
Em Nome de Jesus, Amém
Em Nome de Jesus, Amém
Neemias 1.8–11
Introdução
No dia 19 de novembro de 1863, Edward Everett, um dos oradores mais brilhantes de sua geração, se viu diante de uma plateia de cidadãos americanos para fazer um discurso. A imprensa ao redor de toda a nação se mobilizou para transmitir o discurso de Edward, e de outro homem que também iria falar. Edward Everett discursou primeiro. Ele apresentou um discurso de uma hora e cinquenta e sete minutos, sendo interrompido constantemente pelos aplausos e gritaria de uma plateia eufórica. Uma nação dividida chegou em um ponto de sua história que necessitava desesperadamente de direção e restauração após a Guerra Civil. Os jornais do dia seguinte louvaram o discurso de Edward e o colocaram na capa como notícia principal.
Daí, chegou a hora do segundo homem falar. Ele se levantou, arrumou seus óculos e discursou por dois minutos. Depois, sentou-se. Um membro da imprensa cochichou em seu ouvido: “É só isso?” E ele respondeu: “Só.”
Cento e cinquenta anos depois, ninguém sabe quais foram as palavras que Edward Everett falou em seu discurso de duas horas, mas a grande maioria das pessoas já ouviu falar de Abraão Lincoln. Seu pequeno discurso de dois minutos começou com as palavras:
Oitenta e sete anos atrás, nossos pais trouxeram a este continente uma nova nação, concebida em Liberdade e dedicada à declaração de que todos os homens são criados em igualdade...
Os jornais relataram o discurso de Lincoln rapidamente em uma página de notícias comuns. A elite social achou que seu discurso foi insuficiente e mal desenvolvido. Mas aquelas palavras de Lincoln se tornaram um ícone de liberdade nacional.
Achei interessante descobrir em uma de minhas pesquisas que Abraão Lincoln recebeu, na semana seguinte, um bilhete de Edward Everett que dizia:
Queria eu poder me gabar de ter chegado à ideia central da ocasião em duas horas, como você conseguiu em apenas dois minutos.
Houve um homem que uma vez orou a Deus por sua nação dividida, ferida e pecadora. Sua oração está registrada em Neemias, capítulo 1. E hoje, se fôssemos fazer essa oração, não demoraria mais do que dois minutos para lê-la. Contudo, em apenas dois minutos, Neemias conseguiu a máxima atenção de Deus.
Como? Que tipo de oração Deus ouve? Como fazer para conseguirmos a máxima atenção de Deus?
Em nosso estudo anterior em Neemias, já descobrimos que a oração que capta a grandeza de Deus e a atenção de Deus envolve vários passos.
Prioridade da Soberania
- O primeiro passo na trilha da oração envolve uma clara prioridade da soberania.
Neemias orou no verso 5 do capítulo 1:
...ah! SENHOR, Deus dos céus, Deus grande e temível...
“Tu reinas sobre toda a criação. Tu reinas sobre tudo que existe.” Existe ousadia em ir a Deus com temor, admiração e humildade.
Ainda me lembro de meu professor da quinta série me pedindo para ficar depois da aula para um reunião com ele em seu escritório. Em outras ocasiões, já tinham me mandado ficar depois da aula por motivos não muito bons. Naqueles dias chamávamos isso de “detenção.”
Houve uma vez no primeiro ano do ensino médio que tive que ficar na escola lavando as janelas da sala. Eu tinha feito algo errado, mas não merecia aquele tipo de castigo. Meu alívio foi que, na mesma tarde, meu time de futebol estava treinando. Dessa forma, meus pais nunca saberiam o que eu tive que fazer aquela tarde. Mas, nessa ocasião, me lembro de estar na escada limpando as janelas do segundo andar quando meu pai chegou de carro para me assistir treinando futebol.
Bom, como estava dizendo, quando eu estava na quinta série, meu professor pediu para eu ficar depois da aula e o motivo era porque queria discutir algo importante com a turma. E ele queria conversar comigo sobre algo importante. Eu, e todos os demais alunos da quinta série, admirávamos esse homem. Ele era alto, forte e tinha uma voz grossa. Lembro que ele sempre estava cheirando a café. Lembro de ir até o seu escritório, sentar-me na cadeira e ter aquela reunião. Parece até que foi ontem! Entrei no escritório cheio de confiança, porque, afinal, ele me havia convidado; mas também estava com medo por causa de quem ele era. Daí eu disse: “Sim, senhor,” com bastante medo.
A oração adequada equilibra confiança de que fomos convidados até lá com temor, porque sabemos quem nos convidou. Nossa tendência é dizer: “Sim, Senhor,” o tempo todo. Nunca diríamos: “Escute aqui, é o seguinte...”. Dizemos: “Sim, senhor.” A oração correta coloca Deus em seu trono e a humanidade aos seus pés.
Davi escreveu no Salmo 145, versos 1 a 12:
Exaltar-te-ei, ó Deus meu e Rei...
“Exaltar” é o termo hebraico “room” que significa “levantar, erguer,”
...bendirei o teu nome para todo o sempre. Todos os dias te bendirei e louvarei o teu nome para todo o sempre. Grande é o SENHOR e mui digno de ser louvado; a sua grandeza é insondável. Uma geração louvará a outra geração as tuas obras e anunciará os teus poderosos feitos. Meditarei no glorioso esplendor da tua majestade e nas tuas maravilhas. Falar-se-á do poder dos teus feitos tremendos, e contarei a tua grandeza. Divulgarão a memória de tua muita bondade e com júbilo celebrarão a tua justiça. Benigno e misericordioso é o SENHOR, tardio em irar-se e de grande clemência. O SENHOR é bom para todos, e as suas ternas misericórdias permeiam todas as suas obras. Todas as tuas obras te renderão graças, SENHOR; e os teus santos te bendirão. Falarão da glória do teu reino e confessarão o teu poder, para que aos filhos dos homens se façam notórios os teus poderosos feitos e a glória da majestade do teu reino.
A oração não começa com o crente indo à presença de Deus dizendo: “Senhor, aqui estou...”. Oração começa com o crente dizendo: “Senhor temível e soberano, Tu és exaltado.” A oração não é a comunicação de nossa vontade para Deus; oração é a entrega de nossa vontade a Deus. E como veremos na vida de Neemias, oração não é para que Deus faça a nossa vontade, mas que ele faça a vontade dele em nossas vidas.
Em um de seus livros, Charles Swindoll ilustra maravilhosamente a submissão de nossa vontade à vontade de Deus por meio da oração ao citar uma pergunta feita por E. Stanley Jones. A pergunta diz:
Se eu lançar de meu barco uma linha com um anzol na ponta e agarrar à margem do rio e puxar, eu estarei puxando a margem do rio até mim ou me puxando até a margem do rio?
Hebreus 10, versos 19, 21 e 22a, responde essa pergunta.
Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus... e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos...
Oração não é puxar Deus para o seu barco, mas puxar o seu barco até Deus. E essa perspectiva da soberania de Deus modela a maneira como oramos.
Quando o Senhor Jesus ensinou seus discípulos a orar, ele disse em João14, verso 13a: E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei. A maioria de nós, incluindo eu mesmo, termina nossa oração com a frase: “Em nome de Jesus, amém.” E essa é uma forma bíblica de orar. Na oração, nós vamos a Deus baseados na autoridade do grande Sumo Sacerdote, Jesus Cristo. Somente se lembre de que, orar em nome de Jesus, significa que, quando termina de orar, você deverá ter orado algo com o qual Jesus pode se associar e assinar embaixo. Jesus ensinou que os discípulos deveriam orar de tal forma que, quando terminassem, eles não hesitariam em colocar o nome de Jesus naquela oração.
Todo mundo gosta de João 14, verso 13a, mas muitos não dizem o que João 14, verso 13b diz:
E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho.
Jesus se associa à oração que reconhece a glória, majestade, vontade e desejo do Pai.
Quando nossos filhos estavam aprendendo a pintar com lápis de cor, eles tinham o mesmo problema que qualquer outra criança tem, ou seja, escolher a cor apropriada para o desenho. Eles simplesmente não conseguiam. Daí, pintavam cabelo verde e lábios azuis, a lua era rosa e o sol marrom. O segundo problema era que eles não conseguiam ficar dentro do traçado ou contorno do desenho. Acabavam pintando no papel inteiro. E você diz: “Nossa, que bonito, hein?!” e eles ainda querem que você pregue o desenho na geladeira com um ímã.
Como filhos do Pai celestial, aprendemos a colorir nossas orações com os elementos apropriados. Também aprendemos a ficar dentro do contorno—oramos em nome de Jesus. Isso significa que oramos para a honra e glória de Deus.
Reconhecimento de Pecado
- Daí, como vimos em Neemias, o segundo passo na trilha da oração envolve o reconhecimento de pecado.
Ele ora na última parte do verso 6: pois eu e a casa de meu pai temos pecado. A oração que Deus ouve é não somente aquela que reconhece a sua soberania, mas que confessa pecados. E, a propósito, quando você não reconhece o seu pecado, Deus vira um ouvido surdo para você.
Na verdade, existem duas categorias de pessoas cujas orações não são respondidas por Deus.
- Primeiro, a oração do descrente não é respondida.
Em Salmo 34, versos 15 e 17a, Davi escreveu:
Os olhos do SENHOR repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos ao seu clamor... Clamam os justos, e o SENHOR os escuta…
A palavra justo está relacionada à posição que o pecador ocupa diante de Deus e não à perfeição. Nós temos a justiça de Cristo, como Paulo diz em 1 Coríntios 1, verso 30, uma vez que depositamos nossa fé nele somente.
Parte do engano do coração, como também do engano global de Satanás, é que as pessoas são ouvidas por Deus, mas, ao mesmo tempo, recusam a verdade do Evangelho de Cristo. Pesquisas revelam que o número de pessoas que oram é duas vezes maior que o número de pessoas que creem no Evangelho de Jesus Cristo. Pergunte você mesmo às pessoas: “Você ora a Deus?” “Claro, eu oro a Deus. E Deus ouve as minhas orações.” “Mas você crê em Jesus Cristo?” “Ah, agora você já está com fanatismo.”
João 9, verso 31, diz:
Sabemos que Deus não atende a pecadores; mas, pelo contrário, se alguém teme a Deus e pratica a sua vontade, a este atende.
A primeira oração que um descrente faz e Deus ouve é a oração de arrependimento e pedido por salvação pessoal em Jesus Cristo somente.
- A segunda categoria de pessoas desqualificadas são, não somente os descrentes, mas crentes desobedientes.
Davi disse no Salmo 66, versos 18 e 19b:
Se eu no coração contemplara a vaidade, o Senhor não me teria ouvido... a voz da oração.
Isso significa que você só pode orar se o seu coração estiver totalmente sem pecado? Não. Se fosse esse o caso, ninguém poderia orar. A palavra “contemplara” significa “amar ou defender.” “Se eu amar ou defender o pecado em meu coração, o Senhor não me ouvirá.”
Você pode até orar, mas o Senhor não irá ouvi-lo.
Pedro foi ainda mais específico com os crentes do Novo Testamento ao escrever palavras impressionantes em 1 Pedro 3, verso 7:
Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações.
Para os homens casados, o seu relacionamento com sua esposa serve ou de obstáculo ou estímulo a uma vida de oração. Ou seja, se você é casado, uma das melhores maneiras de conseguir a atenção de Deus é dar sua própria atenção a sua esposa.
O texto também diz:
...vivei a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher... para que não se interrompam as vossas orações.
Para alguns homens, faz meses que suas orações não são ouvidas. E todas as esposas dizem: “Amém.”
Talvez você, homem, esteja pensando: “Mas existem momentos em que minha esposa vai bem além do meu entendimento, do meu discernimento.”
E provavelmente todos os homens podem dizer: “Amém.”
É incrível notar como o nosso relacionamento na terra afeta o nosso relacionamento no céu.
Davi disse no Salmo 32, verso 5:
Confessei-te o meu pecado e a minha iniqüidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniqüidade do meu pecado.
Neemias disse no capítulo 1, verso 6b, em sua oração onde ganhou a máxima atenção de Deus:
...eu e a casa de meu pai temos pecado.
Note também o verso 7a:
Temos procedido de todo corruptamente contra ti...
Oração que consegue a máxima atenção de Deus é a oração que reconhece a soberania de Deus e pecado pessoal.
Confiança
- Terceiro, a oração que Deus ouve é a oração feita com confiança nas Escrituras.
Você sabia que a Bíblia não é somente um livro de respostas, mas também um livro de promessas? E quando Neemias ora, conforme registrado no capítulo 1 de sua biografia, ele repete, a partir de sua memória, pelo menos dez passagens diferentes da Lei de Moisés que registram promessas de Deus ao Seu povo de Israel.
Deixe-me destacar algumas dessas. No capítulo 1, verso 5, Neemias faz sua oração a Yahweh (Senhor); e esse é o nome de Deus que se refere ao fato de ele ser um Deus fiel que guarda as alianças. Esse nome volta até Êxodo 3, onde Deus disse a Moisés na sarça ardente que Moisés iria liderar os filhos de Israel fora do Egito para a terra que manava leite e mel. E Moisés disse, com efeito: “Certo. Mas eles irão me perguntar com que Deus eu estava falando.” E Deus diz no verso 14: “Diga a eles que o Meu nome é: EU SOU.
EU SOU é o verbo hebraico hayah e Yahweh é um derivado desse verbo. Yahweh é o nome usado por Neemias em sua oração porque Yahweh era o nome que significava a promessa de Deus e a natureza fiel de Deus em cumprir suas promessas. Então, logo no início da oração de Neemias, ele está dizendo: “Senhor, Tu é o Deus que cumpre as promessas.”
Mas, na frase seguinte, ele declara abertamente, no verso 5b:
...que guardas a aliança e a misericórdia para com aqueles que te amam e guardam os teus mandamentos!
Essa é uma citação parafraseada de Êxodo 20, verso 6, onde Deus diz a Moisés:
[Eu, o Senhor vosso Deus]... faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.
Neemias está clamando pelas promessas de Deus feitas séculos antes no Monte Sinai.
Veja o verso 8, onde Neemias diz:
Lembra-te da palavra que ordenaste a Moisés, teu servo...
Daí, ele cita Levítico 26, verso 33:
[Se fordes infiéis] Espalhar-vos-ei por entre as nações...
Daí, no verso 9, ele cita Deuteronômio 30, versos 2 e 4:
e tornares ao SENHOR, teu Deus, tu e teus filhos, de todo o teu coração e de toda a tua alma, e deres ouvidos à sua voz, segundo tudo o que hoje te ordeno... Ainda que os teus desterrados estejam para a extremidade dos céus, desde aí te ajuntará o SENHOR, teu Deus, e te tomará de lá.
Ou seja, Neemias está dizendo: “Ouça, ó Deus que guarda as promessas, tu prometeste que, se fôssemos infiéis, seríamos espalhados pelas nações—e tu cumpriste essa promessa. Agora, por favor, cumpra também a promessa de que, se tornarmos para ti, tu nos restaurarás ao lugar onde o teu nome habita?” Essa última frase, a propósito, é uma citação de Deuteronômio 12, verso 5.
Então, no verso 10 de Neemias 1, Neemias simplesmente repete a Deus uma paráfrase de Êxodo 32, verso 11, onde Moisés também intercedeu pelo povo rebelde de Israel. Então, agora, Neemias ora:
Estes ainda são teus servos e o teu povo que resgataste com teu grande poder e com tua mão poderosa.
A maioria da oração de Neemias é uma recitação e paráfrase das Escrituras. A oração de Neemias estava transbordando de “Bíblia” com as promessas de Deus na sua Palavra. Ele havia captado as Escrituras e as Escrituras o captaram. Ele havia examinado as Escrituras e as Escrituras também o examinavam.
Qual a importâncias das promessas de Deus para você? O motivo por que cremos no céu é porque Tito, capítulo 1, verso 2, nos diz:
na esperança da vida eterna que o Deus que não pode mentir prometeu antes dos tempos eternos
O motivo por que cremos na possibilidade de uma vida piedosa aqui e agora é porque temos 2 Pedro 1, verso 4, que diz:
pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo,
Ou seja, todas as coisas pertinentes à vida e à piedade são possíveis por causa das Suas preciosas e mui grandes promessas.
Jamais se esqueça de que a razão por que você crê que pode até mesmo orar é que a Bíblia, em Hebreus 10, verso 19, promete que você pode, ao dizer:
Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus,
Será que é possível que não sabemos o que dizer a Deus em oração porque não sabemos o que ele já disse a nós em sua Palavra? Será que o motivo de vivermos ansiosos e com medo é porque nos esquecemos da promessa que Cristo intercede por nós em nosso favor?
Charles Swindoll cita Robert Murray McCheyne, que disse cem anos atrás:
Se eu pudesse ouvir Cristo orando por mim no quarto ao lado, não temeria nem um milhão de inimigos. Mas distância não faz diferença alguma, Ele está orando por mim neste exato momento.
Neemias sabia o que dizer porque sabia o que a Palavra dizia. E ele tinha confiança plena nas Escrituras.
Humildade
- Finalmente, a oração que ganha o máximo da atenção de Deus é a oração que prioriza a soberania de Deus, que reconhece o pecado, que confia nas Escrituras e que é cheia de humildade em súplica.
Veja o capítulo 1, verso 11.
Ah! Senhor, estejam, pois, atentos os teus ouvidos à oração do teu servo e à dos teus servos que se agradam de temer o teu nome; concede que seja bem sucedido hoje o teu servo e dá-lhe mercê perante este homem...
É interessante que a última coisa que Neemias fez em sua oração foi um pedido. O capítulo 2 nos dirá os detalhes do que Neemias tinha em mente. Mas você percebeu, nesse verso, que Neemias está se voluntariando a se tornar uma parte da solução de Deus para o problema de Jerusalém? Você já descobriu que a maior alegria na oração não é, necessariamente, receber uma resposta, mas se tornar a resposta?
Em seu comentário no livro de Neemias, um escritor contou uma história que ocorreu há vários anos. Um jovem rapaz havia ido da Coréia para os Estados Unidos a fim de estudar numa universidade evangélica. Ele terminou e continuou seus estudos, conseguindo o seu mestrado pela universidade secular do estado onde morava. Numa bela noite, ele foi até aos correios para enviar uma carta. Enquanto estava na rua, o jovem foi abordado por alguns adolescentes que pediam seu dinheiro. Esses delinquentes ficaram com raiva porque o jovem não tinha muito dinheiro e o espancaram até a morte. O crime foi horroroso.
Mais tarde, a polícia local prendeu os bandidos e o julgamento deles recebeu atenção internacional. A família da vítima até veio da Coréia para acompanhar o julgamento. Ao final do processo, os adolescentes foram condenados por assassinato.
Pouco antes de o juiz passar a sentença, os pais pediram para dar uma palavra. Daí, diante de uma audiência lotada, a mãe e o pai coreanos se ajoelharam e pediram ao juiz que entregasse em suas mãos os adolescentes que haviam assassinado seu filho. Eles não entendiam o sistema judiciário local, mas eram crentes e estavam apenas pedindo que o juiz lhes permitisse levar os jovens para a Coreia. Eles explicaram o motivo, dizendo ao juiz que aqueles rapazes precisavam do amor de pais e do amor de Cristo que eles nunca tiveram antes. Mas o juiz não tinha a autoridade para tomar essa decisão. Ele lhes explicou que o sistema judiciário americano não funcionava daquela forma. Apesar de terem seu pedido negado, o testemunho daquele casal brilhou forte em meio à escuridão de um mundo decaído.
Quantos de nós temos nos ajoelhado diante do grande e santo Juiz, o Deus dos céus e da terra, o Deus de misericórdia e o Deus de justiça, e implorado pelo nosso mundo caído? Precisamos fazer orações que não sejam centralizadas em nós mesmos, nossas vidas, nossos problemas, nossas dores e lutas, nossas necessidades, e nos voluntariar para fazer a diferença.
Você faz a diferença? Você deseja se tornar parte da solução para reconstruir o mundo? Mas não saia lá fora ainda. Você precisa da máxima atenção de Deus antes. E você consegue essa máxima atenção ao longo da trilha da oração. Começamos com a prioridade da soberana majestade de Deus; daí, pedimos que ele quebrante nosso coração para reconhecer nosso próprio pecado; depois, descansamos inteira e profundamente nas promessas de Deus em sua Palavra; e terminamos a oração em humildade, com a submissão de uma vida disposta a ser usada por Deus.
Orações como essa não precisam durar duas horas; podem ser de apenas dois minutos, ou até menos. E, quando orarmos como esse homem orou, poderemos, com confiança, terminar a oração dizendo as palavras maravilhosas: “Em nome de Jesus, amém.”
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 20/02/2000
© Copyright 2000 Stephen Davey
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