Uma Aula Rápida sobre A Tribulação

Uma Aula Rápida sobre A Tribulação

Series: Apocalipse
Ref: Revelation 1–22

Uma Aula Rápida sobre A Tribulação

Quatro Cavaleiros e o Furor Mundial Vindouro—Parte 1

Apocalipse 6.1 e Outros Textos Selecionados

Introdução

Se perguntar a uma pessoa na rua sobre segurança nacional, tentativas de acordos de paz, recursos naturais e a crise energética, você ouvirá tudo, menos otimismo.

Nas últimas décadas, temos observados nações perigosas adquirirem armas sofisticadas que ameaçam o equilíbrio das forças mundiais. Além disso, vemos líderes mundiais gabando-se de suas armas nucleares.

Esforços diplomáticos nas regiões do Oriente Médio buscam, mais uma vez, reconciliar o irreconciliável.

O Oriente cresce a cada dia à medida em que a China alista mais de 200 milhões de soldados e com uma reserva financeira que já ultrapassou a marca de um trilhão de dólares. Junto com sua economia crescente existe uma máquina de guerra que os bem informados admitem estar sendo preparada para guerra.

Temos observado líderes prevendo o perigo de terminarem as reservas naturais e de surgir uma crise ecológica.

Segundo a organização da saúde, doenças infecciosas continuam sendo a causa primária de mortes ao redor do mundo. Doenças antes tidas como erradicadas têm ressurgido como uma ameaça global, incluindo uma forma de tuberculose resistente a antibiótico que surgiu em diferentes países pelo mundo.

Se houve uma época que poderia ser chamada de problemática, é a nossa época.

Achei interessante descobrir uma pesquisa apontando que 66% da população de um país, incluindo um terço dos entrevistados que nem frequentam igrejas, acreditam que o mundo acabará ou será destruído dentro dos próximos anos.

Não somos muito otimistas quanto ao futuro, não é verdade?

Quer uma de nossas crises atuais tenha algo a ver com o término da era da igreja ou não, uma coisa é certa: o que experimentamos hoje não se compara à crise global que afetará este planeta no futuro. Quando ela chegará, ninguém sabe.

Esse é um período conhecido como Tribulação. Estamos prestes a começar um estudo no livro de Apocalipse no qual descobriremos a significância desse evento para o planeta Terra e para a raça humana.

Convido você a abrir sua Bíblia no livro de Apocalipse.

Em nosso estudo no capítulo 5, celebramos com os redimidos e com as hostes celestiais entoando o cântico,

...Digno é o Cordeiro que foi morto... (Apocalipse 5.12a).

Na verdade, fizemos o papel de seres angelicais, que clamaram, Amém!, no verso 14.

“Amém” significa, “é verdade.” Jesus Cristo é, de fato, digno de todo o louvor, e a honra, e a glória e o domínio (Apocalipse 5.13b).

Agora, abre-se uma nova cena. João registra os eventos mais incríveis e terríveis que acontecerão no planeta Terra conhecido como Tribulação.

João diz em Apocalipse 6.1a:

Vi quando o Cordeiro abriu um dos sete selos...

A abertura do primeiro selo indica o início da Tribulação. Essa é a hora da provação que afetará toda a raça humana e todo o universo.

Hoje eu gostaria de introduzir esse período de terror, começando em Apocalipse 6. Com a ajuda do Senhor, responderei treze perguntas a fim de preparar o palco para a abertura do primeiro selo que antecipa a vinda do primeiro cavaleiro.

Perguntas sobre a Tribulação

  • O que, exatamente, é a Tribulação?

Eu resumo a Tribulação como um tempo sem precedentes de sofrimento humano, ousadia demoníaca, desordem cósmica, despertamento judaico, pregação do Evangelho e crise global—muito além do que o mundo já testemunhou antes. O título da Tribulação é “A Ira de Deus é Revelada” e, por sete anos, a terra penará sob o peso da ira de Deus.

Os primeiros cinco capítulos de Apocalipse revelaram a soberania de Cristo em Sua igreja, mas os próximos capítulos revelarão a severidade de Cristo em Sua ira ou castigo.

Um autor disse que a Tribulação é “o inferno na terra” por sete anos.

O termo “Tribulação” cobre os sete anos, mas o termo “Grande Tribulação” é usado pelo Senhor em Mateus 24.21 para descrever a última metade da Tribulação.

Existem aqueles que acreditam que o arrebatamento ocorrerá nesse ponto—na metade—crendo naquilo que designam arrebatamento pré-ira. Contudo, o título “arrebatamento pré-ira” expõe uma das falhas principais desse sistema, já que os primeiros três anos e meio também representam o derramamento da ira de Deus.

Na verdade, Cristo se referiu a esses primeiros três anos e meio como dores de parto. Tente dizer à sua esposa quando ela começa o trabalho de parto que ela não está sentindo nada.

Não sei como enxergar os quatro cavaleiros de Apocalipse 6 como outra coisa que não seja expressões da terrível ira de Deus que resultarão em condições catastróficas no planeta.

  • Quando começa a Tribulação?

Isso é o mesmo que perguntar, “Quando ocorre o arrebatamento da igreja?”

Existem muitas especulações, então, direi apenas uma palavra: “Breve!” Na verdade, ele está mais perto do que nunca!

Ainda me lembro de pessoas argumentando fervorosamente que o arrebatamento aconteceria em 1976, 1988, 1989, 1994, 2000 e 2006. Todos esses especialistas em profecia têm uma coisa em comum: gratidão porque não são tratados como os profetas do Antigo Testamento que eram apedrejados se cometessem um erro.

Um livro publicado em 1917 se tornou noticiário quando tentou provar que os eventos conduzindo à Primeira Guerra Mundial significavam que a Tribulação estava próxima. Vinte e cinco anos depois, outro grupo de escritores observou o surgimento de Hitler e disse que ele se encaixava perfeitamente na descrição do Anticristo.

Outros fizeram comentários semelhantes sobre Mussolini, Stalin, Henry Kissinger e até Bill Clinton.

Eu acredito que a Bíblia ensina que a Tribulação começará pouco tempo depois do arrebatamento da igreja.

Conforme mencionei antes, em Apocalipse 6, quando começa a Tribulação, não existe absolutamente nenhuma referência à igreja na terra. Baseado no que temos estudado nos capítulos 4 e 5, creio que a era da igreja terminou e estamos adorando o Senhor representados pelos anciãos no céu.

Eventos tais como o Bema de Cristo, a recompensa dos santos e a devolução dessas recompensas ao Senhor acontecerão enquanto a Tribulação se desenrola na Terra.

Em outras palavras, o arrebatamento ainda é futuro porque a igreja ainda está no planeta, até onde eu sei. E a Tribulação ainda é futura porque ela não pode ocorrer antes do arrebatamento.

Existem também aqueles que dizem que a Tribulação já aconteceu. Pelo fato de espiritualizarem as profecias bíblicas, eles crêem que estamos vivendo o período do milênio.

Uma interpretação literal dos textos das Escrituras revela que nada na história se encaixa com os eventos descritos por Cristo em Mateus 24 ou a partir de Apocalipse 6.

Além disso, o anticristo não pode violar sua aliança com Israel a não ser que o templo esteja de pé—o qual ele profanará—e sacrifícios estejam sendo feitos.

Daniel 9 claramente retrata o período da Tribulação começando com a destruição do templo, o qual ocorreu em 70 AD. Contudo, Daniel também revela claramente que o anticristo profanará o templo, indicando que o templo precisa ser reconstruído, algo que ainda não aconteceu.

Se o templo ainda não foi reconstruído, a aliança da Tribulação entre Israel e o anticristo não pode ser assinada e violada em seguida pela profanação do templo pelo anticristo.

Além disso, em Mateus 24, Cristo coloca claramente a profanação do templo pelo anticristo durante o período da Tribulação. A profanação do templo foi, sem dúvida alguma, ilustrada por Antíoco Epifânio IV em 167 a.C. quando ele profanou o templo, mas Cristo diz que a profanação pelo anticristo ainda é futura.

Daniel 9.27 nos informa que a Tribulação (a septuagésima semana de Daniel) começará com o acordo de paz entre Israel e o anticristo. Daniel também nos diz que essa aliança temporária de paz será quebrada na metade da Tribulação, desencadeando a segunda metade da Tribulação quando o terror e o sofrimento da primeira metade serão dobrados e triplicados em sua intensidade.

A propósito, o acordo de paz com o anticristo não tem nada a ver com a igreja, mas tudo a ver com Israel.

Deixe-me adicionar ainda um erro que precisa ser evitado a fim de interpretarmos esses textos proféticos literalmente e de forma inteligível: é o erro de identificar a igreja com Israel, conforme fazem os irmãos aliancistas. É impossível que a igreja cumpra o papel de Israel na Tribulação que veremos revelado. A fim de fazer isso, a igreja deveria estar geograficamente localizada no Oriente Médio, ser etnicamente judaica e constituída politicamente como um estado. A igreja, é claro, não é nada disso. A igreja não é Israel e Israel não é a igreja, apesar de ambos serem elementos fundamentais no programa unificado de Deus para a história.

Segundo a profecia de Daniel e o que veremos em Apocalipse 6, o anticristo virá trazendo a paz, especialmente para o Oriente Médio. Isso é algo que a maioria de nós pensar ser impossível, não é verdade?

Uma coisa é certa: não somente o Oriente Médio, mas o mundo como um todo anseia ouvir o galope do primeiro cavaleiro que traz paz, algo pelo qual tanto esperam.

Quando ouço o presidente do Irã orando pelo aparecimento do 12º Imam que promoverá paz e justiça, é impossível não perceber que o mundo está mais pronto do que nunca para receber alguém capaz de realmente estabelecer paz.

Em nosso próximo estudo, falarei mais sobre o 12º Imam, o qual personifica, creio eu, a missão do anticristo.

  • Qual é o propósito da Tribulação?
  • Um dos propósitos da tribulação é preparar Israel para o reino.

Zacarias registrou:

Em toda a terra, diz o SENHOR, dois terços dela serão eliminados e perecerão; mas a terceira parte restará nela. Farei passar a terceira parte pelo fogo, e a purificarei como se purifica a prata, e a provarei como se prova o ouro; ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: é meu povo, e ela dirá: O SENHOR é meu Deus (Zacarias 13.8–9).

Existem muitas outras passagens que indicam que o reino será precedido por um período nacional de julgamento purificador (Isaías 2.1–4; Jeremias 30.1–33; Joel 2, etc.).

  • Um segundo propósito da Tribulação é recompensar a raça humana com uma punição justa.

Imagine os terrores da Tribulação: guerra, fome, granizo, fogo, bolas de fogo do céu, oceanos poluídos, estrelas caindo, escuridão, úlceras nos adoradores do anticristo, mares transformados em sangue, calor insuportável e muitos mais. Mesmo assim, a humanidade amaldiçoará Deus e milhões insistirão em sua adoração ao anticristo.

Deus será justo ao revelar a depravação da humanidade e as consequências do pecado.

  • Outro propósito da Tribulação é revelar a soberania de Deus sobre Sua criação.

Você pode se recordar do Faraó no Egito zombando de Deus e recusando se submeter a Ele, sendo logo seguido por Deus enviando as pragas sobre sua terra (Êxodo). De forma semelhante, mas numa demonstração ainda mais audaciosa de arrogância, o anticristo se colocará contra o Deus dos céus; e Deus, mais uma vez, enviará Suas pragas para revelar Sua soberania—revelando que só Ele é Deus.

Todavia, a humanidade reagirá em tremenda incredulidade. Todos simplesmente seguirão todos os deuses, menos o único Deus vivo e verdadeiro.

  • Outro propósito da tribulação é revelar o caráter e a corrupção de Satanás.

A Tribulação desmascarará Satanás, o anjo de luz. Ele mostrará que não se preocupa com a raça humana, apesar de mascarar por gerações através de falsos mestres seu desejo de melhorar a raça humana e fornecer prosperidade e conforto.

As farsas da luz e bondade de Satanás serão lançadas fora e ele se transformará no dragão que tenta destruir os propósitos de Deus. Ele não poupará ninguém em sua busca.

Você consegue imaginar seu profundo ódio contra Deus e contra a criação de Deus? Ele sabe que sua destruição é certa, mas, apesar desse conhecimento, ele continua em seus planos.

João registra em Apocalipse 12.12 uma descrição fantástica da crescente insanidade de Satanás:

Por isso, festejai, ó céus, e vós, os que neles habitais. Ai da terra e do mar, pois o diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta.

Imagine isso! É como um prisioneiro condenado à morte ouvindo que tem apenas uma hora de vida e gasta essa hora amaldiçoando Deus.

A despeito da perversidade da humanidade durante a Tribulação e das conspirações malignas dos empregados do inferno, existe um propósito positivo com a Tribulação que é geralmente ignorado.

  • Outro propósito da Tribulação é redimir uma multidão de crentes ao redor de todo o mundo.

Pense naqueles que são martirizados por causa de sua fé durante a Tribulação. Em Apocalipse 7.9–14, João escreve que esses redimidos representam toda nação, tribo, povo e língua. Esses vieram à fé em Cristo pela mensagem do Evangelho e foram depois mortos pelo anticristo porque o abandonaram e declararam lealdade a Cristo.

Milhões de redimidos pela graça de Deus emergirão dos horrores da Tribulação preparados para servir a Cristo no reino vindouro e desfrutar do céu eternamente.

  • Um último propósito da Tribulação é reavivar Israel para o seu Messias.

Esse é o cumprimento de Romanos 11, onde Paulo fala com grande confiança sobre a fidelidade e cumprimento da eleição de Deus de Israel ao escrever que todo o [remanescente de] Israel será salvo (Romanos 11.26).

A nação de Israel será reavivada, reconstituída e redimida quando seu Messias retornar a Terra no final da Tribulação.

Zacarias também registra que, no final da Tribulação, após as nações unidas contra Jerusalém terem sido destruídas, eles, ou seja, a nação redimida de Israel, olharão para aquele a quem traspassaram (Zacarias 12.9–10).

  • Os profetas, por acaso, falaram alguma coisa sobre a Tribulação?

Se entendermos as profecias literalmente, a resposta é “Sim!” E nós as entendemos de forma literal.

Contudo, nenhum dos profetas previu todos os detalhes da Tribulação.

Eles também falaram sobre a vinda do Messias e o estabelecimento de Seu reino como um evento singular, algo que obviamente não aconteceu. O apóstolo Paulo esclarece para nós que a era da igreja foi um mistério—algo desconhecido e não revelado para eles, mas para nós. Ele escreve em Romanos 16.25b–26a:

...conforme a revelação do mistério guardado em silêncio nos tempos eternos, e que, agora, se tornou manifesto…

A chave, portanto, é comparar os registros proféticos e entender a imagem completa, sabendo que o mistério será revelado plenamente no Novo Testamento.

O profeta Joel fala sobre a conversão de Israel e desordem cósmica. O profeta Amós se refere à ira divina e ao poder do mundo gentio. O profeta Isaías fala sobre a conversão de Israel, desordem cósmica e o aparecimento de Cristo como Rei. Zacarias fala sobre a salvação dos gentios e do aparecimento de Cristo.

Daniel e Zacarias são profetas fundamentais que nos informam sobre:

  • A duração da Tribulação;
  • A vinda do Príncipe de Satanás—o anticristo;
  • A profanação do templo;
  • A vinda de um império mundial;
  • O término da Tribulação com o aparecimento de Cristo.

Acho interessante que até os que discordam conosco concordam entre si que uma interpretação literal das profecias do Antigo Testamento conduz naturalmente à perspectiva da vinda de Cristo, da existência de um reino literal e de um tempo de purificação de Israel por meio da Tribulação antes do reino milenar.

Floyd Hamilton, um amilenista, escreveu, “Agora, admitimos sinceramente que uma interpretação literal das profecias do Antigo Testamento nos fornece a imagem de um reino terreno do Messias conforme mostra o premilenismo.”

O pós-milenista Loraine Boettner concorda e escreve, “Existe um consenso de que se as profecias forem entendidas literalmente, elas realmente predizem uma restauração da nação de Israel na terra da Palestina com os judeus ocupando um lugar proeminente no Reino e reinando sobre as outras nações.”

Eles estão certos!

Minha pergunta é simplesmente, “Por que não interpretar a Bíblia inteira consistentemente com a mesma hermenêutica? Por que modificar as regras, distorcer o texto e espiritualizar tudo a fim de proteger uma preconcepção teológica?

Não precisamos mudar as regras de interpretação quando confrontados com Escritura profética; não precisamos roer as unhas, suar e tentar espiritualizar tudo com criatividade. Não há necessidade de modificar as Escrituras.

  • Será que Jesus Cristo falou alguma coisa sobre a Tribulação?

O sermão de Jesus em Mateus 24 pode ser chamado de um “Pequeno Apocalipse” por causa da clara conexão entre o que Jesus pregou e o que João viu em Apocalipse 6. Na verdade, uma simples comparação entre o sermão de Mateus 24, o chamado “Sermão Escatológico,” e Apocalipse 6 até o final do livro nos fornece um comentário esplêndido sobre os sete selos.

Em Mateus 24.4–5, o Senhor nos adverte contra os falsos “cristos” que virão para desviar muitos da verdade. Isso corresponde perfeitamente com a abertura do primeiro selo, quando o espírito do anticristo passeará pelo mundo enganando muitos.

Em seguida, Cristo se refere a uma guerra mundial em Mateus 24.6–7a, dizendo que haverá guerras e rumores de guerras... nações se levantarão contra nações, e reinos contra reinos.

Isso se encaixa perfeitamente com a abertura do segundo selo pelas mãos do Cordeiro em Apocalipse 6.4, quando as pessoas se matarão por causa da retirada da paz da terra.

Depois, o Senhor menciona fome em Mateus 24.7b, algo associado ao próximo selo, o terceiro selo em Apocalipse 6.5–6 quando a comida estarão escassa e as pequenas porções custarão uma fortuna.

Falaremos mais detalhadamente sobre esses eventos terríveis, mas, por agora, entenda que o Senhor fornece um comentário claro sobre o período da Tribulação em Seu “Sermão Escatológico.”

Na verdade, Jesus também fala sobre a Tribulação sendo composta de duas partes, algo já indicado por Daniel. Os primeiros três anos e meio correspondem à abertura dos quatro primeiros selos; a segunda metade revela a Tribulação se intensificando com perseguição de novos convertidos pelo anticristo.

  • Por que Cristo advertiu os discípulos quanto à Tribulação?

Por que o Senhor advertiria pessoas vivendo na época do Novo Testamento, como faz em Mateus 24, se Ele sabia que elas jamais passariam por esses tempos terríveis?

Alguns sugerem que isso é prova de que tais coisas nunca acontecerão.

A mesma pergunta poderia ser feita sobre a profecia de Isaías e as advertências no capítulo 39 a respeito do cativeiro babilônio, o qual ocorreu somente depois de as pessoas advertidas terem já morrido.

A profecia de Isaías foi dada como advertência a Israel—e a todos—sobre as consequências do pecado.

De forma semelhante, Cristo adverte cada geração contra o Holocausto vindouro.

Lembre-se de que a Bíblia continuará existindo durante a Tribulação. Isso significa que haverá muitos que lerão sobre os eventos antes de eles acontecerem e descobrirão o Evangelho sozinhos. Apesar de não haver detalhes quanto ao tempo específico dos selos, trombetas e taças, e de não ser possível datar o retorno de Cristo a Jerusalém, a Bíblia continua a proclamar a verdade. Que grande bênção será para os santos da Tribulação poder ler o livro de Apocalipse!

 

  • É algo justo derramar a ira da Tribulação sobre apenas uma geração?

Em outras palavras, é algo justo que essa geração receba toda a carga do julgamento de Deus?

Uma coisa é certa, essa geração terá mais conhecimento, mais sinais e mais oportunidades para responder ao testemunho de Deus do que qualquer outra geração anterior. Além disso, o julgamento de Deus estará associado à intensidade da rebelião humana.

Ainda mais, lembre-se de que a paciência de Deus com as gerações anteriores, as quais todas merecedoras do mesmo julgamento, não exclui essa geração do julgamento na hora final.

Um último comentário—cada descrente de todas as gerações anteriores está no Hades sofrendo tormentos.

Nenhum pecador não arrependido escapará do julgamento. Os horrores do julgamento de Deus sobre a terra nos dias da Tribulação são uma demonstração mínima de Sua ira eterna contra os que rejeitaram a Sua salvação.

Na verdade, por mais terrível que a Tribulação seja, aqueles que estão no inferno trocariam com bastante felicidade o tormento do inferno pela vida durante a Tribulação.

  • Quanto tempo durará a Tribulação?

Talvez você se lembre que Daniel nos informa que a Tribulação durará sete anos.

Lembre-se também que o Senhor dividiu a Tribulação em duas partes, comparando a primeira parte com dores de parto e se referindo à segunda como a Grande Tribulação (Mateus 24.19–21).

A Tribulação inteira é uma série contínua de três julgamentos: 7 selos, 7 trombetas e 7 taças. Cada série será como dores de parto ficando cada vez pior em intensidade.

Como se eu tivesse o direito de falar sobre dores de parto! Bom, eu estava lá. Elas começaram devagar. Ainda me lembro de passar por isso várias vezes quando tivemos nossos quatro filhos—por causa de nossos gêmeos, tivemos que passar pelo processo apenas três vezes.

Minha esposa diria, “Querido, precisamos ir para o hospital.” Ela agia com calma e tranquilidade. Eu ficava admirado com a maneira como ela lidava bem com a situação, até que, como toda mãe pode testificar, a dor se tornou insuportável.

Essa é a metáfora do Senhor para ilustrar a intensidade de Seu julgamento. É como se o reino de Israel fosse nascer por meio das dores da Tribulação de Israel.

  • Quais dores e terrores da Tribulação começam primeiro?

Apocalipse fornece detalhes para adicionar ao sermão de Cristo.

Os primeiros quatro selos, o qual veremos com mais calma em nosso próximo estudo, revelam a vinda dos quatro cavaleiros. Esses são os famosos cavaleiros do Apocalipse.

  • O primeiro cavaleiro cavalga em um cavalo branco, representando os enganos dos anticristos;
  • O segundo cavaleiro aparece sobre um cavalo vermelho, representando a destruição global da guerra;
  • O terceiro cavaleiro vem montado em um cavalo preto, representando a devastação da fome;
  • Finalmente, o quarto cavaleiro monta um cavalo amarelo, prefigurando as doenças e mortes de milhões de pessoas.

Apocalipse 6.8 nos conta que um quarto da população da terra será morto no início da Tribulação.

Imagine o que isso significaria hoje. Com a população atual de nosso mundo, cerca de 1,8 bilhão de pessoas morreriam em questão de anos!

Essa devastação de morte é inimaginável!

  • Será que alguém sobreviverá à Tribulação?

O tempo da Tribulação será abreviado por causa do remanescente eleito, mas milhões de outros também sobreviverão (Mateus 24.22).

Os que crerem em Cristo durante a Tribulação entrarão no reino, como veremos mais adiante. Eles se casarão e povoarão a terra no decorrer do reino milenar, enquanto um governo maravilhoso e justo é conduzido por Cristo no trono de Davi com o corpo de Cristo reinando com Ele.

  • O que os terrores da Tribulação revelam?

Primariamente, esses terrores revelam que Deus cumprirá Suas promessas literalmente de ira e justiça, bem como Sua aliança com Seu povo de Israel.

Deus cumprirá Sua promessa e programa literais no que diz respeito:

  • Ao reino;
  • Ao julgamento;
  • À redenção de Israel; e
  • Ao reino terreno.

A Tribulação revela que Deus cumpre Sua palavra.

  • Descrentes poderão receber a Cristo durante a Tribulação?

Sim. Na verdade, milhões de pessoas virão a Cristo. Isso já foi mencionado quando vimos os mártires da Tribulação vindos de toda tribo e nação diante do trono celestial.

Outra pergunta que as pessoas têm feito no decorrer dos anos é se os que rejeitaram a Cristo durante a era da igreja poderão receber a Cristo após o arrebatamento—depois que perceberem que foram deixados para trás.

2 Tessalonicenses 2.9–12 fala do espírito do erro enviado por Deus sobre aqueles que seguem a mentira do anticristo.

Pessoas usam esse verso com frequência para apoiar a ideia de que é tarde demais para aquele que rejeitou o Evangelho antes do arrebatamento. Contudo, esse verso afirma que as pessoas que caírem no espírito do engano serão os que, após o arrebatamento, escolherem o anticristo.

Eu creio que aqueles que rejeitaram a Cristo antes do arrebatamento continuarão rejeitando-O após o arrebatamento.

Sabemos com certeza que haverá milhões de pecadores que se converterão à fé no Filho de Deus durante a Tribulação (Apocalipse 7.9–14).

Deixe-me ainda adicionar mais alguns pensamentos a esse respeito. Muitas pessoas ignoram o fato de que a Tribulação fornece mais um benefício: uma proclamação tangível e mundial do Evangelho.

Apesar de Satanás fazer de tudo em seu poder para destruir o testemunho de Cristo; apesar de o inferno continuar a derramar seus demônios e criar confusão na terra, haverá testemunho de Cristo Jesus.

Os pós-milenistas visionam os esforços evangelísticos da igreja ganhando o mundo inteiro para Cristo, preparando, assim, o caminho para o Senhor estabelecer Seu reino na terra. Esse ensino não está nas Escrituras.

Você pode dizer, “E o que dizer então de Mateus 24.14?”

Esse é um verso bastante citado. Cristo diz:

E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim.

Muitos crêem que a igreja consegue obter sucesso e completar a grande comissão na última geração. Todavia, o sucesso da igreja em cumprir seu mandado de fazer discípulos de todas as nações é o mesmo sucesso que Israel teve em cumprir seu mandado de ser uma bênção para todos os povos.

O programa de Deus não depende de nós, apesar de os obedientes a Cristo buscarem proclamar o Evangelho ao redor do mundo inteiro. A igreja como um todo, contudo, será desobediente, preguiçosa e decepcionará o seu Senhor.

Então, o que dizer do Evangelho sendo pregado por todo o mundo?

Claramente, essa é uma promessa cumprida na última parte da Tribulação.

No caso de você não estar convencido disso, Apocalipse dissipa as dúvidas ao apresentar a verdade clara de que, pouco antes dos dias finais da Tribulação, um anjo voará ao redor do mundo proclamando o Evangelho de Cristo, convidando pessoas de toda tribo e língua a confiar e adorar o único Deus vivo e verdadeiro (Apocalipse 14.6–7).

Daí, o fim estará próximo.

Imagine essa cena: uma mensagem universal do Evangelho pregada por um mensageiro celestial enviado a uma missão mundial, na língua de cada ser humano na terra. Esse mensageiro angelical anunciará um convite final e universal a todos no mundo crerem em seu Deus Criador.

Mesmo assim, muitos ainda não crerão.

Para nós hoje que cremos em Cristo, esses textos nos causam grande temor e reverência diante de nosso grande Deus.

  • Finalmente, por que deveríamos estudar o fim dos tempos? Por que estudar profecia tão detalhadamente?
  • Devemos estudar profecia por causa de nosso entendimento das Escrituras.

Cremos no que lemos e sabemos ser verdade que Toda Escritura é inspirada... e útil (2 Timóteo 3.16).

  • Devemos estudar profecia por causa da promessa singular de Deus.

Talvez você se lembre que Apocalipse começou com o pronunciamento de uma bênção especial aos que estudarem essa profecia (Apocalipse 1.3).

  • Devemos estudar profecia por causa do seu lugar no Evangelho.

Paulo pregou aos atenienses e concluiu sua mensagem dizendo-lhes que Deus viria julgar a terra:

porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça... (Atos 17.31).

O julgamento está chegando; o Evangelho não é completo sem a justa ira de Deus. O Evangelho é mais do que “Deus o ama e deseja fazê-lo feliz.” O Evangelho significa ser resgatado da ira de Deus (Apocalipse 3.10).

  • Devemos estudar profecia porque ela também encoraja evangelismo.

Pelo menos ela motivou o apóstolo Paulo, o qual não somente recebeu muitas verdades sobre os dias vindouros, mas sobre as glórias celestiais. Ele escreveu sobre seu fervor de ser um embaixador de Cristo, rogando aos homens que se reconciliem com Deus (2 Coríntios 5.20).

  • Devemos estudar profecia porque ela encoraja e promove pureza pessoal.

O apóstolo Pedro encorajou o crente à luz da vinda de Cristo a viver uma vida de santidade e piedade (2 Pedro 3.11).

  • Devemos estudar profecia porque ela também fornece um conforto final.

Em 1 Tessalonicenses 4.13–18, Paulo ensinou sobre o arrebatamento, concluindo seus comentários dizendo:

Confortai-vos, pois, uns aos outros com essas palavras.

A verdade que Deus cumprirá Suas promessas deve servir de conforto final para cada crente.

  • Devemos estudar profecia porque ela exalta a supremacia de Cristo.

A mensagem de Apocalipse, em duas palavras simples, é: Cristo vence! Cristo vence! Cristo reina! Cristo conquista!

A história é a Sua história. Ele será, finalmente, visto como o nosso Salvador soberano e supremo.

  • Mais um motivo: devemos estudar profecia porque ela revela a fidelidade de nosso Deus.

Ele ajustará todas as coisas.

Ele julgará o mal.

Ele cumprirá Suas promessas com Israel.

Ele guardará a igreja.

Ele cumprirá Sua promessa da Sua segunda vinda.

Ele cumprirá a promessa de um novo céu e uma nova terra.

Conclusão

Então, o que fazemos enquanto isso? O que fazemos antes da Tribulação?

Deus nos deu muita profecia em Sua Palavra não para enchermos nossas cabeças, mas para mudar, encorajar, motivar, purificar, instigar e preparar nossos corações para Ele.

Portanto, enquanto aguardamos Sua chegada:

  • Trabalhamos para Ele;
  • Andamos com Ele;
  • E prestamos nossa adoração a Ele.

 

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 01/06/2008

© Copyright 2008 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

 

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