Diferenças Reconciliáveis

Diferenças Reconciliáveis

Ref: Philippians 1–4

Diferenças Reconciliáveis

Graça Extravagante—Parte 1

Filipenses 4.2–3

Introdução

Um autor escreveu que na igreja e na família, existe sempre um abismo enorme entre o ideal e o real. Ele escreve: “Infelizmente, a vida familiar e a vida na igreja são bastante parecidas. Os acontecimentos, surpresas e situações da vida nem sempre são ideais. É por isso que precisamos colocar em prática a graça; graça em meio à vida real e à comunidade real entre pessoas reais assim como nós.”

Muito bem colocado. A definição de “graça” é “favor imerecido.” A palavra “graça” geralmente nos vem à mente quando pensamos na maneira como Deus nos trata—com um favor imerecido. Mas a verdade é que graça não é somente algo que recebemos de Deus, mas é algo que damos a outros por meios de atos e atitudes graciosos. E a graça é tão encorajadora quanto um copo de água gelado num dia quente e abafado de verão.

A palavra “graça” no Antigo Testamento descreve a atitude de se abaixar para falar com outros. No Novo Testamento, a palavra foca no favor concedido a alguém que não o merece.

Graça é usada no Novo Testamento para falar de palavras graciosas e de um espírito amável; ela carrega a ideia de aceitação.

Agora, a questão é que ninguém pode dizer ser uma pessoa de graça ao menos que ela se inclina para agir com bondade para com o outro. A maioria dos crentes fala e canta sobre a graça, mas poucos a vivem na prática.

A verdade é que a graça é algo difícil, ou talvez até mesmo impossível. Por que? Porque a vida é difícil e as pessoas podem ser impossíveis, não é verdade?

Gosto da história que Wiersbe contou; ele escreveu:

Num belo dia, minha filha adolescente desceu do ônibus escolar na frente de nossa casa, entrou em casa e bateu a porta da frente. Daí, subiu as escadas dando passadas fortes, entrou no se quarto e, mais uma vez, bateu a porta. E ela fez tudo isso enquanto dizia: “Pessoas, pessoas, pessoas!” Em seguida, subi, bati à sua porta e disse: “Filha, posso entrar?” Ela respondeu: “Não!” Tentei mais uma vez e ela disse: “Não!” Então, perguntei: “Por que não posso entrar?” E ela respondeu: “Porque você é uma pessoa!”

Por isso, alguém escreveu um poema que diz:

Viver lá em cima com santos que amamos,
Ah, isso será uma maravilha e uma glória!
Mas viver aqui embaixo com os santos que conhecemos,
bom, isso daí já é outra história.

Não precisamos ler as entrelinhas a fim de percebermos que a igreja de Filipos precisava de uma demonstração vívida da graça. Ao iniciar o capítulo 4 de Filipenses, Paulo faz algo reservado apenas para momentos críticos: ele menciona pessoas pelo nome.

Vamos dar continuidade ao nosso estudo em Filipenses 4 lendo o verso 2:

Rogo a Evódia e rogo a Síntique pensem concordemente, no Senhor.

Agora, se havia alguém cochilando naquele domingo enquanto esta carta estava sendo lida, esse crente acordou rapidinho! Como você pode imaginar, os olhos de todos na assembleia se voltaram para essas duas mulheres.

E Paulo age diplomaticamente ao não fornecer os detalhes por trás da desarmonia, mas existe algo não somente errado, mas perigoso acontecendo nessa igreja.

De fato, a desunião chegou a um nível tão alarmante a ponto de sair de Filipos e chegar a Roma, de onde Paulo escreve esta carta.

Agora, o que a princípio parece ser uma repreensão severa é, na realidade, uma confrontação graciosa. Paulo faz duas coisas logo de início. Primeiro, ele repete o verbo rogo em: Rogo a Evódia e rogo a Síntique.

Esse verbo pode ser traduzido como “solicito,” “imploro” ou até mesmo “encorajo.” Paulo tinha todo o direito de jogar contra essas duas mulheres o peso de sua autoridade apostólica e basicamente mandá-las se ajeitarem na igreja.

Ao invés disso, ele as chama pelo nome e solicita pessoalmente que se reconciliem; obviamente, o problema da desarmonia é sério o suficiente a ponto de precisar ser mencionado. Paulo sabe que desarmonia é tão nociva para a igreja quanto o perigo dos falsos mestres que ele mencionou no capítulo 3. Mesmo que a doutrina de uma igreja seja saudável, a desunião rouba o poder da igreja e pode facilmente destruir seu testemunho. Simplesmente faça uma busca no Google e você verá uma multidão de vídeos e noticiários de brigas de igrejas.

Paulo sabia perfeitamente que discórdia, desunião e conflito poderiam devastar a integridade do testemunho da igreja de Filipos. Os jornais do Império Romano já diziam: “Briga na Igreja de Filipos.”

Então, Paulo chama essas duas mulheres pelo nome e usa uma abordagem graciosa ao lhes fazer uma solicitação. Em seguida, ele faz outra coisa: veja que Paulo não toma o lado de nenhuma delas.

Veja que Paulo não escreve: “Rogo a Evódia a que viva em harmonia com Síntique; nem, “Rogo a Síntique que viva em harmonia com Evódia.” Ao direcionar seu pedido a ambas, Paulo não toma o lado de nenhuma.

Rogo a Evódia e rogo a Síntique pensem concordemente, no Senhor.

Vocês duas—pensem concordemente—tenham a mesma mentalidade no Senhor. Em outras palavras, voltem ao ponto em comum que possuem: o Senhor; decidam viver em acordo por causa daquilo que compartilham no Senhor. Vocês não concordarão sobre todas as coisas da vida, mas precisam concordar naquilo que é mais importante na vida. Então, voltem àquilo que têm em comum—Cristo.

Um comentarista escreveu isso da seguinte forma: “Paulo sabia que se, elas acertassem as coisas no Senhor, elas acertariam as coisas uma com a outra.”

A próxima coisa que Paulo faz é o seguinte: ao invés de tomar o lado de uma, de entrar em detalhes e divulga-lo à toda igreja, ao invés de repreender duramente essas mulheres, Paulo começa a elogiá-las. Veja o verso 3:

...pois juntas se esforçaram comigo no evangelho, também com Clemente e com os demais cooperadores meus...

Elas compartilharam da luta de Paulo pela causa do Evangelho ali em Filipos. E isso no informa três coisas a respeito dessas duas mulheres:

  • Primeiro, elas eram membros da igreja, não visitantes.
  • Segundo, elas eram membros ativos, não membros inativos e infrutuosos.
  • E terceiro, elas eram membros antigos, tendo compartilhado pessoalmente dos dias difíceis de Paulo no estabelecimento do Evangelho em Filipos.

A propósito, apenas revise a história dessa igreja e você verá que mulheres estiveram profundamente envolvidas no nascimento dessa congregação:

  • Quando Paulo chegou, o primeiro grupo de pessoas ao qual ele pregou era formado de mulheres apenas que haviam se reunido à beira do rio para orar.
  • Após a pregação de Paulo, uma empresária influente chamada Lídia creu no Evangelho e foi salva.
  • Imediatamente, ela abriu o seu lar para Paulo e sua casa se tornou a primeira igreja na cidade.
  • Não demora muito até que Paulo e Silas são lançados na prisão por haverem supostamente gerado uma balbúrdia na cidade.
  • Daí, à meia-noite, Deus milagrosamente abre as cadeias e eles acabam conduzindo o carcereiro filipense à fé em Cristo.
  • Posteriormente, as autoridades pedem que Paulo e Silas saiam da cidade.
  • Em meio a tudo isso, outras mulheres—muito provavelmente do grupo inicial à beira do rio—confiaram em Cristo e perseveraram pelos desafios e dificuldades no decorrer do estabelecimento da igreja no lar de Lídia.

Reviso isso simplesmente para fornecer o pano de fundo para o elogio de Paulo a essas duas mulheres: elas haviam arriscado suas vidas. Elas não ficavam observando as coisas de braços cruzados, mas se envolviam profundamente e investiam na igreja de Filipos.

Uma observação importante a fazermos é que essa questão divisória não era doutrinária. Caso fosse, Paulo teria seguido seu costume de apontar as falsas doutrinas e reforçar as doutrinas verdadeiras. Contudo, esse não é o caso aqui. É importante destacarmos isso porque os problemas que com maior frequência distraem, dividem e geram desarmonia na igreja local não são disputas doutrinárias, não é verdade?

Viaje pelo país e você se deparará com igrejas repletas de problemas, não doutrinários, mas relacionados a decisões da liderança, a estilo de música, a autoridade e a cor de cortinas.

Na nossa aula de novos membros em nossa igreja, falamos de problemas que causam divisões e sempre digo a mesma coisa: as igrejas em geral não se dividirão por causa da divindade de Cristo, da Trindade ou da ressurreição literal de Jesus. Cremos em tudo isso e não precisamos discutir essas doutrinas; as pessoas que estão em nossa igreja obviamente creem nessas doutrinas. Mas o que divide igrejas são coisas insignificantes se comparadas às doutrinas da Trindade e ressurreição corpórea de Cristo.

O que divide igrejas são valores, filosofia de ministério, propósito para os cultos, uso de dinheiro e instalações, estrutura organizacional, perspectivas sobre batismo, divórcio e recasamento, o papel da mulher na pregação, dom de línguas, etc. Essas são as questões que realmente dividem e as igrejas precisam estar bem convictas quanto à perspectiva que seguem e se certificar de que seguem realmente aquilo que a Bíblia ensina a respeito dessas coisas. Possuir convicções firmes poderá causar divisões, mesmo que tais convicções não digam respeito a doutrinas eternas.

Algumas pessoas saíram de nossa igreja porque não gostaram da música. Meu querido, deixe-me encorajá-lo com o seguinte: nada disso é novo. A maior ameaça à igreja em Filipos não era sua perspectiva da divindade de Cristo ou Sua ressurreição, mas desarmonia entre dois membros fundadores fiéis. E tudo indica que a igreja já tinha começado a tomar lados—um grupo tomando o lado de Evódia e outro grupo defendendo Síntique. Um terceiro grupo provavelmente era formado por aqueles que não desejavam se envolver com a situação. Enquanto isso, o inimigo da igreja lambia os beiços.

Alguém disse certa vez que, numa briga de igreja, o diabo não toma lados, mas apenas supre munição. E a situação assumiu tal proporção em Filipos que Paulo precisa tratar do problema de frente.

Permita-me mencionar três princípios que emergem daquilo que descobrimos até agora com base nesses versos.

  • Primeiro, discordâncias e diferenças de opinião são inevitáveis dentro da igreja.

Quer seja sua família discordando sobre qual restaurante escolher para jantar ou para onde ir nas férias—diferenças de opinião são a realidade. E a igreja é formada de famílias—solteiros e casados, jovens e velhos—e o potencial para milhares de discordâncias ferve constantemente na chaleira da igreja.

Eu tenho uma placa que por vários anos deixei pendurada sobre a porta de meu escritório; ela diz: “Onde estiverem 2 ou 3 reunidos em meu nome, ali haverá diferenças quanto ao que a Bíblia ensina.”

Quando nossa igreja passou de 2 membros (eu e minha esposa!), discordâncias se tornaram inevitáveis. Até mesmo quando éramos apenas nós dois, o voto nem sempre era unânime.

Discordâncias são inevitáveis.

  • Segundo, crentes maduros nem sempre concordam em discordar.

Nessa passagem, vemos duas mulheres que eram crentes antigas, não novas convertidas. Mas algo aconteceu. Muito provavelmente, baseado na dica de Paulo sobre orgulho e luta por poder no capítulo 2, a maioria dos estudiosos do Novo Testamento acredita que essas duas mulheres estavam ou disputando pela mesma posição, ou sugerindo pessoas diferentes para uma posição de autoridade—talvez seus próprios maridos—e nenhuma delas estava cedendo na discussão.

Discussões e debates estavam se transformando em partidos; os xingamentos começaram; as coisas estavam começando a se parecer com o debate presidencial; palavras estavam sendo ditas, o calor apenas aumentando e a desarmonia se espalhando.

  • O terceiro princípio é: se não forem tratadas, discordâncias entre poucos poderão prejudicar muitos.

Imagine, isso começou com uma discordância entre duas mulheres fieis da igreja e agora se transformou na questão principal que ameaça dividir a igreja inteira. Isso porque ressentimentos pessoais não gostam de ficar no anonimato; fofocas não ficam quietas; ambos se deleitam em aumentar a plateia.

Muitos estudiosos do Novo Testamento acreditam que Paulo tocou no assunto umas 3 ou 4 vezes nesta carta antes de finalmente tratar do assunto diretamente. O problema estava afetando todos e finalmente foi colocado sobre a mesa. É por isso que Paulo agora apresenta uma recomendação para acabar com a disputa. Veja o verso 3:

A ti, fiel companheiro de jugo, também peço que as auxilies, pois juntas se esforçaram comigo no evangelho...

Agora, apesar de Paulo não nos informar o nome de seu companheiro aqui, ele claramente o incumbe com a responsabilidade de ajudar as duas mulheres a se acertarem, e a igreja evidentemente sabia quem esse companheiro era.

Em meus estudos, me deparei com pelo menos uma dúzia de perspectivas quanto a quem era esse companheiro. Alguns acreditam que era Timóteo—ele, sem dúvidas, era o fiel companheiro de Paulo; outros afirmam que era Silas, o companheiro de viagens de Paulo e evangelista; outros ainda pensam que o termo companheiro é uma metáfora para a igreja filipense inteira; outros acham que o termo grego syzyge, traduzido como companheiro, é um nome próprio que significa “juntar, ficar sob o mesmo jugo;” por fim, alguns sugerem que o termo se refere à esposa de Paulo, já que companheiro pode se referir a esposa.

Existem muitas opiniões diferentes. Pessoalmente, creio que seja Epafrodito. Ele é chamado de companheiro de Paulo no capítulo 2; além disso, ele é o portador da carta à igreja de Filipos e, muito provavelmente, o homem lendo a carta diante da igreja.

Mas a verdade é que não sabemos ao certo e não queremos brigar por causa disso. No fim, quem ele era não é tão importante quanto ao que ele deveria fazer.

Peço que as auxilies—o verbo auxilies carrega um sentido forte de ação física, pegar, segurar:

  • Ele é empregado para descrever a cena no Jardim do Getsêmane onde os soldados vieram para prender Jesus (Mateus 26.55);
  • Ele também aparece para falar dos discípulos pegando peixes em Lucas 5.9.

Na única vez em que Paulo empregou esse verbo, ele o usou em seu pedido urgente para seu companheiro tomar uma atitude decisiva de unir essas duas mulheres.

Evidentemente, elas haviam se afastado uma da outra de tal maneira em seus corações a ponto de ele precisar urgentemente e até fisicamente coloca-las uma ao lado da outra numa sala para tentar uma reconciliação.

Deixe-me parar aqui rapidamente e oferecer mais alguns princípios:

  • Primeiro, conflito é geralmente resolvido com a ajuda de pessoas mais calmas.

Com muita frequência, pessoas envolvidas em um conflito precisam do auxílio de alguém que venha e ofereça uma nova perspectiva sobre o assunto. Se essa terceira pessoa é um bom ouvinte e não está emocionalmente envolvido na discussão, ela pode oferecer uma avaliação honesta que vai além do “ele disse” e “ela disse.”

Esse auxiliador consegue discernir o verdadeiro problema e ajuda a trazer mais clareza ao problema.

  • Segundo, quando conflitos surgem, a igreja não deve tomar partidos, mas desembaraçar o problema.

Em outras palavras, quando existe um problema de divisão na igreja, Paulo nos manda fazer algo que soa até estranho: ao invés de sairmos da situação, devemos entrar no problema, não para assumir partidos, mas para apaziguar o problema. Não fique sentado do lado de fora apenas observando como um espectador insensível, vendo o problema apenas crescer e o calor apenas aumentar. Entre e ajude!

Creio ser isso o que Paulo quer dizer em 1 Coríntios 11.19:

Porque até mesmo importa que haja partidos entre vós, para que também os aprovados se tornem conhecidos em vosso meio.

Ou seja, quando a temperatura subir, busque pessoas de cabeça fria e corações sábios para ajudar a resolver a situação. Essas pessoas encorajarão ambos os lados a parar, a condescender humildemente a fim de servir um ao outro o prato generoso da graça.

  • Terceiro, obter vantagem numa discussão pessoal nunca é mais importante do que proteger a unidade do corpo no vínculo da paz.

Enquanto ponderava nas implicações desses dois versos, pensei que Paulo nunca pediu para seu companheiro:

  • Se livrar dessas duas mulheres;
  • Tomar o partido de uma delas;
  • Ou mesmo pronunciar uma das duas como vencedora.

Não! Vá e construa uma ponte e as ajude a atravessar essa ponte, uma em direção à outra.

Veja como Paulo conclui o verso 3:

…cujos nomes se encontram no Livro da Vida.

Paulo se refere a Clemente, sobre o qual nada sabemos. Além dele, o apóstolo fala de demais cooperadores seus, essas duas mulheres e seu companheiro fiel, o qual permanece anônimo. Mas perceba que os nomes de todos eles estão escritos no Livro da Vida.

Essa última frase é bem convincente. É como se Paulo nos lembrasse sutilmente: “Ei, todos nós vamos morrer—o que as pessoas dirão sobre nós em relação à unidade e harmonia na igreja?”

Imagine! Evódia e Síntique têm permanecido conhecidas nos últimos 2 mil anos como as duas mulheres que não conviviam bem juntas.

Mas aqui está a questão: o que Paulo diria de mim e de você? Se essa sentença fosse sobre nós, o que ela diria? Qual tem sido sua contribuição para a harmonia da igreja à qual você pertence?

Por outro lado, essa última frase é não somente convincente, mas encorajadora também. Nossos nomes estão escritos no livro da Vida; Paulo diz isso como que nos lembrando: “Estamos indo para o céu!”

Conflitos são resolvidos na era presente quando lembramos que recebemos uma graça eterna. Paulo diz: “Não se esqueçam, todos vocês: seus nomes se encontram no Livro da Vida.

Os discípulos voltaram para Jesus após um ministério frutífero de pregação e Jesus lhes disse: alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e sim porque o vosso nome está arrolado nos céus (Lucas 10.20).

Daniel viu em sua profecia a ressurreição de todo aquele que for achado inscrito no livro da vida (Daniel 12.1).

Meu amado, uma maneira de perseverarmos com graça e de demonstrarmos graça a outros é nos lembrando que nosso futuro eterno é repleto de graça. Manifestamos a singularidade de nosso Senhor que condescendeu em humildade para revelar graça e, se Ele pôde fazer isso, nós também devemos.

Conclusão

Termino com um artigo de jornal mencionado por um escritor crente. O artigo retratou a vida de uma mulher chamada Linda, motorista de ônibus numa grande metrópole. Linda demonstrava graça para com seus passageiros esperando por eles se estivessem atrasados e até aprendendo seus nomes.

Uma senhora com mais de 80 anos foi subir no ônibus carregando em suas mãos sacolas pesadas de supermercado. Então, Linda desceu do seu assento ajudou essa senhora. Agora, a idosa deixa outros ônibus passarem simplesmente para pegar o ônibus que Linda dirige.

Numa outra ocasião, Linda viu uma moradora de rua em necessidade. Ela se apresentou e logo descobriu que a mulher, chamada Tânia, era nova à área e estava perdida. Já que um feriado estava chegando, Linda convidou Tânia para jantar com sua família. Agora, as duas são amigas e Tânia conseguiu a ajuda de que precisava.

O artigo continua dizendo que Linda, a motorista de ônibus, conquistou a simpatia de seus passageiros de tal forma que eles até lhe disponibilizam suas casas de veraneio onde pode repousar durante as férias. Alguns lhe trazem flores de diversos tipos.

O trabalho de Linda não fica mais fácil por causa dessas coisas. Na verdade, pense em como deve ser a vida de um motorista de ônibus que não recebe apreço: passageiros carrancudos, problemas no motor, engarrafamentos, passageiros carrancudos (já falei esse?), chiclete grudado nas cadeiras e lixo no corredor.

O jornal perguntou: Como Linda consegue nutrir essa atitude? O jornalista respondeu: “Sua atitude começa, na verdade, às 2:30 da manhã. Enquanto se prepara para mais um dia de trabalho, ela passa 30 minutos orando ao seu Senhor e Salvador; pois é, Linda é crente. Ao final de seu dia de trabalho, quando se aproxima do final de sua linha, ela sempre diz aos últimos passageiros: ‘Te amo, meu querido! Cuidado!’ Você alguma vez já ouviu um motorista de ônibus dizendo ‘Te amo’ para os passageiros?”

O autor que citou o artigo termina com uma aplicação: “Se você está se perguntando onde encontrar o Espírito do reino de Deus, digo o seguinte: você poderá encontrá-lo no ônibus nº 45, na cidade de San Francisco, Califórnia. Se as pessoas querem saber onde podem ver a graça de Deus trabalhando na prática, a resposta é: ‘Ali, diante do volante daquele ônibus urbano.’”

Fiquei pensando: se esse tipo de graça pode funcionar dentro de um ônibus, ela também pode funcionar dentro da igreja.

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado dia 06/03/2016

© Copyright 2016 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

 

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