Arriscando A Vida

Arriscando A Vida

Ref: Philippians 1–4

Arriscando A Vida

Humildade—Parte 12

Filipenses 2.25–30

Introdução

Vários anos atrás, uma empresa aérea norte-americana autorizou que um porco de 100 kg viajasse dentro de um de seus aviões. A viagem não era nada curta—6 horas; e o porco também não se acomodou em classe econômica.

Dois passageiros convenceram um funcionário da empresa de que o porco precisava viajar com eles porque era uma “companhia terapêutica de estimação,” como um cão-guia para cegos. Os funcionários da empresa concordaram e permitiram que o porco viajasse de primeira classe no avião.

Passageiros descreveram o leitão de 100 kg com os adjetivos “enorme, furioso e barulhento.” Ele tomou três assentos próximos à frente do avião e aos seus companheiros de viagem. Os comissários de bordo disseram ter tido dificuldades para prender o porco com o cinto de segurança: “Ele ficou agitado após a decolagem e começou a passear pelo avião.” Um passageiro disse: “Ele ficou grunhindo, esfregando o focinho nas pernas das pessoas e pedindo comida das bandejas dos passageiros.”

Quando o avião se preparou para aterrissar, os noticiários contam: “O porco gigantesco entrou em pânico e começou a correr para cima e para baixo, gritando enquanto corria pelo corredor do avião. Alguns passageiros entraram em pânico também, ficaram de pé em seus assentos e gritavam. Foi uma confusão terrível.”

Foram necessários quatro comissários de bordo para retirar o porco do avião. Quando chegou ao terminal, ele fugiu, mas foi recapturado pouco tempo depois.

Quando solicitada que desse algum tipo de explicação, a empresa aérea respondeu: “Confirmamos que um porco viajou dentro de um de nossos aviões, confirmamos que isso nunca aconteceu antes e confirmamos que isso jamais acontecerá novamente.”

Que história maluca! E que viagem foi essa! Da próxima vez em que você não estiver satisfeito com aquela pessoa gigante ao seu lado no avião, lembre-se que a situação poderia ser muito pior!

Comecei nosso estudo de hoje com essa história porque esse porco acontece de ser uma ilustração perfeita do orgulho. Ele pode até ser justificado como uma companhia terapêutica para viagem, mas, para todas as demais pessoas, ele não é bem-vindo, incomoda, é egoísta e feio. Na verdade, as pessoas que pensam que o orgulho não gera problemas e abrem espaço para ele na primeira classe raramente fazem ideia do tipo de tumulto que ele cria.

Sinceramente, quero que você se lembre dessa história. Da próxima vez em que for tentado a deixar o orgulho viajar com você, lembre-se de que ele é como um leitão de 100 kg que, no fim, arruinará seu voo pela vida e causará uma confusão na vida das pessoas ao seu redor.

Nessa minissérie de mensagens sobre a humildade, o apóstolo Paulo começou Filipenses 2 com o maior exemplo e ilustração divina de humildade: a humildade e obediência de Jesus Cristo.

Em seguida, Paulo encorajou a igreja a demonstrar a mesma atitude de sacrifício e submissão pessoais em meio a uma geração pervertida e corrupta, o que é outra forma de dizer que todas as pessoas em nossa geração exigem que seu leitão predileto seja colocado na primeira classe... e você nem ouse reclamar.

Paulo continuou e nos apresentou à humildade do jovem Timóteo, um homem fervoroso na busca pelos interesses de outros ao invés de seus próprios.

Agora, ao concluir a ênfase na humildade, Paulo fornece mais um exemplo de humildade ao nos apresentar rapidamente a um homem do qual você talvez jamais tenha ouvido falar antes. Ele aparece apenas aqui em Filipenses.

A Humildade de Epafrodito

  • Sua reputação.

A primeira coisa que Paulo destaca para nós é a reputação desse homem. Veja Filipenses 2.25:

Julguei, todavia, necessário mandar até vós Epafrodito, por um lado, meu irmão...

Pare por um instante.

Mais adiante no capítulo 4, descobrimos que Epafrodito fazia parte da igreja em Filipos. Na verdade, ele era um dos membros de confiança encarregado de levar uma oferta financeira grande para Paulo pagar suas despesas em sua prisão domiciliar.

Epafrodito findará levando essa oferta para o apóstolo, e também será o carteiro que trará esta carta de Paulo aos filipenses, uma carta que expressa a gratidão de Paulo à igreja de Filipos.

Aqui na carta, Paulo descreve o carteiro usando vários termos que falam de sua reputação piedosa. Posso dizer o seguinte: Epafrodito era o tipo de homem que não levaria um leitão para dentro de um avião; ele era o tipo de homem que abriria mão de seu assento no avião para outra pessoa em necessidade.

Veja que Paulo chama Epafrodito de meu irmão. Esse tipo de camaradagem era estranho ao mundo de Paulo e teria chamado a atenção dos leitores do século primeiro. O mundo de Paulo estava claramente segregado entre gregos e romanos, judeus e gentios. Havia cidadãos e escravos, aristocratas e aldeões; não havia camaradagem no mundo daquela época.

Aqui está Paulo, um judeu de raça puríssima; Timóteo, conforme aprendemos no estudo anterior, o filho de Paulo na fé, era de raça mestiça—meio-judeu e meio-gentio; e agora Epafrodito que não tinha nem sequer uma gota de sangue judaico correndo em suas veias. Ele era totalmente gentio e de uma família tão pagã que seus pais haviam lhe dado um nome em honra à Afrodite, a deusa da paixão e do prazer.

Em um dado momento em sua vida antes de sua conversão, como um fariseu orgulhoso, o rabino Paulo teria chamado Epafrodito de um cão gentio.

Não, ele é meu irmão!

Nesse tipo de mundo chega o Evangelho de Jesus Cristo e vemos homens e mulheres de todas as raças, históricos e camadas da sociedade convertidos e transformados; uma das evidências revolucionárias é que o crente, sem qualquer pressão externa ou cultural, entende intuitivamente que nós, na fé, somos uma família. Paulo se considera como irmão de um convertido gentio com um histórico pagão e com um nome até um tanto vergonhoso. Epafrodito é meu irmão por causa do Evangelho e de nossa fé comum em Cristo.

Paulo vai ainda mais adiante; ele chama Epafrodito de meu irmão e cooperador. O termo grego é synergos, do qual derivamos a palavra “sinergia.” Havia não somente um elo no Evangelho, mas os dois compartilhavam uma missão em comum também. Epafrodito não estava apenas levando dinheiro a Paulo; ele estava participando juntamente com Paulo na obra do Evangelho.

Paulo gosta muito de empregar a palavra synergos para se referir aos seus companheiros de ministério. Das 13 ocorrências do termo no Novo Testamento, 12 se encontram nas cartas de Paulo. O termo transmite a ideia de uma parceria pessoal e afetuosa, não de um relacionamento oficial e impessoal.

A propósito, Paulo também emprega essa palavra para descrever os crentes como cooperadores de Deus (1 Coríntios 3.9); trabalhamos em sinergia com Deus.

Imagine, quando servimos juntos com a sinergia do Espírito Santo, somos eficazes de forma sinergética; nossos esforços combinados pelo Evangelho estão em harmonia sinergética com o próprio Deus. Não é só você, só eu ou só você e eu juntos; é todos nós trabalhando juntos com Deus.

Se a igreja de Filipos pensasse apenas em si mesma, ela jamais teria enviado dinheiro para Paulo que, nesse momento, carece desesperadamente de ajuda financeira e de parceria no ministério. E Paulo diz, com efeito: “Epafrodito, meu irmão e meu cooperador me trouxe essas duas coisas.”

Por fim, Paulo se refere a esse homem no verso 25 como companheiro de lutas. Ou seja, Epafrodito não somente tinha um vínculo e uma missão em comum com o apóstolo, mas os dois compartilhavam também da mesma coragem. Ele chega a Roma após haver arriscado sua vida carregando uma boa soma de dinheiro, e agora se identifica publicamente com um homem encarcerado que encara a possibilidade de uma pena capital.

Epafrodito se coloca na linha de fogo.

A palavra que Paulo emprega para companheiro de lutas é a mesma usada para descrever soldados romanos, aos quais Paulo acontece de estar acorrentado; é a palavra stratiotes. É como se Paulo dissesse: “Estou preso a esses soldados romanos por correntes de ferro, mas louvo a Deus por estar preso a um soldado leal e fiel pelas correntes da obra do Evangelho e pelo amor da família de Deus.”

Concordo com alguns eruditos do Novo Testamento que acreditam que Paulo prevê críticas em Filipos contra Epafrodito; talvez algumas pessoas pensarão que Epafrodito abandonou sua missão e Paulo em Roma para voltar para casa em segurança. As coisas ficaram complicadas em Roma.

––“Ei, você ouviu dizer que Epafrodito já voltou?”

––“Mas já?!”

––“É.”

––“Por que será?"

––“Acho que não aguentou a pressão e caiu fora.”

––“Quem imaginaria um negócio desses?”

Precisamos entender que Paulo selecionou esses termos cuidadosamente para apoiar o fato de que Epafrodito voltou por ordem de Paulo—o apóstolo defende a reputação de Epafrodito.

Epafrodito não é preguiçoso; ele não é problemático; ele não abandonou sua missão. Não, ele é meu irmão, meu cooperador, meu companheiro de lutas. Ah, e a propósito, ele foi tudo aquilo que deveria ter sido da parte de vocês, não somente em relação à sua reputação, mas também, em segundo lugar, em relação às:

  • Suas responsabilidades.

Veja a segunda parte do verso 25: e, por outro lado, vosso mensageiro.

A palavra mensageiro é a mesma traduzida como “apóstolo” (apostolos). Paulo a usa aqui não para dizer que Epafrodito é um dos apóstolos oficialmente comissionado pelo Senhor. Na verdade, o termo era entendido de forma mais abrangente se referindo a alguém enviado como um representante com uma missão especial (Atos 14.14; 2 Coríntios 8.23).

Paulo poderia ter utilizado muitos outros termos para denotar o serviço fiel de Epafrodito, mas decidiu empregar apostolos para enfatizar ainda mais o caráter fiel desse homem. De fato, Paulo coloca Epafrodito no mesmo patamar que ele. Em outras palavras, “Tratem-no com respeito como se estivessem tratando um enviado especial.”

Paulo ainda adiciona outra palavra no caso de o pessoal de Filipos demorar para entender quando a carta for lida na assembleia: vosso auxiliar nas minhas necessidades.

Nessa frase, Paulo usa uma palavra que William Barclay chamou de “magnífica,” um termo que os filipenses teriam entendido imediatamente sem dificuldades.

A palavra auxiliar, o grego leitourgos, era uma pessoa na antiguidade que amava tanto sua cidade a ponto de apoiar eventos cívicos com seus próprios recursos. Talvez patrocinavam a embaixada ou o treinamento de atletas para os Jogos Olímpicos, ou construíam navios de guerra e pagavam seus marinheiros. Esses homens eram benfeitores da cidade de tal maneira que eram conhecidos como leitourgos—eles eram os ministros ou auxiliares. Esses eram ministros reverenciados de sua geração.

Paulo diz: “O homem que retorna com esta carta é um ministro escolhido da graça de Deus para suprir as minhas necessidades.”

Agora, a despeito de todas essas coisas, existe o elefante branco na sala: por que Epafrodito deixou Paulo e voltou para casa?

  • Seu Retorno.

Veja o verso 26:

visto que ele tinha saudade de todos vós e estava angustiado porque ouvistes que adoeceu.

Ele deixou Paulo porque ficou doente. Bom, todos nós ficamos doentes, Paulo. Mas como estava a situação da saúde de Epafrodito? Paulo diz no verso 27: Com efeito, adoeceu mortalmente.

Ou seja, Epafrodito quase morreu. Ele não pegou só uma gripe em Roma; ele não ficou com alergia ao espaguete italiano. Na verdade, Epafrodito ficou doente por bastante tempo, a ponto de a notícia de sua situação chegar até Filipos e depois voltar a Roma, algo que teria levado de 3 a 4 meses. E isso incomodou muito Epafrodito porque ele não queria que os irmãos se preocupassem com ele. Isso, a propósito, é algo bom de se refletir, pois revela uma humildade rara.

Ele ficou incomodado com a possibilidade de se tornar um incômodo. Isso é bem diferente do leitão do orgulho que não se preocupa com os sentimentos dos outros: “Vou correr aqui para cima e para baixo incomodando e atrapalhando quem eu bem quiser. Vou fazer as coisas do meu jeito e até de forma barulhenta e espalhafatosa.”

Mais uma vez, a fim de que ninguém pense que Epafrodito simplesmente deixou Paulo para trás, o apóstolo repete o seguinte no verso 30: visto que, por causa da obra de Cristo, chegou ele às portas da morte. Ele não pegou uma gripe ou ficou cansado; Epafrodito estava com um pé na cova já.

Na verdade, Paulo até pensou que ele morreria. Como sabemos disso? Veja o verso 27: Deus, porém, se compadeceu dele.

O único motivo por que ele ainda está vivo é que Deus o quis vivo. Já tínhamos até escolhido o caixão dele e programado o velório. Mas ele se recuperou!

Paulo está comunicando da forma mais clara possível que a situação não dependeu de Epafrodito reagir bem às medicações ou ao descanso. Não; ele foi poupado da morte por uma intervenção misericordiosa de Deus.

O foco é teocêntrico; não há nenhum milagre apostólico de cura, nenhuma oração de fé, nenhuma reunião de presbíteros, nenhuma intercessão desesperada por parte da igreja. Não; ele estava morrendo, Deus, porém.

Deixe-me estacionar aqui rapidamente para destacar o fato de que esse acontecimento serve de evidência para mostrar que o poder apostólico de Paulo para curar pessoas indiscriminadamente já está chegando ao fim. O poder milagroso desses apóstolos primitivos que serviu para validar a mensagem do Evangelho (Hebreus 2.4) enquanto as Escrituras estavam sendo escritas, “a era dos dons apostólicos de sinais está quase no fim.”

Paulo não somente observa Epafrodito quase morrendo, mas ele também diz a Timóteo em sua última carta que teve que deixar um companheiro de ministério chamado Trófimo doente na cidade de Mileto (2 Timóteo 4.20).

Por que não curá-lo simplesmente? Será que lhe falta fé? De jeito nenhum! Na verdade, Paulo não fica em momento algum envergonhado porque a única coisa que pode fazer é orar, assim como eu e você hoje. Paulo não sente a necessidade de explicar por que seu poder maravilhoso de curar não está mais ativo evidentemente, nem é mesmo necessário para validar a mensagem do Evangelho de Cristo.

Na verdade, a maneira como Paulo escreve aqui busca obscurecer qualquer ação humana de vista. Nem sequer somos informados que Paulo orou, apesar de podermos estar convictos de que ele orou. A única coisa em destaque aqui é a misericórdia de Deus; Deus teve misericórdia de Epafrodito.

E não somente de Epafrodito; veja o que diz ainda o verso 27: mas também de mim, para que eu não tivesse tristeza sobre tristeza.

Podemos entender isso da seguinte forma: “Para que eu não tivesse uma onda de tristeza após outra.”

Obrigado, Paulo, por escrever com tanta transparência assim. Eu pensava que pessoas espirituais não falavam de tristeza sobre tristeza. Paulo, de forma emotiva e transparente, abre seu coração aos filipenses a ponto de dizer algo que a maioria dos crentes pensaria ser falta de espiritualidade e imprópria para um círculo de oração ou púlpito.

Se Epafrodito morrer, sua morte trará profunda tristeza sobre mim; será uma onda de tristeza sobre outra em meu coração.

Mas eu pensei que “o viver é Cristo e o morrer é lucro. Foi Paulo quem disse isso, não foi?” Sim, mas ele também disse com perfeito equilíbrio e sabedoria espirituais: não entristecemos como aqueles que não têm esperança (1 Tessalonicenses 4.13–14). Temos esperança em saber que o crente falecido jamais escolheria voltar para a terra; sabemos onde eles estão, e ficamos tristes porque se foram e queremos nos reunir a eles. Um dia, nossas lágrimas de tristeza serão enxugadas para todo sempre.

Agora, Paulo escreve: “Louvo a Deus porque minha tristeza não aumentou; Deus teve misericórdia e estendeu a duração da vida do meu irmão, cooperador e companheiro de lutas.”

  • Sua recompensa.

Veja os versos 28 e 29:

Por isso, tanto mais me apresso em mandá-lo, para que, vendo-o novamente, vos alegreis, e eu tenha menos tristeza. Recebei-o, pois, no Senhor, com toda a alegria...

Ficamos com a impressão de que Paulo deseja garantir que os filipenses receberão Epafrodito em casa sem nenhuma reclamação, suspeita ou dúvida. Ou seja, deem-lhe uma grande recompensa.

Enquanto lia essa passagem, me pareceu que Paulo estava puxando a cortina de nossa futura glória quando cada crente chegar ao lar.

Recebam Epafrodito com toda a alegria. Ou seja, não economizem, celebrem sua chegada, assim como o pródigo foi recebido com festa. Imperfeito, mas pertencendo ao Pai. Recebam-no com toda alegria!

Recebam bem Epafrodito; mas também, veja ainda os versos 29 e 30:

...e honrai sempre a homens como esse; visto que, por causa da obra de Cristo, chegou ele às portas da morte e se dispôs a dar a própria vida, para suprir a vossa carência de socorro para comigo.

Em outras palavras, vocês não puderam se juntar a mim como a família da fé, mas Epafrodito pôde e, com sua vinda, eu recebi tudo de quanto tinha necessidade.  Mas também não ignore o perigo aqui; Epafrodito se dispôs a dar a própria vida para vir até mim.

O verbo traduzido como se dispôs a dar vinha sendo usado há séculos. Em um rolo de papiro antigo, o verbo aparece se referindo a alguém arriscando sua vida a fim de representar um amigo num caso judicial diante do imperador. Ele também se refere a mercadores que arriscavam suas vidas para se enriquecer, e a um gladiador na arena que arriscava sua vida na luta.

Esses eram os parabolani—“pessoas que arriscavam suas vidas.”

No ano 252 d.C., uma praga surgiu em Cartago. Os descrentes ficaram aterrorizados e fugiram, abandonando seus próprios familiares doentes para morrerem. Cipriano, o líder da igreja em Cartago, reuniu sua congregação e eles concordaram em enterrar os mortos e cuidar dos moribundos, arriscando suas próprias vidas. Como resultado, eles resgataram inúmeras pessoas da morte e salvaram a cidade da desolação. Eles ficaram conhecidos como os parabolani, um termo de grande honra hoje aplicado às pessoas de coragem audaciosa dispostas a abrir mão de suas vidas para salvar o próximo.

Paulo faz o maior tipo de elogio a Epafrodito aqui—ele é um parabolani—um homem disposto a arriscar sua vida pela causa do Evangelho. Ele arriscou tudo por causa de Cristo.

Por isso, Paulo escreve no verso 29: honrai sempre a homens como esse—ele é o exemplo de coragem e humildade.

O mundo de hoje honra o bonito, o talentoso, o rico e o poderoso; não que esses não possam ser dignos de honra. Mas ao se aproximar do fim de sua discussão e ilustração do assunto da humildade, é interessante que Paulo termine falando sobre honrar aqueles que manifestam a humildade.  Talvez sejam pessoas que nunca aparecem nos holofotes; na verdade, se não fosse pela carta aos Filipenses, jamais teríamos ouvido falar de Epafrodito. Escondido, obscuro, sem destaque, mas, mesmo assim, um tesouro raro.

Um tempo atrás, li a notícia de um homem que estava mexendo nas coisas velhas acumuladas no sótão da casa de seu avô. Ali, estava uma caixa de papelão velha coberta de fuligem contendo uma coleção de cartas de atletas—uma coleção de mais de 100 anos. Ela estava em condição quase perfeita, ainda enrolada e amarrada com barbante—parte de um negócio com uma empresa de doces que queria a freguesia de seu pai, que era o açougueiro da cidade. A coleção foi estimada em 3 milhões de dólares.

Fico me perguntando com qual dos dois nos parecemos mais: com um leitão num avião, ou com uma coleção cara de cartas guardadas num sótão.

Um leitão—barulhento, espaçoso, ganancioso, improdutivo que é egoísta e causador de problemas. Ou uma coleção de cartas—um tesouro escondido, esperando ser descoberto, de grande valor que pode ser revelado apenas num momento futuro—mas, ao mesmo tempo, alguém que você não gostaria de perder, gosta de seguir e que é fiel no serviço.

Robert Murray McCheyne, um pastor cuja vida marcou muitas pessoas desde sua morte no século 19 com apenas 30 anos de idade, escreveu em seu diário palavras que descrevem Epafrodito e talvez, pela graça de Deus, descrevem você e eu também. Ele escreveu: “Viva de tal maneira que fará falta às pessoas.”

Viva de tal maneira que fará falta às pessoas. Como fazemos isso?

  • Tornando-se um irmão ou irmã à família da fé ao seu redor;
  • Tornando-se um cooperador em nossa missão comum, e um companheiro de lutas com uma coragem em comum de representar Cristo e Seu Evangelho.
  • Tornando-se um mensageiro cujo maior prazer é servir alguém e viver para outra pessoa.
  • Arriscando tudo o que você é por tudo o que Cristo é e por tudo o que a igreja de Cristo pode se tornar.

Numa palavra, isso é humildade, humildade; e humildade garante que você viverá de tal forma a fazer falta quando for embora.

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado dia 17/05/2015

© Copyright 2015 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

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