
Todos Os Cavalos do Rei
Todos Os Cavalos do Rei
2 Reis 23–25 e 2 Crônicas 36
Introdução
Existe uma canção de berço bastante popular que geralmente vem acompanhada de figuras de homens no formato de um ovo. A letra da canção diz:
Humpty Dumpty sentou-se no muro,
Humpty Dumpty caiu de maduro.
Todos os cavalos do rei e seu povo,
Não conseguiram consertá-lo de novo.
Muitos creem que essa canção de ninar tinha significância política na Europa quando foi escrita, talvez uma possível referência à potência política da época. E, de fato, a queda dessa superpotência foi tão dramática que todas as suas forças não conseguiram reorganizá-la novamente.
Temos estudado a vida e os dias de um grande poder político—a nação de Israel. Começamos observando a monarquia unida sob os reinos de Davi e Salomão. Em seguida, vimos a divisão do reino entre os reinos do norte—Samaria ou Israel—e o reino do sul—Judá. Estudamos um rei após outro e a maioria deles foi perversa, homens como Jeroboão, Acabe e Manassés. Vimos que, apesar de Deus ser incrivelmente longânimo em sua graça, chega um ponto em que uma dada nação ou indivíduo precisa colher o fruto que suas mãos plantaram. Conforme escreveu Robert Louis Stevenson: “Todo homem um dia festejará em torno do banquete das consequências.”
No caso do reino do sul, sua queda está prestes a acontecer e o povo participará desse banquete. Judá tem apenas 23 anos restantes de vida antes de cair e começar a comer uma comida amarga. Ambos os registros de Reis e Crônicas parecem acelerar a fita, saindo de uma caminhada lenta para uma rápida corrida. Os escritores nos contam, de forma acelerada, um relato trágico após outro no último capítulo.
Um comentarista disse que esses últimos relatos são como uma série de vídeos de acidentes de carro, assim como aqueles vídeos aos quais assistimos em aulas de autoescola para nos assustar e a nos motivar a dirigir com cautela e jamais alcoolizados. O autor de Crônicas passa um vídeo de acidente após outro, uma queda após outra. E, depois da queda de todos esses líderes da nação, todos os cavalos do rei e seu povo não conseguem consertá-la de novo. Temos muito a aprender neste último capítulo. Chamo sua atenção para o capítulo final de 2 Crônicas.
Talvez você se lembra da história do piedoso rei Josias, o qual morreu em batalha após haver ignorado o alerta de Deus que veio dos lábios de um homem ímpio. O inimigo atirou flechas contra o rei disfarçado de soldado, o qual acabou morrendo. A morte de Josias, sem dúvidas, deixou a nação em estado de choque. O povo passou meses lamentando sua morte; o próprio profeta Jeremias pregou no funeral com uma lamentação que ele mesmo compôs para o velório.
A nação amava Josias, pois desfrutara sob seu comando de crescimento, prosperidade e outros privilégios. Tamanho era o amor que até instituíram um dia nacional para memória de sua morte. Eles observavam o Dia de Josias e passavam o feriado lembrando de um de seus reis prediletos.
E, de fato, Josias foi o último rei piedoso de Judá, o último raio de luz antes de as trevas do julgamento de Deus caírem sobre essa nação teimosa. Observaremos por que isso aconteceu no capítulo 36, concluindo, assim, nossa série nos livros dos Reis e Crônicas.
Todos Os Reis... Não Conseguiram Consertar Israel de Novo
Rei Jeoacaz
Comece lendo 2 Crônicas 36.1–2:
O povo da terra tomou a Jeoacaz, filho de Josias, e o fez rei em lugar de seu pai, em Jerusalém. Tinha Jeoacaz vinte e três anos de idade quando começou a reinar e reinou três meses em Jerusalém;
Três meses não é um reinado longo. Jeoacaz não era o filho mais velho de Josias, mas o do meio. Ficamos nos perguntando por que o primogênito não ascendeu ao trono, como de costume. Segundo o profeta Ezequiel, Jeoacaz era o preferido porque era o que mais odiava o Egito. Então, ele concorreu ao cargo com um discurso anti-Egito. As placas de sua campanha diziam: “Abaixo o Egito! Fim à tirania estrangeira!” E sua campanha deu certo; ele venceu as eleições.
Rei Jeoaquim
Entretanto, o reino de Jeoacaz não durou muito tempo. Três meses depois, conforme lemos nos versos 3–4:
porque o rei do Egito o depôs em Jerusalém e impôs à terra a pena de cem talentos de prata e um de ouro. O rei do Egito constituiu a Eliaquim, irmão de Jeoacaz, rei sobre Judá e Jerusalém e lhe mudou o nome para Jeoaquim; mas ao irmão Jeoacaz tomou Neco e o levou para o Egito.
O rei Neco leva Jeoacaz como refém ao Egito, onde, por fim, morrerá. O faraó institui outro filho de Josias no poder.
Enquanto estudava essa passagem, percebi uma ironia. Os israelitas no início de sua história foram sujeitos a trabalho forçado no Egito, que os obrigou a servir como escravos. Você se lembra da narrativa dos israelitas fabricando tijolos. Por fim, o libertador Moisés chega e conduz o povo à liberdade porque obedeceram a Deus e o seguiram. Agora, centenas de anos depois, porque desobedecem a Deus, adivinha quem abre as portas para a queda da nação? Mais uma vez, o Egito.
Essa é uma ótima lição para nós, crentes. Os inimigos de nossas almas jamais são conquistados. Eles podem ser temporariamente dominados, mas permanecerão de pé até a conquista final de Jesus Cristo, o Rei dos reis e Senhor dos senhores.
Lemos no verso 5:
Tinha Jeoaquim a idade de vinte e cinco anos quando começou a reinar e reinou onze anos em Jerusalém. Fez ele o que era mau perante o SENHOR, seu Deus.
Jeoaquim é uma pessoa totalmente diferente do pai. Esperamos que pelo menos um filho seguirá Yahweh, o Deus de Israel, mas nenhum deles faz isso. Jeoaquim é muito diferente do pai piedoso, Josias. A única semelhança é que os nomes de ambos começam com a letra J. Além disso, não há semelhança alguma.
Não há nada de errado com diferenças, desde que você esteja trabalhando nelas. Isso me lembra da história de um homem de nossa igreja que já estava casado há 50 anos; a esposa estava do lado, concordando com tudo o que dizia. Ele disse: “Pastor, não demorou muito após o casamento para descobrirmos que a única coisa que tínhamos em comum era que tínhamos nos casado no mesmo dia.” Jeoaquim, apesar de fazer parte da família, não queria harmonia entre seu reino e o reino de seu pai.
Outra lição, na qual poderíamos pregar outra mensagem, é que eu e você, como pais, por mais que oremos e sonhemos com isso, não podemos garantir o futuro espiritual de nossos filhos; eles mesmos tomarão sua decisão um dia. Isso nos protege de orgulho, caso decidam seguir o Senhor, e de sentimento de fracasso, caso abandonem o Senhor.
Então, Jeoaquim reina e seu reino é perverso. Na verdade, conforme Jeremias 36.23, foi esse o rei que ficou tão furioso com a mensagem do profeta Jeremias que fez o seguinte:
...cortou-o o rei com um canivete de escrivão e o lançou no fogo que havia no braseiro, e, assim, todo o rolo se consumiu no fogo que estava no braseiro.
Jeoaquim não queria ouvir nenhuma sílaba da Palavra de Deus. Compare essa atitude com a de seu pai, o qual descobriu o livro da Lei e o reverenciou, entesourou e ao qual obedeceu. Esse jovem corta o rolo da Lei e joga os pedaços no fogo para ser queimado. Essa atitude levaria a nação a dar mais um passo em direção ao julgamento e queda.
Continue lendo 2 Crônicas 36.6–8:
Subiu, pois, contra ele Nabucodonosor, rei da Babilônia, e o amarrou com duas cadeias de bronze, para o levar à Babilônia. Também alguns dos utensílios da Casa do SENHOR levou Nabucodonosor para a Babilônia, onde os pôs no seu templo. Quanto aos mais atos de Jeoaquim, e às abominações que cometeu, e ao mais que se achou nele, eis que estão escritos no Livro da História dos Reis de Israel e de Judá; e Joaquim, seu filho, reinou em seu lugar.
Rei Joaquim
Agora, aceleramos no tempo em poucos versos, e se passam mais de 11 anos. Joaquim é o terceiro monarca. Veja os versos 9–10:
Tinha Joaquim dezoito anos quando começou a reinar e reinou três meses e dez dias em Jerusalém. Fez ele o que era mau perante o SENHOR. Na primavera do ano, mandou o rei Nabucodonosor levá-lo à Babilônia, com os mais preciosos utensílios da Casa do SENHOR; e estabeleceu a Zedequias, seu irmão, rei sobre Judá e Jerusalém.
Rei Zedequias
O quarto e último rei de Judá, o que resta da nação de Israel, é Zedequias. Veja 2 Crônicas 36.11–14:
Tinha Zedequias a idade de vinte e um anos quando começou a reinar e reinou onze anos em Jerusalém. Fez o que era mau perante o SENHOR, seu Deus, e não se humilhou perante o profeta Jeremias, que falava da parte do SENHOR. Rebelou-se também contra o rei Nabucodonosor, que o tinha ajuramentado por Deus; mas endureceu a sua cerviz e tanto se obstinou no seu coração, que não voltou ao SENHOR, Deus de Israel. Também todos os chefes dos sacerdotes e o povo aumentavam mais e mais as transgressões, segundo todas as abominações dos gentios; e contaminaram a casa que o SENHOR tinha santificado em Jerusalém.
Foi sob o reino de Zedequias que o profeta Jeremias recebeu o pior tratamento. Historiadores registram um acontecido que o próprio Jeremias conta. Ele foi lançado dentro de um poço, no qual, conforme conta Josefo, ficou mergulhado em lama até o pescoço. A esperança era a de que o profeta afundaria totalmente e morreria afogado na lama. Ele poderia ter morrido, mas, conforme Jeremias registra em Jeremias 38, um etíope o resgatou do poço.
A Grande Queda de Judá
A longanimidade de Deus
Os versos-chave que resumem a longanimidade de Deus para com seu povo nos livros de Reis e Crônicas são 2 Crônicas 36.15–16:
O SENHOR, Deus de seus pais, começando de madrugada, falou-lhes por intermédio dos seus mensageiros, porque se compadecera do seu povo e da sua própria morada. Eles, porém, zombavam dos mensageiros, desprezavam as palavras de Deus e mofavam dos seus profetas, até que subiu a ira do SENHOR contra o seu povo, e não houve remédio algum.
Pondere nessas palavras por um instante. O final do verso 16 diz que não houve remédio algum; não houve mais cura, esperança. Essas são palavras que nós, seres humanos, tememos muito. Não gostamos delas porque elas colocam Deus em seu papel de soberano e nós em nosso papel de humanos frágeis. Gostaríamos de inverter o cenário. Gosto do que disse C. S. Lewis a esse respeito: “Nós podemos não saber quando na vida não existe mais remédio para o coração endurecido, mas a Onisciência sabe.” Onisciência é o melhor lugar para confiarmos esse conhecimento.
Lemos nesses versos que Judá e seu povo atingiram esse ponto desesperador em sua rebelião contra Yahweh. A nação judaica, com efeito, sentou-se sobre o muro, Judá caiu de maduro, e os cavalos do rei e seu povo não puderam consertá-la de novo.
Nenhum remédio para Judá
Continue lendo os versos 17–19a:
Por isso, o SENHOR fez subir contra ele o rei dos caldeus, o qual matou os seus jovens à espada, na casa do seu santuário; e não teve piedade nem dos jovens nem das donzelas, nem dos velhos nem dos mais avançados em idade; a todos os deu nas suas mãos. Todos os utensílios da Casa de Deus, grandes e pequenos, os tesouros da Casa do SENHOR e os tesouros do rei e dos seus príncipes, tudo levou ele para a Babilônia. Queimaram a Casa de Deus...
Como isso é triste! Já estudamos o relato de quando Josias reconstruiu e reparou a Casa do Senhor, além do amor que todos revelaram para com essa casa. Agora, ela é queimada. Continue nos versos 19b–21:
...e derribaram os muros de Jerusalém; todos os seus palácios queimaram, destruindo também todos os seus preciosos objetos. Os que escaparam da espada, a esses levou ele para a Babilônia, onde se tornaram seus servos e de seus filhos, até ao tempo do reino da Pérsia; para que se cumprisse a palavra do SENHOR, por boca de Jeremias, até que a terra se agradasse dos seus sábados; todos os dias da desolação repousou, até que os setenta anos se cumpriram.
O que lemos aqui é a queda final de Judá e de sua capital, Jerusalém. Esse é o povo escolhido de Deus, o povo que ele amava, o povo a quem enviou repetidamente mensageiro após mensageiro, mensagem após mensagem, profeta após profeta. No fim de tudo, lemos que os israelitas recusaram se arrepender. Será que nós somos melhores do que eles?
Josefo, com bastante entendimento, escreveu no século primeiro depois de Cristo muitos dos relatos que haviam lhe passado. Ele escreve sobre alguns acontecimentos finas na queda de Jerusalém:
Quando Jerusalém foi tomada em torno da meia-noite e os generais inimigos entraram no templo, quando Zedequias percebeu, pegou suas esposas, filhos, capitães e amigos e fugiu da cidade com eles para o deserto por um canal fortificado. Quando alguns desertores informaram os babilônios disso ao amanhecer, eles se apressaram para perseguir Zedequias e o alcançaram próximo a Jericó e o cercaram. Quanto aos amigos e capitães que tinham fugido com ele da cidade, quando vi ram os inimigos ao seu redor, o abandonaram e se dispersaram, alguns para um lado e outros para outro lado, e todos decidiram salvar sua própria vida.
Podemos imaginar o pânico, tragédia, morte, gritos e medo enquanto essas pessoas correm pelo deserto para salvar suas vidas. Josefo continua:
Então, o inimigo capturou o rei Zedequias ainda vivo. Quando foi abandonado pela maioria com seus filhos e esposas, conduziram-no ao rei. Quando se apresentou, Nabucodonosor começou a chama-lo de corrupto perverso, violador de aliança, aquele que se esquecera de sua palavra que prometia guardar Jerusalém para ele. Depois de ter usado essas palavras com Zedequias, Nabucodonosor mandou que executassem seus filhos diante de Zedequias. Em seguida, arrancou seus olhos e o conduziu preso à Babilônia.
Portanto, temos, aqui, uma introdução curta a quatro homens—Jeoacaz, Jeoaquim, Joaquim e Zedequias. Eles foram pessoas reais, tão reais quanto eu e você, com esperanças e sonhos. Contudo, em seus corações, resistiram aos mensageiros de Deus. O que nós podemos aprender?
Aplicação
Deixe-me compartilhar 4 pensamentos que surgem de nossos estudos no decorrer não somente deste capítulo, mas dos livros dos Reis e Crônicas.
- Primeiro: quando a mensagem de Deus é rejeitada, a depravação no coração do indivíduo atinge níveis inacreditáveis.
Lembro-me de ler no jornal sobre a explosão de uma bomba durante as Olimpíadas de Atlanta. O marido da mulher que morreu na explosão tinha saído de casa para fazer algumas coisas. Enquanto estava na rua resolvendo suas coisas, um dos vizinhos se aproveitou da situação, arrombando sua residência e roubando alguns de seus bens valiosos.
Leia os jornais qualquer dia; eles não passam de um longo catálogo da depravação humana que acontece no palco de nossa sociedade. Por que? Porque, no fundo, a mensagem de Deus é rejeitada pelo pecador.
Ouça o que Noah Webster afirmou mais de 200 anos atrás: “Os princípios e preceitos morais contidos nas Escrituras precisam formar a base de todas as constituições e leis civis. Todas as misérias e males dos homens procedem de sua rejeição e negligência dos preceitos contidos na Bíblia.” Se Webster tivesse escrito isso hoje, suas obras não teriam sido publicadas.
Esse tipo de conselho concernente à Palavra de Deus é algo que deve ser seguido. Nossa sociedade, obviamente, tem rejeitado os princípios bíblicos e, portanto, colhido os resultados de sua obstinação.
- Segundo: quando os desejos de Deus são ignorados, o desespero na vida de uma pessoa se torna algo inevitável.
Não sei sobre sua vida, sei sobre a minha. Quando sigo a Bíblia, ela toma conta do meu desespero. O sistema caído deste mundo nos manda seguir a depravação, fazer o que gostamos de fazer, ir para onde gostamos de ir, viver onde e como bem desejamos. A Bíblia diz que esse tipo de vida conduz ao desespero.
Eu li novamente parte do livro O Peregrino; se nunca leu essa obra de John Bunyan, deveria. Li a parte que fala do momento em que o personagem principal, Cristão, e seu amigo, Esperançoso, são capturados pelo Gigante Desespero e lançados num calabouço. Um tempo depois, o Gigante Desespero lhes dá uma surra sem piedade; os dois quase morrem. Na noite seguinte, o Gigante ia voltar para mata-los, mas enquanto Cristão e Esperançoso oravam, lembraram-se de uma chave que abriria a porta do calabouço. É a chave da Promessa, que é uma alusão à Bíblia. Meu querido, é a promessa da Bíblia que nos ajuda a escapar do calabouço do desespero.
- O terceiro pensamento que emerge dos estudos em Reis e Crônicas é o seguinte: quando a autoridade de Deus é negada continuamente, a destruição na vida da pessoa é irrevogável.
Siga a seguinte progressão: primeiramente, temos a depravação; depois, o desespero; por fim, a destruição. Essa verdade se aplica tanto individual como nacionalmente. A nação de Judá estava numa decadência, mergulhando em imoralidade e idolatria, até que Josias descobriu o livro da Lei. A partir de então, passou a medir sua vida segundo a Lei e deu início a um processo de transformação radical tanto na esfera pessoal como na nacional. Assim, a destruição de Deus foi adiada pelo tempo em que seguiram a vontade revelada de Deus.
O que dizer de nosso país? A sociedade se orgulha de seu pluralismo e aceitação de qualquer religião. Temos orgulho de ter “mente aberta” quanto a isso, mas pagamos o preço por voltar as costas para Deus. A família vem sendo destruída; violência apenas cresce; crimes como aborto e uso de drogas são legalizados. Meu querido, existe apenas uma esperança, quer para o indivíduo, para a nação e para a igreja: a Bíblia.
- Quarto: quando a Palavra de Deus é recebida, a diferença na vida da pessoa é inegável.
O verso clássico de 2 Crônicas 7.14 diz:
se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra.
Após haver estudado uma vida após outra nos livros dos Reis e Crônicas, ficou evidente que a mensagem permaneceu a mesma: os que seguem os ditames desta promessa vivem uma vida que agrada ao Senhor e traz satisfação; os que abandonam o Senhor seguem o caminho da depravação, desespero e, por fim, destruição.
Um tempo atrás, fui visitar um irmão de nossa igreja, um grande amigo e encorajador cuja vida está sendo assolada por três tipos de câncer inoperáveis e incuráveis. Ele me disse que tem poucos meses de vida, na melhor das hipóteses. Está muito magro e o cabelo se foi.
Conversamos até tarde da noite, muito mais do que esperávamos. Rimos juntos e ele me mostrou fotos de sua querida esposa e família, e de vários acontecimentos em sua família. Choramos e oramos juntos. Pouco depois, ele pegou sua Bíblia, a Bíblia que usarei quando for pregar em seu velório. Ela está bastante grifada e é muito querida por ele. Ele folheou algumas páginas e me mostrou alguns princípios e esboços que destacou. Com os olhos cheios de alegria, ele deixou muito claro que a diferença em sua vida é inegável.
O Rei dos Reis Consegue Consertar Tudo de Novo
Quando chegamos ao final de Reis e Crônicas, percebemos que o final é sombrio; essas são lições duras. Entretanto, gostaria de concluir nossa série em Reis e Crônicas levando-o a outro livro que faz referência a esses reis que estudamos, homens com os quais, a essa altura, você deveria estar familiarizado. Vá para Mateus 1, onde lemos nomes de homens que apareceram em Reis e Crônicas. Veja Mateus 1.6–11:
Jessé gerou ao rei Davi; e o rei Davi, a Salomão, da que fora mulher de Urias; Salomão gerou a Roboão; Roboão, a Abias; Abias, a Asa; Asa gerou a Josafá; Josafá, a Jorão; Jorão, a Uzias; Uzias gerou a Jotão; Jotão, a Acaz; Acaz, a Ezequias; Ezequias gerou a Manassés; Manassés, a Amom; Amom, a Josias; Josias gerou a Jeconias e a seus irmãos, no tempo do exílio na Babilônia.
As coisas fazem mais sentido agora? Espero que sim. Imagine esta verdade: esta é a linhagem legal de Jesus Cristo! O Messias adotaria esses homens como seus pais. Ele os chamaria de seus pais, homens como Manassés, Amom, Jeconias e seus irmãos, um bando de homens ímpios e ingratos. Essa é a árvore genealógica de Jesus!
Essa é uma ótima notícia porque Jesus Cristo nos deixa fazer parte de sua família também. Conforme lemos em João 1.12:
Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome;
Essa verdade está disponível aos que receberam o Verbo; que aceitaram seu remédio enquanto o remédio esteve disponível; que receberam a mensagem que ele proclamou por meio de seus mensageiros e profetas e que está agora em forma escrita; que tomaram o antídoto para a morte eterna encontrado na fonte cheia de sangue, que emerge das veias do Emanuel. Pecadores que mergulham nesse sangue são lavados de suas manchas de pecado.
O que aprendemos com Reis e Crônicas? Aprendemos que homens e mulheres são infiéis, mas que Deus permanece fiel. Aprendemos que, se não for pela graça de Deus, homens e mulheres se desviarão por caminhos infinitos que, no fim, conduzião a desespero e destruição. Assim como o Humpty Dumpty do início, eles se sentam no muro, caem de maduros, e ninguém é capaz de consertá-los de novo.
Também aprendemos que os indivíduos mencionados nesses livros e que seguiram o Senhor descobriram que Deus é capaz de fazer o que os homens do rei não podem: somente Deus pode consertá-los de novo. Somente Deus consegue pegar pessoas quebrantadas, sem esperança e culpadas e purifica-las de cada pecado, colocando seus pés sobre rocha firme. Somente Deus faz isso—sobrenatural e permanentemente.
Do livro dos Reis aos crentes de nossas cidades, a mensagem é a mesma: ele é o único Deus vivo e verdadeiro; ele é o Deus fiel que o deixa entrar para sua família, caso você tome o remédio que ele providenciou. Aprendemos que nações surgirão e cairão, reinos virão e passarão, mas o reino de nosso Deus dura para todo o sempre.
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 11/08/1996
© Copyright 1996 Stephen Davey
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