
Correndo Como Judas
Correndo Como Judas
Mirando Mais Alto—Parte 6
Filipenses 3.18–19
Introdução
Alguns nos atrás, eu me deparei com o artigo de uma revista evangélica—é uma parábola sobre os nomes dos 12 discípulos apresentados pelo Senhor no início de Seu ministério.
Do departamento de Recursos Humanos: “Muito obrigado por apresentar os currículos desses doze candidatos que você escolheu para administrar sua nova organização religiosa. Todos eles já passaram pela bateria de testes e entrevistas, e a nossa opinião unânime é que a maioria de seus candidatos não possui o histórico, nível educacional e aptidão vocacional necessários para a posição de administração. Eles não demonstram possuir a capacidade de trabalhar em equipe e têm pouca, se alguma, habilidade e capacidade para administração.
Simão Pedro é instável emocionalmente e possui um temperamento explosivo. André não é um líder e prefere permanecer no anonimato. Tiago e João, aqueles dois irmãos da família de Zebedeu, muito provavelmente colocarão seus próprios interesses acima de sua lealdade à empresa. Sinceramente, eles são meninos mimados. Tomé tem sérios problemas com dúvidas e com certeza atrapalhará o bom ânimo de todos. Tiago e Tadeu possuem uma predisposição para se envolver com ações sociais radicais. Também cremos ser da responsabilidade de nosso departamento de Recursos Humanos informa-lo sobre Mateus. Ele é conhecido dentre os fiscais da receita como uma pessoa que arranca muito dinheiro de comerciantes de forma fraudulenta. Entretanto, temos o prazer de informa-lo que um de seus candidatos parecer ter grande potencial. Ele é um homem de recursos, com uma mente voltada para os negócios, sabe lidar com finanças, bastante motivado e ambicioso. Recomendamos Judas Iscariotes para ser o chefe de seu departamento financeiro e vice-presidente.”
Sem dúvidas, o tempo mudou nossa opinião a esse respeito, não é verdade? Contudo, quando voltamos e analisamos os acontecimentos dos 3 anos de ministério desses homens até o final, ninguém suspeitava que Judas Iscariotes fosse um traidor. Na verdade, até onde os demais discípulos sabiam, Judas parecia ser um dos únicos a ter a mente no lugar; o discípulo com maior probabilidade de fracassar terrivelmente ou de falar algo ridículo era Pedro.
Eugene Peterson escreveu algo interessante que me chamou a atenção. Judas seria um sucesso na perspectiva de nosso mundo hoje. Ele havia conseguido organizar as coisas com bastante destreza para administrar o dinheiro do grupo de apóstolos; ele manipulou habilidosamente os líderes religiosos e políticos de seu dia a seguir seus planos. Pedro, por outro lado, seria um fracasso tremendo: quando pressionado, ele se desesperou e agiu como um grande covarde. Mas o tempo revelou que Judas não passava de um homem egoísta que rejeitou o Cristo e que Pedro foi um seguidor de Cristo arrependido. Portanto, aqui está uma pergunta: por que o mundo, e até mesmo a igreja em geral, corre atrás do estilo de vida de Judas—famintos por controle financeiro e posses materiais, confiando em influência política e num convite ao poder, manipulando as pessoas em busca de promoção pessoal, e vivendo a vida com planos pessoais em mente?
Deixe-me repetir essa pergunta de forma mais resumida: por que muitas pessoas correm como Judas? No decorrer das Escrituras, a ideia de correr aparece como uma metáfora para revelar a direção e fervor na vida de alguém.
- Paulo escreveu em Gálatas 5.7: Vós corríeis bem; quem vos impediu de continuardes a obedecer à verdade?
- Também em Filipenses 2.16: preservando a palavra da vida, para que, no Dia de Cristo, eu me glorie de que não corri em vão, nem me esforcei inutilmente.
- Lemos em Hebreus 12.1: corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta.
- Pedro escreveu em 1 Pedro 4.4: Por isso, difamando-vos, estranham que não concorrais com eles ao mesmo excesso de devassidão.
Ainda usamos esse mesmo tipo de linguajar em nossos dias. Dizemos que as pessoas “correm atrás do mundo, correm atrás de determinadas coisas.” Não só “correr,” mas também a ideia de “caminhar” exprime o mesmo conceito de avançar na direção certa:
- Em Gênesis 5.24, lemos que Andou Enoque com Deus e já não era, porque Deus o tomou para si.
- Davi escreveu no Salmo 86.11: Ensina-me, SENHOR, o teu caminho, e andarei na tua verdade; dispõe-me o coração para só temer o teu nome.
No Novo Testamento, o crente recebe alguns desafios quanto à sua caminhada:
- Paulo diz que andamos por fé e não pelo que vemos (2 Coríntios 5.7);
- Além disso, vemos a ordem clara: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne.
A maneira como uma pessoa anda já revela algo sobre ela. Até mesmo a televisão e o cinema mostram um herói andando com confiança, enquanto o vilão caminha meio que furtivamente na calada.
Imaginamos Judas andando sorrateiramente na direção das coisas erradas; o mundo corre na direção errada. A pergunta para o crente é: em que direção caminhamos? Será que corremos como Judas e atrás de nossos próprios planos? Será que andamos de forma semelhante ao mundo?
Paulo fala desse assunto em Filipenses 3. Se você esteve conosco em nossa meditação anterior, então se lembra que Paulo escreveu sobre correr atrás do prêmio da glória de Deus. Em Filipenses 3.17, ele também falou sobre andar segundo exemplos santos. Veja o verso 17 novamente:
Irmãos, sede imitadores meus e observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós.
Em outras palavras, andem como outras pessoas que andam com Deus; imitem pessoas santas da forma como elas mesmas imitam Jesus Cristo. O que Paulo faz em seguida é contrastar o tipo correto de andar ou correr com pessoas que correm atrás de coisas erradas. Na minha mente, eu vejo essas pessoas correndo como Judas—atrás de uma vida que, no fundo, rejeita Deus.
Apesar de Paulo descrever aqui o caminhar do descrente, suas palavras servem de desafio para avaliarmos a natureza de nosso andar com Deus. Veja o que ele escreve no verso 18:
Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo.
Duas Declarações Surpreendentes
Existem duas declarações surpreendentes nesse texto.
- Primeiro, Paulo chama os descrentes de inimigos da cruz.
Se você saísse na rua e perguntasse às pessoas se elas são inimigas de Deus, provavelmente nenhuma delas diria: “Com certeza!” Não, a maioria diria: “Não sou inimigo de Deus. Não sinto que sou Seu inimigo e com certeza não acho que Ele me tem como inimigo. Como assim inimigo de Deus?”
A verdade é que não temos a capacidade de julgar a situação de nosso relacionamento com Deus sem Sua Palavra, assim como um paciente a quem o médico diz: “Você está com câncer terminal,” e o paciente responde: “Mas eu não acho que estou com câncer; não sinto nenhum câncer em meu corpo—isso não pode ser verdade!”
Rejeitar a cruz é muito mais do que rejeitar um pedaço de madeira símbolo de morte. Rejeitar a cruz significa:
- Rejeitar o presente precioso da vida e o derramamento de sangue do Filho do próprio Deus;
- Afrontar o Criador;
- Ignorar os termos de paz e reconciliação entre Deus e o homem;
- Rejeitar o Evangelho, o que significa ser um adversário de Cristo, quer o pecador sinta isso ou não.
Tiago escreveu em sua carta:
Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus (Tiago 4.4).
Não importa quem você seja, o que seu currículo diz sobre você, o que você pensa sobre si ou o que as pessoas acham de você—enquanto rejeitar o Evangelho, você continua sendo um inimigo de Deus, por mais terrível que seja esse pensamento.
E essa é a condição presente do mundo incrédulo. Paulo escreve: são inimigos da cruz.
- A segunda declaração surpreendente do verso 18 diz respeito ao sentimento de Paulo. Ele escreve: agora, vos digo, até chorando.
Quando Paulo começa a descrever a condição do descrente, lágrimas descem em seu rosto. Sabemos que Paulo chorou:
- Enquanto advertia os presbíteros e o rebanho de Éfeso (Atos 20);
- Por causa da influência dos falsos mestres (Romanos 9);
- Ao expressar sua preocupação amorosa com a igreja desviada de Corinto (2 Coríntios 2).
Filipenses 3, contudo, é a única ocasião em todo Novo Testamento em que Paulo fala de chorar no tempo presente. Ou seja, quando lemos esse parágrafo, vemos o papiro molhado de lágrimas e a tinta misturada com as lágrimas do apóstolo.
E digo isso porque Paulo é digno de ser imitado em muitas áreas e essa é uma delas. Paulo chorou por causa da situação dos descrentes, assim como Cristo chorou por causa da Jerusalém incrédula (Lucas 19.41).
Não existe nenhuma indicação aqui de Paulo dizendo: “Esses descrentes vão é queimar no inferno.” Nenhum crente deve jamais alimentar esse tipo de espírito para com os perdidos. Na verdade, quanto mais sabemos a respeito do julgamento vindouro, mais sensibilizados ficamos para sentir compaixão, orar e evangelizar com urgência.
Charles Spurgeon, o pastor famoso dos anos de 1800, escreveu: “Se pecadores serão amaldiçoados eternamente, que eles pelo menos pulem sobre nossos cadáveres. Se eles perecerão, que pereçam com nossos braços agarrados aos seus joelhos, implorando-lhes que fiquem. Se o inferno será enchido de pessoas, que nenhum pecador vá para lá sem antes haver sido alertado e sem ter sido objeto de nossa oração.”
Eu ainda me lembro de ler quando ainda menino os livretos que meu pai dava aos marinheiros da cidade onde trabalhava como missionário aos militares. Muitos marinheiros desciam dos navios e muitas prostitutas os aguardavam pelas ruas. Um desses livretos tinha uma figura: era a de um caminho largo cheio de pessoas caminhando sem saber que, logo adiante, havia um precipício enorme; muitas pessoas caíam nesse precipício às chamas do inferno que queimavam embaixo.
Essa figura chamou muito a minha atenção. Primeiramente, eu não queria ser uma daquelas pessoas; segundo, eu queria alertar pessoas quanto ao julgamento vindouro de Deus.
Quando vemos as pessoas andando pela vida se autodestruindo; quando vemos nosso mundo correndo como Judas em direção às suas próprias ambições, isso deveria provocar em nós ainda maior compaixão para fazer o que pudermos para resgatá-los conforme a graça e providência de Deus.
Quatro Descrições do Mundo
Aqui vemos Paulo, com lágrimas nos olhos, descrevendo o mundo descrente de quatro formas diferentes.
- Primeiro, sua condenação é certa.
Veja o verso 19: O destino deles é a perdição.
Esse é o fim dos descrentes. Paulo faz um jogo de palavras aqui. Anteriormente, ele empregou uma forma dessa mesma palavra para se referir ao crente maduro, perfeito cujo fim é a perfeição em Cristo. Agora, Paulo usa a mesma palavra para se referir ao destino do descrente como sendo a destruição.
Outras passagens chamam isso de morte ou julgamento. Na verdade, a palavra morte, thanatos, não significa cessar de existir, mas ser separado. Na morte, a parte física e material do pecador é separada de sua parte imaterial e espiritual.
Quando você morre, o casco de seu corpo físico é separado de quem você realmente é; seu corpo morre, mas sua alma apenas começou a ver seu destino eterno. E a Bíblia menciona dois tipos de morte: a morte física e a segunda morte.
Conforme as Escrituras explicam, se você nascer apenas uma vez fisicamente, você experimentará duas mortes: a separação do corpo e da alma no momento da morte física e, após o julgamento final, a morte espiritual, que é uma separação eterna de Deus.
É exatamente esse tipo de linguagem que o apóstolo João usa em Apocalipse 20.14 quando escreve: esta é a segunda morte, o lago de fogo. A segunda morte não é cessar de existir, mas ser separado eternamente de Deus.
Mas deixe-me adicionar logo o seguinte: se você nasceu duas vezes—uma vez fisicamente e outra vez espiritualmente pela fé em Cristo—se nasceu duas vezes, você morrerá apenas uma vez—fisicamente. Você não passará pela segunda morte—a separação eterna de Deus.
Portanto, deixe-me resumir isso da seguinte maneira: se você nasceu apenas uma vez, morrerá duas vezes; se nasceu duas vezes, morrerá apenas uma vez.
Ao menos que o arrebatamento aconteça enquanto você ainda estiver vivo; nesse caso, você não morrerá nem mesmo uma vez, mas, assim como Enoque e Elias, será trasladado para o encontro do Senhor nos ares (1 Tessalonicenses 4.17).
As pessoas perguntam com bastante frequência sobre o verso de Mateus onde Jesus disse:
Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo (Mateus 10.28).
Esse verso parece ensinar que o corpo e a alma do descrente cessarão de existir em algum momento, que Deus destruirá ambos. Contudo, a palavra que Jesus utiliza para perecer é significante; ela significa “entregar.” E de fato, o Senhor empregou a mesma palavra várias vezes e, todas as vezes que a empregou, ela nunca significou deixar de existir, mas ser entregue à miséria.
Então, Jesus diz: “É melhor você temer Aquele que é capaz de entregar tanto o corpo como a alma ao inferno.” E esta é a existência futura eterna do descrente sem Cristo conforme descrita no Novo Testamento:
- Desespero eterno;
- Vidas desperdiçadas;
- Tormento eterno;
- Perdição não mais passível de redenção;
- Trevas eternas;
- Banimento da presença de Deus para sempre.
Paulo ficou emocionado diante da gravidade dessa existência eterna e irremediável.
Dante descreveu isso bem em sua obra medieval na qual imaginou as seguintes palavras escritas sobre a porta do inferno: “Deixai para trás toda esperança, vós que aqui entrais.”
Como vemos, a questão não é: “Será que o pecador cessa de existir?” mas, “Onde o pecador existirá eternamente?” E essa pergunta trouxe lágrimas aos olhos de Paulo.
Sem Jesus Cristo, a condenação dos descrentes é certa.
- Segundo, seus desejos são sensuais.
Paulo continua no verso 19: o deus deles é o ventre. A palavra traduzida como ventre é o grego koilia, a qual se refere ao cólon ou abdômen em particular, ao estômago. Essa é uma metáfora que Paulo usa para falar de desejos proibidos descontrolados, sensuais e físicos.
Um autor escreveu que Paulo diz aqui que o descrente vive sem uma autoridade suprema que determina os desejos de seu corpo; o descrente adora seus apetites.
E perceba que Paulo não destaca nenhum apetite em particular; Paulo não elabora sua declaração; ele não se refere especificamente a fornicadores, viciados em droga, glutões ou fofoqueiros. A verdade é que não importa. A questão que Paulo deseja frisar bem aqui, conforme disse J. A. Motyer, é que, qualquer que seja seu apetite, ele controla os descrentes e eles o adoram.
E isso é verdade. Aquilo que alguém busca em afronta a Deus passa a ser seu deus, apesar de muitos não verem problema nisso. O que há de errado em satisfazer seus desejos? Como pode estar errado se parece ser algo certo?
Será que os desejos de uma pessoa podem ser indicadores de que ela não está se aproximando de Deus, mas apenas se distanciando dele? Conforme Paulo, o ventre, o apetite, o sentimento de prazer pode se transformar em idolatria, e idolatria, no fim, produz julgamento e morte.
Em um de seus livros, Steve Farrar conta a história de uma família que havia se abrigado no porão de casa durante uma tempestade forte. O rádio anunciou que um tornado havia sido visto. Quando a tempestade terminou, o pai abriu a porta da frente para ver o estrago. Em frente à casa, um poste de eletricidade tinha caído e havia uma faísca forte brilhando. Antes que ele percebesse, sua filha de cinco anos de idade tinha corrido por fora de casa e estava indo em direção àquela faísca brilhosa que saía de um fio deitado na rua.
“Pare, filha” gritou ele.
Mas sua filha continuou correndo.
“Filha, PARE!”
E a menina continuou correndo para aquele fio que tanto chamava sua atenção.
“Pare AGORA, filha!” gritou o pai enquanto corria atrás dela.
Mas sua filha chegou ao fio primeiro e o segurou, e morreu na hora.
O fio piscou com faíscas, brilhou forte, era algo atraente, parecia ser divertido; era algo que ela tinha que experimentar; não parecia ser fatal.
O mundo corre como Judas; ele corre atrás de deuses das faíscas de sua própria satisfação. A tragédia, descoberta tarde demais, é que os descrentes terão escolhido deuses de faíscas incapazes de prover satisfação duradoura. Sem nem perceber, terão desperdiçado suas vidas. E quando Paulo considera a autodestruição e vidas vazias dos descrentes, lágrimas escorrem de seus olhos.
Sua condenação é certa.
Seus desejos são sensuais.
- Terceiro, sua aprovação é vergonhosa.
Paulo continua escrevendo no verso 19, dizendo: e a glória deles está na sua infâmia. Em outras palavras, Paulo diz que o mundo encontra sua maior glória naquilo que é vergonhoso.
Não ouvimos mais esse tipo de conversa, não é verdade? As pessoas não falam mais de vergonha:
- Eles exibem sua sexualidade—que vergonha!
- Eles afrontam o gênero que Deus lhes deu—que vergonha!
- Eles vão de uma cama a outra—que vergonha!
- Eles abortam seus bebês—que vergonha!
- Eles correm atrás de suas próprias ambições—que vergonha!
- Eles buscam o prazer abertamente—que vergonha!
- Eles correm como Judas atrás de 30 moedas de prata—que vergonha!
Paulo escreve: “Eles exaltam e se gloriam em práticas, hábitos e desejos dos quais deveriam se envergonhar, mas não se envergonham.”
Mas as coisas não param por aí. Paulo, na verdade, afirma que os descrentes chegam à forma mais extrema de perversidade porque não somente se orgulham de suas perversões, mas aplaudem as mesmas atitudes em outras pessoas.
Elas se gloriam em sua vergonha. O profeta Isaías observou a mesma coisa em sua própria geração quando escreveu:
Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade; põem o amargo por doce e o doce, por amargo! (Isaías 5.20).
Não é mau, é bom!
Não é trevas, é luz!
Não é amargo, é doce!
Paulo descreve esse último passo de afronta e incredulidade na famosa passagem de Romanos 1.32:
Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem.
O mundo diz ao Evangelho: “Isso não está fora dos limites; veja quantas pessoas fazem isso! Essa é uma prática louvável... espere aí... não fique do lado errado da história!”
G. K. Chesterton escreveu um século atrás: “Falácias não cessam de ser falácias porque entram na moda.”
- Elas ainda são falácias;
- Elas ainda são desvios trágicos da verdade;
- Elas ainda são práticas perversas e autodestrutivas que trazem uma penalidade após outra sobre os perdidos miseráveis que buscam justificar sua vergonha.
Sua condenação é certa.
Seus desejos são sensuais.
Suas aprovações são vergonhosas.
Com isso, Paulo apresenta a quarta frase descritiva do mundo incrédulo.
- Quarto, suas fascinações são míopes.
Ele conclui o verso 19, dizendo: visto que só se preocupam com as coisas terrenas.
Em outras palavras, o descrente fica fascinado com coisas terrenas apenas:
- O materialismo é sua maior religião.
- A moda é sua liturgia sagrada.
- As celebridades são seus sacerdotes.
- As posses são suas maiores recompensas.
- A Terra é o seu céu.
Mas não ouse sentir pena deles, pois logo reagiriam dizendo que preferem a terra:
- Eles estão presos à Terra.
- Eles são moradores da Terra.
- Eles são orientados para a Terra.
- Eles amam a Terra.
- Eles adoram a Terra.
Como essa é uma miopia trágica. Isso se equipara a escolher 30 moedas de prata ao invés de o Salvador. Veja bem, 30, 50, 70, 100 anos na terra com todo ouro, prata e tudo o que você conseguir não compensarão pela eternidade.
Enquanto lágrimas fluem de seus olhos, Paulo informa a igreja de Filipos que, para esses descrentes, a Terra será o mais próximo que chegarão do céu.
Nem pense no currículo deles; seu atestado de óbito dirá:
- Suas fascinações eram míopes.
- Suas aprovações eram vergonhosas.
- Seus desejos eram sensuais.
- Agora, com a morte, sua condenação é certa.
Mas, para você ainda não; se você ainda está vivo respirando neste momento, sua condenação ainda não é certa. Ainda há tempo. Cristo é a sua única esperança; o Evangelho da fé em Cristo somente é a sua única salvação. Você abrirá mão da Terra em troca dele antes que seja tarde demais?
Charles Spurgeon pregou 150 anos atrás: “Tão certo como vive o Senhor, descrente, você se encontra de pé em uma tábua sobre a boca do inferno e essa tábua está podre. Você está pendurado sobre o abismo por uma corda apenas e os fios dessa corda estão se arrebentando.”
Agora, antes de essa tábua quebrar e de essa corda se arrebentar—antes que seu coração pare—invoque o nome do Senhor e você será salvo... para sempre.
Não corra como Judas... corra para Jesus!
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado dia 21/02/2016
© Copyright 2016 Stephen Davey
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