
Os 144 Mil
Os 144 Mil
Quatro Cavaleiros e o Furor Mundial Vindouro—Parte 7
Apocalipse 7.1–8; 14.1–5
Introdução
Existem determinados números revelados em Apocalipse que geram muitos debates, além superstições, intrigas, fanatismo religioso e grande confusão.
O número “666” lidera a lista desses números. Existe muita confusão em torno do significado desse símbolo. Várias são as ideias, os ensinos estranhos e as predições esquisitas relacionadas a esse número, isso para não mencionar muitos websites.
Outro número que tem igualmente provocado discussões é número “144 mil.” Incrivelmente, uma vasta gama de religiões inclui esse número em seus ensinos, tratando-o com obsessão como se fosse algum tipo de chave ou pista espiritual para solucionar o mistério da imortalidade.
Uma religião chamada Raëlismo, que começou em 1974 e segue os ensinos de um ex-jornalista francês, é hoje considerada a maior religião de óvnis em todo o mundo. Os seguidores dessa religião crêem que a vida humana foi resultado de atividade extraterrestre, e também afirmam que existem 144 mil pessoas escolhidas dar continuidade à raça humana após o fim do mundo. Esse grupo tem até atraído a atenção de sacerdotes e bispos de outras religiões. Ela é popular em países como os Estados Unidos, a França e a Coréia do Sul.
O movimento da Igreja Universal e Triunfante, diferente da Igreja Universal do Reino de Deus, crê que o extraterrestre Senhor das Chamas trouxe 144 mil vidas do planeta Vênus para a Terra.
Mais conhecida do que esse movimento é a Igreja Adventista do Sétimo Dia, a qual afirma que os 144 mil são os verdadeiros crentes, manifestados pela forma como guardam o Sabbath dos judeus—ou o Sábado—como seu dia de adoração. De forma triste, eles misturam as práticas do Antigo e Novo Testamentos e, no processo, confundem o significado dos dois.
Seu website oficial tenta amenizar sua perspectiva diante dos olhos do público ao declarar que os 144 mil não são somente os adventistas. Contudo, após analisar mais profundamente, descobri que acreditam que somente os que adoram a Deus no sábado irão para o céu. Para eles, adoração aos domingos é simplesmente a marca da besta. Além disso, os adventistas acreditam que a igreja remanescente—um termo para se referir aos verdadeiros crentes—são os que adoram a Deus no sétimo dia ou Sábado.
Portanto, na prática, os adventistas são os únicos que vão para o céu e todos os demais que adoram aos domingos estão unidos ao diabo e à vinda do Anticristo.
Acho isso muito interessante, especialmente à luz do claro ensino das Escrituras. Na atual era da igreja, Paulo escreve em Colossenses 2.16:
Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados,
Paulo vai ainda mais além em Efésios 2.8 para deixar claro que a salvação é um presente de Deus sem qualquer contribuição alguma das obras humanas.
O sinal de uma aliança de relacionamento com Israel visto no sábado foi deixado de lado na era da igreja; então, podemos adorar a Deus em qualquer dia da semana, tanto individualmente como em grupo. De fato, nos dias de Atos 20, os crentes se reuniam aos domingos—o dia quando o Senhor havia ressuscitado dos mortos—como dia especial para adoração.
Tão popular quanto os adventistas, e que também estão associados ao número 144 mil, são as Testemunhas de Jeová. Eles alegam que os 144 mil de Apocalipse não são judeus convertidos, mas testemunhas de Jeová—eles formam os 144 mil crentes verdadeiramente redimidos e resgatados.
O problema com essa crença tornou-se evidente quando o número de testemunhas de Jeová ultrapassou 144 mil—o que Deus faz com os que sobram? Então eles reavaliaram a doutrina e passaram a dizer que existe uma companhia de 144 mil no céu e outra companhia na terra. As testemunhas de Jeová que estão no céu são os membros fundadores—a maioria dos quais já morreu.
Segundo os dados mais recentes, as testemunhas de Jeová acreditam que existem somente uns 9 mil membros registrados na Terra hoje.
O problema da matemática complicou mais uma vez quando o número de testemunhas de Jeová excedeu o de 288 mil seguidores. Daí eles criaram uma terceira companhia de 144 mil chamada a “companhia dos servos.” Então, existe a companhia celestial, a companhia terrena e a companhia dos servos das testemunhas de Jeová.
É incrível ver os problemas complicados que surgem quando esse número é entendido de outra forma que não um anúncio claro e literal. Vamos, então, continuar nosso estudo em Apocalipse no capítulo 7 e responder à questão da identidade desses 144 mil.
Talvez você ainda lembra de como o capítulo anterior terminou—vimos o mundo inteiro cair em profundo caos. Um terremoto monstruoso balançou o planeta todo, fazendo a crosta da Terra se mexer. Asteroides em fogo desceram pela atmosfera, colidindo com o planeta e causando destruição sem igual. Houve um eclipse total do sol e da lua, colocando o mundo em escuridão sinistra.
No decorrer desses eventos, toda a humanidade descrente começou a orar para que as pedras caíssem sobre eles e acabassem com suas vidas, pensando que, assim, conseguiriam se livrar da ira de Deus. De reis a escravos, todos foram feitos iguais quando esse sexto selo foi aberto e o rolo desenrolado.
Na última parte de sua oração em Apocalipse 6.17, a humanidade pergunta:
...e quem é que pode suster-se?
Em outras palavras, “Quem pode sobreviver ao terror e ira de Deus?”
Por meio do escrito do apóstolo João nesse livro, o Senhor faz uma pausa por um momento e responde essa pergunta.
Apocalipse 7 é um interlúdio, um parêntese, uma pausa na progressão cronológica da abertura dos selos. Deus faz essa pausa para nos informar concernente à situação do Evangelho e a respeito de um grupo especial de pessoas que não somente sobrevivem, mas crescem.
Os Anjos Pausam os Ventos do Julgamento de Deus
Veja como João começa em Apocalipse 7.1:
Depois disto, vi...
É dessa maneira que João consistentemente introduz uma nova visão. Ele diz:
Depois disto, vi quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra, conservando seguros os quatro ventos da terra...
Vamos parar aqui rapidamente. Esse é um dos versos que os liberais usam para zombar da Bíblia. “Coitado de João; coitado desses crentes que se apegam a um livro antigo escrito por um pai da igreja que pensava que a terra era plana com quatro cantos. Você acredita nisso?! Anjos estão de pé nos quatro cantos da Terra.”
Podemos entender os quatro ventos, uma referência óbvia aos ventos do norte, sul, leste e oeste, mas esse negócio de quatro cantos—agora temos essa questão que contraria a ciência. Muitos acabam dizendo, “João não conhecia ciência; então ele não tem culpa alguma.”
O que acho incrível é que a ciência moderna de Geodésia provou que João está certo. A Geodésia é um ramo científico de matemática aplicada que determina o tamanho e formato da Terra, além de outras coisas.
Em anos recentes, medidas determinadas por essa ciência provou que a Terra possui, de fato, quatro cantos. O planeta tem quatro projeções ou protuberâncias saindo de seu formato esférico.
Um cientista escreveu: “A Terra não é uma esfera perfeita, mas é ligeiramente plana nos polos e tem uma área convexa equatorial causada pela rotação da Terra, uma saliência em torno de seu centro.”
Você se identifica com isso?
Esse cientista continua: “Por causa dessa saliência equatorial e das áreas planas nos polos, existem protrusões em quatro cantos—uma em cada polo e uma em cada lado oposto do diâmetro equatorial.”
E ainda tem mais; ele diz: “Esses quatro cantos [têm a função de controlar] a grande circulação atmosférica que governa os ventos da Terra.”
...vi quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra, conservando seguros os quatro ventos da terra...
Esse documento de 2 mil anos de idade estava séculos adiante da ciência de sua época.
Agora, vemos esses quatro anjos—dois nos polos e dois ao longo do Equador—segurando os ventos, uma referência aos ventos destruidores da ira de Deus. Veja Apocalipse 7.1b:
...para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem sobre árvore alguma.
A propósito, os quatro ventos são frequentemente chamados nas Escrituras de julgamentos de Deus.
Portanto, logo no princípio do interlúdio, furacões, tornados, tsunamis e muitos outros tumultos que se desolaram na Terra no selo anterior de Apocalipse 6 são acalmados.
Observe, cuidadosamente, que o vento não irá, nesse momento, incomodar a Terra, o mar e as árvores. Ou seja, as inquietações nos mares e a derrubada de árvores pararam. Contudo, o que desejo destacar é a presença de mares e árvores.
Permita-me apontar algo contrário à noção popular. Próximo do final da história humana, antes da instauração do Reino, ainda existem muitas águas e árvores. Evidentemente, nada acabou. Na verdade, Apocalipse 8 trará ainda mais terrores sobre o planeta, de forma que Foi, então, queimada a terça parte da terra, e das árvores, e também toda erva verde (Apocalipse 8.7).
Vemos até capim e grama na Terra!
O verso seguinte em Apocalipse 8 nos conta que as fontes de água e rios serão envenenadas pelo julgamento de Deus; portanto, evidentemente ainda existem rios e fontes frescas de água.
Este planeta pertence a Deus e Deus sustentará Seu planeta, Sua criação, a raça humana e o reino animal até que Ele julgue de forma a destruir grande parte dessas coisas.
Isso não significa que não devemos administrar a Terra bem, cuidar dela e trabalhar para embelezá-la e melhorar seus recursos, mas isso é diferente da concepção de que devemos salvar o planeta. Deus jamais pede que salvemos Seu planeta.
Isso significa, sim, que o sustento, longevidade e recursos do planeta Terra estão, no fundo, nas mãos e providência de Deus. Quando chegarmos ao período da Tribulação, adivinha o que? A vida ainda será sustentada e árvores, vegetação, rios e fonte d’água não somente estão presentes, mas crescem.
Imagine—a Terra de Deus, de alguma forma, sobreviveu ao buraco na camada de ozono. De alguma maneira, Deus proveu que a Terra sobrevivesse ao consumo de oxigênio, de água, à superpopulação do planeta, à emissão de gás carbônico e, se você me permite, ao aquecimento global. De algum jeito, Deus manteve as coisas sob controle.
Já viajei de avião com meus filhos em várias ocasiões. Quando chegávamos a uns 5 mil metros de altura, eu perguntava: “O que você vê lá embaixo?”
Eles respondiam: “Árvores.”
E eu dizia: “Mas eu pensei que elas já estavam acabando!”
Havia árvores por todo lado.
Meu amigo, o que vou dizer pode não ser politicamente correto, mas o planeta Terra está, no fundo, sob a jurisdição e proteção de Deus. É Deus quem faz com que o planeta sobreviva, quer eu tenha filhos ou não, corte uma árvore ou não, recicle ou não.
Não sou contra reciclagem; por favor, recicle se você quiser. Entretanto, não é bíblico associar reciclagem ou outra prática qualquer com a salvação do planeta. A perspectiva de que a humanidade é responsável por salvar o planeta é uma afronta à soberania de Deus, bem como uma rejeição da narrativa bíblica dos últimos dias.
Paulo escreveu:
...do Senhor é a terra e a sua plenitude (1 Coríntios 10.26).
A Terra pertence ao Senhor.
Então, em Apocalipse 7.1, existem quatro anjos servindo a Deus ao encurralarem os ventos do julgamento.
O Selo dos 144 Mil
Veja, agora, que outro anjo entra em cena em Apocalipse 7.2:
Vi outro anjo que subia do nascente do sol [ou seja, do Leste], tendo o selo do Deus vivo...
Ouça a mensagem que ele traz no verso 3:
dizendo: Não danifiqueis nem a terra, nem o mar, nem as árvores, até selarmos na fronte os servos do nosso Deus.
Uma sphragis é uma marca feita por um anel de sinete que um monarca do Oriente usava apertando contra uma cera ou barro a fim de revelar seu selo.
Um anel de sinete foi dado a José pelo Faraó após o homem de Deus ter interpretado os sonhos do rei e ter sido promovido à segunda posição mais alta em todo o Egito (Gênesis 41.42).
João escreve que esses 144 mil possuem a autoridade e o poder do Deus vivo.
Quem são eles? Veja o verso 4:
Então, ouvi o número dos que foram selados, que era cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel:
Isto é, de cada tribo mencionada na lista que se segue nos versos 5 a 8.
Quem são os selados e quantos são?
Dois fatos nos são apresentados que nos ajudam a responder a questão dos 144 mil. E veja bem que podemos responder essa questão sem o uso de qualquer código bíblico especial ou ajuda extraterrestre. Não há necessidade alguma de uma ginástica textual.
- O primeiro fato: eles são judeus.
Não se trata de membros da igreja. Essa é uma referência clara, literal e histórica a judeus étnicos—descendentes dos filhos de Israel.
Alguns estudiosos sugerem que, já que a passagem se refere tão claramente a judeus, ela deve ter sido adicionada posteriormente ao livro de Apocalipse—“Não pode ser! Tem que ser a igreja!”
Contudo, eles não são da igreja. De fato, se entendermos que o parágrafo trata da nação de Israel e não da igreja, como claramente fala, as dificuldades somem. Contudo, se alguém tentar interpretar como sendo a igreja, daí os problemas surgem.
Doze tribos de Israel são listadas após o verso 4. “Quando alguém disser que a igreja faz parte dos 144 mil em Apocalipse 7, pergunte: ‘De qual tribo?’”
Esses são judeus das tribos dos filhos de Israel.
A propósito, esse texto também acaba com a noção de que o registro das tribos fora completamente perdido, e à crença de que os europeus são as tribos perdidas. Não existem tribos perdidas; Deus não perde nada; com certeza, Ele não perde pessoas.
Deus não perdeu nenhuma tribo. Na verdade, todas elas, uma hora ou outra, aparecem no livro de Apocalipse.
Então, o primeiro fato é que esses selados são judeus.
- O segundo fato: existem 144 mil.
Não há motivo para confusão alguma; esse não é um número figurado.
Para que ninguém pense que esse é um mero símbolo, João fornece a lista das tribos.
Doze mil de cada uma das doze tribos são listados. As tribos são listadas com esse número repetidamente.
Se esse número em Apocalipse é figurado, como dizem os amilenistas, não há motivo algum para entender literalmente os demais números no restante do livro.
Grande confusão surge quando esse número perde seu significado e passa a ser um número qualquer. Confusão ainda maior é criada quando ele é espiritualizado e passa a ser o número de crentes:
- Ou da igreja de todas as eras;
- Ou de um remanescente de cristãos que adoram apenas no sábado;
- Ou de um grupo escolhido de pessoas marcadas por extraterrestres para sobreviverem ao fim do mundo.
Essas perspectivas são filosóficas, não exegéticas. O texto não deixa dúvida alguma de que esse é um número definido e que a identidade das pessoas é inconfundível.
De cada uma dessas tribos judaicas, 12 mil são selecionados por Deus para servi-lO como embaixadores especiais e são protegidos sobrenaturalmente das mãos do Anticristo. Eles recebem uma marca especial e visível em sua testa.
Por que os 144 mil são selados dessa maneira?
Já respondemos quantos são e quem são os 144 mil. Agora, vamos responder por que eles são selados dessa forma.
Existe uma descrição mais detalhada desse grupo em Apocalipse 14. Portanto, abra sua Bíblia em Apocalipse 14.1–2a:
Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, tendo na fronte escrito o seu nome e o nome de seu Pai. Ouvi uma voz do céu...
Isso fornece ainda mais evidência de que eles estão na Terra, já que a voz vem do céu.
A partir dessa passagem, vamos fazer quatro observações.
- Primeiro, os 144 mil são selados como propriedade do Senhor soberano.
O texto diz em 14.1 que essas pessoas tinham o nome de Deus o Filho e Pai em suas testas.
Isso soa meio estranho, não é verdade? Ter um nome escrito ou desenhado artisticamente como uma insígnia na testa?! Contudo, essa prática não era estranha à geração de João.
Nos dias de João, era comum para um soldado ou membro de uma associação possuir alguma marca física como um devoto; também era comum pessoas receberem na testa uma marca como um sinal de consagração a alguma divindade. A testa era o local escolhido porque era o mais visível, não podendo ser escondido.
Os religiosos pagãos da antiguidade se marcavam com símbolos especiais que representavam sua devoção ao seu deus. Essas marcas eram comuns na geração de João, e ainda são comuns em nossa geração.
Hoje, na Índia, milhões de hinduístas atrelam grande importância às marcas ornamentais na testa, algo que chamam de “bindi.” Geralmente, trata-se de um ponto pequeno feito na testa de pessoas de classes mais baixas, ou de uma joia na testa de mulheres mais ricas.
Apesar de essa marca ser considerada um traço de beleza em grande parte da Índia, ela é uma exigência às mulheres casadas. Um ponto vermelho na testa é sinal de casamento e garante o status social da mulher, realizando a mesma função de uma aliança de casamento. Os hinduístas creem que um bindi vermelho forte na testa da noiva no dia de seu casamento trará prosperidade e lhe garantirá honra especial como guardiã do lar e do bem-estar de sua família. Essa insígnia declara que ela pertence a outro e que sua lealdade e devoção são a seu marido.
A propósito, mais adiante, o Anticristo, em sua fúria invejosa, imitará essa marca ao fazer com que seus seguidores adotem seu próprio selo, como vemos em Apocalipse 13.16.
Para os 144 mil, essa marca na testa significa que pertencem ao Deus Todo-Poderoso. Essa é uma marca de posse do Soberano.
- Segundo, os 144 mil são selados com uma proteção especial.
É impossível matar esses judeus. No capítulo 7, eles são selados e, no capítulo 14, eles estão com o Senhor pouco antes de o Reino ser estabelecido no final da Tribulação.
John Phillips escreveu:
Os exércitos mobilizados na Terra não conseguirão tocar em um fio de cabelo sequer desses selados; os campos de concentração e câmaras de tortura da temida inquisição da besta os deixará ilesos. O fogo não acenderá sobre eles; a polícia secreta terá arquivos longos desses homens, mas não conseguirá lhes causar dano. O selo de Deus está neles e eles estão seguros, não importa o que lhes sobrevier. Eles serão uma prova viva ao diabo de que seu poder secular é não somente estritamente limitado pelo decreto divino, mas também de que, no fim, ele não pode vencer. Se ele não pode conquistar esses judeus, é impossível que ele vença no fim.
Eles são selados como posse do Soberano.
Eles são selados com proteção sobrenatural.
- Terceiro, os 144 mil são selados com poder espiritual.
Mais provavelmente, a multidão de mártires que canta no capítulo 7 são os que creram na pregação do Evangelho com eficácia peculiar pela boca desses 144 mil missionários fervorosos. Os milhões salvos durante a Tribulação são salvos principalmente por causa do testemunho poderoso desses judeus que testificam ao Deus vivo a quem servem.
Sem dúvida alguma, Satanás tentará matar esses destemidos pregadores do Evangelho, mas Deus não permitirá que eles morram.
Esses 144 mil serão uma pedra perpétua no sapato de Satanás e de seu fantoche, o Anticristo.
Simplesmente, não conseguimos imaginar o poder delegado a esses judeus que viajam pelo planeta. Eles são indestrutíveis e não podem ser detidos.
- Quarto, os 144 mil são selados como um penhor simbólico.
Em Apocalipse 14.4, João chama esses homens de primícias para Deus e para o Cordeiro.
Esses judeus representam o penhor ou promessa de Deus com o povo de Israel para si, e esses 144 mil representam o começo dessa colheita.
O apóstolo Paulo usou a mesma frase quando se referiu aos novos convertidos na casa de Estéfanas como as primícias da Acaia (1 Coríntios 16.15).
Em outras palavras, esses crentes estavam entre os primeiros nessa região a crer e eles representavam a colheita de almas provenientes dessa região.
Deus cumprirá a Sua Palavra e redimirá os judeus, não importa o que acontecer—não importa quanto ódio ou holocaustos inspirados pelo demônio existam contra eles. A existência dos judeus até mesmo hoje é um testemunho desse voto de Deus.
Esses são judeus étnicos e eles ainda existem. Ainda não conhecemos um ninivita, um girgaseu, amalequita, heteus, jebuseu ou amorreu, mas já conhecemos um judeu.
Em 1936, o presidente da cidade americana de Nova Iorque enfrentou um dilema. A ideologia anti-semita era uma febre na Alemanha. A Alemanha nazista era conhecida por seu ódio pelos judeus, afirmando que os judeus eram porcos, a escória da humanidade e dignos de morte. Um diplomata alemão de alta patente estava indo para algumas reuniões em Nova Iorque, e era responsabilidade do prefeito lhe fornecer proteção. É claro, havia muitos imigrantes judeus vivendo em Nova Iorque e eles, junto com o prefeito, consideravam o Nazismo algo repugnante. O que o prefeito deveria fazer?
O prefeito se inspirou para usar essa oportunidade para enviar a mensagem aos nazistas de que eles estavam terrivelmente errados na forma como tratavam os judeus. Ele escolheu a dedos os guarda-costas e se certificou de que eram judeus. Que grande ironia—esse diplomata alemão, que odiava judeus, deveu sua segurança pessoal e vida ao cuidado dos judeus.
Haverá um dia quando todo o ódio do mundo será direcionado a cristãos e judeus. Agora, você consegue imaginar o nível da ira contra cristãos que acontecem de ser também judeus? Esses são judeus messiânicos, como os chamamos hoje—homens e mulheres judeus que colocaram sua fé no Messias que veio e voltará.
Esses 144 mil terão uma marca singular. Eles são:
- Selados como posse do Soberano;
- Selados com uma proteção sobrenatural;
- Selados com poder espiritual;
- Selados como um penhor simbólico.
Enquanto estudava o perfil desses homens judeus que viajam o globo discipulando novos convertidos, um fato chamou minha atenção: nesta era da igreja, nós também somos selados. Paulo escreveu aos crentes efésios:
...fostes selados com o Santo Espírito da promessa (Efésios 1.13b).
Mais adiante, no capítulo 4, Paulo escreve:
E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção (Efésios 4.30).
Esse selo não é o nome visível do Pai e do Filho como no caso desses judeus evangelistas, mas é um selo na era da igreja.
Nós, também, somos posse do Soberano; também fomos capacitados para servi-lO como escravos de Deus; e nós veremos Suas promessas à igreja cumpridas, pois reinaremos com Ele em Sua glória vindoura.
Outra coisa que me chamou atenção é que o estilo de vida e o caráter dessas testemunhas judias devem ser nossa reputação e caráter. Eles são fisicamente marcados com um sinal—nós somos espiritualmente marcados com o Espírito. Mas os 144 mil também são marcados com características que devem nos marcar hoje. Deixe-me mencioná-las para você.
- Primeiro, os 144 mil são marcados pela pureza.
Veja as palavras de João sobre esses 144 mil em Apocalipse 14.4:
São estes os que não se macularam com mulheres, porque são castos....
Isso não significa que esses homens não são casados, já que Hebreus 13.4 declara que o leito do casamento é sem mácula.
Isso pode significar que eles são virgens, homens solteiros, mas, mais provavelmente, essa é uma referência ao fato de eles se manterem longe de promiscuidade sexual bastante comum durante a Tribulação.
A adoração do Anticristo será vil e perversa. Após a restrição divina ter sido removida (2 Tessalonicenses 2.6–7) e o mundo descrente ter abandonado Deus, o pecado será liberado como uma enchente inundando o mundo.
O mundo viverá a imoralidade de Romanos 1. Contudo, esses 144 mil brilharão como um farol de pureza. João ainda escreve em Apocalipse 14.4 que eles não se macularam com mulheres, porque são castos.
A mesma palavra castos nesse verso, parthenos, é usada por Paulo em 2 Coríntios 11.2 para falar da pura virgem noiva de Cristo.
Esse é um desafio para a igreja de hoje viver vidas puras sexualmente. Paulo escreveu aos tessalonicenses:
Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição;
Isso se refere a atividade sexual antes do casamento ou fora do casamento. Paulo escreveu a Timóteo: fugi das paixões da mocidade (2 Timóteo 2.22); e para os coríntios: Fugi da imoralidade (1 Coríntios 6.18a).
Você já parou para pensar que Deus nunca nos manda lutar contra a tentação sexual? Ele simplesmente nos manda fugir, correr.
A marca de uma testemunha de Cristo hoje deve ser o pavor de uma conduta sexual errada a ponto de ele ou ela fugir disso, teme-la e sentir repugnância. Talvez o nosso testemunho para Cristo sofre em nossa cultura hoje porque o crente não é mais distintamente puro em seus relacionamentos do que o descrente.
É hora de recapturar o que Robert Murray McCheyne, o piedoso pregador do século dezenove disse: “Não são grandes talentos que Deus abençoa necessariamente, mas grande semelhança a Cristo. Um ministro ou crente santo é uma arma poderosa na mão de Deus.”
Essas testemunhas são marcadas pela pureza sexual.
- Segundo, os 144 mil são marcados pela lealdade.
Veja Apocalipse 14.4 novamente:
…São eles os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá…
Em outras palavras, sua prioridade é a vontade de Deus.
Isso me lembrou de um dito que Henry Blackby popularizou: “O crente sábio descobre onde Deus está trabalhando e simplesmente se junta a Ele lá.”
Essa é uma lealdade sem restrições—eles irão para qualquer lugar e para fazer o que Deus quiser.
Esses 144 mil são fervorosamente leais à causa redentora de Cristo.
- Terceiro, os 144 mil são marcados pela honestidade.
João escreve em Apocalipse 14.5:
e não se achou mentira na sua boca...
Isso é o que uma boa testemunha deve fazer, não é? Ela deve dizer a verdade, toda a verdade e nada mais que a verdade.
A vida do crente, neste momento, deve ser marcada pela honestidade.
Os crentes serão um contraste para o Anticristo, o qual fala a língua nativa de Satanás: a mentira (João 8.44).
- Finalmente, os 144 mil são marcados pelo seu destino.
João emprega uma palavra singular para terminar sua descrição desses 144 mil ao escrever no final de Apocalipse 14.5 que eles não têm mácula.
A palavra mácula não se refere a perfeição, mas a justificação.
De fato, a palavra se refere a um sacrifício sem mácula a Deus. Ela fala de uma falta de mácula futura, escatológica que tem em vista a prestação de contas que darão a Deus.
Judas usa a mesma palavra em sua curta epístola para falar do dia quando seremos apresentados com exultação, imaculados diante da sua glória (Judas 24).
Ou seja, esses crentes servem a Cristo não com base em sua própria perfeição, mas na perfeição de Cristo.
Nós não somos perfeitos, mas estamos revestidos da perfeição de Cristo.
A pergunta é: as pessoas ao nosso redor conseguem ver a nossa marca? Carregamos as marcas das testemunhas de Deus em nossa vida diária?
Que nossa vida espelhe a pureza, lealdade, honestidade e o senso de destino que marcam a vida desses 144 mil quando testemunharmos para Cristo hoje.
Que respondamos ao chamado de John Wesley, que disse: “Dê-me cem crentes que não amam nada senão Deus e não odeiam nada senão o pecado, e abalarei o mundo para Cristo.”
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 21/092008
© Copyright 2008 Stephen Davey
Todos os direitos reservados
Add a Comment