
As Duas Testemunhas
As Duas Testemunhas
As Trombetas de Sete Arcanjos—Parte 5
Apocalipse 11.1–14
Introdução
Como é fácil para a igreja cantar louvores a Deus dentro das quatro paredes, mas nunca testemunhar para pessoa alguma sobre nossa redenção.
Se você perguntar na sua igreja quantas pessoas já evangelizaram alguém no trabalho, faculdade, vizinhança, fico imaginando quantos levantariam a mão e diriam: “Eu não somente já evangelizei, mas fiz um compromisso pessoal de compartilhar de Cristo com aqueles ao meu redor.”
Vamos um pouco mais adiante ainda e perguntar quantas pessoas admitem ao seu mundo que frequentam uma igreja, para qual igreja vão e dizem: “Ei, por que você não vem comigo um domingo?”
Conforme uma pesquisa que li, 82% das pessoas entrevistadas que não frequentavam igrejas disseram que muito provavelmente iriam a um culto se fossem convidadas por algum amigo. Daí, a pesquisa virou o jogo e descobriu que geralmente menos de 1 em cada 4 pessoas que vão à igreja convidam alguém para ir com elas.
Harnack, o historiador eclesiástico alemão, escreveu que a missão primitiva do Cristianismo foi realizada por meio de missionários informais.
A frase “missionários informais” foi, na verdade, empregada por Justino Mártir, um pai da igreja do século segundo e defensor do Cristianismo em Roma, até que foi martirizado no ano 165 A.D. Para ele, todo crente era considerado um missionário informal.
Como nos distanciamos tanto desse ideal?
Em outra pesquisa, pessoas que dizem ter nascido de novo foram perguntadas: “Você sente que tem a responsabilidade de explicar suas convicções religiosas?” Cerca de 60% dos entrevistados disseram que não sentem a responsabilidade de testemunhar.
Isso soa parecido com uma resposta que alguém deu quando perguntado sobre sua religião. Ele disse: “Não falo sobre isso.”
“Então, qual é a sua posição religiosa?”
Ele respondeu: “Eu sou um expectador de Jeová.”
O curioso disse: “Eu nunca ouvi isso antes.”
Ele respondeu: “Bom, talvez não, mas me sinto mais confortável na posição de expectador do que de testemunha.”
Não estou endossando a seita das Testemunhas de Jeová, a propósito. Fico, apenas, profundamente perturbado com o crescente número de crentes que poderiam facilmente ser chamados de “expectadores de Jeová.” Essa não é outra seita—apenas uma condição espiritual.
Podemos entoar “Senhor, envia-me a mim!” com entusiasmo dentro da igreja. Todavia, você sabe, no fundo do seu coração, que, tecnicamente, você quer ficar dentro das quatro paredes e jamais deseja ser enviado para testemunhar sobre Cristo para o mundo lá fora. “Ide e pregai” não é somente uma letra de um corinho—mas um estilo de vida.
Se você esteve comigo nos estudos anteriores no livro de Apocalipse, foi impossível não se impressionar com o testemunho fiel de milhares de pessoas. Quer sejam os 144 mil corajosos evangelistas judeus, os milhões que vêm à fé em Cristo e estão dispostos a defender sua fé, ou os milhões mártires que recusam se retratar de seu testemunho, você está ciente de que, até mesmo nos últimos dias da colheita final, a Palavra de Deus é espalhada através do testemunho destemido do povo de Deus.
Agora, duas testemunhas dramáticas estão prestes a aparecer em Apocalipse 11.
A Medição do Santuário
Antes de essas testemunhas incomuns serem apresentadas, contudo, João recebe a ordem de assumir um papel ativo no drama que se desenvolve na revelação.
- A participação de João.
Veja Apocalipse 11.1:
Foi-me dado um caniço semelhante a uma vara, e também me foi dito: Dispõe-te e mede o santuário de Deus, o seu altar e os que naquele adoram;
João recebe um caniço ou kalamos—uma cana comprida e oca que crescia nas regiões pantaneiras do Mar Mediterrâneo que às vezes chegava a 4 metros de altura. Essa cana tinha várias utilidades: pedaços pequenos eram aparados nas pontas para servirem de caneta; pedaços maiores serviam de bengala; e, como no caso de João, a cana era usada em sua inteireza como uma régua de medir de um agrimensor.
Deus manda João pegar a régua de um agrimensor e medir o santuário. O termo grego para santuário é naos, o qual se referia à parte interior do templo, formada pelo Lugar Santo e pelo Santo dos Santos. Portanto, não se trata do prédio por completo com os pátios externos.
- A observação de João.
Quando lemos essa passagem, temos a tendência de ignorar o elefante na sala: o objeto que João deve medir.
Lembre-se: não existe mais templo em Jerusalém na época em que João escreve o livro de Apocalipse. Ele havia sido destruído vinte e cinco anos antes.
A história do templo é triste, ilustrando os ciclos de fidelidade e infidelidade do povo de Deus.
- O primeiro templo fora construído por Salomão séculos antes, mas tinha sido destruído.
- O segundo templo se tornara uma realidade através de Zorobabel após o exílio, mas também havia sido destruído.
- Por fim, o terceiro templo tinha sido construído por Herodes nos dias de Jesus, mas, depois, assim como Jesus predisse em Mateus 24.2, nem mesmo uma pedra do templo permaneceu sobre a outra.
A predição de julgamento feita por Jesus foi cumprida no ano 70 A.D. quando o general romano Tito dominou as rebeliões em Jerusalém e queimou o templo. Conforme a tradição nos informa, as chamas foram tão intensas que o ouro e a prata que adornavam o templo derreteram e escorriam pelas fendas.
A única coisa do templo que permaneceu de pé em Jerusalém foi uma parte da parede oriental. Ela é geralmente conhecida como o Muro das Lamentações porque, até os dias de hoje, judeus ortodoxos vão a essa parede três vezes por dia, especialmente no Sabbath, e oram: “Que seja da Tua vontade que este templo seja rapidamente reconstruído em nossa geração.”
- Haverá um quinto templo a ser construído durante o glorioso Reino Milenar, o qual veremos mais adiante.
Entretanto, João vê um templo construído após o templo de Herodes que foi destruído no ano 70 A.D., mas antes do quinto templo construído durante o Reino Milenar.
- Portanto, esse é o quarto templo a ser reconstruído em Jerusalém, talvez pouco antes da Tribulação e permanecendo de pé durante esses sete anos.
O Anticristo supervisionará esse templo e, posteriormente, irá profana-lo num ato de inveja e blasfêmia numa época em que mais e mais judeus estarão retornando a Jerusalém e à adoração no templo, algo que os fará buscar a vinda do seu verdadeiro Messias. Na verdade, o apóstolo Paulo fala claramente que o desejo do Anticristo é ser visto como Deus ao colocar sua adoração nesse templo da Tribulação que ele mesmo mandou edificar. Paulo escreve aos tessalonicenses:
...o homem da iniqüidade, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus (2 Tessalonicenses 2.3b–4).
Agora, vemos João com a responsabilidade de medir o templo da Tribulação.
Obviamente, essa tarefa não é para determinar as dimensões físicas do templo, uma vez que nada é mencionado; esse é um ato de posse. Deus mede esse lugar e os judeus ali dentro como Sua propriedade.
Se existe alguma dúvida sobre os limites de um terreno nosso, chamamos um agrimensor, o qual mede propriedades e coloca demarcações. Assim, sabemos onde podemos plantar nossas árvores, colocar nossas cercas e os nossos animais.
Essa foi uma notícia incrível para João: haverá outro templo! A promessa da Palavra de Deus se cumprirá! Evidentemente, haverá um Estado de Israel, e um povo de Israel e um templo literal de Israel que pode ser demarcado com uma régua literal em uma Jerusalém literal.
- A omissão de João.
Veja a omissão de João em Apocalipse 11.2:
mas deixa de parte o átrio exterior do santuário e não o meças, porque foi ele dado aos gentios; estes, por quarenta e dois meses, calcarão aos pés a cidade santa.
Esse átrio exterior do templo representava o pátio dos gentios, isto é, o pátio ao qual os gentios tinham acesso. A ordem de Deus dada a João para não medir esse átrio externo simplesmente marca a área excluída do favor de Deus; de fato, uma área abandonada ao descrente.
Essa omissão fica ainda mais interessante à luz dos achados dos arqueólogos em anos recentes. Deixe-me explicar.
Você já se perguntou como o templo da Tribulação poderia ser reconstruído no Monte do Templo em Jerusalém hoje? Se visitasse o Monte do Templo, você encontraria um dos lugares mais sagrados para o Islamismo em todo planeta: uma mesquita muçulmana e um santuário conhecido como o Domo da Rocha.
Os muçulmanos creem que essa é a pedra angular da criação, o local onde Abraão quase sacrificou seu filho e, mais importante, o lugar exato do qual supostamente Maomé ascendeu ao céu sem morrer.
Desde o ano 691 A.D., esse Domo da Rocha, com sua abóboda dourada brilhando com o sol do Oriente Médio, permanece edificado sobre o Monte do Templo—14 hectares de terra na qual antes estivera o templo dos judeus.
Agora, João vê um templo reconstruído para a adoração dos judeus no Monte do Templo; sua alegação de ser legítimo está no fato de que o Santo dos Santos se encontra no local exato do templo de Salomão.
Como os judeus conseguem reconstruir o santuário sem provocar uma Terceira Guerra Mundial? Por 2 mil anos, judeus, muçulmanos e cristãos têm morrido na tentativa de assumir o controle desse pequeno pedaço de terra. Até mesmo hoje, o mundo foca sua atenção nesse pedaço de chão.
Com a ajuda de arqueólogos e agrimensores, existe bom motivo para se acreditar que o Domo da Rocha dos muçulmanos não ocupa o local do naos—o santuário que abriga o Santo dos Santos.
Conforme um engenheiro chamado Asher Kauffman, o lugar do templo é, na verdade, cerca de cem metros ao norte do Domo. Eu pesquisei as plantas que ele desenhou e seus mapas topográficos para ver o trabalho que ele sua equipe junto com outros arqueólogos têm realizado.
Existem vários achados de especialistas colocando em sérias dúvidas a ideia de que o Domo da Rocha ocupa o lugar do Santo do Santos original.
Caso essa pesquisa esteja correta, podemos enxergar facilmente a solução para o Oriente Médio—pelo menos em parte. Os judeus podem reconstruir seu santuário sem ter que destruir o local sagrado dos muçulmanos.
Contudo, mesmo sabendo disso, o templo teria um problema interessante. Se o átrio do templo fosse reconstruído completamente durante a Tribulação—o átrio em torno do Lugar Santo e do Santo dos Santos—ele acabaria incluindo o Domo da Rocha.
Então, passa a ser algo incrível que João, em Apocalipse 11, recebe a ordem de não medir o átrio exterior do templo. Conforme lhe é dito no verso 2, esse terreno foi... dado aos gentios.
Então, o templo da Tribulação pode acabar sendo apenas o santuário em si—o Lugar Santo e o Santo dos Santos, sem o pátio exterior.
Hoje, judeus ortodoxos comprometidos envolvidos em organizações como o Instituto do Templo fabricam os trajes dos sacerdotes; artesãos e ourives fazem os utensílios de prata e ouro para o dia em que a adoração no templo recomeçar; homens estão sendo treinados nos rituais dos levitas conforme os sistemas de sacrifício e adoração do Antigo Testamento.
Meu amigo, vivemos em uma geração na qual planos e preparações são feitos para o funcionamento do templo judaico e os judeus apenas aguardam a permissão do mundo para reconstruir seu templo. Pelas Escrituras, sabemos que a permissão virá nos ombros de um pacificador—o Anticristo—que realizará esse sonho judeu.
Agora, João vê o santuário reconstruído, mas, a essa altura, ele já foi profanado, já que os últimos três anos e meio da Tribulação estão terminando.
Nesse período final, Deus coloca duas testemunhas do lado de fora do templo em Jerusalém. Essas duas testemunhas proclamam o Evangelho e profetizam a respeito da ruína iminente do Anticristo e do mundo que o segue.
O Ministério das Duas Testemunhas
Vamos observar o ministério dessas duas testemunhas.
- Primeiro, sua identidade.
Note Apocalipse 11.3–4:
Darei às minhas duas testemunhas que profetizem por mil duzentos e sessenta dias [mais uma vez, três anos e meio], vestidas de pano de saco. São estas as duas oliveiras e os dois candeeiros que se acham em pé diante do Senhor da terra.
Essa mesma terminologia simbólica aparece em Zacarias 4 quando duas oliveiras derramam seu azeite em um candeeiro como uma testemunha nos dias de Zacarias.
O azeite ou óleo é consistentemente uma referência na Bíblia ao Espírito de Deus; já que o óleo está diretamente ligado aos candeeiros—tanto em Zacarias como em Apocalipse—o testemunho dessas testemunhas jamais termina em poder; sua luz é perpétua.
Esse é, na verdade, o texto bastante citado de Zacarias que usamos, até hoje, para falar do poder do Espírito de Deus dentro e através do testemunho de Seus filhos. O texto diz:
...Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos (Zacarias 4.6).
Isso jamais será aplicado de forma tão clara quanto nas vidas dessas duas testemunhas indestrutíveis capacitadas pelo Espírito de Deus.
Então, quem são elas?
Elas não são identificadas por nome, o que nos dá bom motivo para passarmos horas especulando, não é verdade?
Não há necessidade de adivinhar; a resposta se encontra claramente no livro de Ezequias, capítulo 2. Se você quiser abrir sua Bíblia, o livro de Ezequias vem logo depois de Zacarias.
Tudo bem, estou brincando. Não existe nenhum livro chamado Ezequias.
A única coisa que podemos fazer é seguir algumas pistas e especular quem são essas testemunhas. Eu arriscaria dizer que é possível que sejam Moisés e Elias baseado no que Deus os comissionou a fazer.
- Seu poder.
Assim como Moisés, essas duas testemunhas possuem poder de transformar água em sangue e de ferir a terra com pragas; assim como Elias, elas possuem o poder de lidar com seus inimigos com fogo, bem como interromper a chuva. Veja os versos 5 e 6:
Se alguém pretende causar-lhes dano, sai fogo da sua boca e devora os inimigos; sim, se alguém pretender causar-lhes dano, certamente, deve morrer. Elas têm autoridade para fechar o céu, para que não chova durante os dias em que profetizarem. Têm autoridade também sobre as águas, para convertê-las em sangue, bem como para ferir a terra com toda sorte de flagelos, tantas vezes quantas quiserem.
Podemos apenas imaginar o quanto elas serão odiadas pelo Anticristo e pelo mundo incrédulo. Essas duas testemunhas testificarão corajosa e sobrenaturalmente a verdade da Palavra de Deus e do Messias vindouro.
A propósito, todo o foco em Israel, Jerusalém e no templo é mais uma evidência de que a igreja já se foi. Para os que acreditam que a igreja passará pela primeira metade da Tribulação, ou por toda ela—como afirmam os pós-milenistas e os pré-milenistas históricos—esse capítulo apresenta grandes dificuldades.
Um entendimento e exposição não literais do livro de Apocalipse já apresentaram dificuldades antes; a essa altura, muitos admitem estar confusos. Por que? É simplesmente impossível encaixar a igreja nesse capítulo sem modificar as regras de interpretação.
Esse é um templo literal que pode ser medido com adoradores judeus literais marcados como posse de Deus; os gentios estão excluídos—algo que posa como sério problema simplesmente porque a igreja inclui tanto gentios como judeus; existe um Templo do Monte literal, um remanescente judeu literal, um altar literal e referências a oliveiras e candeeiros proféticos literais de Zacarias, e uma cidade santa na qual um Cristo literal foi crucificado—Jerusalém.
Nesses versos, vemos duas testemunhas de pé em Jerusalém testemunhando do poder dos profetas do Antigo Testamento, chamando Israel de volta a Deus.
Se a igreja está representada nisso de alguma forma, qual é o significado de Jerusalém? E se as duas testemunhas simbolizam o ministério da igreja durante a Tribulação ou em qualquer outra época da história, o que elas estão fazendo matando pessoas com fogo que sai da boca e ainda com a bênção de Deus? A igreja não faz pessoas sofrerem; a igreja é chamada para sofrer. E se as testemunhas morrerão—como veremos em breve—e depois serão levadas para o céu como símbolo da igreja, então quer dizer que os crentes verdadeiros são martirizados, ficam deitados na rua, depois ressuscitados e arrebatados somente depois de terem matado milhares de pessoas com fogo e pragas?
Encare esse texto como ele é—bem como o resto do livro de Apocalipse. Não temos que fazer nenhuma ginástica exegética se a igreja já foi arrebatada e se o templo judeu está sendo medido como propriedade especial de Deus.
Ainda existe outro detalhe na vinda de Elias como uma das testemunhas que faz bastante sentido para o povo judeu.
Por vários séculos, os judeus ortodoxos têm celebrado a Páscoa em seus lares, e eles sempre colocam uma cadeira a mais à mesa; para quem? Elias.
Até mesmo uma criança é enviada à porta para ver se Elias está vindo.
Por que os judeus fazem isso? Porque eles entendem de forma literal a promessa de Malaquias de que Elias precederia a vinda do seu Messias (Malaquias 3 e 4).
Alguns afirmam que João Batista cumpriu essa profecia. Isso, porém, não é verdade porque, quando perguntado se ele era Elias, João Batista respondeu que não (João 1.21).
João Batista veio no espírito de Elias preparando o caminho para a primeira vinda do Messias para sofrer. Através dos profetas, sabemos que Elias virá literalmente, pregará e profetizará antes da segunda vinda do Messias, que é outro motivo para crer que uma dessas testemunhas é Elias.
Voltando ao texto, descobrimos que o Anticristo atacará as duas testemunhas, e Deus permite que elas sejam mortas. Perceba que isso acontece apenas depois de elas terem finalizado o ministério ordenado por Deus e pelo tempo determinado por Deus.
- Sua morte.
Veja a morte das duas testemunhas no verso 7:
Quando tiverem, então, concluído o testemunho que devem dar, a besta [o Anticristo] que surge do abismo pelejará contra elas, e as vencerá, e matará,
Lidaremos com o Anticristo em outro estudo. Veja o verso 8:
e o seu cadáver ficará estirado na praça da grande cidade que, espiritualmente, se chama Sodoma e Egito, onde também o seu Senhor foi crucificado.
Em outras palavras, Jerusalém terá apelidos espirituais: Sodoma, por causa de sua imoralidade sexual, e Egito, por causa de sua opressão contra o povo de Deus.
Veja ainda o verso 9:
Então, muitos dentre os povos, tribos, línguas e nações contemplam os cadáveres das duas testemunhas, por três dias e meio, e não permitem que esses cadáveres sejam sepultados.
O maior insulto a um morto é não enterrá-lo; deixa-lo apodrecer na rua.
O texto nos informa que o mundo assistirá aos cadáveres expostos na rua. Os céticos há muito tempo zombavam dessa profecia, dizendo que era impossível que se cumprisse literalmente. Daí, surgiram os satélites e a internet.
Câmeras de telejornais vindos de todo o planeta captam as imagens dessa cena e as transmitem de Jerusalém a Tóquio, Nova Iorque, Londres, Moscou, Joanesburgo, São Paulo, Beijing e para o mundo inteiro. E esse acaba se tornando um momento de grande celebração no mundo todo. Veja o verso 10:
Os que habitam sobre a terra se alegram por causa deles, realizarão festas e enviarão presentes uns aos outros, porquanto esses dois profetas atormentaram os que moram sobre a terra.
O que vemos é um “antinatal” do Anticristo; uma festa e celebração como nunca antes. Esse acontecimento inspira toda a humanidade a uma celebração gigante enquanto enviam presentes e cartões uns aos outros.
Na verdade, essa é a única instância de regozijo durante a Tribulação registrada em Apocalipse. Esse é, de fato, o último carnaval do mundo.
Isso revela a profundidade da descrença e ódio confirmado do mundo à glória de Deus e ao Seu testemunho na terra.
- Sua ressurreição e arrebatamento.
A festa, contudo, não dura muito tempo. Com as câmeras viradas para esses corpos em decomposição, de repente, o brilho da saúde retorna aos corpos e a coloração de sua pele volta. Um dedo se mexe e uma perna se estica.
Os que festejavam se silenciam em choque e seus presentes caem no chão. Uma mão se mexe, um braço se vira e, então, as testemunhas piscam os olhos diante das luzes das câmeras. Eles se sentam e se colocam de pé, vivos. Daí, no verso 12:
...as duas testemunhas ouviram grande voz vinda do céu, dizendo-lhes: Subi para aqui. E subiram ao céu numa nuvem, e os seus inimigos as contemplaram.
Aposto que sim! Não se trata de um arrebatamento como o da igreja que some num piscar de olhos; isso aqui é mais parecido com a ascensão de Cristo.
Veja o que acontece em seguida no verso 13:
Naquela hora, houve grande terremoto, e ruiu a décima parte da cidade, e morreram, nesse terremoto, sete mil pessoas, ao passo que as outras ficaram sobremodo aterrorizadas e deram glória ao Deus do céu.
A propósito, essa é a única menção a arrependimento após um desastre na Tribulação. Essa referência a dar glórias a Deus é uma marca de arrependimento genuíno e crença no livro de Apocalipse.
A maioria do mundo rejeitará o testemunho desses dois homens, mas alguns crerão.
Conclusão
Existem alguns princípios fundamentais no testemunho dessas duas testemunhas que podem ser aplicados às nossas vidas.
Defenda a causa de Cristo, não importa se você é rejeitado, ignorado, ridicularizado ou perseguido—o mundo não festejará por muito tempo antes do retorno do Senhor. Isso é verdade para aqueles de Apocalipse 11 e é verdade para nós hoje.
Proclame Cristo ao mundo. Você carrega a verdade; você é a resposta; você possui a única esperança para um mundo que afoga sua tristeza e medo em festa. Neste exato momento, o mundo tenta silenciar o palpitar de seu coração em medo por causa do futuro do mundo.
Assim como essas duas testemunhas, a questão não é a reação do mundo, mas nossa obediência à Palavra de Deus.
A verdade é que você poderá jamais saber o impacto de seu testemunho na sua faculdade, trabalho ou lar, até que seja recompensado por Cristo por ter dito: “Serei uma testemunha para o meu Senhor.”
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 09/11/2008
© Copyright 2008 Stephen Davey
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