
Quinta Coluna
Quinta Coluna
O Anticristo e as Muitas Faces do Mal—Parte 7
Apocalipse 13.11–15
Introdução
Em 1939, quando a Guerra Civil Espanhola estava terminando, o General Mola fazia seus últimos planos para atacar Madri. Alguém lhe perguntou qual das quatro colunas entraria primeiro na cidade. Ele respondeu com palavras famosas até hoje, dizendo que a primeira seria a “quinta coluna.” A esperança do General Mola estava em um grupo de rebeldes simpatizantes vivendo em meio à população dentro de Madri. Eles já estavam trabalhando atrás das linhas inimigas dos Lealistas, ajudando o General em sua causa e preparando o solo para a tomada de Madri.
Desde essa época, a expressão “quinta coluna” tem sido usada ao redor do mundo para descrever pessoas que ajudam o inimigo a partir de dentro.
O equivalente bíblico para “quinta coluna” é “apóstata.” Um apóstata é aquele que se disfarça por um tempo de crente dentro do corpo, mas, por fim, revela sua fé falsa.
Esse é aquele que diz conhecer Cristo e ir à igreja, mas, num dado momento de sua vida, anuncia que não crê na Bíblia mais, abandona a igreja e nega Cristo pelo resto de sua vida.
O apóstolo João escreveu sobre esse tipo de pessoa em 1 João 2.19 dizendo o seguinte:
Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos.
À luz de nosso estudo em Apocalipse 13 sobre o Anticristo, achei interessante que João continua escrevendo no mesmo parágrafo, versos 21 a 22:
Não vos escrevi porque não saibais a verdade; antes, porque a sabeis, e porque mentira alguma jamais procede da verdade. Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, o que nega o Pai e o Filho.
Então, João escreve sobre aqueles que abandonaram a igreja—apóstatas que negam a verdade sobre Cristo.
Ainda pior do que esses são aqueles que nunca saem da igreja. Eles formam uma quinta coluna e sua lealdade, na realidade, está com o inimigo da igreja.
Pior do que esses são os que deveriam ser pastores; aqueles que estão na liderança, mas que acabam desviando as ovelhas do caminho.
Esse foi o alerta de Paulo aos presbíteros de Éfeso quando ele mandou que cuidassem de si mesmos e do rebanho porque dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles (Atos 20.30).
A palavra pervertidas, diastrepho, pode ser traduzida como “distorcer.” Ou seja, esses apóstatas se escondem sob a máscara da espiritualidade; eles parecem ser sadios e genuínos, mas, na verdade, distorcem a verdade e seu significado; eles utilizam a mesma terminologia das Escrituras, mas com um dicionário diferente.
Concordo com um autor que escreveu que não precisa de muito esforço para perceber que vivemos em uma geração de crescente apostasia.
Paulo escreveu a Tito que os que abandonam a verdade são impuros e corrompidos; No tocante a Deus, professam conhecê-lo; entretanto, o negam por suas obras (Tito 1.15–16).
É contra essas pessoas que Paulo adverte a igreja de todas as gerações; essa é a sempre presente quinta coluna. São esses os que diluem o Evangelho e denigrem a missão da igreja, de forma que ela passa a ser um corpo de doutrinas inofensivas. Dessa forma, todas as pessoas podem fazer parte e todos estão a caminho do céu, independente de seu estilo de vida. Na verdade, todos podem ir para o céu pelo caminho que bem desejarem.
Quando o mundo finalmente se unir sob um governo e uma economia globais, também descobrimos na visão que João tem da Tribulação o surgimento de uma religião mundial. Ela começa com a aceitação de todas as religiões, desde que nenhuma religião negue a validade de outra religião.
Na metade da Tribulação, conforme veremos em Apocalipse 13, os bons dias de “todos os deuses são válidos” se transformarão em uma religião com um deus apenas—o Anticristo—e todo ser humano no planeta terá o dever de adorá-lo; caso contrário, morrerá.
Então, os dias que conduzem ao surgimento do Anticristo serão marcados por muitos anticristos—ou pelo espírito do anticristo, o qual nega a verdade exclusiva de que Cristo é Deus em carne (1 João 4.3).
O espírito do anticristo odiará especialmente esse papel de salvação exclusivo de Jesus Cristo. Conforme a Bíblia ensina:
E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos (Atos 4.12).
Essa foi a mensagem da igreja primitiva, e ela foi tão resistida naquela época como é resistida em nossos dias; e ela será e sentença de morte daquele que crer nela durante o período da Tribulação.
Antes de observarmos como o Anticristo opera nessa religião de um mundo unificado, creio ser absolutamente necessário alertar a igreja da presente dispensação de que o que João escreveu existe em nossos dias—o espírito do anticristo está aqui.
O Espírito do Anticristo: A Quinta Coluna
O Novo Testamento claramente identifica a quinta coluna dentro das paredes da igreja usando duas características predominantes.
- Primeiro, a quinta coluna dentro da igreja nega qualquer verdade bíblica que não gosta.
- Segundo, a quinta coluna vive o estilo de vida que gosta.
Conforme João já nos revelou em Apocalipse 2 e 3, a igreja apóstata distorce a verdade a fim de acomodar comportamento pecaminoso. Várias das sete igrejas que receberam as cartas estavam envolvidas abertamente em imoralidade e todos ou ignoravam a situação, ou a aceitavam.
Então, a igreja de hoje pode ser categorizada como apóstata—ou quase—pois observamos a falta de diferença nas vidas de crentes professos. O pecado é aceito e a igreja não fica incomodada.
Um jovem homem recém-formado em nosso seminário me contou que, logo após ter assumido a igreja para a qual havia sido chamado para ser pastor, ele recebeu uma ligação; era sexta-feira à noite, dois dias antes de ele pregar seu primeiro sermão naquela igreja. A ligação era de um homem de fora da igreja que estava tentando se reconciliar com sua esposa que frequentava aquela igreja. O homem queria que o pastor lesse a carta que ele tinha escrito para sua esposa separada e queria se encontrar com ele. Esse jovem pastor me disse com bastante animação: “Imagine, no meu primeiro final de semana, já estou me envolvendo na restauração de um casamento!”
Entretanto, quando o pastor se encontrou com o homem um pouco mais tarde naquela sexta-feira, tudo mudou. Enquanto lia a carta, ele percebeu que esse homem estava implorando em vão. A esposa dele não estava muito interessada em reconciliação porque já estava vivendo com outro homem, o qual acontecia de frequentar a mesma igreja.
Obviamente, todos na igreja sabiam disso. O jovem pastor ainda descobriu que o homem com o qual a mulher estava envolvida era, na verdade, um dos líderes da igreja. Ele era até o presidente do comitê de busca pastoral que havia acabado de convidá-lo para o ministério naquela igreja. E esse era apenas seu primeiro final de semana ali.
Em todas as grandes denominações de hoje, a verdade é bem conhecida: aborto é tão comum dentro da igreja quanto fora; fornicação é esperada de adultos solteiros crentes; pornografia é alarmante dentro da igreja; divórcio é normal; avareza é cotidiana e fofoca não tem freios; homossexualismo é aceito e até encorajado; adúlteros andam pela igreja sem o mínimo arrependimento e sem serem confrontados. Essas pessoas professam conhecer a Deus, mas suas obras O negam.
Ao comportamento apóstata, adicione a crença apóstata.
Em geral, a igreja de nossos dias tem abandonado as doutrinas bíblicas históricas por as considerar como intolerantes e antiquadas. A doutrina não é negada, mas distorcida discretamente; como Paulo advertiu, pervertida.
Nenhum apóstata dentro da igreja se levanta e afirma que nega a Cristo de agora em diante, mas ele negará que Jesus Cristo é Deus em carne, que a ressurreição foi literal, que a Bíblia é infalível, que o inferno é um lugar real. O apóstata não nega a existência de Cristo, mas nega que somente Cristo é Deus.
O movimento da igreja emergente, bastante popular em alguns círculos hoje, é apenas mais um movimento apóstata de líderes eclesiásticos que negam, dentre outras doutrinas históricas, a necessidade da fé em Cristo somente para a salvação.
Henri Nouwen, um padre católico cujos escritos ajudaram a fundar o movimento emergente, explica sua crença de forma enganosa quando escreve:
Pessoalmente, creio que, apesar de Jesus ter vindo abrir a porta da casa de Deus, todos os seres humanos podem entrar por essa porta, quer conheçam Jesus ou não. Hoje, entendo que o meu chamado é ajudar cada pessoa a declarar seu próprio caminho a Deus.
Essa doutrina é aceita por muitos “crentes” de nossos dias e já se infiltrou nas principais denominações evangélicas também.
Brian McLaren, enumerado por uma revista como um dos “25 Homens Mais Influentes” nos Estados Unidos, escreveu recentemente uma declaração pervertida em seu livro Uma Ortodoxia Generosa (outra forma de dizer que todos irão para o céu). Ele escreveu:
Eu não creio que fazer discípulos é o mesmo que converter aderentes ao Cristianismo. É aconselhável, em muitas circunstâncias, ajudar pessoas a se tornarem seguidoras de Jesus, mas, ao mesmo tempo, permanecendo em seus contextos budistas ou hinduístas.
Ou seja, a pessoa pode ser crente e permanecer com sua fé budista ou hinduísta.
A propósito, esse é o mesmo raciocínio pervertido popularizado por “pessoas da fé” sobre as quais ouvimos nossa vida inteira—e toda geração tem um porta-voz.
Madre Teresa de Calcutá, que morreu pouco tempo atrás, era admirada—e com justiça—por suas clínicas que forneceram auxílio médico seguro e limpo a doentes terminais. Eu visitei uma de suas clínicas em Calcutá. Por outro lado, sua teologia era outra coisa e sempre me espanto ao ouvir líderes evangélicos citando-a como se ela tivesse sido uma crente verdadeira. Ela disse em uma entrevista: “Se, ao nos encontrar face-a-face com Deus, nós O recebermos em nossas vidas, então nos tornamos um hinduísta melhor, um muçulmano melhor, um católico melhor, melhor no que quer que sejamos. Aquilo que Deus é em sua mente, você precisa aceitar.”
Que esperança vazia!
Eu não quero o deus da minha mente—quero o Deus da Palavra. Eu não preciso de um deus que eu inventei—preciso do Deus revelado nas Santas Escrituras, o qual jamais poderíamos inventar e não podemos sequer começar a compreender.
Essa doutrina histórica da salvação pela fé em Cristo somente tem sido distorcida por líderes pseudo-esprituais, como um deles recentemente fez com um engano bem elaborado que até passa despercebido pela igreja que nada suspeita. Ele disse: “Apesar de crer em Jesus como meu Salvador pessoal, esse não é o motivo de eu ser um crente. Eu sou crente porque creio que Jesus é o Salvador do mundo inteiro.”
Jesus Cristo pregou uma mensagem diferente, não foi? E Sua mensagem não foi tão popular assim. O motivo é que ela não foi inclusiva. Na verdade, em uma ocasião, Ele disse que a maioria das pessoas não está indo para o céu, mas para o inferno. Ele disse:
...larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela... (Mateus 7.13).
Em outras palavras, nem todos chegarão a Deus, mesmo que um pregador famoso autor livros pregue o contrário.
Recentemente, uma senhora de nossa igreja me enviou um e-mail. Já faz alguns meses que ela e sue marido têm frequentado nossa igreja. Ela disse que saíram de outra igreja batista da região e me explicou por que. Em um estudo bíblico, houve uma conversa sobre pluralismo—ou seja, que muitos caminhos levam a Deus. Ela me disse que tudo, desde Islamismo a Hinduísmo, foi aceito. Quando ouviu isso, ela citou João 14.6, onde Jesus Cristo diz que Ele é o caminho, a verdade e a vida, e que ninguém vai ao Pai se não for através dEle. Apenas uma outra senhora no estudo bíblico concordou com ela. Num domingo após esse acontecido, ela perguntou a seu professor de escola dominical sobre essa perspectiva pluralista, e ele também cria daquela forma. Na verdade, seu professor afirmou que João 14.6 possui várias interpretações, e que ela precisava conversar com um professor de hebraico para entender que o verso não exclui Islamismo ou Hinduísmo.
Achei interessante que esse professor tenha mandado a mulher consultar um professor de hebraico se o verso foi escrito em grego—apenas um detalhe.
Esse professor continuou dizendo que João era o único lugar na Bíblia onde diz que Jesus é o único caminho para Deus.
A senhora escreveu: “Fiquei com a impressão de que vários líderes da igreja apoiavam secretamente essa perspectiva de muitos caminhos a Deus.”
Bom, se você se encontra numa igreja que nega a exclusividade da expiação de Cristo para o perdão de pecados e vida eterna, eu digo o seguinte: “Saia! Corra para uma igreja que prega a verdade!”
Meu querido, quanto mais nos aproximamos do final da era da igreja, mais resistência o mundo apresentará à reivindicação exclusiva de Cristo a fim de preparar o palco para a apresentação do Anticristo, o qual, em questão de 36 meses, terá o mundo prostrado adorando a ele somente.
O mundo que recusa adorar Cristo somente em breve avidamente adorará o Anticristo somente.
Então, para cada geração, o apóstolo Paulo adverte a igreja da multidão de falsos mestres que tentarão enganar o rebanho de Deus. Ele escreveu aos coríntios:
Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras (2 Coríntios 11.13–15).
Por que é tão fácil enganar pessoas? Como esses homens escapam disso sem que as pessoas acordem para o engano?
Uma coisa é certa, Satanás sabe que o coração humano foi criado para adorar e ele adorará qualquer coisa ou pessoa. Todos possuem fé em alguma coisa; todos crêem em alguém.
Prepare-se—está chegando o dia quando a humanidade será enganada por um líder religioso que moverá o coração humano a adorar o Anticristo.
A Parceria do Anti-Espírito
Veja, agora, Apocalipse 13.11. Com estas primeiras palavras, João apresenta sua nova visão:
Vi ainda outra besta emergir da terra...
Perceba que a primeira besta—o Anticristo—veio do mar, conforme vemos no verso 1 do mesmo capítulo. Provavelmente, esse mar representa o Mar Mediterrâneo, já que o Anticristo surgirá do Império Romano restaurado que cerca esse mar.
Essa segunda besta, chamada de “falso profeta” em Apocalipse 19, sobe da terra. A palavra traduzida como terra é usada em Mateus 2.6 para falar da terra de Judá; também no verso 20 do mesmo capítulo sobre a terra de Israel. Por esse motivo, alguns conjecturam que o falso profeta será judeu.
Você pode pensar: “Duvido que um judeu promoveria um sistema de adoração mundial unificado e tentaria conviver bem com muçulmanos e cristãos.”
Eu tenho em meu escritório a cópia de uma entrevista que aconteceu poucos anos atrás com o principal rabino de Israel e ele disse: “O meu sonho é criar uma Organização das Nações Unidas Religiosa.”
O rabino explicou que, já que Abraão é o pai de todas as três religiões monoteístas abraçadas pela maioria da população mundial—Islamismo, Judaísmo e Cristianismo—essa conexão deveria começar um diálogo de paz.
Você pode estar pensando: “Os muçulmanos jamais seguirão um líder religioso judeu.”
Poucos anos atrás, um periódico publicou um artigo relatando que o rei da Arábia Saudita, um muçulmano devoto representando o país com maior intolerância religiosa no planeta, convocou uma conferência na Espanha. Essa conferência em Madri foi chamada de “histórica.” Ela foi bastante inclusiva, e dela participaram líderes evangélicos de várias denominações, hinduístas, budistas, siquistas e zoroastras.
Trezentos líderes religiosos se reuniram na Espanha onde esse rei muçulmano chocou todos ao demonstrar estar aberto às demais religiões quando disse: “Todos nós cremos em um Deus que enviou mensageiros para o bem da humanidade, tanto neste mundo quanto no do porvir.” Ou seja, precisamos encontrar um ponto em comum em nosso monoteísmo e conviver bem em nome da unidade religiosa.
João registra nesse verso o surgimento de um homem poderoso, inspirado pelo demônio que ascenderá à posição de liderança pseudo-espiritual.
Veja o que João escreve mais adiante em Apocalipse 13.11b:
...possuía dois chifres, parecendo cordeiro, mas falava como dragão.
Muito provavelmente, essa imagem de um cordeiro não diz respeito à sua falsificação de Cristo, o Cordeiro—sabemos que o Anticristo tentará fazer isso. Essa linguagem serve para conduzir o leitor de volta a Mateus 7.15. É nessa passagem que Cristo descreve os falsos líderes religiosos como homens vestidos como ovelhas inofensivas, mas que são lobos famintos que despedaçarão as ovelhas.
Isso faz parte do engano do falso profeta. Ninguém tem medo de um cordeiro; cordeiros não assustam as pessoas; eles são mansos, inofensivos, inocentes e, por toda a Bíblia, eles são cerimonialmente puros.
Ele será um cavalheiro perfeito.
Contudo, João adiciona um detalhe a essa descrição: mas falava como dragão.
Isso amarra o falso profeta ao linguajar de Satanás, o qual é chamado de dragão.
Mas como um dragão fala?
...ele é mentiroso e pai da mentira (João 8.44).
João também disse que, quando Satanás mente, ele fala o que lhe é próprio.
O falso profeta é um comparsa do inimigo; seu parceiro é Satanás. Ele atuará como uma quinta coluna que opera atrás das linhas inimigas, ajudando, no fim, aquele que destruirá as bilhões de pessoas que sucumbiram diante desse falso messias.
Falsos profetas são todos assim. Eles geralmente têm uma aparência de mansos e inofensivos; eles oferecem esperança e solução para problemas que perturbam homens e mulheres. Contudo, eles representam a voz do inferno e, quando abrem a boca, Satanás fala. Esse falso profeta virá como cordeiro, proferindo palavras falsas e enganosas de conforto. Ele prometerá às pessoas deste mundo atormentadas e sofredoras que tudo ficará bem.
F. F. Bruce o chamou de o “Ministro da Propaganda.”
Na realidade, esse falso profeta é parceiro do próprio diabo.
Quero destacar não somente a sua parceria, mas também seu objetivo primário.
O Zelo do Anti-Espírito
Veja Apocalipse 13.12:
Exerce toda a autoridade da primeira besta [o Anticristo] na sua presença...
Alguns acreditam que o falso profeta é o Anticristo. O texto indica claramente que ele exerce a autoridade do Anticristo na presença do Anticristo.
Outros afirmam que o falso profeta não é uma pessoa, mas uma intuição ou uma ideologia religiosa. O problema com isso é que instituições e ideologias não podem ser lançadas no inferno, somente pessoas serão julgadas por Deus.
Apocalipse 19.20 revela o destino terrível da besta:
Mas a besta foi aprisionada, e com ela o falso profeta que, com os sinais feitos diante dela, seduziu aqueles que receberam a marca da besta e eram os adoradores da sua imagem. Os dois foram lançados vivos dentro do lago de fogo que arde com enxofre.
Contudo, por um curto espaço de tempo, o falso profeta agirá com grande zelo para realizar o que? Veja o verso 12 novamente:
...Faz com que a terra e os seus habitantes adorem a primeira besta, cuja ferida mortal fora curada.
De forma simples, sua maior devoção será estabelecer uma religião mundial unificada que ergue a voz da humanidade para louvar e glorificar o falso messias. Ele atua como aquele que busca glorificar o Anticristo.
Assim como Satanás busca falsificar Deus o Pai, o Anticristo tentará falsificar Deus o Filho e o falso profeta tentará falsificar o Espírito Santo.
Veja os contrastes das descrições que vemos na Bíblia:
ESPÍRITO SANTO |
FALSO PROFETA |
exalta Cristo (João 15.26) |
Exaltará o Anticristo |
Revela a revelação divina (João 16.13) |
Será instrumento da revelação satânica |
Sela os crentes como posse de Deus para sempre (1 João 3.24) |
Selará os descrentes com o número do Anticristo |
Edifica o corpo de Cristo (João 7.37–39) |
Edificará os seguidores do Anticristo |
Ilumina a humanidade com a verdade de Deus (João 14.17) |
Engana a humanidade com a mentira de Satanás |
O que vemos facilmente é nada mais que uma trindade falsificada:
- A primeira pessoa—Satanás—anti-Deus, que é o pai de todo plano e conspiração;
- A segunda pessoa—o “filho da perdição” de Satanás—o Anticristo—um ser humano capacitado por ele a realizar sua vontade;
- A terceira pessoa—o anti-Espírito—aquele que exalta o “filho da perdição” e sela seus seguidores para sempre.
Essa é a anti-trindade—a trindade falsificada do reino das trevas que vem para enganar o mundo, impedindo-o de seguir o Deus vivo e verdadeiro e os que seguem o reino celestial.
E a anti-trindade falará coisas bastante parecidas com as que mencionei no início de nosso estudo hoje.
Rob Bell, outro suposto líder da igreja emergente, foi entrevistado por uma revista supostamente evangélica. Nessa entrevista, ele disse:
A igreja tem pregado mensagens terríveis sobre ser deixado para trás dizendo que este mundo será queimado—[essas são] mensagens totalmente tóxicas contrárias ao ensino das Escrituras, as quais afirmam que temos relacionamento com Deus, com a terra e com o próximo. Seu relacionamento com Deus está ligado ao seu relacionamento com o solo... [daí ele diz] volte para Gênesis.
Então eu fiz isso! Voltei a Gênesis. Lá, descobrimos o pecado original e a morte espiritual da humanidade pela desobediência—perdendo seu relacionamento com Deus. Contudo, vemos a iniciativa de Deus em tomar a vida de animais inocentes e vestir a pele de Adão e Eva—um retrato da expiação sacrificial que culminará no sacrifício final prometido a Adão e Eva, a semente da mulher, o Messias sofredor que esmagará a cabeça da serpente numa vitória final.
É isso o que encontramos em Gênesis.
É também em Gênesis que vemos o mundo julgado por um dilúvio e os que ficam do lado de fora da arca são destruídos. Isso soa bem parecido com deixados para trás e com a ideia de que este lugar será julgado!
Quando voltamos a Gênesis, vemos Satanás, pecado, expiação, graça, promessa e um Messias vindouro.
Meu amigo, seu relacionamento com Deus hoje, caso você tenha um, não está ligado ao solo—ele está ligado a um Salvador. Qualquer pessoa que disser outra coisa é um falso mestre que profere as mentiras do dragão.
A quinta coluna—descrentes dentro da igreja—promoverão unidade em detrimento da verdade. Mas a unidade religiosa pela qual o mundo clama é trivial, superficial, egoísta e, no fim, falha e temporária.
Todavia, uma congregação comprometida com a verdade revelada nas Escrituras pode desfrutar de unidade de coração e propósito—não somente dentro de uma assembleia, mas com outras também. Uma harmonia religiosa alegre e verdadeira com outros irmãos é baseada na verdade objetiva revelada na Bíblia, edificada sobre Cristo, nosso Senhor, e que busca a declaração do Evangelho de Cristo e a glória de Deus.
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 08/02/2009
© Copyright 2009 Stephen Davey
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