
Encontrando O Centro
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Mirando Mais Alto—Parte 5
Filipenses 3.15–17
Introdução
Na minha coleção de livros sobre os atributos de Deus, um autor conta a história de um homem viajando pelo interior numa tarde e passou de carro ao lado de uma fazenda bonita próxima da estrada com um celeiro enorme. Havia meia-dúzia de flechas presas na parede do lado de fora desse celeiro, e cada uma dessas flechas estava no centro de alvos enormes pintados na parede.
Pouco tempo atrás, esse viajante havia começado a usar seu arco e flecha e ficou impressionado com a pontaria do fazendeiro. Então, ele resolveu parar na fazenda para conversar com o dono do lugar. Logo que entrou na fazenda, viu o fazendeiro trabalhando ali perto.
Ele saiu do carro, apontou para o celeiro e perguntou: “Foi você quem atirou aquelas flechas bem no centro dos alvos?” O fazendeiro respondeu humildemente: “Sim, senhor, fui eu.” O viajante então replicou: “Sua pontaria é incrível. Cada uma das flechas está bem no meio! Quanto tempo você demorou para chegar nesse nível?” O fazendeiro riu e respondeu: “Eu fiz aquilo como brincadeira... na verdade, eu atirei as flechas primeiro e depois pintei os alvos na parede do celeiro em volta de cada flecha.”
Sinceramente, esse é um retrato excelente da maneira como a maioria das pessoas vive—elas atiram na educação, poder, posição social e posses e, depois, pintam o significado da vida ao redor dessas coisas. Dessa forma, elas podem dizer: “Veja, acertei no centro... minha vida acertou o alvo... nunca erro!”
Pela direção e inspiração do Espírito Santo, o apóstolo Paulo deu aos crentes algumas lições no assunto de escolher um alvo mais sublime de forma a direcionar suas vidas para a coisa certa. Em nosso encontro anterior, começamos a explorar vários encorajamentos práticos fornecidos pelo apóstolo.
Um deles foi seja realista. Paulo escreve em Filipenses 3.12: Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição. Em outras palavras, Paulo escreve: “Ainda não cheguei onde devo.”
Todavia, Paulo logo adiciona: “Mas prossigo em direção ao alvo.” Ele escreve: mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus.
Em seguida, descobrimos que Paulo não tinha uma mente fechada, mas uma mente focada. Ele escreveu no meio do verso 13: mas uma coisa faço. Ou seja, ele encorajou os crentes filipenses a ficarem focados em seu alvo. Paulo não se metia numa dúzia de coisas que acabava fazendo de mau jeito, mas redirecionava tudo para uma coisa: viver para Cristo.
Depois ele informou a igreja de Filipos que estava deixando o passado no passado, isto é, deixando bagagem para trás. Ele disse no verso 13: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão.
Se você dirigir seu carro com os olhos fixos no retrovisor, logo acontecerá um acidente. O motorista precisa manter os olhos fixos no para-brisa à sua frente, de maneira a olhar para frente. Paulo diz que ele olha adiante; na verdade, tão adiante a ponto de fixar seus olhos naquele momento quando Deus o chamar ao lar para estar com o seu Salvador.
Tudo na vida de Paulo apontava nessa direção. O centro do alvo era ver Cristo um dia e, enquanto isso, viver de tal maneira que Cristo seria honrado.
Em nosso estudo anterior, falei que atletas vitoriosos da época de Paulo eram convocados à plataforma para receber suas premiações, as quais incluíam 500 peças de dinheiro e assento privilegiado em eventos teatrais e esportivos.
Esses são brindes interessantes na vida, mas não são o propósito da vida; eles não formam o centro para o qual apontamos nossas vidas.
Após essa rápida revisão, veremos que Paulo caminha para ainda mais encorajamentos práticos, informando o crente a respeito de seu alvo pessoal.
O Centro da Vida de Paulo
O linguista Steven Runge escreveu em seu comentário em Filipenses que o verso 15 inicia uma nova seção na qual Paulo responde a pergunta, “E daí?” Ou seja, como devemos viver a vida de forma a apontar para um alvo mais sublime para a glória de Deus?
Permita-me fornecer quatro declarações práticas que resumem os próximos versos.
- A primeira declaração é basicamente um desafio de Paulo: “Reajuste, continuamente, sua atitude.”
Paulo escreve no verso 15: Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos este sentimento.
Já ouvi dizer que 10% de sua vida são as coisas que acontecem a você, e 90% de sua vida são sua atitude diante do que acontece em sua vida.
Em outras palavras, a vida não é, em sua maioria, formada por coisas que nos acontecem, mas por nossa atitude ao que acontece. Então, a vida deve ser um constante reajuste de nossa atitude diante da constante mudança de eventos.
Você pode estar pensando: “Rapaz, será que um dia ficará mais fácil reajustar minha atitude?” Com essa pergunta em mente, veja o que Paulo diz: Todos, pois, que somos. Note o pronome pessoal “nós” implícito no verbo. Conforme diz Runge, é como se Paulo dissesse: “Vamos todos nós fazer o seguinte.”
E como isso é encorajador! Paulo diz: “Estamos todos no mesmo barco.” Mas ele é um apóstolo e poderia ter dito: “Certo, vocês, crentes filipenses, vocês precisam reajustar a sua atitude.” Ao invés disso e de forma graciosa, ele diz: “Sou bem mais velho na fé do que a maioria de vocês, mas ainda preciso fazer a mesma coisa: todos os dias reajustar a minha atitude. Ainda estou no processo de crescer espiritualmente também.”
Agora, isso pode soar meio contraditório à luz do que Paulo escreve em seguida; veja: Todos, pois, que somos perfeitos. Talvez você esteja pensando: “Eu sabia! Paulo disse ‘nós’ para se incluir aqui. No fim, ele era, sim, perfeito; todos nós, os perfeitos, temos essa atitude!”
Mas esse não pode ser o significado das palavras de Paulo aqui. Veja o verso 12 novamente:
Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição...
Paulo emprega a mesma expressão para perfeitos; por isso, ficamos confusos. No verso 12, Paulo diz que ele ainda não é perfeito; agora, no verso 15, ele diz que é perfeito.
Sugiro que você volte ao verso 12 e circule a palavra perfeição e escreve na margem de sua Bíblia o seguinte: “completamente maduro.”
A palavra grega teleios traduzida como perfeito significa “completa ou totalmente maduro.” Ela é usada para contrastar uma criança e um adulto.
Volte, agora, ao verso 15; circule a palavra perfeitos e escreve na margem de sua Bíblia: “evidenciando maturidade.” Dessa maneira, o pensamento de Paulo fica mais claro. É como se ele dissesse: “Todos nós, que estamos evidenciando maturidade, precisamos ter esse sentimento ou atitude.” Qual é a evidência da maturidade num crente que cresce espiritualmente? Ter o mesmo sentimento.
Ele escreve no verso 15: tenhamos este sentimento. Ou seja, “Vamos pensar da mesma maneira.”
Agora que entendemos melhor a palavra que Paulo usa para perfeitos, aquilo que inicialmente parecia ser uma contradição acaba se transformando num entendimento maravilhoso quanto à forma como o crente que cresce pensa e fala sobre si mesmo.
Paulo diz, com efeito: “Estou amadurecendo, mas ainda não sou completamente maduro. Estou crescendo, mas não cresci totalmente como devo. Estou sendo aperfeiçoado na imagem de Cristo, mas ainda não cheguei a essa perfeição!”
E como isso é encorajador, especialmente vindo de um crente mais velho na fé como Paulo. A verdade é que crentes que estão amadurecendo genuinamente não pensam que já amadureceram como deveriam. Os que realmente crescem em Cristo jamais darão a impressão de que chegaram à perfeição. Na verdade, crentes mais velhos na fé geralmente percebem que a única pessoa que conseguiu viver uma vida cristã perfeita foi Jesus Cristo!
Kent Hughes escreveu: “Aqueles que são [realmente] maduros não se deixam olhar com satisfação de volta para alguma realização espiritual; eles correm a corrida ao invés de ficarem pensando que ela já terminou.”
Como a igreja precisa espelhar essa atitude humilde—“Estou crescendo, mas ainda não cheguei onde devo.”
Penso num comentarista que escreveu sobre um grupo de turistas que passeava por um vilarejo pitoresco na Inglaterra numa bela tarde. Enquanto caminhavam, os turistas passaram por um senhor idoso sentado próximo a uma cerca. Um turista lhe perguntou: “Por acaso nasceu algum grande homem nesta vila?” Ao que o senhor respondeu: “Não, apenas bebês.”
Esse é o espírito de encorajamento de Paulo aqui para todas as idades espirituais, como que dizendo: “Veja, não sou completamente maduro ainda, mas prossigo crescendo. Por que você não se junta a mim para fazermos isso juntos?”
Como é encorajador quando alguém mais velho na fé chega em sua vida e diz: “Vamos conseguir... vamos apontar para um alvo mais sublime juntos.”
Tenhamos este sentimento. A palavra traduzida como sentimento é a mesma que Paulo já usou no capítulo 2 quando escreveu no verso 5: Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus. Esse sentimento destaca a atitude incrível da humildade de Cristo.
Portanto, o crente que evidencia maturidade reajusta, continuamente sua atitude, diariamente, minuto após minuto, em direção à humildade.
Andrew Murray escreveu de forma bastante prática:
As coisas insignificantes da rotina diária são testes que provam nossa atitude. É exatamente naqueles momentos inusitados que demonstramos quem realmente somos. Para saber se uma determinada pessoa age com humildade, você precisa acompanhá-la em sua vida diária. O que isso significa na prática? Da próxima vez em que você discordar de alguém, ceda, assuma a culpa pelas falhas e busque reconciliação com outros imediatamente.
Acertar o centro do alvo em sua caminhada cristã significa não somente reajustar, continuamente, sua atitude.
- Mas, em segundo lugar, Paulo diz: “Permaneça sempre ensinável.”
Veja a segunda parte do verso 15: e, se, porventura, pensais doutro modo, também isto Deus vos esclarecerá.
O que Paulo faz aqui é colocar nas mãos de Deus a responsabilidade final pelo reajuste de nosso pensamento. Ou seja, se nosso pensamento é falho em algum aspecto, Paulo confia no Espírito de Deus para pegar a verdade de Sua revelação e nos convencer, desafiar e, por fim, mudar. Paulo diz: “Confio a vida de vocês ao Espírito de Deus, o qual é o verdadeiro professor.”
Isso suscita uma pergunta em minha mente—e talvez na sua também: como reconhecer quando o Espírito de Deus está nos ensinando? Como saber se o Espírito de Deus está nos direcionando? Deixe-me mencionar rapidamente seis sinais da direção do Espírito Santo na vida do crente:
- O Espírito Santo será sempre consistente com o que a Palavra de Deus revela (João 16.13);
- O Espírito Santo sempre nos levará a agir como o caráter de Deus—o que é puro, honesto e gracioso (Romanos 1.4);
- O Espírito Santo nunca o encorajará a desistir ou viver em temor (2 Timóteo 1.7);
- O Espírito Santo sempre o levará a rejeitar o pecado, não a defende-lo ou escondê-lo (Gálatas 5.17);
- O Espírito Santo sempre o libertará da culpa e desespero por meio do arrependimento, perdão e esperança renovada (Tito 3.5);
- O Espírito Santo o levará a agir ao invés de desistir em derrota (Efésios 6.18).
O apóstolo Paulo escreveu todas essas passagens que acabei de citar, com exceção apenas de João. Ele sabia que um crente ensinável possui dentro de si o maior de todos os professores, o qual conduz o homem espiritual a aceitar as coisas do Espírito de Deus (1 Coríntios 2.14).
Ao reajustar sua atitude e permanecer ensinável, a flecha de sua vida estará apontada para um alvo mais sublime, indo em direção ao alvo da semelhança a Cristo.
- A terceira declaração que Paulo faz é: “Recuse entrar em ponto-morto.”
Paulo escreve no verso 16: Todavia, andemos de acordo com o que já alcançamos.
Em outras palavras, não relaxe. Se Paulo pensa com um vocabulário militar, algo que alguns linguistas acham ser o caso, ele então manda os filipenses manter o ritmo da marcha e não sair de sua formação.
Se ele estiver falando da perspectiva do esporte, então a ordem é que os filipenses perseverem na corrida dentro de suas raias, seguindo o trajeto devido.
Por outro lado, se mudássemos para uma metáfora musical, então Paulo estaria mandando os filipenses tocarem no tempo certo, a praticar o que já aprenderam e continuar tocando.
Paulo sabia que cada crente na igreja de Filipos estava num nível diferente; ele não os mandou caminhar todos no mesmo ritmo, correr à mesma velocidade ou tocar o mesmo instrumento com a mesma habilidade. Paulo apenas manda os filipenses não abandonar aquilo que aprenderam até agora.
Quantas pessoas fazem aulas de algum instrumento musical quando criança, mas findam não participando de alguma orquestra? Por que isso acontece? Simplesmente porque não perseveram naquilo que aprenderam e relaxaram.
Enquanto eu estava no seminário, minha esposa e eu trabalhamos duro. Eu tive vários empregos diferentes para conseguir um dinheiro—a maioria para comprar livros. Em um seminário eu trabalhei como faxineiro; em outro como office-boy; também trabalhei afinando pianos e, por um tempo, algo que deu um dinheiro bom, dei aulas de piano para meia-dúzia de alunos. Geralmente, pais de nossa igreja descobriam que eu estava dando aulas de piano e enviavam seus filhos para mim, dizendo que eram gênios da música.
Então, colocava uma criança de 11 anos no banco à frente do meu piano e começava as aulas. Primeiramente, eu perguntava se ela sabia tocar alguma música. A criança respondia toda entusiasmada e começava a bater nas teclas com violência! Bom, logo em seguida em me sentava com ela no banco e lhe apresentava àquele instrumento maravilhoso com 88 teclas—52 brancas e 36 pretas.
Eu introduzia essa criança à primeira tecla pelo nome—a nota fundamental e base do piano diante da qual ela deveria se posicionar, de forma a ficar exatamente no centro do piano quando se sentasse: Dó Maior. Eu mostrava ao aluno onde ficava o Dó Maior e o mandava tocar essa nota.
Eu explicava que ele precisava saber onde essa nota ficava no piano, e depois lhe dizia que tocaria outras escalas, começando com o Dó Maior. Posteriormente, vinham os acordes—o primeiro na tecla do Dó Maior; depois, aparecia o arpejo em Dó; finalmente, vinham as músicas, geralmente começando em Dó Maior.
Agora, com essa metáfora em mente, o apóstolo Paulo estaria encorajando a igreja filipense dizendo que todos nós tocamos em estágios diferentes. Alguns martelam o piano com violência; outros estão aprendendo as escalas; outros já avançaram para acordes e arpejos; ainda outros já tocam em orquestras.
Mas a questão é a seguinte: não abandone aquilo que você já aprendeu; não retroceda; não relaxe ou coloque sua vida espiritual em ponto-neutro; não regrida no que aprendeu até aqui. Isso se assemelharia a aprender a tocar um concerto e depois voltar a martelar as teclas do piano. Sinceramente, uma coisa é se esquecer de como tocar piano; é outra coisa bem diferente esquecer o propósito da vida.
Ainda nessa mesma metáfora, Cristo acontece de ser o Dó Maior. Cristo é o centro de sua vida, Ele é a base de tudo que você aprenderá sobre o Cristianismo e sobre como agradar o Senhor. Cristo é a nota fundamental de todos os acontecimentos e acordes que são tocados em sua vida. Cristo é o Dó Maior. Portanto, centralize sua vida em Cristo; busque Cristo em tudo e jamais relaxe ou entre em ponto-morto.
Um autor escreveu em seu comentário sobre esse verso aos filipenses:
Se depois de anos de vida cristã você começa a pensar que chegou ao ponto em que seu conhecimento de Cristo já está avançado demais e que pode relaxar, você está errado. Devemos buscar Cristo, Seu caráter, Sua atitude e Sua glória na primavera, no verão, no outono e no inverno.
Não escorregue de onde você está de forma a entrar em ponto-morto. Veja bem: ponto-morto sempre nos conduz para baixo, nunca para cima, e sempre nos faz descer o morro que já subimos. Não estou falando aqui de salvação, mas de força e crescimento espirituais.
Fico pensando em Salomão, o filho de Davi, um homem com habilidade, diligência e discernimento incríveis, desde poesia a botânica, engenharia e arquitetura. Espetacular—um talento dado por Deus; ele realmente era um gênio. Seu pai Davi planejou, mas Deus escolheu seu filho Salomão para construir uma das maravilhas do mundo antigo de arquitetura inacreditável, design fabuloso, belíssima em cada mínimo detalhe, coberta em sua maioria a ouro. Esta foi a maior realização de Salomão—o Templo de Deus.
Entretanto, creio ter sido uma ironia trágica que, próximo do final de sua vida, em um diário um tanto pessoal que chamamos de Eclesiastes, Salomão reflete sobre como regrediu em sua vida. E ele menciona uma conquista após outra, uma habilidade após outra, um projeto após outro; mas, no fim de sua vida, Salomão não menciona o Templo de Deus, nem sequer uma vez. Por que? Provavelmente assombrado pelos outros monumentos nos morros da vergonha próxima nos quais suas esposas adoravam falsos deuses; talvez, no fim, essa grande realização não importava mais. Salomão se distanciou para muito longe do trajeto; Salomão esqueceu muito da música que havia aprendido.
Paulo diz, com efeito: “Pegue o que você tem e o que sabe e continue... continue aprendendo; não entre em ponto-morto.”
Mas Paulo adiciona mais uma declaração de encorajamento.
- “Imite pessoas dignas de seguir.”
Paulo escreve no verso 17: Irmãos, sede imitadores meus.
A palavra traduzida como imitadores se refere a uma planta de uma construção que se deve seguir, de forma a edificar uma vida digna de ser vivida.
Obviamente, Paulo possui uma prerrogativa apostólica. Em outra de sua carta, Paulo diz aos coríntios: Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo (1 Coríntios 11.1).
E ao invés de se destacar, veja que Paulo inclui outros crentes como possíveis exemplos. Ele ainda diz no verso 17: e observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós.
Esses crentes conheciam bem homens como Timóteo e Epafrodito. Além disso, Paulo abre as portas da igreja, dizendo que esses modelos também poderiam ser encontrados dentro das quatro paredes da congregação filipenses entre eles.
Seguir faz parte da natureza humana; somos, por natureza, imitadores. Fabricantes de veículos, marcas de roupa e lojas lucram com essa realidade. Essa é nossa natureza; e imitar pode ser algo bom e pode ser algo ruim também. Pais constantemente buscam reorientar a atenção de seus filhos às pessoas corretas.
Você já parou para pensar que o Espírito de Deus nunca nos manda parar de imitar pessoas? O que Ele diz é que devemos garantir que imitaremos as pessoas certas. Encontre pessoas piedosas e as imite; siga pessoas santas. Sem dúvida alguma, as pessoas do mundo em geral observam umas às outras e seguem o exemplo de seus heróis.
Recentemente, eu me decepcionei com alguns jogadores famosos cujas vidas milhares de jovens acompanham e imitam. Após uma final, o perdedor saiu de campo emburrado como uma criança que não tinha conseguido as coisas do seu jeito. Com essa atitude, ele mostrou a uma geração de jovens como perder sem dignidade.
Agora, a estrela do outro time, a estrela vencedora, para mim, agiu ainda pior. Algumas vezes durante entrevistas após o jogo, o vencedor disse que queria apenas beijar sua esposa e filhos e tomar bastante cerveja, mostrando a uma geração de crianças que o idolatram que celebração verdadeira é beijar a esposa e filhos e se embebedar. Para piorar ainda mais as coisas, ele depois disse: “E vou fazer uma oração para o ‘cara lá em cima....”
Meu amigo, não existe nenhum “cara lá em cima.” Existe apenas o nosso majestoso, soberano, gracioso, santo e tremendo Senhor dos senhores, Reis dos reis diante do qual devemos nos prostrar com reverência e temor.
Agora, eu sei que estou pregando em geral para crentes e que o mundo não entende essas coisas direito. Mas foi impossível não pensar em todos os jovens que assistiam aos seus ídolos na televisão e que foram influenciados pelo exemplo deles e, no fim, acabam errando também.
Contudo, aqui está uma questão ainda mais importante para nós, crentes: o seu mundo o observa tanto dentro da igreja como fora da igreja.
Que tipo de seguidor um crente se tornaria se nos imitasse? Será que daríamos muita esperança de progresso? Se um crente jovem em seu meio escolhesse copiar seu exemplo de vida, será que existe alguma coisa que você preferiria que ele não visse ou investigasse mais de perto?
Isso, evidentemente, atinge cada um de nós, quer por implicação ou aplicação. A exortação não é para simplesmente encontrarmos uma pessoa piedosa para a imitarmos, mas a nos tornar pessoas piedosas que outros possam imitar sem restrições.
Portanto, vamos nos ajudar como crentes; e vamos ajudar nosso mundo, fornecendo um exemplo para que outros também encontrem o Dó Maior e se unam a nós centralizando suas vidas em Cristo.
Conclusão
Vamos apontar nossas vidas para um alvo mais sublime; vamos nos certificar de que estamos mirando no alvo correto e vivendo vidas dignas de serem imitadas. Vamos fazer de Jesus Cristo o nosso Dó Maior. Como?
- Reajustando nossa atitude.
- Sendo pessoas ensináveis.
- Recusando entrar em ponto-morto.
- Imitando pessoas dignas de imitar e nos tornando pessoas dignas de imitar.
E isso faremos pela graça e para a glória e honra, não nossas, mas de Jesus Cristo, o qual é o centro de nossas vidas, o nosso Senhor e Salvador!
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado dia 14/02/2016
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