
A Carta de Agradecimento Mais Famosa da História
A Carta de Agradecimento Mais Famosa da História
Graça Extravagante—Parte 6
Filipenses 4.15–20
Introdução
Uma das marcas de nossa sociedade ocidental é a expectativa de ter as coisas do nosso jeito. O resultado disso é duplo: não valorizamos as coisas como deveríamos e reclamamos de coisas que não deveríamos.
Eu me deparei com uma ilustração dessa triste realidade—uma série de bilhetes e comentários enviados para funcionários de um parque nacional na floresta onde as pessoas vão para fazer trilha. Ouça alguns dos comentários recebidos pela administração do parque:
- As trilhas precisam ser mais largas para que as pessoas possam caminhar lado a lado de mãos dadas.
- Os locais onde não há trilhas não estão bem sinalizados.
- Por favor, tentem não fazer trilhas que sobem a montanha.
- Vocês deveriam instalar bondinhos ao longo das trilhas para que possamos apreciar as belas paisagens sem ter o trabalho de caminhar pelas trilhas.
- Escadas-rolantes deveriam ser instaladas em subidas íngremes.
- Seria bom se houvesse restaurantes no ponto final das trilhas.
- Enquanto acampávamos ontem à noite, os coiotes fizeram muito barulho e não conseguimos dormir. Por favor, retirem esses animais irritantes daqui do parque!
- Um animal veio e roubou meu pote de geleia; será que eu poderia ser ressarcido por isso? Por favor, liguem para o meu número de celular.
- Por fim: existem muitos insetos, aranhas e teias de aranha. Por favor, joguem um spray de veneno na floresta para espantar essas pestes.
Se eu trabalhasse na administração desse parque florestal, minha tentação seria escrever de volta dizendo algo do tipo: “Isto é um parque florestal porque é numa floresta;” ou, “Preferimos aranhas a pessoas, já que aranhas não reclamam.”
Uma das marcas do mundo descrente, conforme lemos em Romanos 1, é que os incrédulos recusam agradecer a Deus pela Sua criação, Seus atributos e, com efeito, por Sua graça em tudo aquilo que Ele criou para o nosso benefício. Paulo escreve: tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças (Romanos 1.21).
Um espírito ingrato é a marca distintiva do incrédulo. É por esse motivo, então, conforme sabemos bem, que um espírito de gratidão deve ser a nossa marca distintiva. Entretanto, saber disso não deixa as coisas mais fáceis.
Gratidão deve ser a marca do crente. Conforme escreveu um autor: “Mesmo quando você não tiver nada pelo qual ser grato, lembre-se do seguinte: o planeta terra gira em torno de seu eixo a uma velocidade de 1600 km/h, ao mesmo tempo em que viaja pelo espaço a mais de 100 mil km/h.” Então, quando você não tiver nada para agradecer, pense no fato de estar viajando milhões de quilômetros pelo espaço sem cair de sua órbita!
Quando foi a última vez em que você agradeceu a Deus por manter a Terra em sua órbita, na velocidade certa e distância perfeita do sol, realizando, a cada 24 horas, uma rotação tão precisa que pode até ser medida por um relógio de pulso? Portanto, quando não conseguir pensar em outra coisa, ore: “Senhor, muito obrigado por mais uma vez manter o planeta em sua órbita perfeita!”
Observe alguém que sabe agradecer a Deus por Sua graça extravagante e você verá que essa pessoa é sempre grata também às pessoas ao seu redor. Ao invés de viver reclamando porque as outras pessoas não cumprem suas promessas ou porque as coisas não dão certo, pessoas gratas sempre encontrarão uma maneira de enviar uma palavra de gratidão e encorajamento.
Um autor coloca isso da seguinte forma: “As orações de ações de graças mais maduras não são aquelas feitas por bênçãos óbvias, mas aquelas em gratidão por obstáculos transpostos, compreensão conseguida e ajuda recebida num momento oportuno.”
É exatamente nesse ponto que encontramos o apóstolo Paulo. Ele se encontra num momento em sua vida em que as coisas não aconteceram como esperado; ele está desapontado pela aparente falta de preocupação dos crentes romanos com sua vida ali naquela prisão domiciliar. O que podemos facilmente ignorar em nosso estudo no livro de Filipenses é o fato de Paulo estar dizendo, na verdade, “Muito obrigado,” não somente a Deus, mas a outras pessoas também.
Na verdade, um dos motivos por que ele escreveu esta carta foi para agradecer essa igreja por suas orações e apoio financeiro. Imagine, escrever uma carta de agradecimento com as mãos em cadeias.
Sam Gordon escreveu que essa é a carta de agradecimento mais famosa da história; e isso é verdade!
Portanto, abra sua cópia dessa carta de gratidão; daremos continuidade ao nosso estudo em Filipenses 4.15. Gostaria hoje de fornecer a você cinco declarações que praticamente destacam a mensagem da carta de agradecimento de Paulo. A primeira declaração é a seguinte:
- “Obrigado por serem cooperadores fiéis em meu ministério.”
Veja Filipenses 4.15:
E sabeis também vós, ó filipenses, que, no início do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja se associou comigo no tocante a dar e receber, senão unicamente vós outros;
Paulo os conduz de volta ao início de seu ministério com eles. Quando ele chegou a Filipos pela primeira vez, na região chamada Macedônia, não havia crentes, igreja ou missionário. Paulo foi o primeiro a chegar.
Quando ele saiu de lá após motins e prisões (como sempre), havia uma igreja se reunindo na casa da primeira convertida da cidade; na verdade, a primeira convertida de toda a Europa: uma mulher rica chamada Lídia.
Os membros dessa igreja nova eram uma jovem ex-endemoninhada escrava que havia se convertido, o diretor da penitenciária da cidade que havia se convertido após um terremoto ter soltado os prisioneiros e nenhum deles ter escapado, graças a Paulo e Silas.
Mas Paulo não precisou adicionar detalhes históricos nessa carta de agradecimento; na verdade, ele começa o verso 15 dizendo basicamente: “Vocês já sabem disso!”
A generosidade da igreja filipense para com Paulo se estendia a um tempo distante no passado. A partir daquela visita inicial, essa igreja permaneceu leal e apoiando Paulo, enviando-lhe ofertas de vez em quando. E, já que Paulo estava sempre mudando de lugar, os irmãos o perdiam de vista às vezes, como provavelmente aconteceu aqui em Roma por algum tempo.
Mas, assim que a notícia da prisão de Paulo chega a Filipos—que ele estava desamparado, passando necessidades, que não podia pregar livremente, que estava passando frio no inverno—os irmãos filipenses imediatamente coletam fundos e enviam Epafrodito para encontra-lo.
Agora, Paulo geralmente se sustentava ao levar consigo em suas viagens suas ferramentas para fazer tendas; sua política de operação era essa de se sustentar a si mesmo. Ele até recusou receber ofertas dos crentes coríntios porque isso teria sido interpretado de forma errada. Mas, agora, em prisão domiciliar, Paulo depende de outros. Imediatamente após lermos o verso 15, a palavra que mais nos chama a atenção é unicamente.
Os filipenses foram os únicos a ajudar Paulo, o que na prática significa que Paulo estava sozinho. Pense nisso por um instante. A essa altura no ministério de Paulo com dezenas de igrejas espalhadas pelo mundo da Ásia Menor, Macedônia e Itália, nenhuma delas compreendeu a visão e valor do apóstolo Paulo; todos basicamente se esqueceram dele. Um dos motivos por que a igreja filipense é digna de ser lembrada é que ela se lembrou. E suas ofertas financeiras e materiais a Paulo eram, na realidade, atos de gratidão dos filipenses pelo que Paulo havia feito em suas vidas.
Esse é, de fato, um momento apropriado para parar e sermos desafiados a demonstrar gratidão às pessoas que Deus usou espiritualmente de forma singular em nossas vidas—aquele pai, professora, mentor, a pessoa que o conduziu a Cristo, talvez aquele pastor que o batizou e o discipulou. E não estou falando de leva-lo para tomar um cafezinho, mas leve tempo e escreva sua própria carta de agradecimento à pessoa que marcou sua caminhada na fé.
Agora, quero destacar que Paulo não se refere aqui à oferta financeira deles como dinheiro. Veja o que ele diz concernente à oferta no verso 15: ele a chamou de dar e receber. Paulo já usou essa palavra no capítulo 1 quando falou da comunhão e cooperação dos filipenses no Evangelho (1.3–5). Essa é a palavra koinonia, que fala de uma participação ativa. Ela foi usada no capítulo 1 para falar dos filipenses como cooperadores de Paulo na graça.
Paulo diz: “É o seguinte, por todos esses anos, temos cooperado juntos não somente experimentando a graça extravagante de Deus, mas manifestando essa graça por meio da mensagem do Evangelho.” Agora, aqui no capítulo 4, Paulo emprega o termo novamente para falar que os filipenses compartilharam com ele. Paulo deixa implícita a ideia: “Eu viajo e prego, mas, pelo fato de vocês me sustentarem e orarem por mim, somos, na verdade, igualmente parceiros nessa empreitada.”
E veja bem, existem muitos aspectos da lealdade dos filipenses que Paulo não menciona. Outras igrejas tinham começado a criticar Paulo, seus métodos e a ênfase de sua mensagem na graça. A igreja de Roma parece ter concluído, conforme já mencionamos antes, que Paulo merece estar preso e que é culpa dele. Os filipenses não foram na onda da opinião da maioria sobre a situação de Paulo. E quando o apóstolo recebe esse presente dos filipenses, ele lhes diz honestamente em sua carta de agradecimento que ninguém mais além deles tinha permanecido ao seu lado e o apoiado.
Meu querido, você imagina o que isso quer dizer sobre as demais igrejas? Qualquer que tenha sido o motivo, elas perderam a chance de se associar ao apóstolo. Paulo até menciona no verso 16: porque até para Tessalônica—uma cidade vizinha a Filipos—mandastes não somente uma vez, mas duas, o bastante para as minhas necessidades.
Onde estavam as demais igrejas? Não sabemos, mas os filipenses jamais desistiram nem se esqueceram de Paulo.
Mas Paulo ainda lhes diz mais uma coisa.
- “Não somente muito obrigado por serem cooperadores fiéis em meu ministério,” mas, em segundo lugar, “Vocês compartilham da minha recompensa.”
Veja o verso 17:
Não que eu procure o donativo, mas o que realmente me interessa é o fruto que aumente o vosso crédito
Em outras palavras, fico muito feliz em receber sua oferta não somente por causa do que ela significa para mim, mas por causa do que ela significa para vocês. Esse presente aumenta aquilo que Deus um dia retribuirá a vocês.
Mais uma vez, Paulo usa uma linguagem bancária. O verbo aumente se refere a multiplicação de juros e montantes. Ele diz: “Pegue sua calculadora espiritual: sua oferta para mim multiplica seus juros espirituais, os quais aumentarão sua própria recompensa.”
É como se Paulo dissesse aqui nessa carta de agradecimento: “Meus amigos, nenhuma outra igreja me considerou digno de investimento; mas vocês investiram e posso garantir que seu investimento será multiplicado em dividendos espirituais.”
Veja bem: quando você investe no ministério de alguém e compartilha financeiramente no trabalho do Evangelho, você não simplesmente dá dinheiro, mas investe em ações com retorno eterno.
Ninguém pensou que valia a pena investir em Paulo, mas os filipenses investiram. E imagine isto: até hoje, os filipenses impactam as nossas vidas—2 mil anos depois queremos ser como eles!
E imagine como as demais igrejas ignoraram o missionário mais importante da história da igreja e o embaixador do Evangelho mais estratégico que já viveu na Terra.
Paulo diz: obrigado por serem cooperadores fiéis; vocês compartilham de minha recompensa.
- Terceiro, Paulo diz: “Sua generosidade cuidou de todas as minhas necessidades.”
Veja o verso 18:
Recebi tudo e tenho abundância; estou suprido, desde que Epafrodito me passou às mãos...
Paulo diz a mesma coisa de três formas diferentes para enfatizar sua gratidão.
- Primeiro, ele escreve: recebi tudo. Essa linguagem tem uma conotação comercial que se refere a pagamentos que quitam todas as dívidas pessoais de alguém.
É claro, sabemos que Paulo tinha que pagar aluguel; sua prisão domiciliar não era de graça e Paulo tinha dívidas com o governo romano. Sem dúvida alguma, essa oferta cuidou de seu aluguel e de outras coisas.
- Em seguida, ele escreve: e tenho em abundância. Essa expressão traduz o verbo grego que significa “ter em excesso, mais do que suficiente.”
- Finalmente, Paulo escreve: estou suprido. Em nossa cultura hoje, entenderíamos Paulo dizendo que tudo está resolvido, desde sua geladeira, guarda-roupas, conta bancária até seu aluguel. Tudo foi suprido.
Não quase suprido, mas completamente. Esse é um lembrete desafiador para nós como igreja e como indivíduos em particular. Não sejamos pessoas mesquinhas, mas sejamos generosos. Vamos cuidar bem de nossos missionários e orar por eles. E quando eles forem visitar sua igreja, cuide deles; não lhes dê coisas que você não quer mais ou que já estão gastas. Seja generoso!
Alguns anos atrás, visitei missionários de nossa igreja que servem no Leste Europeu. Perguntei-lhes sobre o tipo de apoio que recebe de suas igrejas mantenedoras nos Estados Unidos. O casal compartilhou algumas coisas comuns, mas depois adicionou coisas surpreendentes.
Eles me disseram que um colega de campo deles recebeu de uma de suas igrejas, em mais de uma ocasião, caixas com sachês de chá usados... sachês usados. Eu disse: “Você só pode estar brincando.” Ele não estava.
Em seguida, o missionário me mostrou um tambor em seu guarda-roupas cheio de roupas que haviam sido enviadas por suas igrejas: só roupas velhas, furadas e gastas. Eles me disseram essas coisas, não ressentidos, mas sentindo pena, não de si mesmos, mas dessas igrejas.
Qualquer igreja que não é generosa na obra do Evangelho é uma igreja espiritualmente pobre. O motivo por que essas igrejas que mencionei não foram generosas e enviaram roupas velhas e sachês usados para chá é que seus corações, visão e fé estão murchos.
A forma como você e eu damos dinheiro e coisas materiais para o Senhor e Seus servos é uma janela por meio da qual Ele e outros enxergam nossos corações. Pergunto-me o que Deus e as outras pessoas realmente veem.
Mas aqui está o lado encorajador da carta de agradecimento de Paulo: entenda que você não está dando algo, mas investindo no maior empreendimento do planeta.
Foi impossível não pensar em Hudson Taylor, um missionário incrível que trabalhou na China e fundador da Missão para o Interior da China, criada em 1865. Ele foi mau entendido e criticado, principalmente porque ele fez algo que ninguém imaginava que faria.
Hudson raspou a parte dianteira da cabeça, tingiu o cabelo de preto, deixou crescer um rabo de cavalo e começou a vestir roupas chinesas típicas de um professor. Por causa disso, muitas igrejas na Inglaterra cortaram seu sustento; demorou anos para o mundo perceber o tesouro que ele era.
Um homem em particular permaneceu com Hudson desde o princípio; seu nome era George Mueller. Geralmente pensamos em George Mueller como alguém precisando levantar sue próprio sustento, algo que ele fez. Mas o que muitos não sabem é do apoio fiel e contínuo que esse homem idoso de fé forneceu ao jovem missionário na China. Ele enviou uma carta a Hudson Taylor dizendo:
Querido irmão, o trabalho do Senhor na China tem se tornado um fardo cada vez maior em meu coração. Por isso, tenho ansiado e orado para conseguir ajudar essa obra mais e mais com dinheiro, bem como com oração. Ultimamente, tenho desejado especialmente ajudar todos os irmãos e irmãs com você. Meu objetivo maior é dizer que o amo no Senhor e que oro por você todos os dias. Pensei que seria um encorajamento em suas dificuldades, provações, tribulações e decepções saber que existe alguém que o estima e que se lembrou de você diante do Senhor.
Junto com a carta estava um cheque que na economia de hoje equivaleria a mil dólares. No decorrer dos anos, a quantidade das ofertas foi aumentando, a ponto de George Mueller enviar a Hudson Taylor o equivalente hoje a 75 mil dólares por ano.
Você acha que Mueller simplesmente deu algo? Não, ele enxergou o que poucos conseguiram: um investimento de ouro e a conta de sua recompensa multiplica até os dias de hoje.
Não pense que quando você dá dinheiro ou coisas materiais à causa do Evangelho você está simplesmente dando algo. Na verdade, você investe na eternidade e você pode ser generoso.
Agora, Paulo fornece mais um incentivo a que compartilhemos de forma generosa e sacrificial.
- A quarta declaração de Paulo nessa carta de agradecimento é: “O que vocês fizeram por mim é algo que Deus percebeu.”
Veja ainda o verso 18:
Recebi tudo e tenho abundância; estou suprido, desde que Epafrodito me passou às mãos o que me veio de vossa parte como aroma suave, como sacrifício aceitável e aprazível a Deus.
Paulo sai do banco e vai para o templo. Ele deseja que entendamos que ofertas são como sacrifícios colocados sobre o altar para a glória de Deus.
Paulo se refere aqui às ofertas do Antigo Testamento de grãos ou animais, as quais eram oferecidas a Deus e subiam como um perfume agradável a Ele.
Essa linguagem é aplicada de forma metafórica ao crente em outras partes das Escrituras:
- Davi diz: Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus (Salmo 51.17).
- Paulo encorajou os crentes romanos: apresentai os vossos corpos a Deus como sacrifícios vivos (Romanos 12.1).
- O escritor de Hebreus exorta seus leitores: ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome. Não negligencieis, igualmente, a prática do bem e a mútua cooperação; pois, com tais sacrifícios, Deus se compraz (Hebreus 13.15–16).
Agora, aqui aos filipenses, Paulo deseja que eles entendam que não deram dinheiro simplesmente, mas que fizeram algo que Deus não ignorou. E não foi um saque monetário, mas uma adoração espiritual.
- Você sabe o que faz quando coloca uma oferta no gazofilácio?
- Você sabe o que faz quando compra comida para uma família em necessidade?
- Você sabe o que faz quando ajuda um seminarista?
- Você sabe o que faz quando oferece seu lar para um servo de Deus descansar, ou seu carro para poder viajar, ou suas milhas para poder comprar uma passagem de avião?
Paulo quer que você entenda que sua oferta não está ligada simplesmente à sua riqueza, mas à sua adoração. Você ergue um altar e coloca sobre ele sua oferta preciosa que sobe em aroma agradável à presença do próprio Deus: um sacrifício aceitável e aprazível a Deus.
Por fim, Paulo adiciona um encorajamento maravilhoso a esses crentes filipenses necessitados que lhe deram de sua própria pobreza.
- “Deus suprirá as suas necessidades, assim como vocês supriram as minhas.”
O verso 19 diz:
E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades.
Gosto muito da forma como Paulo diz o meu Deus—não um deus qualquer, não os deuses dos panteões gregos ou romanos; não os deuses dos egípcios ou atenienses—mas o meu Deus—o meu Deus vivo e verdadeiro—há de suprir... cada uma de vossas necessidades.
Vocês, filipenses, me deram de sua pobreza, mas Deus dará segundo a sua riqueza. A construção pode ser entendida como um advérbio da seguinte forma: “Em retribuição ao que vocês me deram, Deus suprirá todas as suas necessidades de maneira tão abundante como só Deus pode fazer.”
Deus fará isso segundo a sua riqueza, o que significa o seguinte: digamos que eu esteja passando enorme carência e você seja um milionário. Se eu apresentasse minha necessidade e você me desse apenas 10 reais, você estaria me dando da sua riqueza, mas se você me desse um cheque assinado com o valor em branco e me mandasse preencher o valor, então você estaria dando segundo a sua riqueza.
É exatamente isso o que Paulo diz aqui: E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades. E lembre-se que, nesse contexto, isso significa que Deus suprirá as necessidades dos filipenses assim como eles haviam suprido as de Paulo.
Paulo não diz que Deus dará um cheque em branco para o crente preencher o valor conforme deseja. Como vimos em nosso estudo no verso 13, Tudo posso naquele que me fortalece não significa que podemos fazer o que nós queremos. Dessa forma, as promessas aqui nesta passagem são: podemos fazer tudo que Deus quer que façamos e teremos tudo que Deus quer que tenhamos. Deus nos dará o que realmente precisamos como resultado de darmos nosso tempo e tesouro para ajudar outros em necessidade. Esse é o contexto imediato.
No contexto mais amplo, Deus promete suprir as nossas necessidades—necessidades legítimas que Deus supre. Ele suprirá nossas necessidades, não nossas ganâncias.
Quando chegamos ao final dessa passagem, findamos confiando em Deus, tendo fé em Deus, adorando a Deus, dando glórias a Deus somente, desejando a providência e provisão de Deus. E é por isso que Paulo conclui com uma doxologia no verso 20:
Ora, a nosso Deus e Pai seja a glória pelos séculos dos séculos. Amém!
Veja como ele muda de meu Deus no verso 19 a nosso Deus no verso 20. Paulo diz: “Cantem comigo! Nossa adoração da glória de Deus durará eternamente.” E Paulo termina com um amém, ou seja, “É isso mesmo!”
Paulo conclui dizendo: “O que faremos além de adorar a Deus por Sua graça extravagante, provisão fiel e glória eterna?!”
....a nosso Deus e Pai seja a glória pelos séculos dos séculos. Amém!
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado dia 15/05/2016
© Copyright 2016 Stephen Davey
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