Mais do Que Uma Suspeita de Traição

Mais do Que Uma Suspeita de Traição

Ref: Philippians 1–4

Mais do Que Uma Suspeita de Traição

Aos Cidadãos do Céu—Parte 3

Filipenses 1.1b–2

Introdução

Quando Filipe II ascendeu ao trono do Império Grego 350 anos antes do nascimento de Cristo, ele se tornaria um dos maiores administradores e um dos reis mundiais que mais conquistou territórios. Sua reputação seria inferior apenas à de seu filho, Alexandre o Grande.

Uma das cidades capturadas logo no início em seu reino ficava localizada estrategicamente numa cordilheira. Essas montanhas formavam um vale natural no qual ficava a principal via que conectava a Ásia à Europa. Era aí que ficava essa cidade.

Ainda mais importante do que isso era o fato de essa cidade possuir e operar minas de outo e prata. O reino de Filipe usou moedas de ouro e prata produzidas nessas minhas para comprar as roupas para seus soldados. O imperador daria a essa cidade outro nome em honra a si mesmo em profunda humildade: Filipos.

200 anos depois (em 168 a.C.), o Império Romano derrotou o Império da Grécia. A essa altura, as minas de ouro de Filipos haviam sido exauridas e a importância da cidade diminuído consequentemente.

Ela provavelmente teria permanecido uma cidade de pouca importância—exceto por sua localização estratégica—caso algo dramático não tivesse acontecido. Júlio César foi assassinado e, em todo o tumulto que envolveu o Império, lealdades ficaram divididas e regiões ficaram do lado de diferentes líderes com o potencial de se tornarem imperadores.

Augusto e suas legiões romanas finalmente perseguiram e pegaram os assassinos de Júlio César—do lado de fora da cidade de Filipos. Filipos tinha uma escolha a fazer e seus cidadãos escolheram ficar do lado de Augusto na batalha. Brutus e Cassius, os assassinos de César, foram mortos na batalha e Augusto subiu ao trono de um Império Romano recém-formado. E uma das coisas que ele jamais esqueceria era o favor que a cidade de Filipos lhe tinha feito.

Imediatamente, ele concedeu à cidade a posição de “colônia” romana para celebrar sua vitória. Todos os habitantes de Filipos logo receberam cidadania no Império Romano, podendo votar, escolher e ser governado pelo seu próprio senado.

Além disso, eles receberam a posição especial chamada “A Lei da Itália,” a qual isentava todos os seus moradores de terem que pagar impostos a Roma.

Filipos era a menina dos olhos do imperador romano e a cidade tinha orgulho disso também. Eles adotaram os costumes, a lei, as vestimentas, o senado e a língua oficial do Império Romano—latim.

O imperador ainda fez algo mais—ele enviou soldados veteranos para morar em várias cidades especiais ou colônias e Filipos era uma delas. Esses soldados leais e condecorados chegaram em grupos de 300 juntamente com suas esposas e filhos e se assentaram na cultura local. Isso possibilitou que o império se espalhasse, mantivesse as coisas sob controle e, ao mesmo tempo, estimulasse profundo patriotismo.

Evidentemente, esses soldados veteranos receberiam grande honra por haverem tido um papel fundamental na formação de um império próspero com comércio, lei, cultura e paz. Se entrássemos na cidade de Filipos, 1 de cada 10 habitantes seria ou pertenceria à família de um soldado romano condecorado por sua coragem e heroísmo.

O problema foi que, em Filipos, esse sentimento de favor, privilégio, lealdade e patriotismo foi muito além de um simples orgulho nacionalista. Dentro de 100 anos, os cidadãos de Roma transformarão patriotismo em idolatria; eles adorarão seus imperadores como se fossem gerados por divindades.

Na época em que Paulo escreve essa carta à igreja em Filipos, 100 anos depois de ela haver se tornado a cidade do César, os cidadãos tinham adotado—e isso causará grande perseguição por todo império—a prática de declarar devoção final ao seu imperador, chamando-o de kyrios soter: Senhor e Salvador.

Você se lembra do motivo por que Paulo e Silas foram lançados no cárcere após terem pregado em Filipos pela primeira vez 10 anos antes? A acusação contra eles foi a seguinte:

...Estes homens, sendo judeus, perturbam a nossa cidade, propagando costumes que não podemos receber, nem praticar, porque somos romanos (Atos 16.20–21).

E a multidão desceu contra eles, os surrou e até as autoridades se juntaram ao ataque (Atos 16). Em outras palavras, “Seguimos Roma, não um judeu qualquer! Não atrapalhem a vida romana!”

Se abrir a carta de Paulo aos Filipenses, você perceberá de imediato porque essa carta é muito mais do que um simples cartão com o objetivo de gerar um pouco de alegria nessa igreja.

Agora que sabemos um pouco mais a respeito do contexto da cidade de Filipos no século primeiro, podemos apreciar o fato de que Paulo começa sua carta com palavras e ideias que levantam muito mais do que uma simples suspeita de traição. O apóstolo ousa anunciar sua lealdade a um Deus estranho ao panteão romano. E, para o horror dos romanos, ele atribuirá a Jesus—aquele judeu crucificado—o título de César.

Em Filipenses 1.2, Paulo escreve que esses crentes pertencem a Deus, nosso Pai e ao nosso Senhor Jesus Cristo. Não ao César, mas ao Senhor Jesus Cristo.

Essa carta ferve com traição. E ouse você afirmar que sua lealdade pertence exclusivamente a Jesus Cristo.

Na semana passada, recebi uma visita em meu escritório—uma mulher que havia sido a conselheira de um ex-presidente, e ela está prestes a se tornar a conselheira do próximo candidato à presidência. Ela mora em outra região de nosso estado e ouve diariamente o nosso programa Sabedoria para o Coração. Tivemos uma conversa muito interessante. Eu a ouvi enquanto ela expressava sua preocupação quanto à crescente hostilidade do governo ao Cristianismo e com a profunda perda de alicerces morais nas posições mais elevadas dos poderes políticos. Ao mesmo tempo, ela estava muito animada em poder representar Jesus Cristo naquela arena de grande hostilidade, desprezo e carência da influência de um crente fiel.

Foi impossível não pensar nos líderes políticos que Paulo deixa no anonimato ao se referir a eles no final de sua carta de forma genérica como os da casa de César—funcionários de César e talvez até membros do senado. Eles enviavam seu encorajamento aos crentes da igreja em Filipos. Pessoas nas posições políticas mais altas equilibravam seu testemunho para Cristo com o benefício de poderem trabalhar para o império.

Essa mulher que me visitou me disse que havia sido chamada para tempos como este.

Mais do que nunca, precisamos entender como o apóstolo Paulo—no fundo, o Espírito de Deus—quer que a igreja pense e viva num ambiente hostil numa época como esta na qual vivemos.

Agora, nas próximas palavras, Paulo mudará radicalmente a cosmovisão daqueles crentes, o alicerce da vida, sua adoração e sua missão. Se a única coisa que Paulo tivesse escrito fossem as primeiras palavras de sua carta—juntamente com o contexto histórico e cultural da cidade de Filipos—isso já seria o suficiente para saber que essa carta iria revolucionar a maneira de pensar e viver do crente de pelo menos três maneiras.

Primeiramente, na última parte do verso 1, Paulo:

  • Redirecionará a lealdade do crente.

Ele escreve:

...a todos os santos em Cristo Jesus... que vivem em Filipos.

Gosto muito da forma como Paulo organiza suas palavras. Ele diz: “Filipos pode até ser seu endereço, mas Jesus Cristo é a sua residência permanente.” É aí que sua vida pertence; é aí que pertence seu coração. Vocês estão em Cristo Jesus.

Essa acontece de ser a expressão predileta de Paulo, ocorrendo mais de 150 vezes em suas cartas: em Cristo Jesus, no Senhor, em Cristo.

Essa é uma expressão repleta da verdade do Evangelho. Conforme um autor escreveu, a expressão em Cristo Jesus é uma taquigrafia teológica para se referir ao nosso laço em Cristo, um laço tão apertado de maneira que Sua obediência e crucificação também são nossas; Sua morte para a condenação do pecado é nossa; Sua ressurreição garante a nossa enquanto aguardamos ser conduzidos à presença de Deus eternamente.

Um escritor colocou isso de forma interessante quando afirmou que o crente vive em Cristo assim como as raízes de uma árvore vivem dentro do solo, como um pássaro no ar e um peixe na água... o crente está sempre e em todo lugar cercado pela presença de Jesus Cristo.

E a propósito, não ignore a singularidade dessa frase preciosa para o crente. Um budista não fala de si mesmo como estando em Buda; o muçulmano não se refere a si mesmo como estando em Maomé; um mórmon não está em Joseph Smith ou Brigham Young. Eles podem seguir fielmente os ensinos desses líderes religiosos, mas não estão neles. Somente o crente pode afirmar estar em seu Líder.

Paulo reforça esse novo sentimento de lealdade e de pertencermos a Cristo quando escreve em Efésios 2.4–7:

Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, – pela graça sois salvos, e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus; para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus.

E quem somos nós, agora que estamos em Cristo Jesus—nossa nova esfera de lealdade e amor? Paulo responde essa pergunta. Ele remete sua carta aos filipenses e a todos nós. Veja o verso 1: a todos os santos.

A todos os santos! Como nos tornamos santos? Morrendo e sendo canonizado, não é? Paulo discordaria disso fortemente. Ele escreve para pessoas vivas e as chama de santos. Bom, ele deve estar se referindo aos pastores e diáconos porque todo mundo sabe que eles são santos.

Não, Paulo se refere aos líderes de forma separada como um grupo que faz parte dos santos. Ele diz:

...a todos os santos em Cristo Jesus, inclusive bispos e diáconos que vivem em Filipos,

Em outras palavras, todos esses crentes são santos e nenhum deles está morto, até onde sabemos.

Precisamos entender que a palavra que Paulo emprega para santos—a mesma usada no decorrer do Novo Testamento em referência ao crente—é hagios, que significa “separado para Deus.” Todo crente é chamado de santo—um hagios, uma pessoa que pertence a Deus e foi separada para Deus. Um autor disse que o crente foi reivindicado e requisitado por Deus para cumprir Seus propósitos.

Quando Moisés se deparou com a sarça ardente em Êxodo 3, Deus lhe mandou remover suas sandálias porque o local onde estava era santo. Isso não significa que o chão, o solo se tornou misticamente purificado ou que as minhocas e insetos haviam sido exterminados. Não, isso significa que aquela porção de chão havia sido separada para um propósito especial de Deus.

O crente é um santo, um membro de uma nação santo (1 Pedro 2.9), não porque seja imaculado e todos os insetos do pecado foram exterminados, mas porque foi redimido para os propósitos especiais de Deus.

Há muitos séculos, a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa Grega restringem essa palavra a pessoas que viveram vidas incríveis de dedicação e consagração e, após morrerem, geralmente por martírio, elas são chamadas de santas, caso evidências indiquem que foram responsáveis por realizar algum milagre.

Veja bem: de acordo com as Escrituras, todo crente é um santo e eles são o milagre! O próprio crente é um milagre do poder de Deus e de Sua graça redentora!

Era algo grandioso pertencer a uma colônia romana, especialmente Filipos que havia sido presenteada com a posição especial e um favor especial do senhor do império.

Paulo diz: “Deixe-me dizer o seguinte: todos vocês possuem a posição incrível de santos, pessoas preciosas que pertencem ao Rei Jesus. Agora, vocês todos são cidadãos de um império que durará eternamente.”

Conforme entenderemos mais adiante na carta, Paulo enxerga a igreja—a assembleia de santos—não como alguma espécie de clube ou organização que provê serviço e entretenimento. Paulo vê a igreja como um grupo de pessoas que ao mesmo tempo estão no mundo, mas que não pertencem ao mundo. A igreja local era um posto de fronteira.

Jonathan Leeman escreveu em seu livro intitulado Membresia na Igreja: “A igreja [local] é uma embaixada. O que é uma embaixada? É uma instituição que representa uma nação, apesar de estar localizada em outra nação—uma nação anfitriã. Toda embaixada representa os interesses de sua própria nação diante da nação estrangeira.”

Paulo informa os crentes em Filipos que eles pertencem a Deus e Seu reino. Apesar de servirem, adorarem, pertencerem juntos um ao outro em Cristo e buscarem alcançar seu mundo para o Evangelho, eles representam, na verdade, os interesses de sua nação diante da nação anfitriã. De forma mais simples: representamos o Reino do Céu enquanto vivemos nos reinos da terra.

Somos, então, com efeito, diplomatas estrangeiros que representam um Império distante. A cidade onde moramos é apenas o local onde se encontra nossa Embaixada para momentos como este em que vivemos hoje.

Esse é o ensino radical aos cidadãos romanos de Filipos e representava uma mudança perigosa de lealdade. Muitos considerariam esse ensino mais do que uma simples suspeita de traição.

Paulo deseja não somente redirecionar o sentimento de lealdade do crente, mas também:

  • Redefinir sua estrutura de autoridade.

O apóstolo se refere à principal autoridade espiritual na igreja do Novo Testamento—o presbítero, bispo, pastor. Todos os três termos são usados de forma intercambiável com referência ao mesmo ofício ocupado por homens que possuem as qualificações necessárias.

Paulo não lista as qualificações aqui como faz nas cartas a Timóteo e Tito. Portanto, seguiremos Paulo e focaremos apenas na palavra que ele usa para o ofício aqui em Filipenses. É a palavra episkopos, que pode ser traduzida como “supervisor, superintendente, bispo.”

Se apenas transliterarmos essa palavra grega, teremos o termo “episcopal.” É claro, a igreja Episcopal deriva seu nome desse termo grego de liderança e se refere a seus líderes como “bispos.”

Outro termo para o mesmo ofício ou líder na igreja local é presbyteros, traduzido como “presbítero” ou “ancião.” Os presbiterianos nomearam sua denominação com a transliteração de presbyteros. Evidentemente, eles se referem à mais alta posição de autoridade na igreja como sendo a do presbítero.

Esses são termos bíblicos. Se você é novo na tradição evangélica, talvez esteja se perguntando se os batistas foram deixados de lado. Mas não temos problema com isso. Afinal, fomos audaciosos e nossa denominação tem como origem a ordenança do batismo. A palavra grega baptizo significa “imergir.” Então, os batistas são conhecidos por sua prática de realizar o batismo de discípulos por imersão como uma afirmação de obediência à comissão do Senhor de fazer discípulos e batizá-los.

Em local algum no Novo Testamento vemos a igreja batizando crianças—somente discípulos, crentes seguidores de Jesus Cristo.

Agora, geralmente, na igreja batista, seus líderes não são chamados de presbíteros ou bispos, mas de pastores. O termo pastor é o grego poimen. Ele está intimamente ligado à profissão de um pastor de ovelhas e pode se traduzido como “alimentador,” um que pastoreia e conduz seu rebanho para o pasto a fim de comer. Esse é um lembrete maravilhoso de que uma das principais responsabilidades do ofício mais elevado de autoridade na igreja é a de alimentar e cuidar do rebanho.

Nas últimas décadas, a igreja batista tem começado a usar termos bíblicos para o ofício e aplica-los de forma intercambiável, como fazemos em nossa igreja. Todo pastor é um presbítero ou ancião e todo presbítero é um pastor. A fim de não confundir as pessoas, geralmente nos referimos aos pastores voluntários como presbíteros, enquanto que os pastores de vocação integral são chamados de pastores.

Nos comentários iniciais de sua carta, o apóstolo Paulo reconhece a liderança espiritual da igreja. Ou seja, a autoridade humana mais elevada para esses cidadãos romanos não era César. Apesar de os crentes ouvirem de seus líderes espirituais que deveriam respeitar os oficiais da lei e governantes—honrando-os, pagando tributos e impostos, orando pelos líderes políticos e desejando seu bem-estar—apesar disso, a igreja deveria entender perfeitamente que sua direção e liderança espiritual se encontravam na assembleia sob a orientação dos pastores, os quais, por sua vez, representam o Supremo Pastor da igreja—Jesus Cristo.

Essa ideia por si só já teria constituído traição—um corpo de crentes se submetendo a líderes espirituais e possivelmente dando prioridade ao conselho deles ao invés de à palavra de Roma; esse ensino seria ameaçador ao Império Romano.

A cada dia que passa, vivemos mais e mais numa época em que professores na escola, os parâmetros legais da sociedade e os líderes políticos aconselham, encorajam, aprovam e exigem que sua mensagem seja cumprida. Seus ensinos, contudo, contrariam aqueles pregados pelos líderes espirituais genuínos da igreja verdadeira que proclamam a Palavra de Deus.

Isso significa que os líderes serão vistos mais e mais como uma ameaça e obstáculo ao bem da sociedade e os que seguem seus ensinos serão marginalizados e sofrerão. Assim como a igreja hoje na China, Coreia do Norte, Sudão e muitos outros países é considerada como uma ameaça à autoridade dos poderes politicamente corretos. Nesses locais, pastores simplesmente desaparecem.

Você provavelmente sabe muito bem que, em muitas partes do mundo, seguir o Evangelho é um ato de traição. Você ou chama César de Senhor, ou Cristo de Senhor; não podemos chamar os dois de senhor.

Finalmente, no verso 1 Paulo deseja não somente redirecionar nosso sentimento de lealdade e redefinir nossa estrutura de autoridade; ele também deseja:

  • Reacender o significado da humildade.

Veja o verso 1. Paulo diz: “A todos os diplomatas do Céu que foram colocados na embaixada de Cristo Jesus em Filipos, vocês estão com seus pastores e diáconos.

Paulo se referiu aos santos, aos pastores e fala especificamente dos servos. A nossa palavra “diácono” é somente uma transliteração do termo grego diakonos, que significa “servo.”

Paulo a emprega em referência a si mesmo em 1 Coríntios 3.5:

Quem é Apolo? E quem é Paulo? Servos por meio de quem crestes, e isto conforme o Senhor concedeu a cada um.

Achei interessante descobrir que a palavra é usada para o próprio Senhor Jesus em Romanos 15.8, onde Paulo escreve que Cristo foi constituído ministro [ou servo, diakonos] da circuncisão.

Agora, essa não é a mesma palavra traduzida como “escravo” e que Paulo usou no verso 1 e usa em toda carta para falar de si mesmo.

Entretanto, o termo diakonos estava, de fato, ligado a um serviço humilde no Novo Testamento; na verdade, ele se refere ao ato de servir mesas (Marcos 1.31; Lucas 10.40; João 2.5). A palavra descrevia aquele que ocupava a posição humilde de servir mesas. Ou seja, o diácono era um garçom que se certificava de que as pessoas tinham em suas mesas aquilo de que precisavam.

O termo foi aplicado aos homens em Atos 6 que resolveram a disputa na igreja primitiva ao servirem viúvas gregas que haviam sido ignoradas na distribuição diária a favor das hebreias. Os diáconos garantiram que essas viúvas teriam algo para comer.

Agora, não entenda isso errado. Só porque esses homens não ocupavam a função de liderança espiritual na igreja não significava que não eram homens espirituais. Essa ideia distorcida muda rapidamente quando consideramos o ensino bíblico. A única coisa que precisamos fazer é ler que tipo de homem eram em Atos 6, além de as qualificações que deveriam possuir em 1 Timóteo 3, as quais eram quase idênticas às qualificações exigidas dos presbíteros.

Existe pouca dúvida de que esse ofício exigia uma medida extra de humildade simplesmente porque eles eram homens piedosos e capazes, cheios de fé e sabedoria; contudo, eles eram homens que Deus simplesmente institui para suprir as necessidades físicas do rebanho, servir em áreas e maneiras que geralmente passam despercebidas, nos bastidores, realizando coisas que outros na igreja em geral não sabem ou apreciam.

Como você trata garçons ou garçonetes, camareiras em um hotel, motoristas e cobradores de ônibus, caixas de lojas e supermercados, pessoas que servem em funções que oferecem serviço a você?

Esses homens fornecem um modelo de humildade como servos do rebanho.

Como vemos, Paulo convida a igreja dos filipenses a seguir e imitar aqueles que não somente os lideram publicamente, mas aqueles que os servem anonimamente. No fundo, o apóstolo reacende o apreço dos crentes pela importância de servir as mesas, mostrando à igreja o que significa imitar o Servo mais fiel de todos os tempos—o Senhor Jesus Cristo.

Santos, pastores e servos constituem a igreja local, a embaixada de Cristo numa terra estranha, comunicando ao seu reino local as notícias de outro reino. E os crentes fazem isso, mesmo que suas vidas e mensagem sejam interpretadas como um ato de traição—e serão, já que a cada crente em cada nação conduz ao triunfo eterno.

Ansiamos grandemente pelo dia—aquele grande dia da cerimônia de premiação—quando nosso Senhor recompensar cada um de Seus santos com a condecoração singular por terem chegado ao lar feridos.

Feridos em combate, qualquer que tenha sido o combate; feridos de uma forma ou de outra; todos feridos, mas recompensados e todos seguros no lar eterno.

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado dia 21/09/2014

© Copyright 2014 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

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