
O Incansável Dragão Vermelho
O Incansável Dragão Vermelho
O Anticristo e as Muitas Faces do Mal—Parte 1
Apocalipse 12.1–6
Introdução
Se fôssemos escolher algumas palavras para descrever Satanás, creio que escolheríamos termos como corrupto, sinistro, maligno e orgulhoso. Uma palavra que se destacará em nossos estudos em Apocalipse será “incansável.”
Semelhantemente, se fôssemos escolher um símbolo ou imagem para descrever Satanás, teríamos várias opções: serpente astuta, anjo de luz enganador, leão que ruge à espreita de vítimas, ou o símbolo menos conhecido de um dragão vermelho, o qual o apóstolo João utiliza. De fato, a imagem é a de um dragão vermelho incansável.
Se fôssemos destacar um sentimento desse dragão que parece motivar todas as outras paixões de sua condição caída e corrompida, ele seria ódio—especialmente contra o povo judeu.
Contudo, isso é mais do que ódio pelos judeus; seu ódio é contra a sua eleição como nação de Deus, a qual é conhecida como o povo de Deus. Satanás odeia a aliança que Deus estabeleceu com Israel; ele odeia o reino e o rei vindouros—o Deus-Homem que um dia se assentará no trono de Davi.
Uma das maiores provas de que a interpretação dispensacionalista das profecias está correta—que é outra forma de descrever a abordagem literal do significado da Bíblia—é a contínua perseguição contra os judeus. Se a igreja simplesmente absorvesse para si todas as promessas feitas a Israel; se as promessas da aliança com Israel de uma terra, uma nação e um trono não importam mais; se a igreja cancelou o futuro da nação de Israel na terra prometida, então por que existe constante ódio e perseguição contra os judeus que são explicados apenas como ação demoníaca? Por que têm havido tantas tentativas históricas em praticamente todos os continentes de erradicar o povo judeu? Por que as páginas da história estão manchadas com o sangue do povo judeu?
No século segundo, muitos judeus no Egito e na região da Mesopotâmia foram vendidos à escravidão de forma que o preço de um judeu saudável era o mesmo de um cavalo.
As cruzadas que começaram no século onze acabaram com as vidas de centenas de milhares de judeus.
Mil anos atrás, os judeus foram banidos da Inglaterra; na França e na Alemanha, eles foram culpados pela peste negra e tratados com crueldade.
Você pode dizer: “Mas isso foi no século treze. Isso é história antiga.”
No mesmo ano em que Cristóvão Colombo descobriu as Américas, a Espanha expulsou todos os judeus do país.
“Mas isso foi no século quinze, um tempo atrasado. As pessoas achavam que os judeus eram animais, mas também pensavam que a Terra era plana.”
Na semana passada, encontrei uma nota de rodapé interessante escrita nos anos de 1780. Enquanto a França enfrentava os motins de sua revolução sanguinária, Thomas Jefferson assumiu o lugar de Benjamim Franklin como herói e diplomata da nação americana que se formava. Quando o poder da monarquia francesa estava sendo repassado para o povo, a Assembleia Nacional da França pediu a ajuda de Thomas Jefferson apara compor a Declaração de Independência. Jefferson e Lafayette já haviam juntos trabalhado na introdução. Sem referência alguma a um Criador, o primeiro artigo diz simplesmente: “Todos os homens nascem e permanecem livres e possuem direitos iguais.” Entretanto, cave mais a fundo nisso e você descobrirá que os direitos civis eram negados a três categorias bastante específicas de pessoas: atores, protestantes e judeus.
Ser ator é uma profissão que pode ser mudada; o protestante é membro de uma seita religiosa que se pode deixar; mas um judeu não pode mudar quem ele é e, como resultado, a grande Revolução Francesa deixou uma raça de pessoa sem a proteção da constituição, assim como muitos países deixaram de proteger os negros.
“Mas isso foi em 1780. É claro que as coisas mudaram para essa raça após séculos de perseguição.”
Cerca de 130 anos depois que os franceses ratificaram sua constituição, um jovem rapaz estava na Biblioteca Hofber em Viena, Áustria, de pé diante da caixa daquilo que se acreditava ser a lança que feriu o lado de Jesus. Ele odiava Jesus Cristo e odiava o povo judeu. Com seus vinte anos de idade, ele tinha ouvido um guia nessa mesma biblioteca dizer a seu grupo: “Essa lança encobre muitos mistérios e quem descobrir seus segredos conseguirá governar o mundo.” Esse jovem diria no futuro: “Aquelas palavras mudaram minha vida.” Ali mesmo diante daquela lança, o jovem fez um pacto com Satanás, convidando os poderes daquela lança que perfurara Jesus a invadir sua própria vida. Outro jovem, chamado Walter Stein e que se tornou amigo de Adolf Hitler, escreveu que, quando Hitler estava diante daquela lança, “ele ficou como que em transe... o lugar ao seu redor parecia ter sido vivificado com alguma forma [estranha] de luz. Ele pareceu ter sido transformado, como que se algum espírito poderoso habitasse sua própria alma, criando dentro dele e ao seu redor uma transformação maligna.”
Achei interessante descobrir que, quando Hitler marchou vitoriosamente por Viena, ele entrou nessa biblioteca e pegou para si aquela lança. Depois disse: “Agora tenho o mundo em minhas mãos.”
Sem dúvidas, esse homem inspirado e capacitado pelo demônio marcharia pela Europa um dia em vitória triunfante. Enquanto milhões erguiam suas mãos para ele e gritavam, “Heil Hitler,” ao mesmo tempo, milhões de judeus eram queimados à morte em fornos dentro dos campos de concentração.
“Mas isso foi no início do século vinte. O mundo está melhor agora.”
Não. Esse ódio a Cristo a aos judeus não sumiu porque o diabo não se aposentou de sua maior paixão. Apesar de hoje ele não ter um empreendedor global, ele ainda fomenta, organiza e seduz pessoas para participar de sua empreitada.
Um artigo de jornal que li relatou, anos atrás, a popularidade de jogos de videogame na Alemanha e na Áustria. Existem mais de cem jogos diferentes categorizados como “Administrador de KZ”—“KZ” são as iniciais para “campo de concentração” em alemão. Nesses jogos, o jogador administra um campo de concentração completo, até mesmo com um castelo com uma bandeira da suástica. O jogador administra o campo e ganha pontos ao matar prisioneiros na câmara de gás e vender obturações de ouro roubadas das vítimas. Ele também ganha dinheiro ao vender uma série de produtos fabricados por prisioneiros a fim de comprar mais gás para as câmaras de gás—e tudo isso ele precisa fazer, a propósito, sem levantar a suspeita das pessoas que estão fora do campo. Uma organização judaica relatou a popularidade desses jogos entre os jovens europeus. Jornais da Áustria publicaram os resultados de uma pesquisa feita com estudantes em uma cidade apenas: 61% dos alunos ou sabem a respeito do jogo ou já jogaram.
“Mas isso foi vinte anos atrás. É claro que Satanás já se cansou e as pessoas são mais tolerantes hoje para com outras religiões e raças. Isso já acontece há séculos e já deveria ter terminado em nossos dias.”
Ainda não. Poucos anos atrás, o jornal CNN anunciou a seguinte notícia: “Antissemitismo cresce pelo mundo.” A reportagem continuou falando sobre incidentes atuais de antissemitismo na Argentina, Austrália, Canadá, África do Sul, Rússia, França, Alemanha, Inglaterra e, é claro, no Oriente Médio, e esses incidentes apenas crescem em número e instabilidade.
Uma das maiores provas que Deus ainda não terminou Seu plano com Israel é que o diabo não deixa essa nação em paz.
Um dos maiores fervores de Satanás é a exterminação dos judeus. E ele tentará destruí-los muito tempo depois de a igreja já ter sido estabelecida; na verdade, até depois de a igreja ter sido arrebatada. Por que? Porque Satanás também interpreta profecia literalmente.
Como resultado, Satanás precisa se livrar dos judeus e, se possível, acabar com a possibilidade de a aliança de Deus com Israel se cumprir. E se Deus é incapaz de cumprir as promessas de Sua aliança a respeito de uma terra, então Deus não é Deus; na verdade, Ele passa a ser um mentiroso, pois prometeu algo que é incapaz de realizar.
Além disso, Satanás entende plenamente as ramificações do livro de Apocalipse que temos estudado. Se os 144 mil judeus evangelistas varrerão a Terra convertendo muitos e multiplicando os milhões de toda língua, tribo e nação que crerão em Cristo, então ele precisa dizimar os judeus para que isso não aconteça no futuro. Se Israel será um dia reunida de volta em Jerusalém, então o diabo precisa manter Jerusalém fora das mãos dos judeus.
Satanás tentará frustrar os planos de Cristo e matar os judeus até que Cristo o encarcere no Lago de Fogo eternamente.
Esse, meu amigo, é o motivo por trás dos noticiários; o dragão vermelho é o motivo por que as páginas da história estão manchadas com o sangue do povo judeu. E durante a Tribulação, o dragão não atuará sozinho; também veremos o trabalho do Anticristo e do falso profeta.
Apocalipse 12 e 13, na verdade, foram projetados para nos apresentar basicamente aos personagens principais, os quais eu chamo de “as muitas faces do mal,” enquanto continuamos indo em direção aos dias finais da Tribulação e à Batalha do Armagedom. Um novo assassino global dos judeus está prestes a entrar em cena.
Muitas Faces
Contudo, antes de nos apresentar a esse novo assassino dos judeus, João precisa fazer outras apresentações.
- A mulher.
Vamos começar em Apocalipse 12.1–2:
Viu-se grande sinal no céu, a saber, uma mulher vestida do sol com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça, que, achando-se grávida, grita com as dores de parto, sofrendo tormentos para dar à luz.
A coisa maravilhosa em se interpretar profecia literalmente é que interpretamos literalmente as metáforas, símiles e outras figuras de linguagem quando o texto nos informa que essa é a intenção.
Somos claramente informados no verso 1 que esse é um sinal. A linguagem grega chama essa mulher de um semeion mega—grande sinal—algo que nos diz de imediato que não se trata de uma mulher de fato, mas que essa mulher representa simbolicamente outra pessoa ou entidade.
João escreve:
Viu-se grande sinal no céu...
Nessa visão simbólica, João vê uma mulher em parto, vestida com a luz, com a lua debaixo de seus pés e usando uma coroa com estrelas.
A propósito, essa não é a primeira mulher simbólica a aparecer no livro de Apocalipse:
- No capítulo 2, descobrimos uma mulher literal chamada simbolicamente de Jezabel porque conduzia a igreja ao erro e ao pecado.
- Mais adiante, no capítulo 17, veremos uma meretriz que simboliza a falsa religião do Anticristo.
- E no capítulo 19, vemos mais uma mulher que simboliza a esposa de Cristo—ela é chamada de a noiva do Cordeiro.
Então, nesses versos do capítulo 12, nos encontramos com mais uma mulher simbólica. Esta se encontra com dores de parto, vestida de forma bastante diferente de sua esposa quando entra na sala de parto—não há coroas, estrelas ou lua.
A pergunta óbvia é: quem essa mulher representa?
Em minha pesquisa, deparei-me com pelo menos cinco opiniões diferentes. Darei as quatro perspectivas erradas e, por fim, a correta.
Mary Baker Eddy cria que ela mesma era a mulher e que a criança a quem deu à luz foi a seita da Ciência Cristã que surgiu em 1879. Infelizmente, a essa altura ela sabe que não era a mulher.
A Igreja Católica Romana crê que a mulher é Maria, a quem chamam de Rainha do Céu, e também crê que ela foi tomada sem morrer. Existem muitos problemas com essa perspectiva, sendo o principal deles a deificação de Maria à posição igual a Cristo. Entretanto, mais especificamente, em relação ao texto em particular, Maria já está coroada no céu, mas ainda carregando Jesus no ventre, o qual ainda nascerá, será crucificado, ressuscitará e ascenderá ao céu.
Uma terceira interpretação é a de que a mulher representa o próprio Deus. Isso não explica como Deus dá à luz o próprio Deus e depois tem que fugir do dragão, como veremos depois.
Uma quarta perspectiva é a de que a mulher é a igreja. Apesar de a igreja ser simbolicamente representada por uma mulher—a noiva de Cristo—lembre-se que ela é a noiva de Cristo, não a mulher dando à luz Cristo.
Jesus Cristo não nasceu da igreja; a igreja é que nasceu de Jesus Cristo.
A interpretação que se encaixa no contexto desse capítulo, bem como no restante das Escrituras, é que essa mulher representa Israel. Isso porque Jesus nasceu da semente de Israel; o Deus-Homem era um parente judeu. Além disso, os profetas Isaías e Jeremias utilizam a imagem de Israel como sendo uma mulher em trabalho de parto.
Quando Cristo nasceu, Israel estava debaixo do domínio romano, e a perseguição adicional pelo próprio Satanás para destruir o Cristo menino é um dos dramas principais na narrativa do Natal. A agonia de Israel foi ouvida por todos quando Herodes mandou matar todos os bebês meninos de dois anos para baixo na região de Belém a fim de destruir aquele que tinha nascido, o Rei dos judeus (Mateus 2.16).
Perceba, novamente, no verso 1 que a aparência simbólica dessa mulher está claramente ligada a Israel também, estando ela vestida com o sol, a lua e doze estrelas.
De fato, existe somente um lugar nas Escrituras onde encontramos esses símbolos unidos e essa passagem serve de comentário maravilhoso para a visão de João em Apocalipse. O outro lugar é em Gênesis 37 quando José descreve seu sonho aos seus irmãos e pai.
Nesse sonho, o sol, a lua e as doze estrelas representam a nação de Israel.
Quando comparamos os símbolos no primeiro livro da Bíblia com os do último livro, temos:
- Israel vestido do sol—uma alusão em Gênesis 37 a Jacó, o qual estava na linhagem para herdar a bênção da Aliança Abraâmica;
- A lua—uma referência a Raquel, a esposa de Jacó e mãe de José;
- As doze estrelas—representando as doze tribos de Israel e deles vem o nascimento do Messias.
Em seguida, temos a apresentação da primeira face do mal.
- O dragão.
Veja quem anda à espreita em Apocalipse 12.3–4:
Viu-se, também, outro sinal no céu, e eis um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças, sete diademas. A sua cauda arrastava a terça parte das estrelas do céu, as quais lançou para a terra; e o dragão se deteve em frente da mulher que estava para dar à luz, a fim de lhe devorar o filho quando nascesse.
Agora, você deve estar pensando que é aqui que o livro começa a soar parecido com um filme de monstro. É por isso que nos distanciamos do livro de Apocalipse—dragões com chifres e várias cabeças esperando para devorar bebês recém-nascidos.
Bom, antes que alguém pense que isso não passa de um filme de ficção ou, pior ainda, imagine Satanás vestido de roupa vermelha com um rabo e chifres, perceba que esse é mais um semeion—um sinal. Essa é uma cena simbólica que representa um drama invisível.
Se dermos um passo de cada vez, facilmente descobriremos o que o sinal deseja representar.
Esse sinal que aparece para João não busca nos informar a respeito da aparência de Satanás; ele nos fala de como Satanás age.
Permita-me mencionar quatro descrições a partir desse sinal dado a João.
- Primeiro, Satanás é retratado como um destruidor.
Satanás é chamado de dragão—uma fera vermelha que mata e fere suas vítimas. Ele é chamado de dragão somente aqui no livro de Apocalipse.
Como sabemos com certeza que esse dragão representa Satanás? João responde isso mais adiante no verso 9, quando escreve:
E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos.
Ele é descrito no verso 3 com a cor vermelha—um dragão, grande, vermelho. A palavra aparece apenas mais uma vez na Bíblia e é em Apocalipse 6.4, quando o cavaleiro cavalga sobre o cavalo vermelho para trazer guerra ao planeta.
Satanás é retratado nesses versos como uma fera destrutiva, destruindo todos os que se opõem a ele.
- Segundo, Satanás é retratado como um ditador.
Veja o verso 3 novamente:
...e eis um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças, sete diademas.
Vamos entender esses símbolos com mais cautela. As sete cabeças de Satanás são os sete impérios mundiais consecutivos que temos observado na história, começando com o Egito, depois Assíria, Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e, por fim, Roma. O sétimo e último reino será o reino governado pelo Anticristo.
João ainda nos diz que o reino será composto por dez chifres. Daniel 7 dissipa a névoa ao nos dizer que esses dez chifres são dez reis que formam uma confederação sob a influência do dragão e de seu ditador fantoche, o Anticristo (Daniel 7.24).
Portanto, Satanás é retratado como um destruidor dos que se opõem a ele e, segundo, como um ditador de uma nova confederação de dez nações. Estudaremos essa união de dez nações mais de perto depois, mas essa coligação de países será comandada pelo Anticristo, o qual, por sua vez, é energizado pelo próprio Satanás.
- Terceiro, Satanás é retratado como um enganador.
Veja a primeira parte do verso 4:
A sua cauda arrastava a terça parte das estrelas do céu, as quais lançou para a terra...
Na ocasião da queda de Satanás, tanto Isaías como Ezequiel nos informam que muitos anjos caíram junto com ele, tendo se unido à sua conspiração para remover Deus do trono e colocar Satanás no trono celestial.
João nos conta que Satanás conseguiu seduzir um terço dos anjos a lhe seguir, crendo que teriam sucesso em sua missão. Desde então, esses anjos caídos foram confirmados em sua condição profana e aguardam sua sentença no Lago de Fogo eterno.
Não somos informados quantos anjos Deus criou antes da criação do universo (Jó 38.7), mas Apocalipse 9 nos diz que pelo menos duzentos milhões de demônios aterrorizam a Terra no julgamento de Deus, e temos a impressão de que esse não é o número total de seres demoníacos.
Imagine: se duzentos ou trezentos milhões de demônios representam apenas um terço da hoste angelical que Deus criou, então existem, aproximadamente, um bilhão de seres angelicais, pelo menos.
É de se esperar que, quando Eliseu pediu que Deus abrisse os olhos de seu servo para que pudesse ver que estavam sendo protegidos dos soldados inimigos, seu servo ficou admirado a ver os céus repletos de seres angelicais em carruagens de fogo (2 Reis 6.17).
Não fazemos ideia. Contudo, sabemos que maior é aquele que está em vós do aquele que está no mundo (1 João 4.4).
O maligno é um destruidor voraz, um ditador mundial e um enganador persuasivo.
- Finalmente, Satanás é retratado nessa visão de João como um devorador da semente de Israel.
Veja, novamente, a descrição um tanto gráfica do desejo consumidor de Satanás na última parte do verso 4:
...e o dragão se deteve em frente da mulher que estava para dar à luz, a fim de lhe devorar o filho quando nascesse.
Em outras palavras, ele deseja fazer o necessário para matar o Messias assim que Ele nascer.
Herodes não passou de um peão nas patas do dragão quando enviou soldados a Belém para matar os meninos judeus de dois anos para baixo (Mateus 2.16).
Veja, agora, o que acontece no verso 5 quando o menino nasce.
- O Filho.
Veja Apocalipse 12.5:
Nasceu-lhe, pois, um filho varão, que há de reger todas as nações com cetro de ferro. E o seu filho foi arrebatado para Deus até ao seu trono.
Perceba como a visão de João pula todos os eventos entre a encarnação e a ascensão de Cristo. O Evangelho de João supre os detalhes.
É claro, o fracasso do dragão na sua tentativa de destruir a semente de Israel apenas o enfurece. Então, como o verso 13 nos diz, ele guerreia contra a mulher que deu à luz o menino. Em outras palavras, ele não conseguiu matar o Messias judeu, então ele direciona seu ódio, como até hoje faz, contra o povo judeu.
Será necessária a proteção sobrenatural e singular de Deus para manter os judeus vivos, como veremos em nosso próximo estudo.
As notícias mundiais nos informam que o antissemitismo está crescendo. O presidente do Irã expressa abertamente o seu desejo de exterminar a nação de Israel e empurrá-la para dentro do mar. Países ao redor do mundo registram um sentimento antissemita e a ridicularização dos judeus.
O mundo muçulmano atualmente personifica esse ódio assassino; eles são tão propensos a matar judeus a ponto de sacrificarem seus próprios filhos e filhas como homens-bomba suicidas.
Uma revista trouxe um artigo sobre uma mãe muçulmana entrevistada após saber da morte de seu filho como homem-bomba, um ataque que não somente matou seu filho, mas judeus também. Ela disse: “Porque eu amo meu filho, eu o encorajei a morrer a morte de mártir pela causa de Alá. O Jihad é uma obrigação religiosa colocada sobre nós e nós devemos cumpri-la. Eu sacrifiquei meu próprio filho como uma parte de minha obrigação. Pedi que Alá me desse dez israelenses em troca de meu filho e Alá atendeu o meu pedido. Meu filho realizou seu sonho ao matar dez soldados e civis israelenses. O nosso Deus o honrou ainda mais porque muitos israelenses foram feridos.”
Como isso é trágico!
Isso resume bem a diferença, não é verdade? Vivemos em um mundo com uma necessidade desesperadora do Evangelho de Jesus Cristo.
O Islamismo é a religião na qual seus filhos são chamados para morrer pelo seu Deus; o Cristianismo é a religião na qual Deus enviou Seu Filho para morrer por nós.
Extremistas muçulmanos sacrificam suas vidas para que outros morram; crentes sacrificam suas vidas para que outros vivam.
Casper ten Boom, o pai da piedosa Corrie ten Boom, foi finalmente pego pela Gestapo, juntamente com sua família, por esconder judeus num quarto secreto no segundo andar de sua casa. Eu tive o privilégio de subir em sua casa, dentro do lugar com a parede falsa com a entrada debaixo do armário de toalhas de mesa. Eles foram pegos e a família inteira foi presa. Antes de serem separados, Casper ten Boom, que não sobreviveria ao campo de concentração, disse: “Se eu morrer na prisão, será uma honra entregar minha vida pelo povo de Deus.”
Os muçulmanos, a propósito, não são nossos inimigos; eles são o nosso campo missionário. Na verdade, os judeus também são. Um judeu vivendo nesta era da graça precisa ir à fé em Cristo Jesus como seu Salvador pessoal se deseja herdar o reino de Deus.
Nicodemos foi a Jesus numa noite, como você pode se lembrar, achando que o reino já era seu simplesmente porque tinha nascido em uma família israelita. Contudo, Jesus lhe disse:
...Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus (João 3.3).
Nicodemos perguntou: “Como alguém pode nascer de novo?” E Jesus respondeu naquela mesma conversa:
Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (João 3.16).
Agora, lemos em Apocalipse 12.6:
A mulher, porém, fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem durante mil duzentos e sessenta dias.
Mil duzentos e sessenta dias, o que acontece de ser exatamente três anos e meio. Essa é a segunda metade da Tribulação quando Israel foge após o Anticristo ter profanado o templo e começado a matar os judeus.
Muitos acreditam que Israel fugirá para Petra, uma cidade construída dentro de uma montanha onde Deus os protegerá e providenciará suas necessidades. Exploraremos mais esse assunto em nosso próximo estudo.
Note, contudo, uma frase no meio do verso 6:
...onde lhe havia Deus preparado lugar...
A única outra ocorrência dessa frase no Novo Testamento é em João 14. Jesus promete aos discípulos que Ele iria lhes preparar um lugar, no qual seriam protegidos e tudo lhes seria suprido—um lugar chamado céu.
Aplicação
Se podemos fazer uma analogia da nação escolhida de Israel com a noiva escolhida de Cristo, a analogia seria a seguinte:
Assim como Deus cumprirá Suas promessas com Israel, Ele também cumprirá cada promessa feita comigo e com você.
Jesus Cristo prometeu:
...De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei (Hebreus 13.5b).
...A minha graça te basta... (2 Coríntios 12.9b).
E Ele fez esta última promessa aos que crêem nEle:
E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também (João 14.3).
Essas são as Suas promessas para mim e para você. Conte com elas, descanse nelas, dependa delas e agarre-se a elas. Essas são Suas promessas eternas a nós e Ele cumprirá Sua palavra.
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 23/11/2008
© Copyright 2008 Stephen Davey
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