A Viúva e O Usurpador

A Viúva e O Usurpador

by Stephen Davey Ref: 1 Kings 1–22; 2 Kings 1–25; 1 Chronicles 1–29; 2 Chronicles 1–36

A Viúva e O Usurpador

2 Reis 8

Introdução

Chamo sua atenção para 2 Reis 8 para a história de uma viúva e de um possível rei. Esses dois acontecimentos formam, na verdade, a sequência do capítulo 4.

Talvez você se lembra que Eliseu foi convidado a se hospedar na casa de um casal sunamita e recebeu o que chamamos de “hospitalidade sunamita.” Esse casal amava Yahweh, o Deus de Israel, e desejou estender sua hospitalidade a Eliseu quando o profeta precisasse. Eles até construíram um quarto adicional de hóspedes para o conforto particular de Eliseu.

Um tempo depois, o marido morre e a mulher fica viúva sozinha com o filho e a casa. Eliseu, sabendo que uma fome está a caminho, manda a mulher, seu filho e seus servos saírem dali e irem para a região da Filístia para sobreviver à fome.

Revisão: A Viúva e Eliseu

Então, o autor continua a narrativa da conversa de Eliseu com a mulher em 2 Reis 8.1–4:

Falou Eliseu àquela mulher cujo filho ele restaurara à vida, dizendo: Levanta-te, vai com os de tua casa e mora onde puderes; porque o SENHOR chamou a fome, a qual virá sobre a terra por sete anos. Levantou-se a mulher e fez segundo a palavra do homem de Deus: saiu com os de sua casa e habitou por sete anos na terra dos filisteus. Ao cabo dos sete anos, a mulher voltou da terra dos filisteus e saiu a clamar ao rei pela sua casa e pelas suas terras. Ora, o rei falava a Geazi, moço do homem de Deus, dizendo: Conta-me, peço-te, todas as grandes obras que Eliseu tem feito.

Precisamos fazer uma pausa aqui porque, caso se lembre de nossos estudos anteriores, a referência a Geazi, servo de Eliseu, levanta alguns questionamentos. No capítulo 5, Geazi foi acometido com a lepra de Naamã e deixou de ser servo do homem de Deus. A pergunta agora é: como que ele é chamado, anos depois, de moço do homem de Deus?

Essa é uma pergunta válida. Em meus estudos, me deparei com muitas opiniões, mas duas delas fazem maior sentido.

  • A primeira possibilidade é que a história não segue uma ordem cronológica.

Conforme essa perspectiva, o autor de 2 Reis não registrou os eventos seguindo uma ordem estritamente cronológica. Encontramos esse mesmo tipo de confusão nos Evangelhos Sinópticos, os quais não registram todos os eventos da vida de Jesus Cristo cronologicamente.

Dessa maneira, é possível que o que lemos em 2 Reis 8 aconteceu antes do incidente com Naamã no capítulo 5. O problema, porém, persiste, pois o que lemos aqui ocorre sete anos depois do nascimento do filho da sunamita.

  • De todas as possibilidades, a segunda faz mais sentido. Ela se baseia no fato de Geazi fazer uma das funções mais importantes na nação de Israel.

O moço ou servo do homem de Deus poderia herdar a função do próprio homem de Deus. Na verdade, foi exatamente isso o que aconteceu com Eliseu, o qual tinha sido servo de Elias e posteriormente se tornou o principal profeta de seu tempo. Geazi, portanto, estava na fila para herdar a posição quando Eliseu morresse.

Creio que a denominação “servo” ou “moço” do homem de Deus é tanto um título como uma função. E era um título que o povo ainda associava a Geazi.

Existem outros títulos que permanecem associados ao indivíduo, mesmo depois de ele haver perdido aquela posição ou função. Raabe, a meretriz, é um exemplo disso. Muito tempo depois de ter abandonado sua imoralidade, ela ainda era chamada de Raabe, a meretriz. Séculos depois, no Novo Testamento, ela ainda é, para seu desgosto, identificada dessa maneira. Em nossa cultura, isso acontece com uma função em particular: a de presidente. Muito tempo depois de o indivíduo haver deixado a presidência, ele ainda é chamado de “presidente.”

Creio que Geazi era conhecido como servo do homem de Deus, apesar de haver deixado aquela posição. Portanto, nesses versos no palácio do rei, ele ainda é identificado dessa forma, apesar de não mais ocupar o cargo.

Continue nos versos 5–6:

Contava ele ao rei como Eliseu restaurara à vida a um morto, quando a mulher cujo filho ele havia restaurado à vida clamou ao rei pela sua casa e pelas suas terras; então, disse Geazi: Ó rei, meu senhor, esta é a mulher, e este, o seu filho, a quem Eliseu restaurou à vida. Interrogou o rei a mulher, e ela lhe contou tudo. Então, o rei lhe deu um oficial, dizendo: Faze restituir-se-lhe tudo quanto era seu e todas as rendas do campo desde o dia em que deixou a terra até agora.

Isso é interessante. O rei manda não somente devolver a terra à viúva, mas a lhe devolver os lucros dos produtos produzidos em sua terra nos sete anos anteriores, e de uma só vez.

As Dificuldades de Uma Viúva Hebreia

A priori, é fácil ignorar as dificuldades que essa viúva suportou; vemos o sol brilhando, mas é fácil esquecer que uma tempestade acabou de assolar sua vida. Se não levamos tempo para analisar a tempestade, deixamos de apreciar a solução de Deus.

Gostaria de sugerir a você que a sequência na biografia dessa viúva nos fornece alguns desafios para tempos modernos. Permita-me frisar duas verdades sobre dificuldades que estão ligadas à vida dessa viúva.

  • A primeira verdade é: Deus trabalha mais claramente nas vidas daqueles dispostos a pagar o preço por sua obediência.

Sei que não gostamos de falar sobre pagar o preço, sofrer; pastores não deveriam usar esse tipo de linguajar. Mas essa é uma verdade com a qual vivemos.

Não ignore o fato de que a obediência da viúva ao profeta trouxe consigo um preço, isto é, uma tempestade, dificuldades. Obediência a Eliseu jogou essa mulher na obscuridade. Observe o verso 1 novamente, onde Eliseu lhe diz: Levanta-te, vai com os de tua casa e mora onde puderes.

Eliseu não dá um endereço; ele não diz: “Mulher, saia daqui, siga reto por 8km, depois vire à esquerda. Viaje mais 15km e vire à direita. Ali, haverá alguém esperando por você.” Não. O profeta diz simplesmente: “Saia daqui com seu filho e vá para onde puder ir. Quando encontrar um lugar onde morar, fique ali.”

Quando a viúva obedeceu ao profeta, sua obediência significou:

  • Deixar para trás seu lar, família e amigos;
  • Dar as costas, quem sabe para sempre, para a propriedade que ela e seu marido, agora falecido, tinham construído juntos com suas próprias mãos e tanto valorizavam;
  • Ir para uma terra estranha que nunca lhe seria acolhedora;
  • Morar com filisteus idólatras, sendo ela uma israelita temente a Yahweh.

Como você determina a providência de Deus em sua vida? O que aconteceu em sua vida que o levou a dizer: “Nossa! Deus está mesmo trabalhando em minha vida”? Dizemos esse tipo de coisa em momentos de triunfo, não de dificuldades. Mas Deus trabalhava na vida dessa viúva, mesmo quando ela passava por momentos difíceis e desafiadores.

  • A segunda verdade é a seguinte: as soluções de Deus são experimentadas na maioria das vezes por aqueles dispostos a confiar um futuro difícil em suas mãos.

Quando essa viúva obedeceu ao profeta, ela abandonou qualquer esperança de ter um futuro garantido. Ele lhe disse: “Saia daqui e more onde puder,” sem nenhuma promessa de que, dentro de sete anos, ela voltaria para Israel e sua propriedade lhe seria restituída juntamente com os lucros de sete anos de produção. Se isso fosse garantido, quem não iria? Seriam sete anos de férias! Mas ela não tinha garantia alguma.

Ao obedecer ao profeta, essa viúva deu a Deus a liberdade de tornar seu futuro mais difícil. Você já fez isso? Você alguma vez se viu no meio de um problema e ficou se perguntando como Deus trabalhava em sua vida? Quando estamos cercados de dificuldades, desafios e angústias, parece que Deus não está envolvido. Talvez você já tenha chegado ao ponto em que precisa decidir se dirá: “Senhor, já chega, estou cansado disso!” ou “Senhor, da perspectiva humana, te dou a liberdade de tornar meu futuro mais difícil.”

Uma agência missionária inglesa entrou em contato, certa vez, com o famoso missionário David Livingstone. A carta dizia que vários missionários desejavam se unir ao trabalho na África. Em seguida, a agência perguntou pelos novos missionários: “Existem boas estradas que levam até onde você mora?” Livingstone respondeu: “Se os homens que vocês estão enviando exigem boas estradas, então, não os envie.”

Discipulado é uma palavra repugnante em nossos dias. Queremos Cristianismo sem cruz, oportunidades de servir a Cristo sem inconveniências. Dizemos: “Seguirei a Cristo, desde que ele me garanta um futuro seguro.”

Essa viúva não tinha nada, além de uma oração na esperança de receber seu lar de volta junto com o lucro de sete anos. Essa era a casa que ela tanto gostava, o lugar que seu marido tinha construído e era uma bela propriedade que continha muitas lembranças da família. Imagine-a vendo a casa novamente, só que dessa vez com outras pessoas morando ali dentro, pessoas que ela nem conhece! Lá está o quarto que ela e seu marido fizeram para o profeta Eliseu.

Essa mulher se dispôs a deixar tudo para trás em obediência ao profeta de Deus; ela sacrificou toda esperança de um futuro seguro; ela não tinha mais um lar; sua única esperança era falar pessoalmente com o rei, o juiz mais poderoso da terra. Quem sabe, talvez ele agiria de forma singular, daria ao invés de tomar, esse filho caçula de Acabe e Jezabel. Ele tinha visto seu pai tomando de Nabote a vinha que tanto cobiçou. Por que esse rei daria propriedade? A esperança dessa viúva era remota.

Perceba, porém, o agir de Deus no momento certo quando o rei encontra rapidamente uma solução. Enquanto ela entra no palácio, passando pelos guardas para fazer sua petição, Geazi conta uma história sobre ela. Veja o verso 5 novamente:

Contava ele ao rei como Eliseu restaurara à vida a um morto, quando a mulher cujo filho ele havia restaurado à vida clamou ao rei pela sua casa e pelas suas terras; então, disse Geazi: Ó rei, meu senhor, esta é a mulher, e este, o seu filho, a quem Eliseu restaurou à vida.

Implícito está: “Estávamos falando de você agorinha! Estava contando ao rei sua história. Que coincidência!” Será que o tempo desses acontecimentos não passa de coincidência? De jeito nenhum!

  • Por acaso, esse rei desviado simplesmente aconteceu de despertar, de repente, curiosidade para ouvir sobre a vida de um profeta que ele pouco valorizava?
  • Por acaso, Geazi, o homem ainda conhecido como o servo de Eliseu e que conhecia o profeta melhor do que ninguém, simplesmente aconteceu de ser convocado nesse dia para o palácio do rei para contar essa história?
  • Por acaso, a viúva simplesmente aconteceu de chegar para fazer seu pedido justamente no dia em que Geazi compartilha a história e quando está prestes a termina-la?
  • Por acaso, ela aconteceu de chegar sem um representante para validar seu pedido, que era um costume da época, e que a única testemunha além de Eliseu que poderia testificar da veracidade de seu pedido estava no palácio naquele dia?

Para os que esperam no Senhor, não existem coincidências. O verso bastante conhecido de Romanos 8.28 diz:

Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. 

E esse propósito aparece no verso 29: para serem conformes à imagem de seu Filho. Se existe alguém merecedor dessa recompensa, esse alguém é essa viúva. Quando Deus age, não há coincidências. Alguém disse: “Coincidência não passa de um pequeno milagre no qual Deus decide permanecer anônimo.”

Devemos orar por discernimento para ver Deus agindo nas pequenas coisas—uma carta, um telefonema, uma conversa, um acontecimento simples, algo que dá certo ou que não deu certo, uma interrupção—que acontecem precisamente na hora perfeita. São as mãos de Deus trabalhando. Os que estão dispostos a confiar as incertezas da vida e o preço da obediência nas mãos do Senhor, assim como fez essa viúva, verão a poderosa mão de Deus agindo num dado momento.

As dificuldades e provações dessa mulher têm um final feliz segundo o agir de Deus. E a propósito, todo crente terá um final feliz quando reivindicar sua herança no reino eterno e seu representante no palácio, Jesus Cristo, validar sua petição da casa do Pai.

As Tentações de Um Usurpador

Agora, o capítulo avança e relata outra história que gostaria de analisar em harmonia com a anterior: é a história de uma tentação escondida, um segredo. Ela se encaixa bem com a história que acabamos de terminar. A primeira é a história de uma mulher que prosperou; a segunda é a história de um homem que fracassou.

Veja 2 Reis 8.7–8, uma passagem que nos fornece bastante entendimento quanto ao poder da tentação:

Veio Eliseu a Damasco. Estava doente Ben-Hadade, rei da Síria; e lhe anunciaram, dizendo: O homem de Deus é chegado aqui. Então, o rei disse a Hazael: Toma presentes contigo, e vai encontrar-te com o homem de Deus, e, por seu intermédio, pergunta ao SENHOR, dizendo: Sararei eu desta doença?

Sempre fico fascinado com histórias de pessoas que negaram a Deus a vida inteira, mas que clamam ao Senhor no seu leito de morte. Isso acontece ainda hoje. Continue nos versos 9–10:

Foi, pois, Hazael encontrar-se com ele, levando consigo um presente, a saber, quarenta camelos carregados de tudo que era bom de Damasco; chegou, apresentou-se diante dele e disse: Teu filho Ben-Hadade, rei da Síria, me enviou a perguntar-te: Sararei eu desta doença? Eliseu lhe respondeu: Vai e dize-lhe: Certamente, sararás. Porém o SENHOR me mostrou que ele morrerá.

Uma coisa é ter uma passagem problemática para resolver numa pregação; é outra coisa ter duas passagens problemáticas. E aqui está a segunda. À primeira instância, ficamos incomodados porque lemos que Eliseu manda Hazael contar uma mentira. O profeta diz: “Você ficará curado, rei,” quando, na verdade, o rei morrerá. Será que Eliseu mandou Hazael mentir?

A pista para solucionar esse dilema aparece no verso 11: Olhou Eliseu para Hazael e tanto lhe fitou os olhos, que este ficou embaraçado. Eliseu faz uma profecia sobre a saúde do rei: “Ele recuperará dessa enfermidade. Ele não morrerá dela, mas morrerá inesperadamente.”

Eliseu não diz como o rei morrerá. Depois que responde a Hazael, ele o encara. É como se o profeta olhasse dentro da alma desse homem e visse as intenções de seu coração. Daí, depois de um longo tempo olhando para Hazael, a Bíblia diz que Hazael ficou envergonhado. Deve ter assoviado, olhado para o lado, mexido com os pés; não sabemos, mas ele não conseguiu permanecer olhando para Eliseu—ele ficou envergonhado. Isso indica que ele esconde alguma coisa, um segredo que ninguém mais sabe. De repente, conforme lemos no final do verso 11, chorou o homem de Deus.

Que cena! Eliseu despenca em prantos na frente desse homem. O que está acontecendo aqui? Continue nos versos 12–13:

Então, disse Hazael: Por que chora o meu senhor? Ele respondeu: Porque sei o mal que hás de fazer aos filhos de Israel; deitarás fogo às suas fortalezas, matarás à espada os seus jovens, esmagarás os seus pequeninos e rasgarás o ventre de suas mulheres grávidas. Tornou Hazael: Pois que é teu servo, este cão, para fazer tão grandes coisas? Respondeu Eliseu: O SENHOR me mostrou que tu hás de ser rei da Síria.

Aqui está a chave para entender essa passagem. Eliseu não disse: “Hazael, você assassinará o rei e tomará seu trono,” mas disse: “Hazael, o rei se recuperará de sua enfermidade, mas morrerá,” e em seguida encara Hazael até que ele fica envergonhado. Eliseu perscruta o coração desse homem que, nesse momento, finge ser leal ao rei enquanto trama um golpe para usurpar seu trono. Hazael finge se preocupar com o rei doente, enquanto maquina em seu coração: “Agora é hora de tomar o trono desse homem fraco. Agora é hora de mata-lo e me livrar dele.” Eliseu enxergou as intenções do coração de Hazael.

No verso 15, vemos que Hazael não esperou nem sequer 24 horas:

No dia seguinte, Hazael tomou um cobertor, molhou-o em água e o estendeu sobre o rosto do rei até que morreu; e Hazael reinou em seu lugar.

Esse é um assassinato muito bem tramado. O substantivo cobertor é o termo hebraico makbar, que se refere a um mosquiteiro, uma espécie de tela que se colocava ao redor da cama de um moribundo para protege-lo de mosquitos e outros insetos. Conforme historiadores, era comum mergulhar o mosquiteiro em água para refrescar o ar ao redor do doente. Esse contexto ressalta a repugnância da traição de Hazael.  Ele se voluntaria, por “amor” e “lealdade” ao rei: “Pode deixar que eu arrumo seu mosquiteiro.” Quem sabe, os servos saíram da câmara, exceto uns dois soldados que também fazem parte do estratagema. Hazael molha o mosquiteiro com água e, enquanto o rei lhe agradece por sua bondade, Hazael enrola o mosquiteiro nas mãos, sobe na cama e mata o rei sufocado. Que traição!

Arqueólogos encontraram uma inscrição interessante, datando de um período não muito distante deste. Essa inscrição assíria menciona o rei Hazael por nome e seu reino. Ela é curta e misteriosa; a inscrição diz: “Hazael, filho de ninguém, usurpou o trono.”

Agora, considere os passos na decadência desse homem. Numa época, ele foi leal; aos poucos, subiu de posição e se tornou o homem de confiança do rei. Hazael foi fiel e de confiança. Daí, sua vida cruzou o caminho de um homem capaz de enxergar seu coração. Seus passos não seriam mais graduais, mas desceriam de vez numa enorme ribanceira de desonestidade e imoralidade.

Se analisarmos seus passos, veremos que, depois que se encontra com o profeta e Eliseu arranca a máscara de seu coração, Hazael se defende ao invés de se arrepender. Ele diz: “Quem você pensa que eu sou para tomar a vida de pessoas inocentes?”

Ele volta ao rei e anuncia uma mensagem parcial. Daí, com suas próprias mãos, tira a vida do rei e usurpa o trono. No decorrer do restante de 2 Reis, descobrimos a verdade na profecia de Eliseu, pois Hazael se torna o inimigo mais selvagem de Israel até então.

No que diz respeito a piedade e impiedade, existe uma progressão, cinco passos decadentes em direção a pecados que pensamos que jamais cometeremos: a vontade cede à influência carnal; depois visualiza o prazer da satisfação da carne; identifica os impulsos e decide prosseguir; comete o pecado; e, por fim, transforma o ato num hábito. Como disse um autor: “O problema com pecados pequenos é que eles crescem rápido demais.” É impossível evitar tentações, mas precisamos reconhecer nossa fraqueza.

Quero compartilhar duas verdades sobre a tentação.

  • Primeiro: a presença da tentação é inevitável a despeito da comunhão com o Senhor.

A questão não é se, mas quando você será tentado. Não importa nosso nível de fidelidade e compromisso com Deus: não podemos evitar as tentações.

Hazael reagiu diante do pensamento de que seria tentado a realizar atos horrendos e disse: “O que você pensa que eu sou?” Bom, Hazael não era esse tipo de homem, mas se transformou num assassino. Tudo começou com um pensamento, depois um engano e culminou num assassinato.

Isso também é verdade sobre nós, crentes. Por isso, Paulo escreveu em 1 Coríntios 10.12: Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia. Ou seja, quando pensamos que estamos fortes, precisamos cuidar. Somos tentados exatamente naquilo que pensamos que jamais cometeremos.

  • A segunda verdade é: é impossível vencer o poder da tentação sem a intervenção de Deus.

Não podemos lidar com a tentação sozinhos; ela exige a intervenção de Deus. Paulo escreveu em 1 Coríntios 10.13:

Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar.

Quando nos encontramos numa encruzilhada, se desejamos fazer a vontade de Deus, ele proverá livramento. Quando encaramos tentações, não assoviamos para a nossa consciência, mas gritamos pela graça e poder de Deus.

Sua tentação hoje pode ser a de sair de um casamento complicado; acessar um website pornográfico que só você terá conhecimento; ceder às pressões de seus colegas na faculdade; ceder às propostas de seu colega de trabalho; mudar de emprego para ganhar mais dinheiro, mas que será terrível para sua família; ou plagiar um artigo para uma matéria difícil na faculdade.

Alguém disse: “Quando a tentação bater, envie o Senhor Jesus para abrir a porta.” Quem você tem enviado à porta ultimamente?

Talvez você se identifique com Hazael e tenha que corrigir alguma coisa, pedir que Deus purifique seus planos e pensamentos, ou precisa pedir perdão por uma ação que já concretizou um pensamento.  Talvez você se identifica com aquela viúva que sofreu por obedecer ao profeta de Deus. Permaneça submisso ao Senhor soberano, qualquer que seja a vontade dele.

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 14/04/1996

© Copyright 1996 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

 

 

 

Transcript

 

 

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