Uma Questão do Coração

Uma Questão do Coração

by Stephen Davey Ref: 1 Kings 1–22; 2 Kings 1–25; 1 Chronicles 1–29; 2 Chronicles 1–36

Uma Questão do Coração

1 Reis 3.16– 4.34

Introdução

James Dobson contou a história de um amigo que estava pilotando um avião monomotor, indo para uma cidade pequena do interior. Quando ele se aproximava da cidade, viu que o sol já havia se escondido atrás de uma montanha ao final do dia. Ele fez as manobras necessárias e se preparou para aterrissar, mas mal conseguia enxergar a pista lá embaixo. Para piorar a situação, seu avião não tinha luzes e não havia ninguém de serviço na pista desse aeroporto pequeno. Ele sobrevoou a pista mais uma vez para ver se conseguiria pousar, mas a escuridão era impenetrável. Por duas horas, ele sobrevoou o aeroporto em densa escuridão, na certeza de que, em breve, encararia a morte quando o combustível acabasse.

A essa altura, quando já estava começando a entrar em pânico, algo incrível aconteceu. Alguém no solo, que morava próximo do aeroporto, ouviu o barulho constante do motor de seu avião sobre a pista e percebeu o apuro do piloto. Então, esse homem bondoso e misericordioso entrou em sua caminhonete e começou a dirigir de uma ponta da pista a outra para mostrar ao piloto a localização da pista para pouso. Daí, ele estacionou seu carro na outra ponta da pista e acendeu seus faróis para iluminá-la. Assim, o piloto conseguiu pousar em segurança.

Os anos iniciais do reino de Salomão, bem como seus escritos, fornecem um par de faróis brilhantes que iluminam a pista de nossas vidas em meio às densas trevas deste mundo. Somos tentados a acelerar a fita para o momento em que ele mesmo caiu em desespero, mas hoje continuaremos refletindo sobre o começo maravilhoso de seu reino. Foi um começo marcado por integridade de coração, lealdade às Escrituras e sabedoria sem igual.

Em nosso encontro anterior, vimos o desejo de Salomão por sabedoria e como Deus concedeu seu pedido. O restante de 1 Reis 3 nos apresenta um exemplo de sua sabedoria e discernimento singulares.

Sabedoria... de Um Juiz!

Em 1 Reis 3, nos deparamos com uma cena dentro de um tribunal. Como rei, ele é o juiz do Supremo Tribunal de Israel e, agora, precisa tomar uma decisão em um caso incomum, no qual ambos os lados aparentemente sairão perdendo. Veja os versos 16–22:

Então, vieram duas prostitutas ao rei e se puseram perante ele. Disse-lhe uma das mulheres: Ah! Senhor meu, eu e esta mulher moramos na mesma casa, onde dei à luz um filho. No terceiro dia, depois do meu parto, também esta mulher teve um filho. Estávamos juntas; nenhuma outra pessoa se achava conosco na casa; somente nós ambas estávamos ali. De noite, morreu o filho desta mulher, porquanto se deitara sobre ele. Levantou-se à meia-noite, e, enquanto dormia a tua serva, tirou-me a meu filho do meu lado, e o deitou nos seus braços; e a seu filho morto deitou-o nos meus. Levantando-me de madrugada para dar de mamar a meu filho, eis que estava morto; mas, reparando nele pela manhã, eis que não era o filho que eu dera à luz. Então, disse a outra mulher: Não, mas o vivo é meu filho; o teu é o morto. Porém esta disse: Não, o morto é teu filho; o meu é o vivo. Assim falaram perante o rei.

Então, duas prostitutas dão à luz um filho; o nascimento do segundo foi três dias após o do primeiro. A briga começou entre as duas, se espalhou pela vizinhança, depois para os amigos, chegou aos magistrados locais e, por fim, subiu até o Supremo Tribunal, presidido pelo próprio rei Salomão.

Esse era um caso difícil para qualquer juiz. Algumas das dificuldades incluem:

  • Nenhuma das comarcas inferiores tinha conseguido solucionar o caso;
  • Não havia testemunhas;
  • As duas partes envolvidas tinham o mesmo caráter questionável (é a palavra de uma prostituta contra outra);
  • Os testemunhos estavam equilibrados;
  • Ambas as mulheres revelavam o mesmo fervor em seu testemunho.

Podemos até imaginar uma gritando com a outra; cada uma puxa o menino de um lado e diz: “Ele é meu!” “Não, ele é meu!” O futuro do bebê está em jogo e o jovem Salomão precisa tomar uma decisão.

E o rei realiza o julgamento nos versos 23–27:

Então, disse o rei: Esta diz: Este que vive é meu filho, e teu filho é o morto; e esta outra diz: Não, o morto é teu filho, e o meu filho é o vivo. Disse mais o rei: Trazei-me uma espada. Trouxeram uma espada diante do rei. Disse o rei: Dividi em duas partes o menino vivo e dai metade a uma e metade a outra. Então, a mulher cujo filho era o vivo falou ao rei (porque o amor materno se aguçou por seu filho) e disse: Ah! Senhor meu, dai-lhe o menino vivo e por modo nenhum o mateis. Porém a outra dizia: Nem meu nem teu; seja dividido. Então, respondeu o rei: Dai à primeira o menino vivo; não o mateis, porque esta é sua mãe.

Que percepção incrível do instinto maternal! Essa solução radical poderia ter matado a criança. Mas Salomão, com sabedoria e discernimento incomuns para alguém de sua idade, sabia que poderia contar com o amor da mãe verdadeira. Sua preocupação com a segurança do filho surgiria e a identificaria como a verdadeira mãe. A mãe verdadeira estaria disposta a perder o filho para que ele continuasse vivendo.

Mas de onde Salomão tirou toda essa sabedoria? Não havia dúvidas na cabeça de ninguém quanto a isso. Veja o verso 28:

Todo o Israel ouviu a sentença que o rei havia proferido; e todos tiveram profundo respeito ao rei, porque viram que havia nele a sabedoria de Deus, para fazer justiça.

A sabedoria de Salomão era entendida claramente como um dom de Deus. Veja 1 Reis 3.12: dou-te coração sábio e inteligente; o verso 28: viram que havia nele a sabedoria de Deus; 1 Reis 4.29: Deu também Deus a Salomão sabedoria, grandíssimo entendimento e larga inteligência; 1 Reis 5.12: Deu o SENHOR sabedoria a Salomão, como lhe havia prometido.

É simples: você não adquire esse tipo de discernimento no curso de Direito; ele não vem com um mestrado ou doutorado em sociologia; sua fonte é Yahweh.

Sabedoria... em Todos Os Assuntos!

1 Reis 4 nos informa que a sabedoria de Salomão se estendia muito além da toga de juiz. Era uma sabedoria em todos os assuntos. Em 1 Reis 4.29, lemos três palavras interessantes:

Deu também Deus a Salomão sabedoria, grandíssimo entendimento e larga inteligência como a areia que está na praia do mar.

A primeira palavra é sabedoria ou chokmah, em hebraico. Sabedoria significa enxergar a vida da perspectiva de Deus. Salomão mesmo escreveu em Provérbios 15.33 que O temor do SENHOR é a instrução da sabedoria. Isso significa que você não precisa ler o último livro popular lançado por um autor; você não precisa ir para as palestras mais populares ou seguir a técnica mais moderna de devocional. Não. Se você deseja sabedoria, adore a Deus, conheça-o, viva sua vida em temor e reverência diante do Senhor.

A segunda palavra é a expressão grandíssimo entendimento ou binah em hebraico, que significa “discernimento.” Discernimento é percepção e diz respeito à capacidade de distinguir entre a verdade e o erro, o válido e o inválido. Se sabedoria significa enxergar a vida da perspectiva de Deus, discernimento é reagir à vida com a perspectiva de Deus. Discernimento é irmão da sabedoria e nos ajuda a interpretar os acontecimentos da vida apropriadamente.

E a terceira palavra que aparece no verso 29 é, na verdade, a expressão larga inteligência, que se refere a uma gama de interesses. Vamos observar alguns desses interesses. Veja 1 Reis 4.33:

Discorreu sobre todas as plantas, desde o cedro que está no Líbano até ao hissopo que brota do muro...

É importante entendermos que cedro e hissopo formam duas categorias. Os antigos colocavam o cedro na parte mais elevada na lista de plantas e o hissopo na parte mais inferior. Portanto, os interesses botânicos de Salomão eram vastos, incluindo das maiores às menores plantas. Continue na segunda parte do verso 33:

...também falou dos animais e das aves, dos répteis e dos peixes.

Um autor escreveu:

Salomão foi o fundador, o único representante não somente da sabedoria hebraica, mas da ciência hebraica também. Dentre muitas outras coisas, precisamos vê-lo como o primeiro naturalista do mundo em meio aos bens de seu reino.

Agora, quando Salomão discorria sobre esses assuntos, ele fazia muito mais do que simplesmente oferecer informação; ele não discorria que alguns animais tinham 4 patas, bebiam água ou subiam em árvores. Sabedoria está ligada ao conhecimento de Deus, do Criador. Então, Salomão discursava sobre o mundo animal e vegetal para que o povo tivesse mais entendimento de Deus e se maravilhasse com o Criador. Para Salomão, esse conhecimento ultrapassava conhecimento de fatos, mas era um conhecimento relacionado a Deus. E isso é sabedoria.

O problema com o conhecimento científico e artístico da modernidade é que ele não é relacionado a Deus. Como resultado, adquirimos conhecimento, mas chegamos a conclusões equivocadas. Por exemplo:

  • Arte pode ser blasfema e pornográfica; mesmo assim, protegida como liberdade de expressão;
  • Uma árvore pode ter mais direitos do que o proprietário da terra;
  • Um tamanduá pode ser mais importante do que a vida das pessoas;
  • Igrejas derramam bênçãos sobre cachorros e gatos.

A natureza é um mundo maravilhoso e precisamos ser sábios e bons mordomos da criação de Deus. Todavia, se aprendemos sem jamais relacionar nosso conhecimento ao Deus Criador, então, no fim, árvores acabam tendo sentimentos e cachorros almas.

O próprio Jesus Cristo nos forneceu sabedoria ao relacionar a natureza ao Criador. Ele disse em Mateus 6.25–34: “Por que vocês se preocupam com o que irão comer ou vestir? Deus nos fornece uma ilustração vívida de sua fidelidade. Vocês, por acaso, não andaram observando como os pássaros são sustentados? Eles não ajuntam grãos em celeiros nem aram o solo, mas o nosso Pai os sustenta. E vejam só as plantas: elas não costuram roupas nem pintam suas pétalas; o Criador é quem fez isso. Do mesmo jeito que o nosso Pai cuida deles, cuidará de vocês também.”

Franky Schaeffer, o filho de Francis Schaeffer, chama nossa atenção para algo interessante, algo que também deve ter gerado deleite em Salomão:

Se podemos aprender algo sobre o caráter de Deus a partir do mundo ao nosso redor, sem dúvidas, aprendemos que temos um Deus criativo, de diversidade, cujo interesse em beleza e detalhe é inquestionável. Poderíamos estar vivendo num mundo nada interessante, sem graça, com alguns ingredientes cinzentos para sustentar a vida, um cuja diversidade seria mínima, o suficiente apenas para sustentar a vida. Mas, ao invés disso, vivemos em meio a uma explosão de diversidade e beleza, num mundo com milhões de espécies, habitado por indivíduos de variedades, talentos, habilidades, formas e cores infinitos. E quando olhamos para cima e enxergamos a complexidade do espaço sobre nós, nossa mente fica confusa com a criatividade de Deus.

1 Reis 4 nos informa que a larga inteligência de Salomão incluía outros assuntos. Vários estudiosos compilaram uma lista de interesses de Salomão. Essa lista não é compreensiva, mas inclui: história natural, botânica, ornitologia, astronomia, geometria, medicina, música, poesia, redação e arquitetura. Os planos arquitetônicos de Salomão incluíram: casas, reservatórios, jardins, parques, pomares e vinhas. Obviamente, o clímax de sua arquitetura é o Templo. É incrível como um homem pôde ser versado em tantos assuntos.

Ainda lemos em 1 Reis 4.30 o seguinte:

Era a sabedoria de Salomão maior do que a de todos os do Oriente e do que toda a sabedoria dos egípcios.

O Egito era conhecido pela sabedoria da literatura. O verso 31 ainda menciona os nomes de alguns indivíduos respeitados nos dias de Salomão:

  • Etã, o ezraíta, cujo nome aparece no título do Salmo 89 e que, possivelmente, compôs esse Salmo;
  • Hemã, que era musicista, conforme 1 Crônicas 15;
  • Calcol e Darda. Não sabemos muito a respeito deles, a não ser que eram muito inteligentes e sábios.

Esses eram os ganhadores dos prêmios Pulitzer e Nobel da época; os Aristóteles e Einsteins. Eles eram as mentes brilhantes dos dias de Salomão. Mas o rei superou todos eles!

Ainda lemos no verso 32: Compôs três mil provérbios, e foram os seus cânticos mil e cinco. Agora, já que o livro de Provérbios contém apenas 800 versos e o livro de Cantares somente algumas canções, além dos Salmos 72 e 127, esse rei sábio foi responsável por muito que não foi preservado. Você não gostaria de ter mais 2 mil provérbios? Deus, porém, não preservou tudo o que Salomão escreveu, mas o suficiente para nos equipar para a vida.

Sabedoria... para O Crente!

Quero seguir algumas pistas que Salomão deixou que nos ajudarão a ter sabedoria e discernimento hoje. Deixe-me dizer logo que a sabedoria é uma questão do coração. Salomão se refere ao coração no livro de Provérbios cerca de 80 vezes.

Nas Escrituras, o coração ocupava uma função fundamental na vida espiritual, era o local dentro do ser humano onde Deus testemunhava acerca de si mesmo. O coração também era a fonte de sentimentos, emoções, desejos e paixões. Ele era o berço do entendimento e da vontade, a fonte do pensamento, da reflexão e de toda decisão.

Existe um adágio que diz: “Semeie um pensamento, colha um ato; semeie um ato; colha um hábito; semeie um hábito, colha seu caráter; semeie seu caráter, colha seu destino.” O próprio Salomão escreveu em Provérbios 23.7: como imagina em sua alma, assim ele é. Em seus provérbios, Salomão alude a muitos tipos de coração que revelam vários tipos de pessoa. Aqui estão alguns encontrados em Provérbios:

Reverente (3.5)

Alegre (15.15)

Maquinador (6.18)

Justo (15.28)

Astuto (7.10)

Feliz (15.30)

Sensual (7.25)

Submisso (16.1)

Ensinável (10.8)

Alegre (17.22)

Enganador (12.20)

Altivo (18.12)

Sem esperança (13.12)

Iracundo (19.3)

Triste (14.13)

Orgulhoso (21.4)

Contente (14.30)

Puro (22.11)

Sábio (14.33)

Invejoso (23.17)

 

O que determina que tipo de coração teremos? Acredite ou não, começamos com os ouvidos. Salomão conecta sabedoria ao ato de ouvir em Provérbios 12.15:

O caminho do insensato aos seus próprios olhos parece reto, mas o sábio dá ouvidos aos conselhos.

Em 15.31–32:

Os ouvidos que atendem à repreensão salutar no meio dos sábios têm a sua morada. O que rejeita a disciplina menospreza a sua alma, porém o que atende à repreensão adquire entendimento.

No princípio do livro, em Provérbios 1.2–3, Salomão explica que essa coleção de dizeres é útil:

Para aprender a sabedoria e o ensino; para entender as palavras de inteligência; para obter o ensino do bom proceder...

O verbo obter em obter o ensino significa receber a instrução do bom proceder, assim como você recebe em casa um amigo. Todos os verbos nesses versos—aprender, entender e obter—sugerem que ouvimos, não falamos.

A pessoa sábia precisou chegar ao ponto em que percebeu que não era sábia! Em seguida, parou de falar e passou a ouvir mais. Lemos em Provérbios 1.5: Ouça o sábio e cresça em prudência; e o instruído adquira habilidade. A pessoa é considerada sábia não porque sabe tudo, mas porque está disposta a aprender mais.

Minha querida mãe ensinava esse princípio de maneira bem simples para mim e meus três irmãos. Ela dizia com bastante frequência: “Deus nos deu dois ouvidos e apenas uma boca para ouvirmos duas vezes mais do que falamos.”

Um de meus professores no seminário foi o Dr. Bruce Waltke; ele era professor de Antigo Testamento. Ele disse, certa vez, que se tivesse que escolher um livro da Bíblia inteira para lhe servir de guia por toda a vida, escolheria o livro de Provérbios. E adicionou que se tivesse que escolher um capítulo, escolheria Provérbios 2.

O capítulo 2 começa com um convite da sabedoria. Veja os versos 1–2 de Provérbios 2:

Filho meu, se aceitares as minhas palavras e esconderes contigo os meus mandamentos, para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido e para inclinares o coração ao entendimento.

Em outras palavras, “Ouça!” Pule para os versos 4–6:

se buscares a sabedoria como a prata e como a tesouros escondidos a procurares, então, entenderás o temor do SENHOR e acharás o conhecimento de Deus. Porque o SENHOR dá a sabedoria, e da sua boca vem a inteligência e o entendimento.

É simples! O Senhor dá sabedoria a quem a pede e busca. E perceba a intensidade com a qual esse indivíduo busca sabedoria. Leia o verso 3: e, se clamares por inteligência, e por entendimento alçares a voz. E no verso 4, encontramos verbos como “buscar, procurar;” buscamos a sabedoria assim como cavamos em busca de um tesouro escondido.

Infelizmente, temos a tendência de tratar a Bíblia como aquela revista num consultório médico: folheamos algumas páginas, vemos as fotos e passamos os olhos pelas notícias principais, sem qualquer compromisso. Mas não é assim que lidamos com a Bíblia!

Se você deseja sabedoria, precisa se transformar num caçador de sabedoria; deve ser um arqueólogo da sabedoria que pacientemente cava e cuidadosamente observa as coisas. Você já percebeu que um arqueólogo numa escavação e um caçador no meio do mato não falam muito? Eles passam a maior parte do tempo observando e ouvindo. Um sábio disse certa vez: “Com frequência, me arrependo de minhas palavras, mas nunca de meu silêncio.”

A busca pela sabedoria, portanto, é uma questão do coração, mas depende em grande medida dos ouvidos. E dou um passo mais adiante: a busca pela sabedoria termina com os pés. O fato de você ser ou não uma pessoa sábia ficará evidente não pelo quanto você sabe, mas como vive. Salomão coloca isso da seguinte maneira em Provérbios 16.9:

O coração do homem traça o seu caminho, [note a submissão agora] mas o SENHOR lhe dirige os passos.

Podemos entender esse verso assim: fazemos nossos planos na vida, mas damos a Deus um apagador gigante, um que somente ele tem o direito de usar. Assim, Deus dirige nossos passos.

Será que nossas vidas corridas precisam de direcionamento? Jesus Cristo esteve sempre ocupado, mas ele foi o homem mais sábio a pisar nesta terra. Pense nos seus 3 anos e meio de ministério. Eles foram uma correria e ele sempre esteve ocupado, mas nunca se distraiu de sua missão.

Encorajamento para O Caçador de Sabedoria

Para aqueles que desejam caçar a sabedoria e garimpa-la na Palavra, quero encorajá-los com três observações finais. Essas são palavras aos sábios, retiradas da fonte de toda sabedoria.

  • Primeiro: ter um coração de sabedoria é, simplesmente, retornar ao básico.

Avalie seu coração mais de perto; cerifique-se de que seus ouvidos estão abertos e sua boca fechada. Veja bem a direção para qual seus pés o levam. Para onde o levaram recentemente? Para onde o levarão amanhã?

  • Segundo: ter um coração de sabedoria não é garantido, mas é possível.

Onde você pensa que Salomão primeiro aprendeu que a sabedoria era uma questão do coração? Bom, note bem uma lição que seu pai, Davi, registrou em um dos Salmos. Veja o Salmo 90.12, que é uma oração de Moisés:

Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio.

Isso é interessante! Existe um relacionamento entre entender a brevidade da vida e a sabedoria. Sei que isso pode até soar de forma mórbida, mas funciona. Você lembra da última vez em que esteve num hospital ou acidente? Como aquilo mudou sua perspectiva em relação à vida?

Outro dia, fui à casa de um casal de nossa igreja. O homem foi atropelado por um motorista bêbado enquanto pedalava sua bicicleta. Ao ser atropelado, ele ficou sobre o para-brisa do carro, até que caiu cerca de 30 metros adiante. Por 3 horas e meia, sua esposa ficou me dizendo que não sabia se ele estava vivo ou não. Sentamos na sala de estar e conversamos. Ele está muito fraco, mas tem recuperado suas forças e parece que sobreviverá com poucas cicatrizes. Enquanto os ouvia contando-me da experiência, adquiri uma perspectiva mais sábia da vida. E isso acontece com todos nós.

O Dr. Waltke, meu professor que já mencionei no estudo hoje, pegou o Salmo 90.12 e o aplicou de forma bastante prática. Ele criou um calendário que regride a partir do ano em que ele completa 75 anos de idade. Toda manhã, ele arrancava uma página, de forma que ele sabia exatamente quantos dias ainda lhe restavam de vida.

Eu fiz meus próprios cálculos, e descobri que, se eu viver até aos 75 anos, ainda tenho 13.870 dias. Se você tem 40 anos, ainda tem cerca de 12 mil dias. Se tem 50 anos, seus dias restantes são 9 mil. Se tem 65 anos, tem apenas 3.600. Quer você tenha 13 ou 3 mil dias restantes, eles não são muitos, não é verdade? Então, corra para esse Livro de sabedoria e se agarre a ele firmemente.

Ter um coração de sabedoria não é garantido, mas é possível.

  • O terceiro e último encorajamento aos caçadores de sabedoria é: um coração de sabedoria não se desenvolve por meio do que você sabe, mas por quem você conhece e segue.

Desejo terminar lendo Provérbios 2.6–11:

Porque o SENHOR dá a sabedoria, e da sua boca vem a inteligência e o entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos; é escudo para os que caminham na sinceridade, guarda as veredas do juízo e conserva o caminho dos seus santos. Então, entenderás justiça, juízo e eqüidade, todas as boas veredas. Porquanto a sabedoria entrará no teu coração, e o conhecimento será agradável à tua alma. O bom siso te guardará, e a inteligência te conservará;

Isso já é suficiente, vamos à caçada! E lembre-se: a caçada começa no coração. Sabedoria é uma questão do coração.

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 11/06/1995

© Copyright 1995 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

 

 

Transcript

 

 

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