos sair com alguma coisa menos ofensiva aos descrentes do que fogo e enxofre. Que barbárie!”

Isso não atrai ninguém. Além disso, não é nem política, nem religiosamente correto.

“Isso espantará as pessoas!”

Sim, espantará algumas, mas conduzirá outras à cruz. Talvez você hoje—corra para Aquele que suportou a ira de Deus na cruz por você para que, pela fé nEle somente, você seja libertado da ira vindoura. Assim, você será resgatado da ira de Deus descrita por esse anjo como algo pessoal e terrível.

Além disso, o anjo inclui mais um ponto em sua pregação.

  • A ira de Deus é não somente pessoal e terrível, mas ela é dolorosa.

Volte ao verso 10 e observe uma frase da qual religiosos buscam uma saída:

...e será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro.

O diabo não estará administrando o inferno—ele é um de seus residentes. Demônios não aterrorizarão pessoas com tridentes. O inferno foi criado, primariamente, para o diabo e seus anjos (Mateus 25.41), mas eles não controlam o lugar. O inferno está sob o controle do Deus onipotente e onisciente e das hostes celestiais.

Agora, veja a frase descritiva que nos revela o tormento do inferno. O anjo descreve o local com fogo e enxofre.

As palavras fogo (pur) e enxofre (theion) ocorrem seis vezes no livro de Apocalipse. Quatro vezes, elas se referem ao lago de fogo e enxofre que é o destino final dos descrentes.

A construção fogo e enxofre nos conduz de volta a Gênesis 19.24, quando fez o SENHOR chover enxofre e fogo... sobre Sodoma e Gomorra.

O salmista Davi escreveu:

Fará chover sobre os perversos brasas de fogo e enxofre, e vento abrasador será a parte do seu cálice (Salmo 11.6).

O profeta Isaías disse que o assopro da vingança e julgamento do Senhor é como uma torrente de enxofre (Isaías 30.33).

O enxofre é um elemento amarelado que queima com uma chama azul enquanto emite um gás sufocante e nauseante chamado dióxido de enxofre ou anidrido sulfuroso.

O enxofre é encontrado em regiões vulcânicas como a Sicília, Islândia e em áreas do Japão. Ainda me lembro de sobrevoar de helicóptero um vulcão inativo no Japão. O piloto nos levou até a boca do vulcão e a vista era espetacular. Foi meio assustador, mas o guia disse que não precisávamos nos preocupar porque fazia cem anos que o vulcão estava inativo.

Imagine ser levado a um julgamento no qual, conforme lemos em Apocalipse 20, toda a humanidade condenada será lançada em um lago eterno de fogo e enxofre. Imagine receber um corpo imortal que sobreviverá a esse tormento enquanto sofre.

Só a ideia de rocha derretida, minerais e gases tóxicos, a dor do fogo e a existência infinita em sofrimento e tormento já deveria compelir o pecador a se arrepender e se voltar para Cristo para salvação.

Esse é o objetivo do alerta desse anjo. Ele sugere que esse é um local que devemos evitar! Não há motivo para se arriscar; ser corajoso não faz sentido; e não há como apagar essa realidade das Escrituras.

Lembro-me de um ator de cinema que participou de um filme em 1968 como um bombeiro que lutava contra as chamas de incêndios em refinarias de petróleo no Kuwait. Esse homem, Adar, era um bombeiro corajoso e confiante. Em 1991, ele brincou dizendo que, quando morresse, as coisas não seriam tão diferentes assim. Ele disse: “Fiz um acordo com o diabo: ele vai me dar um ar-condicionado quando eu for para lá, se eu for para lá, para que não apague todas as chamas de lá também.” Adar morreu aos 89 anos. A essa altura, ele já deve ter descoberto que o diabo não passa de um mentiroso.

Além disso, o diabo não controla a temperatura no inferno, nem seus castigos. Eles são controlados por um Deus que demonstrará Sua ira contra toda incredulidade.

No inferno, os pecadores estarão, não nas mãos de um diabo fracassado, mas nas mãos de um Deus irado.

Essa é a ira de Deus que será pessoal a todos os que sofrem; ela será terrível—ira pura; e a ira de Deus será dolorosa.

O anjo ainda nos fornece mais descrições.

  • A ira de Deus é eterna.

O terceiro anjo continua dizendo em Apocalipse 14.11:

A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos, e não têm descanso algum, nem de dia nem de noite, os adoradores da besta e da sua imagem e quem quer que receba a marca do seu nome.

Mais uma vez, o contexto específico desse verso diz respeito àqueles na Tribulação que escolheram rejeitar Cristo e adorar o Anticristo. O contexto mais amplo, expandido no capítulo 20, revela que essas pessoas se juntarão aos descrentes de todas as eras da história humana e serão lançadas no Lago de Fogo.

Fica imediatamente óbvio que esse anjo discordaria daqueles que negam a eternidade do inferno.

Existem mais e mais pessoas em nossa geração que têm abandonado esse aspecto do Evangelho. E elas precisam contender com Cristo, o qual afirmou no Evangelho de Mateus que os condenados irão... para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna (Mateus 25.46). Nessa passagem, o paralelismo entre vida eterna e castigo eterno mostra claramente que ambos são infinitos.

Em outras palavras, o tormento dos perdidos no inferno dura tanto quanto a bênção dos redimidos no céu.

Jesus falou sobre o fogo que não se apaga (Marcos 9.43). Ele se refere ao inferno como um lugar onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga (Marcos 9.48).

Sua mensagem foi consistente com a do profeta Isaías, o qual também disse que os transgressores sofreriam num lugar onde seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará (Isaías 66.24).

Jesus contou a história do rico e Lázaro que morreram. Lázaro foi para o Paraíso e o rico não arrependido, que tinha conhecido Lázaro por toda sua vida, foi para o local que Jesus descreveu como um lugar de “tormento” e na “agonia das chamas” (Lucas 16.22–24).

Perguntas Sobre o Castigo Eterno

Agora, vamos fazer e responder quatro perguntas relacionadas à doutrina do castigo consciente e eterno.

  • Primeiro: as chamas são literais, ou seja, trata-se de fogo literal?

Temos uma escolha: ou defendemos o Sola Scriptura e deixamos que as Escrituras somente respondam essa pergunta, ou caçamos outra explicação.

Além do que já ouvimos dos lábios de Jesus Cristo nos Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas e da pena de Isaías, mais informação nos é dada nas parábolas.

Quando Jesus Cristo pregou Sua parábola do joio e do trigo, é interessante que cada elemento recebeu um significado figurado, menos o fogo.

Em Mateus 13, o nosso Senhor explicou que o que semeia a boa semente é o Messias, o campo é o mundo, a boa semente são os filhos do reino, o joio são os filhos do maligno, o inimigo que semeou o joio é o diabo, a colheita é a consumação dos séculos e os segadores são os anjos (Mateus 13.37–40). Mas, daí, Cristo sai da analogia da parábola e diz:

Mandará o Filho do Homem os seus anjos, que ajuntarão do seu reino todos os escândalos e os que praticam a iniqüidade e os lançarão na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes… Quem tem ouvidos [para ouvir], ouça (Mateus 13.41–43).

Em outras palavras, “Vocês estão ouvindo? Tudo nessa parábola possui um significado figurado para descrever o que acontecerá, menos o fogo nesse local de tormento. Ele é literal.”

  • Segundo: se o fogo é literal, então ele consumirá, correto?

Ou seja, podemos crer no Aniquilacionismo. Essa crença popular que tem servido de saída para cada vez mais evangélicos afirma que, após um tempo, dependendo da perversidade de cada pecador, sua alma será aniquilada, extinguida.

Eu gostaria muito de poder crer nisso. Contudo, o anjo de Apocalipse é bastante claro—o tormento dos descrentes, assim como a fumaça das chamas que os atormentam, é eterno.

Assim como o corpo ressurreto do crente é ressuscitado para desfrutar de um estado eterno no céu, o corpo ressurreto do descrente é constituído para suportar o sofrimento eterno no Lago de Fogo.

Um evangélico disse: “Existem pessoas que afirmam que os ímpios serão aniquilados no inferno... que inferno eterno não existe. Se Deus destruirá a existência do descrente, então quero que eles me expliquem por que Deus não apaga o fogo.”

Você pode dizer: “Mas a Bíblia não fala que o descrente será destruído?”

Sim, Pedro escreve sobre o julgamento:

...estando reservados para o Dia do Juízo e destruição dos homens ímpios (2 Pedro 3.7).

A palavra destruição é o termo grego apoleia, e pode ser traduzido como “arruinado.”

De fato, a mesma palavra é usada pelos discípulos em Mateus 26.8 para falar do óleo que tinha acabado de ser derramado sobre a cabeça de Jesus—eles reclamaram que ele havia sido desperdiçado ou arruinado. O óleo não tinha deixado de existir, mas seu propósito tinha sido desperdiçado, pelo menos na concepção dos discípulos.

Da mesma sorte, o descrente é destruído—sua vida é arruinada e eternamente desperdiçada segundo a concepção da Palavra de Deus. Portanto, o fogo é literal, mas, ao mesmo tempo, as chamas somente atormentam; elas não consomem.

  • Terceiro: o inferno é, de fato, eterno?

Em outras palavras, “‘Para sempre’ significa ‘para sempre’?”

O anjo adverte em Apocalipse 14.11 que isso dura pelos séculos dos séculos.

Essa construção grega ocorre onze vezes no livro de Apocalipse:

  • Ela expressa a existência de Deus (4.9–10; 7.12; 10.6; 15.7).
  • Ela fala da existência eterna de Cristo (1.18).
  • Ela fala do reino eterno de Deus (11.15).
  • É usada em referência à glória eterna do Cordeiro (5.13).
  • Descreve o reino eterno dos crentes (22.5).
  • Fala da condenação eterna do diabo (20.10).
  • É usada para falar do tormento eterno do perdido (14.11; 19.3).

“Eterno” significa “eterno.” A mesma construção empregada para falar da eternidade do céu é usada para falar da eternidade do inferno. Nenhuma manipulação semântica ou tratamento adulterado das Escrituras é capaz de apagar a mensagem terrível contida no Evangelho de que, assim como o céu dura eternamente, o inferno também durará eternamente.

Vejamos uma última pergunta.

  • Quarto: existe alguma saída disso?

Sem dúvidas, as religiões ao redor do mundo encontraram saídas.

O Universalismo é uma delas. Crescendo em popularidade, essa crença afirma que o inferno de fato dura eternamente, mas que o diabo e seus demônios são os únicos habitantes simplesmente porque todas as pessoas serão salvas.

Com formas diferentes de explicar isso, os universalistas acreditam que todas as pessoas, de alguma maneira, se conectam a alguma verdade do Cristianismo. Mesmo que neguem a divindade de Cristo e muitas outras doutrinas cruciais, eles intersectam com a verdade em algum ponto e poderão, assim, entrar no céu. Se a única coisa na qual creem é a existência de uma força divina, isso já é suficiente para uma conexão, de maneira que Deus ignorará até mesmo sua negação de quem Cristo é e permitirá que entrem no céu.

Um senhor veio até mim outro dia após o culto, me entregou um boletim de outra igreja que tinha visitado enquanto viajava e disse: “Toma, pastor. Aqui está um exemplo do que você tem dito nas pregações em Apocalipse sobre inclusivismo e universalismo.”

Esse senhor tinha visitado uma igreja evangélica grande e famosa num dia de Ceia. O boletim tinha várias páginas e o culto bem planejado.

A primeira sentença nesse boletim era uma declaração da missão e propósito da igreja. Dizia: “Cremos em um só Deus, conhecido a nós em Jesus Cristo, também conhecido por diferentes nomes em diferentes tradições...”

Isso já é um indicador.

O programa do culto continuou sem problemas. Na verdade, alguns hinos conhecidos foram entoados em honra ao Deus Triúno. Contudo, a confusão retorna mais adiante no programa do culto quando o líder de louvor diz: “Aleluia! Partimos este pão por aqueles que seguem sua jornada no Hinduísmo, pelos que seguem os passos de Buda, por nossos irmãos e irmãs no Islamismo, pelos judeus dos quais viemos, e [caso tenhamos esquecido de alguém], por todos os que trilham nos passos da fé.”

Sim, largo e espaçoso é o caminho que conduz à perdição (Mateus 7.13).

Achei interessante ver como essa igreja, após ter se unido aos budistas, hinduístas e muçulmanos, cantou um hino que contradizia completamente quem eram e no que criam. Acho que não prestaram atenção na letra. O hino era sobre a salvação em Deus, a honra do Filho e a adoração exclusiva ao Cordeiro de Deus.

Que confusão!

“Mas todos estão indo para o céu e é isso que importa.”

Não. O que importa é a glória do Cordeiro e a honra devida ao Seu nome. Paulo deixou isso claro ao escrever em Romanos 10.13:

Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.

O verso não diz: ‘Todo aquele que invocar qualquer nome, mas todo aquele que invocar o nome do Senhor.” Paulo ainda diz que a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo (Romanos 10.17).

O pastor de uma igreja supostamente evangélica em nossa região foi entrevistado e sua conversa foi publicada em um jornal local: “Nós honramos todas as religiões. Unidade é um movimento espiritual que respeita o direito individual de escolher seu próprio caminho a Deus. Unidade pratica um Cristianismo prático positivo... nós honramos as verdades universais em todas as religiões.”

Obviamente, Jesus Cristo representa um problema, mas não para essa igreja. O ministro continuou dizendo: “Enxergamos Jesus como um mestre e professor de verdades universais... cremos que Jesus expressou Seu potencial divino e cada pessoa possui o potencial de expressar aquela mesma perfeição.”

Como isso é confortador! Assim como Jesus, podemos viver o potencial de nossa perfeição.

Do outro lado da página no jornal, havia uma sessão de perguntas e respostas. O pastor respondeu à pergunta de como ir para o céu. Ele afirmou: “Não podemos saber quem tem a senha correta, até que venha a morte. O testemunho de nossa própria Escritura Sagrada não é o suficiente [a pessoa só recebe sua senha após a morte]. O Cristianismo tem de lidar com a alegação exclusivista de João 14.6, onde Cristo disse: ‘Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, a não ser por mim.’ Mas, mesmo essa crença, existe espaço para ginástica teológica, caso alguém deseje.” Ele conclui escrevendo: “A resolução virá somente quando nossas almas estiverem diante de Deus no julgamento após a morte.”

Meu amigo, aí já será tarde demais—a não ser que todos serão salvos.

Meu amigo, não existe sequer um verso na Bíblia nos dizendo que recebemos a senha correta somente após a morte; nós a recebemos antes da morte. A senha é a seguinte, a não ser que você queira fazer uma ginástica teológica:

Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo (Romanos 10.13).

O fato de que recebemos a senha agora dá ao anjo a razão objetiva para nos chamar de bem-aventurados. Veja o que João escreve no verso 13 após falar sobre a ira de Deus e o destino dos que morrem sem Cristo:

...Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor...

Como somos bem-aventurados quando morrermos? Quando morremos “no Senhor”! Ou seja, morremos com o conhecimento de que Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, é o nosso Senhor vivo. E já que Ele está vivo, após a morte, nós viveremos com Ele eternamente.

Conclusão

Cristo não é somente um mestre; Ele não é apenas um exemplo de perfeição. Cristo é o nosso Salvador. Fomos a Ele em busca de perdão e Ele nos deu a senha para a vida eterna!

E esse é o ponto final na pregação do terceiro anjo—a ira de Deus é não somente pessoal, terrível e eterna, mas ela é totalmente evitável através de Jesus Cristo, nosso Senhor.

 

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 12/04/2009

© Copyright 2009 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

 

 

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