“Me Dá” Um Pouquinho de Religião Humana

“Me Dá” Um Pouquinho de Religião Humana

by Stephen Davey Ref: 1 Kings 1–22; 2 Kings 1–25; 1 Chronicles 1–29; 2 Chronicles 1–36

“Me Dá” Um Pouquinho de Religião Humana

1 Reis 12–13 e 2 Crônicas 11–13

Introdução

Gary Graff, pastor de uma igreja nos Estados Unidos, conta algo que aconteceu com um conhecido. Um homem tinha ido a um shopping fazer compras; quando voltou para o carro no estacionamento, sentiu um cheiro estranho vindo do motor. Então, ele levantou o capô para ver o que era. Deparou-se com um gato morto que havia sido mutilado pela correia. O pobre gato tinha entrado no motor para que esquentar no frio sem saber do perigo. Para sua sorte, uma das sacolas de compra era feita de um plástico resistente. Então, ele esvaziou a sacola e colocou dentro dela os restos mortais do gato. Por fim, depois que raspou tudo, fechou o capô, amarrou a boca do saco e o colocou sobre o carro. Daí, entrou no shopping novamente para lavar as mãos.

Assim que entrava no shopping, olhou para trás e viu algo incomum: uma senhora andando ao redor de seu carro. Ela parou, olhou para os lados e, cautelosamente, pegou a sacola e andou apressadamente para dentro do shopping. Enquanto ria da mulher, o homem pensou: “Ah! Isso é bom demais para ser verdade!” Ele decidiu segui-la para ver o que aconteceria.

A senhora entrou num restaurante e se sentou à uma mesa mais reservada. Depois que se sentou, começou a desatar o nó para avaliar seu prêmio. Quando abriu o saco e viu o gato morto, a mulher gritou e desmaiou. É claro, o gerente do restaurante ficou alarmado com aquilo—uma cliente desmaiou dentro de seu estabelecimento—e ligou para a ambulância. Rapidamente, a mulher foi colocada sobre uma maca e estava sendo conduzida para a ambulância. O homem, simplesmente, não conseguiu resistir. Ele pegou a sacola que a mulher tinha deixado para trás no restaurante e, quando iam coloca-la dentro da ambulância, ele correu até ela, colocou a sacola sobre seu colo e disse: “Senhora, não se esqueça de sua sacola!”

Certo, isso pode até não ser engraçado, mas é uma história e tanto! A mulher pensou que estava conseguindo um prêmio, mas acabou saindo dali com uma sacola de gato morto.

Continuamos nossa jornada pelo labirinto da história de Israel. Hoje, começamos a observar um rei após outro usurpando o trono do outro, achando que está conseguindo um prêmio, sem saber que o palácio, na verdade, se parece mais com uma sacola de compras contendo o que antes foi vida, mas que agora é morte e decomposição.

 

 

Um Panorama Bíblico

O que fez com que o grandioso e magnífico reino de Davi e Salomão começasse a feder a morte e decomposição? Vamos, rapidamente, fazer um panorama da história de Israel.

O ponto de partida é Saul, Davi e Salomão, os quais reinaram, cada um, 40 anos. O reino das 12 tribos está unificado e forte; Yahweh era o único Deus da nação e o povo o adora.

Todavia, conforme estudamos juntos, os anos finais de Salomão introduziram o início da idolatria na nação. Talvez você lembra de suas esposas estrangeiras e dos altares que ele edificou. Salomão semeou as sementes da destruição que produziriam uma safra terrível. O julgamento de Deus era bastante claro. Encontramos a condenação de Deus a Salomão em 1 Reis 11.9–13:

Pelo que o SENHOR se indignou contra Salomão, pois desviara o seu coração do SENHOR, Deus de Israel, que duas vezes lhe aparecera. E acerca disso lhe tinha ordenado que não seguisse a outros deuses. Ele, porém, não guardou o que o SENHOR lhe ordenara. Por isso, disse o SENHOR a Salomão: Visto que assim procedeste e não guardaste a minha aliança, nem os meus estatutos que te mandei, tirarei de ti este reino e o darei a teu servo. Contudo, não o farei nos teus dias, por amor de Davi, teu pai; da mão de teu filho o tirarei. Todavia, não tirarei o reino todo; darei uma tribo a teu filho, por amor de Davi, meu servo, e por amor de Jerusalém, que escolhi.

Em seguida, Deus mandou um profeta idoso, um homem chamado Aías, escolher e ungir Jeroboão rei sobre as tribos do norte. Isso deveria ser feito somente após Salomão morrer. Qual foi a reação de Jeroboão? Ele se rebelou contra Salomão imediatamente e tentou arrancar o trono de suas mãos. Então, como Salomão reage a isso? Veja 1 Reis 11.40:

Pelo que Salomão procurou matar a Jeroboão; este, porém, se dispôs e fugiu para o Egito, a ter com Sisaque, rei do Egito; e ali permaneceu até à morte de Salomão.

Que bagunça! Antes mesmo da morte de Salomão, o fedor de um reino desunido estava começando a tomar conta do ar. A palavra de Deus se cumpriu e, logo após a morte de Salomão, a divisão ocorreu.

Em nosso encontro anterior, estudamos o drama que levou à revolta das dez tribos do norte. O povo solicitou a Roboão, filho de Salomão e agora rei sobre Israel, que aliviasse os impostos e trabalho forçado. Roboão, o qual comparamos a uma flecha de plástico, disse ao povo: “Vocês pensam que meu pai foi poderoso, mas eu tenho eu meu dedo mínimo mais força do que ele teve em seu corpo inteiro. Ele impôs um fardo pesado e eu colocarei um fardo ainda mais pesado sobre vocês.” Esse discurso do rei foi alvo de cólera por parte da mídia. Lemos em 1 Reis 12.16–17:

Vendo, pois, todo o Israel que o rei não lhe dava ouvidos, reagiu, dizendo: Que parte temos nós com Davi? Não há para nós herança no filho de Jessé! Às vossas tendas, ó Israel! Cuida, agora, da tua casa, ó Davi! Então, Israel se foi às suas tendas. Quanto aos filhos de Israel, porém, que habitavam nas cidades de Judá, sobre eles reinou Roboão.

Assim, o reino é dividido: o reino do note passa a ser conhecido como Israel e o do sul como Judá. É fácil ficar confuso ao ler 1 e 2 Reis. Por isso, é importante sempre lembrar que a nação está, agora, dividida: Israel se refere às dez tribos do norte, cuja capital é Samaria. O reino do sul retém a capital Jerusalém e é composto pelas tribos de Judá e Benjamim.

O que Jeremias tentará fazer nos capítulos seguintes dos dois livros dos Reis é narrar os reinados de cada rei, tanto do sul como do norte. E uma fórmula é repetida várias vezes, a saber: este rei fez o que era mau aos olhos do Senhor; ou, este rei fez o que era reto perante o Senhor. Por exemplo, lemos em 1 Reis 15:

  • 3: [Abias] Andou em todos os pecados que seu pai havia cometido antes dele.
  • 11: Asa fez o que era reto perante o SENHOR, como Davi, seu pai.
  • 26: [Nadabe] Fez o que era mau perante o SENHOR e andou nos caminhos de seu pai e no pecado com que seu pai fizera pecar a Israel.
  • 34: [Baasa] Fez o que era mau perante o SENHOR e andou no caminho de Jeroboão e no seu pecado, o qual fizera Israel cometer.

A maioria dos reis, entretanto, fez o que era mau aos olhos do Senhor. Todos os 19 reis de Israel—o reino do norte—foram perversos, e somente alguns dos 20 de Judá foram piedosos.

Agora, lembre-se que Jeremias deseja nos ensinar mais do que história. Ele deseja que enxerguemos esse reino dividido da perspectiva de Deus, que a história pertence a Deus. O Senhor tem muito a nos ensinar por meio dos acontecimentos que se desenrolam nas eras, épocas e reinos. Conforme Paulo escreveu em 1 Coríntios 10, a história de Israel serve de exemplo para nós.

 

 

Um Exemplo Bíblico

Pelo restante de nosso estudo de hoje, observaremos o primeiro rei de Israel, o reino de Samaria, do norte. Enquanto Roboão, filho de Salomão reina sobre as tribos de Judá e Benjamim no sul, Jeroboão lidera as tribos do norte. Sinceramente, se eu fosse um israelita nessa época, teria sido difícil escolher um desses dois reis.

As Escrituras passam a focar em Jeroboão neste ponto. Veja 1 Reis 12.25:

Jeroboão edificou Siquém, na região montanhosa de Efraim, e passou a residir ali; dali edificou Penuel.

Até então, ele age como um rei, edificando cidades e fortificando suas propriedades. O que acontece em seguida, todavia, nos fornece uma descrição incrível do que acontece em nosso mundo hoje. O profeta de Deus vai a Jeroboão e lhe diz que ele reinará sobre as 10 tribos do norte por causa da idolatria de Salomão. Veja 1 Reis 11.38, onde o profeta fala a Jeroboão:

Se ouvires tudo o que eu te ordenar, e andares nos meus caminhos, e fizeres o que é reto perante mim, guardando os meus estatutos e os meus mandamentos, como fez Davi, meu servo, eu serei contigo, e te edificarei uma casa estável, como edifiquei a Davi, e te darei Israel.

O que você acha que Jeroboão fará? Pensamos que ele adorará e seguirá o Senhor, Deus de Israel, e não cairá em idolatria, correto? Veja o que ele faz em 1 Reis 12.26–30:

Disse Jeroboão consigo: Agora, tornará o reino para a casa de Davi. Se este povo subir para fazer sacrifícios na Casa do SENHOR, em Jerusalém, o coração dele se tornará a seu senhor, a Roboão, rei de Judá; e me matarão e tornarão a ele, ao rei de Judá. Pelo que o rei, tendo tomado conselhos, fez dois bezerros de ouro; e disse ao povo: Basta de subirdes a Jerusalém; vês aqui teus deuses, ó Israel, que te fizeram subir da terra do Egito! Pôs um em Betel e o outro, em Dã. E isso se tornou em pecado, pois que o povo ia até Dã, cada um para adorar o bezerro.

Cinco Características da Religião Humana

Nesses versos, Jeroboão fornece um exemplo incrível de religião humana e de como inventar uma. Jeroboão entrará na história como o criador de sua própria religião, servindo de exemplo para nós hoje. Com base em sua vida, descobrimos cinco características da religião humana.

  • A primeira característica é que a religião humana é criada na imaginação do coração.

Em outras palavras, a falsa religião e as seitas sempre são invenção de alguém. Lemos no verso 26: Disse Jeroboão consigo mesmo. E ainda lemos no verso 33 que Jeroboão No décimo quinto dia do oitavo mês, escolhido a seu bel-prazer, subiu ele ao altar que fizera em Betel e ordenou uma festa para os filhos de Israel; subiu para queimar incenso. Jeremias deixa bem claro que o sistema complexo de adoração de Jeroboão foi sua invenção.

Você já ouviu alguém dizendo: “Posso adorar a Deus onde eu bem quiser”? Agora, existe um elemento de verdade nessa afirmação, já que podemos adorar a Deus onde quisermos. Na verdade, aquelas horas de adoração aos domingos são uma expressão de sua adoração no decorrer da semana anterior; a qualidade de sua adoração no domingo é determinada pela qualidade de sua vida no sábado. Entretanto, existe a questão da adoração coletiva com os demais irmãos, como igreja, e o exercício dos dons espirituais para a edificação do corpo de Cristo. E essas coisas não são meras sugestões, mas ordens de Deus. Por isso, o Senhor no adverte em Hebreus 10.24–25:

Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações...

Como estimulamos uns aos outros? Ao servir os irmãos. A igreja sempre necessita do serviço dos crentes, independente do tamanho da igreja. Portanto, apesar de poder adorar a Deus onde quiser, vários aspectos da adoração existem somente quando adoramos na igreja com os irmãos.

Já ouvi pessoas dizendo: “Eu posso criar minhas próprias crenças, desde que seja sincero na minha fé.” Outro dia, li a notícia, por mais difícil que seja de acreditar, que milhares de pessoas creem que, com o passar do tempo, as células de seu corpo passarão por uma transformação metafísica que lhes permitirá viver eternamente. Os líderes dessa seita, um homem de meia-idade e uma senhora, ficaram ricos com as taxas que cobram de seus seguidores. E o que acontece com os seguidores que morrem? No caso do indivíduo que não alcança a transformação a tempo, faltou-lhe fé e o nível de compromisso necessário para ser transformado; por isso, morreu.

Cada um desses seguidores pode ser profundamente sincero, mas, um dia, todos morrerão! Conforme nos diz Hebreus 9.27: aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo. São todos sinceros, mas estão sinceramente enganados.

  • A segunda característica é que a religião humana apela para a independência da vontade humana.

Veja 1 Reis 12.28 novamente:

Pelo que o rei, tendo tomado conselhos, fez dois bezerros de ouro; e disse ao povo: Basta de subirdes a Jerusalém; vês aqui teus deuses, ó Israel...

Ou seja, “Por que viajar toda essa distância até Jerusalém para adorar? Por que sacrificar sua própria conveniência? Vamos montar nosso próprio sistema aqui mesmo!”

Recentemente, li a propaganda de uma certa igreja no jornal. A autora deu seu próprio testemunho, afirmando que essa igreja é maravilhosa porque lhe dá a liberdade de escolher as coisas que ela gosta em várias religiões.

Conforme algumas estatísticas que li, 82% da população busca desenvolver um relacionamento mais profundo com Deus; 60% estão interessados mais pelas coisas espirituais hoje do que cinco anos atrás; mas 60% rejeitam a noção de que devemos nos limitar a apenas uma fé.

Um autor colocou isso da seguinte forma:

Hoje, as crenças de todo mundo devem ter espaço... todos estão certos. Não importa se você ora para a sua luz interior, para Sofia, para a Trindade ou outro ser. Se funciona para você, então, é válido.

A religião de nossos dias, portanto, não passa de uma declaração da independência do homem do Deus da Bíblia. Mas esse não é um problema novo; Jeroboão inventou uma religião desprovida de realidade espiritual.

  • A terceira característica é que a religião humana estabelece um sistema que protege sua própria hierarquia.

Precisamos entender o problema de Jeroboão. Primeiramente, ele esqueceu que a divisão no reino era política e social; o plano de Deus não era que se tornasse religiosa; Jerusalém deveria continuar sendo o centro espiritual. Mas se o povo fosse a Jerusalém todos os anos para a Festa dos Tabernáculos—uma celebração nacional enorme que agradecia a Deus por sua bondade—a nação poderia acabar se reconciliando. Então, Jeroboão pensa numa solução em 1 Reis 12.31–32:

Jeroboão fez também santuários nos altos e, dentre o povo, constituiu sacerdotes que não eram dos filhos de Levi. Fez uma festa no oitavo mês, no dia décimo quinto do mês, igual à festa que se fazia em Judá, e sacrificou no altar; semelhantemente fez em Betel e ofereceu sacrifícios aos bezerros que fizera; também em Betel estabeleceu sacerdotes dos altos que levantara.

Jeroboão realizou sua festa um mês depois da festa de Jerusalém, o que seria mais conveniente para os habitantes do norte, cuja colheita seria feita um mês depois. Será que Jeroboão estava preocupado em agradecer o Senhor, por isso inventou sua própria Festa dos Tabernáculos? Não! Sua preocupação era salvar seu trono. Ele queria o prêmio para si, mesmo que tivesse que roubá-lo de Deus! E isso nos conduz à quarta característica da religião humana.

  • A quarta característica é que a religião humana busca uma aparência de ser genuína e santa.

Jeroboão falsifica várias coisas: santuários e sacerdotes (v. 31); uma festa igual à festa que se fazia em Judá (v. 32); e sacrifícios (v. 33). Existe tudo ali: festas, sacrifícios, orações, sacerdotes, incenso, rituais e cerimônias. Existe tudo, menos adoração verdadeira!

Outro dia enquanto viajava, vi, à beira da estrada, um templo mórmon; algo belíssimo de três andares com um anjo dourado no topo, um anjo que supostamente trouxe revelação de Deus. Se visitássemos esse templo, ficaríamos admirados com sua beleza. E a verdade é que a falsa religião é, do lado de fora, uma sacola bonita e colorida de compras, projetada para chamar a atenção, mas dentro está cheia de morte.

Como discernimos a verdade do erro, o verdadeiro do falso? A verdadeira religião e adoração é Jesus Cristo. Será que Cristo é igual ao Pai, Jesus Cristo é Deus? Lemos em 1 João 2.22–23:

Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, o que nega o Pai e o Filho. Todo aquele que nega o Filho, esse não tem o Pai; aquele que confessa o Filho tem igualmente o Pai.

  • A quinta e última característica da falsa religião é que ela ignora a santidade de Deus e a pecaminosidade do homem.

Um autor escreveu:

Existem quatro maneiras erradas de adorar: 1) adorar falsos deuses; 2) adorar o Deus verdadeiro da forma errada; 3) adorar a Deus num estilo pessoal; e 4) adorar o Deus verdadeiro do jeito certo, mas com a motivação errada.

Precisamos lembrar disso hoje. Como crentes, podemos adorar a Deus do jeito certo, mas com motivos interesseiros. Esquecemos, muitas vezes, que o Senhor conhece a diferença entre louvor e bajulação, adoração e suborno.

 

 

Uma Diretriz Bíblica

Para concluir, qual é a diretriz bíblica? Como adoramos do jeito de Deus?

  • Primeiro: adoração envolve preparação.

Lemos em Hebreus 10.19–20, 22:

Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne... aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé...

Não há mais a necessidade de sacerdotes, rituais, sacrifícios ou de que alguém nos represente diante de Deus; não precisamos sentir medo. Jesus Cristo é o mediador e seu sangue abre o caminho para termos comunhão com o Senhor. Essa é a nova maneira de se adorar a Deus.

Essa passagem também nos fornece entendimento quanto às maneiras como nos preparamos para adoração.

  • Primeiro, nos preparamos quando mantemos um coração sincero: com coração sincero (v. 22).

Chegamos a Deus como um livro aberto. A pergunta que precede a adoração é: qual é a condição do meu coração? Em outras palavras, hipocrisia e adoração jamais acontecem simultaneamente. Fingidores jamais experimentam adoração.

  • Segundo, nos preparamos com a nossa fé: em plena certeza de fé (v. 22).

Adoramos a Deus com confiança, mas confiança em quem, em nós mesmos? Adoramos a Deus não por causa de nossa bondade, mas por causa de nossa fé na perfeição de Cristo. Nossa certeza está em Cristo. E essa preparação é explicada melhor pela terceira preparação.

  • A terceira preparação é pureza no coração e vida: tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura (v. 22).

Jesus Cristo nos permite adorar porque ele é digno; e, porque ele é digno, tudo em nós que é indigno é purificado. Adoramos a Deus gratos porque nossos pecados foram lavados por Cristo.

  • Adoração envolve não somente preparação, mas também, em segundo lugar, envolve celebração.

Como celebramos comunhão com Deus? Veja o que diz João 4.24:

Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.

Existem duas ideias fundamentais nesse versículo: adoramos a Deus em espírito e adoramos a Deus em verdade.

  • Primeiro, celebramos comunhão com Deus quando o adoramos em espírito.

O que significa adorar em espírito? Primeiro, note que o verso não se refere ao Espírito Santo, mas ao espírito humano, àquela parte imortal e invisível que foi regenerada quando você confiou em Cristo para a salvação (Efésios 2.5).

Adoração, então, é essa comunhão entre o nosso espírito e o Espírito de Deus. A questão não é estar no lugar certo, na hora certa, com a música certa, com a roupa certa, com as formalidades certas, com o humor certo, orando do jeito certo, cantando o hino certo e ouvindo a pregação certa. Todas essas coisas podem promover adoração, mas não produzir adoração. Adoração é criada em seu espírito, o qual, como um galho seco, acende pela chama da comunhão com o Espírito Santo.

  • E segundo, celebramos comunhão com Deus quando o adoramos em verdade.

E o que significa adorar a Deus em verdade? Primeiro, a adoração em verdade é iniciada por pessoas sinceras. Pessoas desonestas são incapazes de adorar; lembre-se que fingidores não adoram a Deus. Mais uma vez, existe necessidade de transparência, sinceridade diante de Deus.

Segundo, adorar a Deus em verdade é estudar sua revelação. A palavra “ortodoxia,” que se refere a doutrinas corretas, é composta por dois termos gregos: orthos, que significa “correto,” e doxa, que significa “glória, louvor.” Então, “ortodoxia” significa “louvor correto.” Quando doutrina correta é ensinada, o resultado não é confusão, mas louvor!

E de fato, foi isso o que Paulo nos ensinou em Colossenses 3.16, onde lemos sobre o relacionamento íntimo entre adoração em espírito e em verdade:

Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração.

Meu querido, quando exploramos a Palavra de Deus, experimentamos adoração; quando focamos em Cristo, adoramos; quando servimos uns aos outros, participamos em adoração divina, não adoração humana. Então, dizemos: “me dá um pouquinho dessa religião celestial.” Isso é o que queremos e isso é o que de fato necessitamos.

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 13/08/1995

© Copyright 1995 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

 

 

Transcript

 

 

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