Vivendo no Estado de Descontentamento

Vivendo no Estado de Descontentamento

Ref: Philippians 1–4

Vivendo no Estado de Descontentamento

Humildade—Parte 8

Filipenses 2.14–16a

Introdução

Alguns anos atrás, uma pesquisa foi realizada a fim de determinar se as pessoas estão contentes no estado em que moram. Basicamente, a pesquisa consistiu em avaliar as atitudes das pessoas em relação ao estado onde se encontram para descobrir se desejavam se mudar dali para outra região. O resultado foi um tanto chocante: aproximadamente metade dos entrevistados disse que queria se mudar para outro estado.

Contudo, a pesquisa fez uma segunda pergunta logo em seguida: qual a probabilidade de você realmente se mudar de seu estado atual? 73% disseram que provavelmente nunca se mudarão. A pesquisa conclui dizendo: “Tudo indica que muitos de nós preferem reclamar do lugar onde moram do que se mudar para outro lugar.”

Obviamente, o problema aqui não é que nenhum de nossos estados é bom para se morar; o problema é o simples fato de que, por causa de nossa natureza caída, vivemos no estado de descontentamento—e gostamos de reclamar dele.

Sam Gordon escreveu com certo sarcasmo: “O Senhor criou o mundo em seis dias, descansou no sétimo e em seguida, logo no oitavo, começou a receber reclamações.”

Um autor escreveu:

Nossos corações naturalmente flutuam em direção ao descontentamento como que se atraídos pela força gravitacional. Afinal, murmuração parece ser uma reação razoável diante de decepções. Você jamais terá que convidar o descontentamento para que ele apareça na sua vida. Ele chega como um visitante indesejado, instala-se confortavelmente no seu quarto de hóspedes, abre suas malas e começa a lavar algumas roupas sujas. Mesmo que você tente despejar o descontentamento jogando suas malas na calçada e trocando as fechaduras das portas, ele se espreme e passa pela janela do quarto de hóspedes. O descontentamento não aceita ordem de despejo.

Muito bem colocado.

O descontentamento é como a ressaca da maré—ele constantemente tenta arrastar sua alegria e esperança para o alto mar, onde tenta afoga-los. Mas igualmente perigoso, o espírito descontente consegue afundar as pessoas ao seu redor, afogando a esperança e alegria delas também.

O apóstolo Paulo acabou de mandar a igreja em Filipos desenvolver sua salvação—demonstrá-la na prática. Ele escreve aqui não somente a indivíduos, mas à igreja como um todo. E ele sabe que uma das coisas mais desencorajadoras quando desejamos desenvolver nossa salvação surge quando o visitante indesejado do espírito de murmuração fixa residência, quando ignoramos a maré forte determinada a puxar todos para o alto mar.

Em Filipenses 2.14, Paulo dá ordens, alertas e um lembrete crítico de quem devemos alcançar. Gostaria de fornecer a você quatro declarações que Paulo faz para manter essa igreja no curso devido, bem como proteger o indivíduo crente de ser puxado pela maré do descontentamento para águas perigosas.

  • A primeira ordem é: não murmure de coisa alguma na vida.

Veja o verso 14: Fazei tudo sem murmurações.

Que tal essa ordem como uma demonstração da salvação? Obviamente, existe uma palavra nesse verso cujo significado é fundamental entendermos. É o termo traduzido como tudo em Fazei tudo sem murmurações.

A minha versão personalizada e pessoal com a qual me sinto mais à vontade diz: “Fazei algumas coisas sem murmurações.” Gosto dessa versão; ou então: “Tente fazer o máximo possível sem murmurações.” Essas são apenas brechas que encontramos em nossas versões pessoais. Por outro lado, Paulo diz claramente: Fazei tudo.

Conforme escreve o gramático Steven Runge, isso significa que Deus não nos deixa escolher a dedos o que faremos com um coração alegre e contente.

Será que Paulo realmente quer dizer, de fato, tudo, ou seja, todas as coisas? Será que isso inclui cortar a grama sem reclamar, lavar a louça sem reclamar, consertar a cerca sem reclamar, fazer seus trabalhos e dever de casa sem reclamar, realizar as atividades do ministério sem reclamar, lidar com aquelas pessoas que atrapalham sua vida no trabalho sem reclamar? Ou será que Paulo diz que não devemos murmurar quando vamos à igreja?

Bom, pelo fato de Paulo não esclarecer ou descrever o objeto da murmuração, fica evidente que isso compreende todas as esferas da vida. Ou seja, essa ordem não deixa espaço algum para exceção. Tudo significa “tudo.”

E lembre-se que esse tipo de ordem compreensiva também inclui coisas indesejáveis da vida, as coisas terrenas. Por que? Simplesmente porque:

  • Não reclamamos quando estamos de férias;
  • Não reclamamos enquanto deitados numa rede à beira da praia tomando água de côco;
  • Quando descemos num tobogã de um parque aquático;
  • Quando jantamos no nosso restaurante predileto;
  • Comemos aquele bolo de chocolate, ou churros quentinhos.

Não há necessidade de alerta contra a murmuração quando realizamos essas coisas.

A palavra que Paulo emprega no verso 14 para murmuração é goggusmos, que se refere ao ato de resmungar em voz baixa expressando insatisfação.

Basicamente todos os eruditos e estudiosos do Novo Testamento destacam o fato de que essa é a mesma palavra usada para se referir à nação de Israel em sua peregrinação no deserto. A Septuaginta—a tradução grega do Antigo Testamento—usou essa palavra com bastante frequência para falar dos israelitas. Na verdade, Paulo adota o linguajar da biografia de Israel a fim de apontar para o mau exemplo desse povo.

Eles murmuraram porque estavam no Egito e depois murmuraram porque haviam sido libertados; eles murmuraram porque a única coisa que tinham para comer era a provisão milagrosa do maná; eles murmuraram de sua liderança; eles murmuraram contra seu Deus fiel; eles murmuraram por quarenta anos.

Em Números 14.27, Deus diz: Até quando sofrerei esta má congregação que murmura contra mim?

O salmista resume a biografia dos israelitas no deserto com a seguinte descrição: murmuraram em suas tendas e não acudiram à voz do SENHOR (Salmo 106.25).

Precisamos entender que murmurar é mais do que reclamar. Murmurar acontece de ser um problema teológico; por isso, Paulo introduz esse alerta imediatamente após haver mencionado que Deus trabalha soberanamente em todas as coisas relacionadas às nossas vidas.

Murmuração é resultado de falta de humildade obediente; ela é uma declaração de orgulho contra Deus.  Ela provém da noção egoísta de que estamos recebendo algo que não merecemos, ou não recebendo o que merecemos. Algo na vida não está dando certo e chegou a hora de eu trazer à tona minha insatisfação; chegou a hora de murmurar. Mas, assim como aquele visitante indesejado, sua estada temporária pode acabar se transformando num espírito permanente de descontentamento.

Essa atitude de murmuração começou com Adão. Logo após pecar, o primeiro ser humano declarou sua primeira reclamação contra Deus—“Foi a mulher que o Senhor me deu.”

Adão foi o primeiro murmurador na história humana. A murmuração foi um dos resultados imediatos do pecado original. O povo de Israel aprendeu essa música com bastante facilidade, e ela também passou para a igreja do Novo Testamento. Agora, Paulo alerta os filipenses e tapa todas as brechas.

E isso nos conduz mais uma vez ao lembrete: um espírito murmurador não afeta somente o próprio murmurador, mas todos que o ouvem. O espírito murmurador adora companhia.

Um autor escreve sobre quando participou de um meio triatlo IronMan: a distância era a metade do original. Esse autor era um pastor que queria realizar esse feito; além do mais, ele precisava fazer exercício. Ele escreveu:

Após nadar 2 km e pedalar 90 km, restou-me pouca energia para a corrida de 21 km. Também faltou energia para o colega ao meu lado. Eu perguntei como ele estava e logo me arrependi de ter feito essa pergunta. Ele disse: “Cara, isso é terrível, uma chateação. Na verdade, esse triatlo foi a pior decisão que já fiz na minha vida.” Ele tinha mais reclamações do que cidadãos que pagam seus impostos. Eu sabia que, se continuasse correndo ao lado dele por muito tempo, começaria a concordar com ele; então, acelerei. Um tempo depois—e eu gosto demais disso—acabei alcançando uma vovó de 66 anos de idade. Sua atitude era completamente contrária à do homem que havia deixado para trás. Ela disse: “Está quente, mas pelo menos não está chovendo. Beba bastante água e se hidrate; persevere, você completará a prova.” Ela me encorajou. Corri ao seu lado até que não consegui mais acompanhá-la. Ela acenou com a mão me dando tchau e correu na minha frente.

Que diferença no espírito dessa senhora.

Perceba, agora, que Paulo adiciona: Fazei tudo sem murmurações nem contendas. A palavra que Paulo escolhe sob a direção do Espírito de Deus para contendas se refere ao ato de discutir e brigar. É a palavra dialogizomai, da qual derivamos o termo “diálogo.”

Um autor definiu esse verbo como uma disputa inútil e de natureza ruim. Rixas e argumentações que engendram divisão. Outro autor fez a distinção de que murmuração parece ser algo emocional, enquanto contendas parece ser uma atitude intelectual.

Mas a verdade é que ambos se originam no orgulho e no descontentamento, o que significa que os dois são improdutivos e causam apenas desencorajamento e divisão.

Será que essas coisas eram uma ameaça à igreja de Filipos? Paulo, por acaso, não escreve a uma das igrejas mais eficientes, bondosas, fieis, frutíferas e visionárias do século primeiro? Eles também corriam esse risco? Sem dúvidas! Faz parte de nossa natureza—assim como Adão e mesmo como crentes—ficar preso na maré do descontentamento, da rixa e do espírito contencioso; e isso rouba a alegria de todas as coisas. Então, algo precisa ceder.

Eu li uma história engraçada outro dia sobre um casal de idosos que moravam juntos num lar para idosos. Eles haviam estado casados por 60 anos e seu relacionamento era repleto de murmuração por causa de tudo—inclusive por causa do outro; eles viviam em constante rixa e até discussão. A situação se tornou tão séria que o lar ameaçou expulsá-los se não mudassem aquela atitude hostil. Mas, mesmo após essa ameaça, o casal não conseguia concordar a respeito de quem deveria mudar primeiro ou mais. Finalmente, a esposa disse ao marido: “É o seguinte, vou dizer o que temos que fazer: vamos orar para que um de nós morra. Daí, depois do funeral, vou morar com a minha irmã.”

Não coloque isso na sua lista de oração, não importa o quão tentador isso seja!

A verdade é que todos nós damos nossa contribuição. Lemos esse texto e ninguém está isento de obedecê-lo. Paulo não espera que pessoas comecem a morrer, mas que as pessoas comecem a demonstrar humildade e unidade ao seguirmos Jesus Cristo, o Deus-Homem incrivelmente humilde, a única pessoa que andou na terra com todo motivo do mundo para murmurar, mas nunca murmurou. O objetivo de Paulo aqui é que o crente imite Cristo.

Portanto, a primeira ordem de Paulo é para não murmurarmos de coisa alguma na vida.

  • A segunda ordem é: não esqueça que você veio à vida.

Veja o início do verso 15:

para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis...

Ou seja, para que vocês deem evidência de que são irrepreensíveis. Essa palavra se refere a integridade. Não se trata aqui de perfeição imaculada, mas de viver aquilo que você é: filho de Deus.

O termo traduzido como irrepreensível era usado na época de Paulo por um vendedor de vinho quando alguém lhe perguntava a respeito da qualidade de seu produto; o vendedor respondia com essa palavra—irrepreensível, ou seja, sem mistura; não estou enganando ninguém; esse produto é verdadeiro.

O termo também era empregado por um ourives quando um cliente se interessava em alguma joia de ouro ou prata; ele dizia: “Essa joia é irrepreensível;” ou seja, “Eu não revesti ou folheei um metal inferior com outro ou prata; essa joia é exatamente o que deve ser.”

Portanto, Paulo não diz aqui: “É assim que você se torna um filho de Deus,” mas, “é assim que um filho de Deus deve viver.”

O apóstolo ainda descreve o filho de Deus com o termo sinceros. Ser irrepreensível se refere a integridade; ser sincero se refere a pureza.

Paulo utilizou a mesma palavra quando disse que os romanos deveriam ser sábios para o bem e símplices para o mal (Romanos 16.19). Isto é, “Não contaminem suas vidas, não a misturem com o mal; não enfraqueçam seu testemunho rico e saboroso ao diluí-lo com água por meio do comprometimento com o pecado.”

Um artista que viveu no início dos anos de 1900 disse que devemos viver de tal maneira que não temeríamos vender o papagaio da família para o fofoqueiro da cidade. Somos aquilo que dizemos ser.

Paulo ainda adiciona uma terceira descrição da conduta dos filhos de Deus: filhos de Deus inculpáveis. A palavra inculpáveis fala de sermos sem mácula.

Todas essas coisas se conectam diretamente ao contexto da ordem de Paulo a que nossas conversas, relacionamentos e perspectivas, quer como indivíduos ou como igreja, sejam sem mistura ou a tolerância do pecado, sem conversas manchadas por murmuração e rixas.

Por que? Porque somos filhos de Deus. Então, comporte-se como um filho de Deus. É como se Paulo quisesse nos lembrar que fomos transportados à vida—somos filhos de Deus redimidos; pertencemos a Deus. Agora, nossas atitudes devem refletir o caráter de Deus.

Um comentarista contou a história de uma moça que tinha saído à noite com algumas amigas descrentes. Elas decidiram ir a um lugar que a jovem crente sabia que não deveria frequentar. Suas amigas começaram a zombar dela, dizendo: “Por que você não quer vir? Está com medo de que seu pai irá machucá-la se descobrir que você foi lá?” Após pensar por um instante, ela respondeu: “Não, ele não me machucaria; eu, sim, o machucaria.”

Eu o machucaria.

E é exatamente para esse ponto que Paulo nos conduz em seguida. Devemos não somente não murmurar de coisa alguma nem nos esquecer que viemos à vida.

  • A terceira ordem é: não ignore quem observa sua vida.

Continue no verso 15:

para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta...

Em outras palavras, vocês estão bem no meio da bagunça; estamos cercados por ela. E Paulo não diz: “Vejam bem: o que vocês precisam fazer é comprar uma propriedade numa área remota, construir uma comunidade ou monastério e se isolar o máximo possível dessa geração pervertida e corrupta.”

Ao contrário, devemos demonstrar que somos filhos de Deus não somente dentro da congregação, mas também lá fora no meio de nossa geração pervertida e corrupta.

E perceba que determinadas coisas nunca mudam. A geração de Paulo era pervertida e corrupta. A palavra pervertida vem do termo skolios, que significa “torto, distorcido.” Nos dias de Paulo, o termo se referia a alguém de moral distorcida. Em nossos dias, usamos essa palavra no nosso vocábulo “escoliose,” que é uma curva anormal na coluna.

Portanto, Paulo descreve a geração do século primeiro da mesma forma como podemos descrever a geração do século vinte e um: distorcida moralmente e torta anormalmente. O pensamento das pessoas está distorcido e confuso.

Um jornal trouxe a notícia de que um time de beisebol profissional foi processado porque distribuiu presentes do Dia dos Pais apenas para homens. O mesmo jornal ainda contou que uma médium foi indenizada em quase 1 milhão de dólares porque suas habilidades foram prejudicadas após ter feito uma tomografia. Agora, por que ela deveria ter sido indenizada? Se era, de fato, uma médium, ela não saberia que não devia fazer uma tomografia?

A moralidade distorcida e afronta aos princípios bíblicos abrem as portas para toda espécie de direitos, e nossa cultura está perdendo a capacidade de usar o bom-senso.

Distorcida e confusa.

Paulo ainda adiciona o adjetivo pervertida. Esse é o termo grego diastrepho. Ele adiciona a nuança de abandonar uma linha reta—o prumo, o padrão—da virtude moral.

Veja bem: no primeiro sermão pregado na nova dispensação do Novo Testamento em Atos 2, Pedro concluiu sua mensagem repetindo o seguinte: salvai-vos desta geração perversa (Atos 2.40). Seja salvo desta geração moralmente distorcida e falida.

Salomão lidou com o mesmo problema em séculos passados antes de ele mesmo se perverter com sua lascívia, poligamia e até idolatria. Ele escreveu em Provérbios 2.13–15:

[fuja] dos que deixam as veredas da retidão, para andarem pelos caminhos das trevas; que se alegram de fazer o mal, folgam com as perversidades dos maus, seguem veredas tortuosas e se desviam nos seus caminhos;

Salomão, Pedro e Paulo concordam que isso descreve sua geração e nós concordamos que esses adjetivos descrevem a nossa. Testemunhamos nosso mundo afrontar as Escrituras e se deteriorar por meio de:

  • Ganância e idolatria materialista;
  • Profunda indiferença e indecisão que defendem o massacre de milhões de bebês todos os anos;
  • Supressão da verdade de nosso Criador;
  • Redefinição de casamento conforme Deus intencionou;
  • Vício em drogas e álcool;
  • Proliferação e proteção legal à pornografia;
  • Idolatria de governos como deuses, submetendo-se ao que os líderes dizem ser correto e proibindo o que dizem ser errado.

Não é apenas a geração de Paulo que é pervertida e corrupta; a nossa também é. E Paulo diz que essa geração nos observa; Deus nos colocou bem no meio dela.

Então, o que vamos fazer? Paulo nos conduz ao próximo passo. Não devemos ignorar quem observa nossa vida.

  • A quarta ordem é: não negligencie os que desesperadamente carecem de vida.

Continue no verso 15 e início do 16:

...na qual resplandeceis como luzeiros no mundo, preservando a palavra da vida...

É o seguinte: quando você pensar que as coisas estão ruins com sua vida no estado do descontentamento, lembre-se que existem pessoas vivendo no estado da escuridão. Você brilha como luz no mundo.

A única maneira de ver a luz do crente brilhando no mundo é se o mundo estiver escuro; esse é exatamente o contraste que Paulo faz aqui. Ele basicamente diz à igreja que sua luz ilumina o caminho de volta para casa para uma geração confusa e pervertida que se encontra perdida na escuridão deste mundo.

O mundo ao seu redor dirá que você está fora dos moldes, que você está perdido, que você está cego e não consegue enxergar direito. Não dê ouvidos a isso; esse é o papo da escuridão.

Diferente disso, Pedro escreveu, fomos chamados das trevas para a maravilhosa luz (1 Pedro 2.9). Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz (Efésios 5.8). Jesus afirmou que Ele era a luz do mundo (João 8.12), mas Ele também disse que o crente é a luz do mundo (Mateus 5.14).

A luz é uma ilustração desafiadora para nós também, porque a luz é algo que faz o que deve fazer ao ser aquilo que deve ser. A luz não existe para amaldiçoar as trevas; o propósito da luz é dissipar a escuridão, iluminar o caminho de volta para casa.

Essa é a ideia aqui quando Paulo escreve preservando a palavra da vida. Nesse contexto, o verbo preservando é melhor traduzido como erguendo. Erguemos o remédio, a resposta, a esperança.

Isso foi algo que os discípulos reconheceram. Jesus Cristo lhes perguntou se queriam ir embora e abandoná-lo também, assim como muitos dos seguidores haviam feito. Pedro falou por todos quando respondeu: Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna (João 6.68). Eles tinham ouvido e crido na promessa de Jesus: quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida (João 8.12). Levante, erga a luz desse Evangelho, o qual é a palavra da vida.

Um linguista afirma que esse verbo em particular é entendido como o ato de oferecer alguma coisa; neste caso, oferecer a palavra da vida, erguendo-a como que oferecendo comida ou bebida a alguém faminto e sedento. Essa é a oferta da luz a um mundo perdido nas trevas, um mundo faminto e sedento pela vida! Ele vagueia nas trevas e elas ficam cada vez mais densas.

Isso significa que a situação fica cada vez melhor para você brilhar sua luz, iluminando o caminho ao lar pela graça e através da fé em Cristo somente.

Conclusão

Para concluir, permita-me destacar três princípios a partir dessa passagem:

  • Primeiro, quando recusa murmurar sobre sua vida, você escolhe se submeter aos propósitos de Deus.
  • Segundo, quando recusa comprometer sua luz, você escolhe demonstrar o caráter de Deus;
  • E terceiro, quando recusa encobrir sua luz, você escolhe convidar outros à graça de Deus.

Livre-se das nuvens do comprometimento e brilhe forte; seu mundo está desesperadamente perdido e em trevas; nós temos a esperança da graça de Deus que dá vida.

Como começamos a brilhar como luzeiros distintos em nosso mundo? Volte ao princípio dessa aplicação: pare de murmurar e reclamar da vida e dos outros. O mundo já sabe como fazer isso e nos observa. Você é diferente?

Alguns anos atrás, um homem chamado Charles Colson estava numa longa fila em um aeroporto em Jacarta, Indonésia. Ele e seus companheiros de viagem tinham viajado a noite inteira; já era manhã, o calor era grande e eles estavam muito cansados. Charles conta:

Eu segurava meu passaporte na minha mão suada; estava não somente cansado, mas irado com aquela fila longa e serviço ineficiente à nossa frente. Além disso, estava preocupado que perderia nosso próximo voo; alguns colegas de ministério aguardavam a nossa chegada.

Mas, ao mesmo tempo, estava determinado a não permitir que minha frustração me fizesse perder o controle. Então, conversei com meus amigos; tentamos aproveitar bem a ocasião; até rimos de vez em quando.

Dois anos depois, Charles recebeu uma carta de um empresário que morava em Cingapura. Esse homem era um seguidor de Confúcio, mas enviava seus filhos para a Escola Dominical em uma igreja presbiteriana para receberem um “treinamento moral.” Num domingo quando buscava seus filhos, ele ouviu o final de uma pregação na igreja. Um missionário visitante segurava em suas mãos um livro escrito por Charles Colson intitulado Nascido de Novo. Na capa, havia uma foto de Charles.

Alguns meses depois, lá estava esse empresário preso em pé naquela mesma fila longa, ineficiente e irritante no calor do aeroporto de Jacarta. Quando olhou para a outra fila, esse homem viu o mesmo rosto que tinha visto anteriormente na capa daquele livro cujo título o deixara intrigado—Nascido de Novo. Esse empresário escreveu em sua carta: “Fiquei tão impressionado com seu comportamento e alegria que, quando retornei para Cingapura, comprei seu livro, li e comprometi minha vida a Jesus Cristo.”

Meu querido, vamos impactar nosso mundo—ele se devota profundamente às trevas. Nós, os filhos de Deus, nos devotamos à Luz e demonstramos isso primeiramente e acima de tudo por meio de nosso comportamento. Dessa forma, proclamamos a palavra da vida.

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado dia 19/04/2015

© Copyright 2015 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

Add a Comment


Our financial partners make it possible for us to produce these lessons. Your support makes a difference.
CLICK HERE to give today.

Never miss a lesson. You can receive this broadcast in your email inbox each weekday.
SIGN UP and select your options.