A Formação de Uma Pérola

A Formação de Uma Pérola

by Stephen Davey Ref: Nehemiah 13

A Formação de Uma Pérola

Neemias 13

 

Introdução

Eu recebi outro dia um cartão de aniversário atrasado de um irmão de minha igreja. E, é claro, o cartão era sobre envelhecimento.

Você já percebeu que o único momento de nossas vidas em que gostamos de ficar velhos é quando somos crianças? Se você tem menos de dez anos de idade, a animação para ficar mais velho é tão grande que você até pensa em forma de fração: “Quantos anos você tem?” “Cinco e meio... faço seis em três semanas.” Você já percebeu que nunca fazemos trinta e seis e meio?! Não, você tem cinco e meio e fará seis em três semanas. Daí, você chega na adolescência e ninguém pode mais segurá-lo. Você literalmente pula para o outro número. “Quantos anos você tem?” “Vou fazer dezesseis.” Você pode até ter catorze, mas diz: “Vou fazer dezesseis... um dia.” Daí, o grande dia de sua vida chega – você faz dezoito. As palavras até parecem uma cerimônia – você tem dezoito anos! Mas, uns anos depois, você faz trinta. O que acontece aí? Você já tem trinta. E você passa a ser tratado como velho demais. “Ihhh, ele já tem trinta... deixe ele de lado.” O que mudou? Você faz dezoito, mas um dia você também faz trinta. Um tempo depois, você já está encostando nos quarenta. Chega aos cinquenta. Você faz dezoito; depois trinta; encosta nos quarenta; chega aos cinquenta – daí, faz sessenta. Mas, a essa altura, você já está numa velocidade tão alta que já faz setenta. Depois, quando menos percebe, já está nos oitenta. Minha avó nem compra banana verde porque é um investimento só para o futuro. E não para por aí. Quando você chega aos noventa, começa a andar para trás. Mas eu acabei de fazer noventa e dois. Daí, algo estranho acontece – se você passa dos cem, começa a ficar como criança de novo. “Quantos anos você tem?” “Tenho cem e meio... na verdade, em três semanas, faço cento e um.” Como a vida é rápida!

Atendi ao telefone outro dia e era uma mulher que tinha sido companheira de dormitório de minha esposa nos anos da faculdade. E ela ligou para falar com minha esposa. Mas ela não estava; sua amiga, então, pediu para eu dar a ela um recado, dizendo que seu filho estava noivo e iria se casar. Eu disse: “Seu filho?!... Quantos anos ele tem?” Ela riu e disse: “Ele tem vinte.” Eu disse: “Você está brincando... espere um pouco, somos muito jovens para ficar tão velhos.” E ela riu também.

Como a vida muda. Por vezes, as mudanças e as pressões e as tribulações são tantas que você, aos trinta e oito anos, ou quarenta e oito, ou cinquenta e oito, queria ter cinco e meio de novo – quando a vida era tão simples.

Outro irmão de minha igreja me mandou uma carta que gostaria de ler para você. O título da carta era: “Demissão.”

Por meio desta carta, venho oficialmente pedir demissão da vida de adulto. Decidi que aceito voltar às responsabilidades de uma criança de cinco anos novamente.

Quero ir à lanchonete da esquina e pensar que é um restaurante de cinco estrelas. Quero ver quem consegue fazer a bolha de sabão maior. Quero voltar a pensar que M&M’s são melhor que dinheiro porque podemos comê-los. Quero voltar a tomar Ki-suco e fazer picolé caseiro com o resto para tomar com meus coleguinhas. Não quero trocar de roupa porque tem uma mancha pequena de sujeira e quero aproveitar cada dia como se fosse férias.

Quero voltar ao tempo em que a vida era simples. Tudo o que sabia era ser feliz porque não tinha conhecimento das coisas que me deixariam preocupado ou chateado. Quero ficar animado com pequenas coisas de novo, como meu carrinho de madeira ou meu peão novo. Quero viver de forma simples novamente.

Não quero que meu dia seja em frente a um computador, cheio de papelada e documentos, limpeza, crianças, atividades, notícias deprimentes, doenças e perdas. Quero andar de patins e acreditar que os Três Patetas são reais.

Então, aqui estão meu talão de cheques e as chaves do meu carro, minhas contas do cartão de crédito e a papelada da minha aposentadoria futura, meu celular, meu fax e, acima de tudo, o financiamento da minha casa. Estou, oficialmente, pedindo demissão da vida de adulto.

E, caso você deseje discutir mais este assunto, você terá que pegar primeiro, porque, “Pega-pega, você é o pega... Então, até depois, porque enganei o bobo, na casca do ovo.”

Eu também quero viver de forma simples de novo—sem problemas enormes ou desafios dolorosos. Quero viver onde a água é calma e onde a brisa é agradável.

Sabe, por mais que eu queira, a vida não é mais assim. A vida não é simples! Até mesmo o Senhor se referiu a cada dia como sendo cheio de problemas.

O Dr. Richard Seume, um professor do Seminário Teológico de Dallas, Estados Unidos, quem tive o privilégio de ter como dirigente em várias capelas durante o seminário, colocou numa perspectiva bastante interessante o assunto de não somente envelhecer, mas também de enfrentar os contínuos problemas e pressões da vida. E o que vou ler agora é uma citação do comentário de Kent Hughes no livro de Tiago.

Criando Pérolas

A vida nesta terra não teria muito valor se toda fonte de tribulação fosse removida. Contudo, a maioria de nós se rebela com coisas que nos irritam e conta como grande perda aquilo que é um enorme ganho. Já ouvimos dizer que a ostra é sábia; quando um objeto irritante, como um grão de areia, entra debaixo de sua concha, ela começa a cobri-lo com as partes mais preciosas de seu ser – e cria uma pérola. A irritação que estava causando para ao encrustar o objeto com essa formação de pérola. Imagine isso – uma pérola é simplesmente uma vitória sobre uma tribulação.

Chegamos ao capítulo final da biografia de Neemias. O calendário avança mais de dez anos e Neemias já tem setenta anos de idade.

O fato de Deus finalizar esse livro dinâmico com Neemias tratando de pressões e tribulações é de significância incrível. Mas essa é a realidade! E esse também é o retrato do Cristianismo. Não é “e viveram felizes para sempre” por toda vida cristã... pelo menos, ainda não. Mas, enquanto aqui e agora, nunca é confortável carregar uma cruz.

E vida piedosa não é simplesmente obter vitória sobre  uma série de problemas e passar para outros. Às vezes, é lutar contra os mesmos problemas de novo, de novo e de novo. Neemias acabou de experimentar vitória. Ele limpou a cidade, reconstruiu os muros, expulsou os inimigos, unificou a nação e conduziu o povo num reavivamento bem prolongado. Se havia uma época em que Neemias com setenta anos de idade sentiria que iria pedir demissão da batalha, essa época seria agora.

Na verdade, se havia um tempo em que ele não estaria disposto a lidar com as lutas, seria agora. Se havia um tempo em que ele ficaria desiludido com as constantes pressões e tribulações da vida, seria agora. Esperaríamos Neemias dizer: “Peço demissão. Quero minha vida de criança de volta. Quero voltar à minha vida simples.”

Mas, nos anos de idoso em sua vida, quando esperaríamos vê-lo abandonando os problemas e se sentando numa cadeira de balanço, ele cria uma nova pérola. E revela o seu maior ato de fé até o momento – e seus momentos mais íntimos com Deus.

 

 

Lições Sobre a Vida Cristã

Antes de darmos nossa última olhada no diário desse homem, gostaria de fazer duas observações que emergem diretamente das experiências de Neemias. Essas são duas lições realistas sobre a vida cristã.

  • Seu maior teste de fé é sempre o próximo.
  • Sua maior demonstração de caráter ainda está por vir.

Não descanse em seus triunfos. Vitórias passadas não garantem vitórias no futuro. Como crente, seu maior teste ainda está por vir. A questão é: você se aposentará do trabalho duro da vida cristã ou produzirá ainda mais pérolas para a glória de Deus?

A Persistência do Pecado

Vamos dar mais uma olhada na vida do homem que não correu das tribulações da vida.

O pecado do (13.1–9)

  • A primeira situação que surgiu para Neemias envolvia o pecado do comprometimento.

Veja o capítulo 13, versos 1 a 7:

Naquele dia, se leu para o povo no Livro de Moisés; achou-se escrito que os amonitas e os moabitas não entrassem jamais na congregação de Deus, porquanto não tinham saído ao encontro dos filhos de Israel com pão e água; antes, assalariaram contra eles Balaão para os amaldiçoar; mas o nosso Deus converteu a maldição em bênção. Ouvindo eles, o povo, esta lei, apartaram de Israel todo elemento misto. Ora, antes disto, Eliasibe, sacerdote, encarregado da câmara da casa do nosso Deus, se tinha aparentado com Tobias; e fizera para este uma câmara grande, onde dantes se depositavam as ofertas de manjares, o incenso, os utensílios e os dízimos dos cereais, do vinho e do azeite, que se ordenaram para os levitas, cantores e porteiros, como também contribuições para os sacerdotes. Mas, quando isso aconteceu, não estive em Jerusalém, porque no trigésimo segundo ano de Artaxerxes, rei da Babilônia, eu fora ter com ele; mas ao cabo de certo tempo pedi licença ao rei e voltei para Jerusalém. Então, soube do mal que Eliasibe fizera para beneficiar a Tobias, fazendo-lhe uma câmara nos pátios da Casa de Deus.

Se juntarmos as peças cronológicas, descobrimos que, após Neemias ter servido como governador por vários anos em Jerusalém, ele voltou para o rei Artaxerxes. Ele fica por vários anos servindo novamente no palácio do rei. Não sabemos ao certo, mas talvez tenha ouvido que o inimigo estava ganhando espaço mais uma vez dentro da cidade. Seu antigo inimigo, Tobias, conforme vemos no verso 5, recebeu uma câmara grande dentro do próprio templo. Um amonita estava morando dentro do templo judaico, o que era um violação direta da Lei de Deus.

O verso 4 nos diz que Tobias recebeu esse quarto de Eliasibe, o sumo sacerdote. E Eliasibe era parente de Sambalate. Talvez você se recorde, Sambalate e Tobias eram inimigos de Neemias. Então, o comprometimento do sumo sacerdote envolvia o inimigo e ele, na verdade, o convidou a morar dentro do templo.

Um autor disse: “Convidar Tobias para viver dentro do templo foi como convidar um gabiru para viver dentro do galinheiro.” Às vezes, é assim que o inimigo do povo de Deus trabalha. Outro autor disse: “Até hoje, Satanás nem sempre luta contra as igrejas; às vezes, ele se une a elas.”

Neemias me lembra do Senhor que veio até o templo dando chicotadas. Ele expulsou todos os comerciantes gentios do templo, virando suas mesas e tirando todos dali. Note os versos 8 e 9:

Isso muito me indignou a tal ponto, que atirei todos os móveis da casa de Tobias fora da câmara. Então, ordenei que se purificassem as câmaras e tornei a trazer para ali os utensílios da Casa de Deus, com as ofertas de manjares e o incenso.

Você consegue visualizar Neemias? Assim que ele vê o que está se passando, ele lança fora as roupas de Tobias, seus móveis, seu barbeador e seu guarda-roupas. Ele arranca tudo para fora e desinfeta todo o quarto. Um autor comentou o assunto dizendo: “Neemias não queria nem sentir o cheiro de Tobias naquele quarto.”

Meus amigos, Neemias tratou desse comprometimento da mesma maneira que ele tratou nos capítulos 4 e 6. Ele tratou do problema imediatamente! Não houve nenhuma demora; nenhum diálogo; nenhuma manobra para assegurar que Tobias tinha um lugar para ficar. Não! Havia pecado no acampamento e um pecador no templo, e Neemias tratou de ambos imediatamente.

Não se esqueça de que, hoje, nesta presente dispensação da graça, de acordo com 1 Coríntios 3, verso 16: Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? E de acordo com 1 Coríntios 6, verso 19: o vosso corpo é santuário do Espírito Santo.

Posso fazer uma pergunta? Como você lida com o pecado no seu templo? Você organizou, será, um quarto e convidou algo para vir e fazer morada dentro de você, algo que não pertence ao santo templo de Deus? Será que você secretamente decorou algum quarto em seu coração e convidou a lascívia e o orgulho e a desonestidade para se mudarem e viverem em você?

Lide com o pecado como Neemias lidou com o comprometimento. Ele tratou do problema de uma vez por todas e imediatamente. Mantenha o templo de Deus puro!

O pecado do (13:10–14)

  • Uma outra situação de pecado com a qual Neemias teve de lidar foi o persistente pecado do egoísmo.

Veja o verso 10:

Também soube que os quinhões dos levitas não se lhes davam, de maneira que os levitas e os cantores, que faziam o serviço, tinham fugido cada um para o seu campo.

Pare por um momento. Você consegue imaginar como Neemias deve ter se sentido? Creio que existe um volume por trás da frase: “Também soube...”.

Imagine como isso deve ter sido desencorajador. Em nosso estudo em Neemias 10, vimos a nação judaica assinando uma declaração afirmando especificamente que eles não segurariam seus recursos financeiros, de forma a não contribuírem com o templo. E, agora, alguns anos depois, Neemias descobre que eles não estavam cumprindo sua palavra. “Também soube...”. Sinceramente, isso doeu muito nele, como veremos em instantes. Isso é como:

  • Um professor que descobre que seu aluno preferido estava colando;
  • Uma esposa cujo marido havia prometido que não iria mais beber, mas descobre uma garrafa escondida no armário;
  • Pais que ouviram seus filhos prometendo que estavam limpos, mas descobrem droga entocada na gaveta;
  • O cônjuge que descobre a infidelidade de seu companheiro.

Seu coração se despedaça. Você quer desistir. Sua alma dói e você mal sabe como respirar. Você deseja se retirar para uma vida mais simples.

Neemias descobriu a infidelidade do povo de Deus; sua desonestidade; seu egoísmo. Mas, ao invés de correr, ele aperta o cinto para a longa jornada; e lemos nos versos 11 e 12:

Então, contendi com os magistrados e disse: Por que se desamparou a Casa de Deus? Ajuntei os levitas e os cantores e os restituí a seus postos. Então, todo o Judá trouxe os dízimos dos cereais, do vinho e do azeite aos depósitos.

Em outras palavras, ele repreende os líderes. Eles tinham permitido que isso continuasse; eles fingiram estar surdos e cegos à infidelidade do povo. Mas ele repreende não somente os líderes, ele instrui o povo e restaura todos ao seu devido lugar.

Mas note a conversa pessoal de Neemias com o Senhor no verso 14:

Por isto, Deus meu, lembra-te de mim e não apagues as beneficências que eu fiz à casa de meu Deus e para o seu serviço.

É como se ele dissesse: “Ah, Senhor... esse povo – que tristeza terem voltado a esse caminho. Senhor, por favor, não se esqueça do que estou tentando fazer aqui por tua causa e pela causa da tua glória.”

O pecado do (13.15–22)

  • Mas, isso não foi tudo o que Neemias descobriu ao retornar a Jerusalém. Ele logo percebeu que o pecado do materialismo havia se infiltrado novamente na cidade.

Veja os versos 15 a 19:

Naqueles dias, vi em Judá os que pisavam lagares ao sábado e traziam trigo que carregavam sobre jumentos; como também vinho, uvas e figos e toda sorte de cargas, que traziam a Jerusalém no dia de sábado; e protestei contra eles por venderem mantimentos neste dia. Também habitavam em Jerusalém tírios que traziam peixes e toda sorte de mercadorias, que no sábado vendiam aos filhos de Judá e em Jerusalém. Contendi com os nobres de Judá e lhes disse: Que mal é este que fazeis, profanando o dia de sábado? Acaso, não fizeram vossos pais assim, e não trouxe o nosso Deus todo este mal sobre nós e sobre esta cidade? E vós ainda trazeis ira maior sobre Israel, profanando o sábado. Dando já sombra as portas de Jerusalém antes do sábado, ordenei que se fechassem; e determinei que não se abrissem, senão após o sábado; às portas coloquei alguns dos meus moços, para que nenhuma carga entrasse no dia de sábado.

A propósito, você notou que Neemias, no verso 22, orou depois de ter obedecido? Ele orou depois de ter agido e não antes.

Existem coisas sobre as quais não precisamos orar antes de agir. Deus já falou sobre o assunto. Por exemplo, 1 Tessalonicenses 4, verso 3:

Pois esta é a vontade de Deus... que vos abstenhais da prostituição;

Essa é a expressão bíblica para relação sexual fora do casamento. Você não precisa orar sobre isso. Você não precisa orar a Deus perguntando se existe alguma exceção ou situação extenuante, como noivado, amor, ou porque todo mundo faz isso. Deus disse: “Não.”

Romanos 13, verso 7 diz:

Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto...

Alguns podem estar pensando: “Prefiro que você continue pregando sobre prostituição.” Você não precisa se ajoelhar no início do ano e orar a Deus perguntando: “Senhor, é da tua vontade que eu pague esses impostos?” Ele já disse. Não existe nenhuma exceção na vontade de Deus.

Gosto da forma como Neemias remove até a tentação do povo de Jerusalém. Note os versos 20 e 21a:

Então, os negociantes e os vendedores de toda sorte de mercadorias pernoitaram fora de Jerusalém, uma ou duas vezes. Protestei, pois, contra eles e lhes disse: Por que passais a noite defronte do muro? Se outra vez o fizerdes, lançarei mão sobre vós...

Essa é a forma educada e bíblica de dizer: “Da próxima vez que vocês fizerem isso, vou deixar todos com olho roxo.”

Você consegue imaginar Neemias, com setenta anos de idade, dizendo: “Hei, você, se eu vir você passeando próximo ao muro toda sexta-feira à noite, vou apagar sua luz; então, me ajude Jeová Elohim!”

Gosto da próxima frase no verso 21: Daí em diante não tornaram a vir no sábado. “Não queremos mexer com aquele velho!” Nossa! Continue no verso 22:

Também mandei aos levitas que se purificassem e viessem guardar as portas, para santificar o dia de sábado...

Que discernimento. Vamos tratar dessa ameaça de forma realista. Neemias adicionou responsabilidades a cada levita. Ele disse: “Ouçam só, façam o que quiserem durante a semana, mas, no sábado, quero que vocês vigiem as portas! Não deixem que esses comerciantes se aproximem dos muros. Vamos proteger o povo da tentação o máximo que pudermos.”

A propósito, essa acontece de ser também a descrição do trabalho de cada líder espiritual, incluindo dos pais. Você é o guarda das portas. Mantenha a tentação longe de sua família, das crianças, do seu rebanho o máximo que puder. Você é o sentinela. Fique alerta. O materialismo e a filosofia auto-centralizada do sistema de mundo são poderosamente atraentes.

Recentemente, eu li que somos confrontados com cerca de dois mil comerciais por dia. Dois mil! Outdoors, rádio, televisão, revistas, jornais, internet, o que você imaginar. Seus filhos lutam a grande batalha em aprender o que devem ouvir e o que devem ignorar.

Alguns anos atrás, nossos filhos gêmeos fizeram seis anos. Foi há muito tempo. E eu estava lendo bilhetes antigos do aniversário deles. Eles ganharam dinheiro de família e amigos. Estavam sentados no sofá, contando suas riquezas, e um deles anunciou: “Vou dar todo o dinheiro do meu aniversário para a igreja!”

Ele é meu filho predileto! Daí, olhamos para o outro filho, de apenas seis aninhos, e, sem hesitar, ele disse: “Eu não. Vou gastar todo o meu dinheiro no shopping!” Bom, isso ele puxou a... deixa para lá! “Vou comprar doce,” adicionou. Lembro-me de olhar para o outro filho, que estava meio agoniado. Dava quase para ver a luta dentro dele: “Esqueci completamente daquela máquina de doce no shopping...”.

Não sei o que aconteceu depois, mas que ilustração para adolescentes de dezesseis anos, e trinta e seis e sessenta anos que desejam fazer um compromisso espiritual, mas outras vozes soam que tornam difícil continuar! Como você lida com o materialismo? Que tipo de guarda você é em sua própria vida?

O pecado da (13.23–31)

  • Finalmente, Neemias teve de lidar com o pecado da desobediência.

Veja os versos 23 e 24:

Vi também, naqueles dias, que judeus haviam casado com mulheres asdoditas, amonitas e moabitas. Seus filhos falavam meio asdodita e não sabiam falar judaico, mas a língua de seu respectivo povo.

Talvez você se recorde do problema da nação no capítulo 8 quando Esdras leu a Lei. Ninguém conseguia entender hebraico. Por várias horas, Esdras e os sacerdotes explicaram os significados das palavras. O hebraico foi re-ensinado ao povo.

Mas, aqui, as crianças estão aprendendo idiomas estrangeiros de suas mães gentias. Nenhum deles sabia falar hebraico! Nenhum deles estava sendo ensinado a ler em sua língua nacional.

E, se eles não podiam ler hebraico, eles não poderiam também ler a Lei. E, se eles não podiam ler a Lei, então, eles não poderiam obedecer a Lei. E, se eles não podiam obedecer a Lei, então, eles estavam fora da vontade de Deus. Numa questão de poucos anos, o povo de Deus havia saído de reavivamento para rebelião.

Note quem está no meio de tudo isso, no verso 28:

Um dos filhos de Joiada, filho do sumo sacerdote Eliasibe, era genro de Sambalate, o horonita, pelo que o afugentei de mim.

Você percebeu como esses nomes simplesmente ficam aparecendo?

...Eliasibe... Sambalate... pelo que o afugentei de mim.

O historiador do primeiro século, Flávio Josefo, informa que o bisneto de Eliasibe era Manassés. Quando Neemias o expulsou de Jerusalém, ele imediatamente foi viver com seu sogro, Sambalate, em Samaria, e lá estabeleceu um falso sistema de adoração no Monte Gerizim. Esse era o falso sistema de adoração para o povo de Samaria, os chamados Samaritanos. Neemias identificou o problema e a fonte do problema – e resolveu com severidade.

Em seu livro Neemias: Homem no Comando, Donald Campbell escreveu:

Nestes dias em que todas as áreas da vida estão cheias de confusão e caindo em desordem, fazemos bem em sujeitar nossas almas a um homem firme e de influência renovadora como Neemias. Um homem que era específico em seus propósitos para com Deus e que tornava ideais em realidades... podemos acreditar que sua influência correu na linhagem particular de famílias e lares humildes até a época do Messias.

Aplicação

Vamos fazer algumas aplicações para as nossas vidas.

Deus não providencia vitória final sobre o pecado...

  • Deus não providencia vitória final sobre o pecado, mas repetidas vitórias sobre o pecado.

Warren Wiersbe em seu livro Seja Determinado, citou William Booth, o fundador do Exército da Salvação, em uma de suas mensagens à sua equipe pastoral. Ele disse:

Quero que vocês sempre tenham em mente que é da natureza do fogo se apagar; você precisa mexer no fogo e ficar alimentando-o e removendo as cinzas para que o fogo continue queimando.

Tentação na vida do crente não diminui com a idade...

  • Tentação na vida do crente não diminui com a idade, mas fica mais inteligente.

O melhor é seguir o exemplo de Neemias de:

  • Atacar o comprometimento – imediatamente.
  • Lidar com o egoísmo – humildemente.
  • Atacar o materialismo – realisticamente.
  • Lidar com a desobediência – severamente.

Um dos livros que tenho apreciado a leitura durante nossos estudos no livro de Neemias é o livro Neemias: Aprendendo a Liderar, de James Montgomery Boice. Ele morreu um tempo atrás de câncer no fígado apenas dez semanas depois de ter sido diagnosticado. Nas últimas páginas de seu comentário em Neemias, ele escreveu estas palavras:

A vida cristã é trabalho duro. Até mesmo a Bíblia reconhece isso e a descreve como uma batalha (1 Timóteo 6.12, “Combate o bom combate...”) e uma corrida (2 Timóteo 4.7, “...completei a carreira...”) e um sacrifício (Romanos 12.1, “Rogo-vos... irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”).

Boice continua escrevendo:

Estudo bíblico é difícil. Oração é difícil. Testemunhar é difícil. Viver uma vida santa em meio à tentação é extremamente difícil. Jesus Cristo prometeu aos seus seguidores, não uma vida confortável, mas uma cruz.

Em outras palavras, você não pode pedir demissão dos problemas. Você não pode voltar no tempo e se tornar uma criança. Não existe retorno a uma vida mais simples. Então, é melhor aprender agora como fazer pérolas a partir das tribulações e continuar caminhando para frente por Cristo.

Neemias termina seu diário com as palavras finais no verso 31: Lembra-te de mim, meu Deus, para o meu bem. Essa é outra forma de dizer: “Senhor, quero viver uma vida de tal maneira que, quando pensares sobre mim, tu terás bons pensamentos; quando observares meus caminhos e minhas escolhas e meu estilo de vida, tu te agrades de mim.”

Essa foi sua grande paixão na vida. Essa, meus amigos, é a grande história do coração de Neemias e sua fé e seu fervor por Deus. Mas isso tudo foi muito mais que a história da vida de um homem. Essa é, na verdade, a demonstração da única forma de se viver!

 

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 25/06/2000

© Copyright 2000 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

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