Gafanhotos e Mel Silvestre

Gafanhotos e Mel Silvestre

by Stephen Davey Ref: Mark 1:1–8

Gafanhotos e Mel Silvestre

Marcos 1.1–8

Introdução

Começamos, hoje, nossa exposição no “Evangelho das Ações.” Quando li a primeira palavra de Marcos 1.1—princípio—fui imediatamente transportado para Gênesis 1.1: No princípio criou Deus os céus e a terra.

Deveria chamar nossa atenção, mas não nos surpreender, o fato de Deus não começar fornecendo provas de Sua existência ou razões por que deveríamos crer que Ele criou os céus e a terra. Ele simplesmente diz: No princípio criou Deus os céus e a terra. A criação não é um assunto sujeito a debates; ela é um fato, uma afirmação.

Quando lemos as primeiras palavras do Evangelho de Marcos no Novo Testamento, também nos deparamos com uma espécie de afirmação, declaração. Esse relato evangelístico também não está sujeito a debate. Marcos escreve:

Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus.

Não há necessidade alguma de prova; trata-se apenas de uma declaração.

O pregador William Barclay traduz esse verso da seguinte forma: “Este é o começo da história.” Gosto dessa tradução simples. É como se Marcos dissesse: “É o seguinte: foi assim que tudo começou, um tempo atrás, com Jesus Cristo. Este é o Evangelho do Filho de Deus.”

Você pode grifar a palavra evangelho e escrever ao lado a referências de 1 Coríntios 15, onde Paulo define “evangelho” como o fato de Jesus Cristo ter morrido pelos nossos pecados, ter sido sepultado conforme as Escrituras e, em seguida, ressuscitado. Essa é a declaração do evangelho.

Então, Marcos, o evangelista da ação, vai direto para o ministério público de Jesus Cristo. Veja o verso 2:

Conforme está escrito na profecia de Isaías: Eis aí envio diante da tua face o meu mensageiro, o qual preparará o teu caminho

Gostaria de destacar alguns fatos nesse verso. Começaremos com a escolha meio estranha de arauto que Cristo fez—João Batista.

João Batista:
O Mensageiro para Preparar o Caminho para Jesus Cristo

É interessante que, quando Jesus Cristo decidiu anunciar Seu nascimento, Ele não interrompeu uma reunião na sinagoga, nem saiu em busca do rabino mais religioso da época, mas anunciou o nascimento através de anjos a pastores.

Pastores eram considerados impuros pelo sistema rabínico porque um pastor não podia dizer ao seu rebanho: “Fiquem pastando aí sozinhos pelas próximas 5 horas que eu vou adorar na sinagoga.” Pelo fato de não poderem se ausentar de suas responsabilidades, pastores eram vistos como impuros continuamente.

Quando Jesus Cristo anunciou Seu nascimento, Ele foi a pessoas tidas como impuras—essa foi uma escolha estranha.

Agora, Jesus está prestes a anunciar a vinda de Seu reino e busca um arauto para apresentar ao mundo Seu ministério: Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo! (João 1.29).

Mais uma vez, Jesus não vai ao seminário de Jerusalém em busca de um indivíduo bastante espiritual, daquele com versos bíblicos pendurados em seu manto e que lê as Escrituras na manhã do sábado. Ao invés disso, Jesus escolhe um homem estranho.

Esse homem estranho provavelmente tinha uma cabeleira alvoroçada e barba comprida, um homem com a aparência de que vivera no deserto a vida inteira, totalmente separado do sistema religioso judaico. Jesus Cristo diz: “Quero que ele anuncie a vinda do Meu reino.”

João Batista faz o anúncio. Ele não é o mesmo homem que o apóstolo João, mas é um profeta do Antigo Testamento. Veja o verso 3:

voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas

Perceba que a ideia de preparar o caminho ocorre também no verso 2: o meu mensageiro, o qual preparará o teu caminho. Agora, por que havia a necessidade de preparação?

Entre os acontecimentos narrados no Evangelho de Marcos e o último profeta Malaquias, passaram-se cerca de 4 séculos. Esse período é conhecido como o “período de silêncio” porque Deus não falou. Vamos descobrir que algumas coisas interessantes estavam acontecendo no decorrer daqueles 400 anos de silêncio.

A pregação e batismo de João Batista

Após 400 anos de silêncio, Deus precisava de alguém para entrar em cena e acordar todo mundo. João Batista fez precisamente isso ao dizer: “É o seguinte: preparem o caminho, endireitem as veredas tortuosas, purifiquem suas atitudes.” Veja o conteúdo de sua pregação no final do verso 3: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.

João Batista foi o homem a entrar em cena com o propósito de amolecer o coração do povo que vivia sem Deus, apesar de afirmar conhecer a Deus.

Enquanto estudava, fiquei pensando: qual foi a pessoa a fazer o papel de João Batista na sua vida? Houve alguém? Será que existiu alguém em sua vida que veio e começou a amolecer seu coração com a semente do Evangelho, palavras sábias ou oração ao seu favor? Você teve alguém que agiu como João Batista e preparou o caminho para Cristo em seu coração? E isso nos conduz a outra pergunta mais desafiadora: será que você já fez esse papel na vida de alguém, preparando o caminho para Cristo?

Veja o verso 4:

apareceu João Batista no deserto, pregando batismo de arrependimento para remissão de pecados.

Essa é uma mensagem um tanto confusa que vamos cavar mais a fundo hoje. Nossa tendência é ler o verso e ignorá-lo, dizendo simplesmente: “Não cremos hoje em batismo para remissão de pecados.”

Antes de fazer isso, porém, precisamos entender algumas coisas. Primeiramente, entenda que João Batista é um profeta do Antigo Testamento. Quando batizava, ele não batizava como nós na igreja do Novo Testamento batizamos—ele ainda estava na dispensação do Antigo Testamento. É somente após a cruz que somos apresentados à Nova Aliança. Então, João vive ainda no sistema do Antigo Testamento.

Conforme diz o verso 4, o batismo que João realizava era um batismo de arrependimento, que servia como um sinal externo de arrependimento interno; o resultado final era o arrependimento interno que produzia transformação para a remissão de pecados. João não realizava o batismo de crentes praticado pela igreja do Novo Testamento. Ele realizava o que chamamos de batismo de prosélito.

Quando um gentio decidia seguir o Deus de Israel juntamente com os judeus tementes a Deus, várias coisas tinham que acontecer:

  • Primeiro, se fosse um homem, precisaria ser circuncidado a fim de participar da Aliança Abraâmica.
  • Segundo, ele teria que oferecer sacrifícios.
  • E terceiro, teria que ser batizado—o antigo batismo de prosélito.

Evidentemente, João batizava por imersão, já que Marcos nos diz que ele desceu à água com Cristo e depois saiu da água (Marcos 1.10). Não temos certeza se todos os profetas fizeram dessa maneira, mas havia um batismo. Esse batismo no Antigo Testamento era tão intimamente ligado ao fato de seguirem a Deus a ponto de, na cabeça do povo, não ser possível haver arrependimento sem batismo.

Agora, no Novo Testamento, entendemos que somos batizados como um resultado de nosso arrependimento. Já no Antigo Testamento, parece que as pessoas tomavam uma decisão que envolvia o arrependimento e o batismo.

Muitas pessoas foram a João para serem batizadas. O elemento fascinante no batismo de prosélito de João Batista era que ele mandava judeus serem batizados, não gentios. Imagine a humidade necessária para dizer a um judeu, um fariseu, escriba ou essênio: “Olha, você precisa ser batizado se quiser ser um piedoso seguidor de Deus.” Eles diriam: “Espere aí, nós já somos seguidores de Deus!”

É por isso que a mensagem de João era tão interessante. Ele entrou em cena dizendo: “Todos vocês precisam preparar o caminho para a vinda do Messias e precisam manifestar ao mundo seu arrependimento por meio do batismo público.”

Como resultado, os religiosos da época odiaram João Batista—sua mensagem expunha a culpa do povo.

Essa era a pregação e o batismo de João.

Diferenças entre o batismo de João e o batismo de Cristo

Permita-me mencionar três diferenças entre o batismo de João e o batismo de Cristo. Existem mais de três provavelmente, mas estas já serão suficientes para distinguirmos os dois batismos.

  • Primeiro, o batismo de João era um sinal antigo—o batismo de prosélito.

Veja o verso 8:

Eu vos tenho batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo.

Não confunda o batismo de João com o que a igreja do Novo Testamento faz quando alguém se converte a Cristo. O batismo de Cristo é o novo sinal e é o novo sinal do Espírito Santo.

Diferente dos tempos do Antigo Testamento, eu e você somos batizados pelo Espírito Santo quando recebemos a salvação em Cristo. Paulo escreveu em 1 Coríntios 12.13: Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo. Isso acontece no momento da conversão. Portanto, é diferente do batismo de João.

  • Segundo, o batismo de João era externo; o batismo de Cristo, sendo no Espírito Santo, é interno.
  • E terceiro, o batismo de João lavava o corpo; o batismo de Cristo purifica o coração.

O público de João Batista

Note, agora, o público de João Batista no verso 5:

Saíam a ter com ele toda a província da Judéia e todos os habitantes de Jerusalém; e, confessando os seus pecados, eram batizados por ele no rio Jordão.

Perceba que, nesse cenário, as pessoas eram batizadas basicamente enquanto confessavam seus pecados.

Deixe-me fornecer o pano de fundo histórico para esse período.

Marcos escreve seu Evangelho para crentes romanos. Sêneca, o historiador romano que viveu em Roma nessa época, chamou Roma de “fossa do mundo antigo.”

Após Alexandre o Grande haver conquistado basicamente todo o mundo conhecido, a civilização grega começou o processo de helenização do mundo. O problema com isso era que a civilização grega era extremamente pagã. Os gregos adoravam o corpo; e esse é o motivo para as tão comuns estátuas de pessoas nuas. Vemos o renascimento disso em nossos dias. Na mentalidade grega, o físico deveria ser adorado. Toda espécie de imoralidade sexual, incluindo o homossexualismo, era praticada naquele mundo. E foi nesse tipo de cenário que João Batista entrou.

Nesse mundo corrompido, formou-se um movimento com o objetivo nobre de se separar desse mundo grego pagão e se dedicar a Deus. Os líderes desse movimento se autodenominavam “fariseus,” que significa “separados.” Então, os fariseus se afastaram da cultura, da sociedade corrupta e disseram: “Seremos diferentes; seremos piedosos e separatistas.”

Apesar de ter começado bem, problemas apareceram. Os fariseus elaboraram, além da Lei do Antigo Testamento, as tradições orais, as chamadas Mishnah, com milhares de páginas com leis. Em seguida, para poder explicar o conteúdo da Mishnah, eles desenvolveram o Talmude, uma espécie de comentário que explicava o conteúdo da Mishnah, que não passava de adições às leis do Antigo Testamento.

Portanto, dentro de um século apenas, um movimento se formou e começou bem, mas findou sendo um sistema religioso de cerimonialismo externo, o qual chamamos de “farisaísmo.”

Deixe-me mencionar alguns exemplos das adições que os fariseus faziam à Lei. Lemos em Êxodo 20.8: Lembra-te do dia de sábado, para o santificar.

Existem 24 capítulos na Mishnah sobre essa pequena sentença; eles acharam que precisavam explica-la. O verso diz, praticamente, que você não deve trabalhar no dia de sábado. Então, os fariseus vieram e definiram o que significa “trabalhar.” Por exemplo:

  • Se você tem uma dor de garganta no sábado, pode tomar vinagre, mas não fazer gargarejo, pois isso seria trabalho.
  • Nenhuma mulher poderia se olhar no espelho em dia de sábado, pois poderia ver um fio de cabelo grisalho e ser tentada a arrancá-lo, algo que seria trabalho.
  • Você poderia dar um nó numa corda, desde que usasse apenas uma mão. As únicas exceções eram se fosse:
    • Amarrar seu odre de vinho feito de couro;
    • Amarrar as tiras de suas sandálias;
    • Amarrar a cobertura de tecido que cobria a cabeça da mulher;
    • Amarrar a cinta da roupa da mulher.
  • Se um homem precisasse pegar água no poço, mas não podia amarrar a corda no balde, ele poderia usar a cinta de sua esposa, já que fazer dois nós na cinta era permitido.

Outro exemplo envolve Jeremias 17.21–24. O verso 21 diz: não carregueis cargas no dia de sábado. Essa ordem era simples. Mas os fariseus vieram e definiram o significado de cargas. Por exemplo:

  • Durante a refeição, o peso da comida na colher não deveria ser superior ao peso de um figo.
  • Quando fossem beber alguma coisa, o peso do copo da época não deveria ser superior ao peso de um gole de leite.

Ao definir o significado de “carga,” o Talmude tratava de questões cruciais, tais como: se a mulher poderia usar um broche, se um aleijado era permitido usar sua perna de madeira e se um banguela poderia usar sua dentadura. Todas essas tradições eram tão importantes quanto a Lei do Antigo Testamento.

Quando se tratava de uma jornada, você podia andar certa distância. Os fariseus determinaram que a distância era de aproximadamente 100 metros da porta de sua casa. Se caminhasse 1000 metros, se tornaria impuro.

Daí, eles saíram com uma ideia: “se uma corda é amarrada antes do entardecer na sexta-feira até o outro lado da rua, a rua inteira passa a ser sua casa.” Em outras palavras, se você amarrasse uma corda ligando a porta de sua casa à porta da casa de seu vizinho no final da rua, toda aquela área seria considerada apenas um passo e você poderia caminhar 1000 metros até o final da corda. Como você vê, coisas importantes.

É nesse tipo de clima religioso que João Batista chega e começa a preparar o caminho para a chegada de Cristo. Ele diz: “Vejam bem, vocês confundiram as coisas,” e tenta acordar o povo judeu.

João Batista dirigia sua mensagem a três grupos:

  • Havia os Essênios que se isolavam no deserto e viviam nas cavernas de Qumran. Já que acreditavam ser errado se casar, logo desapareceram.
  • Havia os Saduceus, que eram os liberais que negavam os elementos sobrenaturais da Bíblia.
  • E havia os Fariseus, que podem ser vistos como os moderados ou legalistas.

Então, no decorrer daqueles 400 anos de silêncio, vemos o que surgiu—maquinações e legalismos humanos. Essas pessoas não rejeitaram Jesus Cristo porque Ele infringiu a lei; ao contrário, Ele cumpriu a Lei de Moisés. Eles O rejeitaram porque Ele não observara o Talmude e os escritos da Mishnah.

A aparência de João Batista

Veja, agora, a aparência um tanto estranha de João Batista no verso 6:

As vestes de João eram feitas de pêlos de camelo; ele trazia um cinto de couro e se alimentava de gafanhotos e mel silvestre.

A vida inteira desse homem era um protesto—tudo que ele fazia e a aparência que tinha. Imagino que se parecia com Elias. Talvez você se recorda que Elias era peludo (2 Reis 1.8).

João vivia no deserto, o chamado deserto de Jesimom, numa região árida e devastada, e entra em cena vestindo uma roupa feita de pelos de camelo, provavelmente algo curto e sem mangas. Esse homem esquisito chega pronto para realizar algumas mudanças; ele não mede suas palavras com fariseus, essênios, saduceus e com o povo em geral. As multidões gostaram demais de João, a propósito; todos vinham a ele no rio.

Veja que João também matinha um hábito alimentar, uma dieta um tanto diferente: ele comia gafanhotos e mel silvestre. Fico imaginando João Batista no meio do deserto, assando gafanhoto numa fogueira e depois comendo o inseto molhado em mel.

João, todavia, não tinha como objetivo ser peculiar; seu alvo não era singularidade, mas obediência. Ele fazia o que fazia não para ser diferente, mas para a glória de Cristo. Seu alvo era a obediência.

Tentações que João Batista evitou

Apesar de sua peculiaridade, João Batista enfrentou os mesmos tipos de tentação que eu e você enfrentamos em casa, no trabalho ou em outro lugar. Deixe-me mencionar três tentações que eu acho que João enfrentou e evitou.

  • Primeiro, a tentação de destacar sua importância pessoal.

Veja o início do verso 7:

E pregava, dizendo: Após mim vem aquele que é mais poderoso do que eu...

Sublinhe a frase mais poderoso do que eu. As pessoas olhavam para João com reverência sem igual; ele era muito diferente; seu estilo de vida revelava a culpa do povo que se entregava aos prazeres. Apesar disso, ao invés de chamar a atenção para as coisas grandiosas que fazia e para o grande homem que as pessoas o consideravam ser, ele diz: Após mim vem aquele que é mais poderoso do que eu.

  • Segundo, a tentação de esconder suas deficiências pessoais.

Continue no verso 7:

...Após mim vem aquele que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de, curvando-me, desatar-lhe as correias das sandálias.

Naqueles dias, era dever do escravo desatar as sandálias dos convidados e, em seguida, lavar seus pés. Quando chovia, os convidados chegavam às casas com os pés e sandálias enlameados. O servo se curvava, tirava as sandálias e lavava os pés dos convidados. João diz: “Não sou digno nem de fazer isso, nem de fazer o papel de um escravo. Sou indigno de desatar Suas sandálias.”

João Batista não era o tipo de homem que buscava esconder suas deficiências pessoais; ele dizia a todos que era um mero homem. Ele não se deixou ser colocado num pedestal.

  • A terceira tentação que creio que João evitou foi a de exagerar suas realizações pessoais.

Ele diz no verso 8:

Eu vos tenho batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo.

Ou seja, “Tenho feito isso por obediência, mas Ele fará muito mais.”

Essa mentalidade de João em não querer atrair atenção para as suas realizações pessoais é vista claramente em João 3.30. Este era o segredo da vida de João Batista: Convém que ele cresça e que eu diminua.

Aplicação

Para finalizar, gostaria de destacar algumas características na vida de João Batista que devemos imitar. Por que ele estava impactando o mundo de tal forma? O que havia em sua vida que fazia tanta diferença? Não precisamos imitar suas aparências, mas seu caráter.

Existem pelo menos três qualidades no caráter de João Batista que devemos imitar.

  • Primeiro: João Batista vivia o que pregava.

Ele disse: Preparai o caminho do Senhor. Enquanto pregava essa mensagem às outras pessoas, ele mesmo preparava o caminho do Senhor. Ninguém poderia acusa-lo de incoerência.

Você diz ser crente e conhecer a Cristo? Então, vive em harmonia com o que diz? Será que as pessoas podem apontar o dedo para você e dizer: “Você?! Crente?”?

João ia aos fariseus e dizia: “Vocês precisam produzir fruto digno de arrependimento; preciso ver provas disso.” Será que existe prova de arrependimento em sua vida?

Veja bem: existe grande diferença em moralidade exterior e justiça interior.

  • Segundo: João Batista era humilde.

Ele me lembrou do apóstolo Paulo, que disse no início do seu ministério: Sou o menor dos apóstolos (1 Coríntios 15.9). Ou seja: “No meio desses 12 homens, os apóstolos que são líderes, fico em último lugar.”

Após anos vivendo a vida cristã, ele disse: a mim, o menor de todos os santos (Efésios 3.8). Agora, não é mais 12 homens, mas a igreja inteira. E ele diz: “Fico em último.”

Daí, no final de sua vida, ele escreve ao seu filho na fé, Timóteo, e afirma: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal (1 Timóteo 1.15).

Fico me perguntando se essa é a mesma progressão na minha vida, se eu olho ao meu redor na igreja e digo: “É... todos esses crentes aqui... fico em último lugar.” E o que dizer do mundo inteiro? Será que penso que sou o pior pecador, apesar de redimido?

  • Terceiro: João Batista direcionava outros a Jesus Cristo.

O ministério de João Batista servia para conectar outras pessoas a Cristo, o Cordeiro de Deus. Se desejamos fazer impacto com nossas vidas, precisamos conectar as pessoas a Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Em seguida, assumir o segundo lugar, porque Cristo vem primeiro.

Fico muito feliz que houve um João Batista em minha vida e que Cristo me dá o privilégio de ser um João Batista na vida de outros. Contudo, irei fracassar se não direcionar outros a Cristo, se não viver humildemente e se não chamar a atenção Àquele que é mais poderoso do que eu.

E você, meu querido, já recebeu a mensagem de arrependimento e recebeu a vida eterna no Cordeiro de Deus, Jesus Cristo, que tira os seus pecados?

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Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 27/09/1987

© Copyright 1987 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

 

 

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