Machados e Anjos

Machados e Anjos

by Stephen Davey Ref: 1 Kings 1–22; 2 Kings 1–25; 1 Chronicles 1–29; 2 Chronicles 1–36

Machados e Anjos

2 Reis 6.1–23

Introdução

Em seu livro muito interessante Nicholas e Alexandra, Robert K. Massie narra como o Czar Nicolas II e a imperatriz da Rússia foram enganados por um suposto milagre e, assim, findaram destruindo seu império. Depois de muitos anos esperando ansiosamente por um herdeiro ao trono russo, Nicholas II e sua esposa alemã Alexandra Federovna foram abençoados com um filho. Mas as esperanças para o futuro foram frustradas seis semanas depois, quando médicos lhes informaram que o bebê tinha hemofilia, uma doença incurável no sangue que poderia mata-lo a qualquer momento. O menino viveria uma vida nas sombras do terror, com a morte perseguindo-o a cada instante. Essa tragédia introduziu na família real um dos homes mais perversos que já andou pela terra.

Várias vezes, o pequeno Tsaverich chegou à beira da morte. Vendo-o sofrer em dor angustiante, seus pais imploravam aos médicos que fizessem alguma coisa, mas eram incapazes de resolver o problema. Foi nesse momento de desespero que buscaram a ajuda de Gregory Rasputin, um religioso de credenciais questionáveis que ficou posteriormente conhecido como “o monge louco da Rússia.” Rasputin fazia suas preces e o garoto melhorava. Até hoje, os médicos não conseguem explicar como as curas aconteceram, mas elas são provadas por registros históricos.

Rasputin sempre alertava os pais dizendo que o menino viveria, desde que eles o ouvissem. Ele adquiriu tanto poder sobre a família real que podia, com uma palavra apenas, contratar ou demitir qualquer oficial do governo. Rasputin demitiu homens por demonstrarem antagonismo contra ele e não com base na capacidade de cada um. Consequentemente, o império inteiro ficou debaixo do conselho tolo desse homem perverso. As sementes da revolução foram semeadas e regadas com a água do descontentamento. O resultado foi o assassinato da família real e uma revolução.

Alexander Kerensky, um oficial do governo que serviu nessa época, escreveu: “Sem Rasputin, nunca teria havido Lenin!”

Existe um poder incrível em conselhos, quer bons ou ruins, que podem transformar a vida de um indivíduo ou de uma nação inteira. Esse é um dos motivos por que os conselhos sábios de Deus no livro de Provérbios nos advertem a ter cautela quanto a quem permitimos influenciar nossas vidas e nos aconselhar.

Um dos principais problemas na história do reino dividido de Israel foram os conselhos incorretos ou ímpios dados aos seus reis. Contudo, no decorrer dos anos, Eliseu, diferente de Elias, se tornou uma figura bem-vinda nos palácios reais. Seu conselho era aceito e seguido.

Hoje, veremos um dos últimos atos registrados de Eliseu, incluindo seu último milagre. Em seguida, veremos sua influência no reino de Israel. Observaremos o conselho que ele deu ao rei e como ele fez uma diferença para a nação inteira.

Uma Maravilha para Olhos Angustiados

Continuamos nossa série em 2 Reis 6.1–3:

Disseram os discípulos dos profetas a Eliseu: Eis que o lugar em que habitamos contigo é estreito demais para nós. Vamos, pois, até ao Jordão, tomemos de lá, cada um de nós uma viga, e construamos um lugar em que habitemos. Respondeu ele: Ide. Disse um: Serve-te de ires com os teus servos. Ele tornou: Eu irei.

Antes de prosseguirmos adiante, observe as implicações maravilhosas da necessidade desses discípulos. Eles eram numerosos demais para o lugar que tinham para morar, o que sugere que o ministério prosperava e crescia. Poucos anos antes, eles se escondiam de Acabe e Jezabel pelas cavernas. Agora, seu líder Eliseu é bem-vindo no palácio do rei como seu confidente e outros homens entram para a escola dos profetas. É hora de expandir.

Um autor compara esse problema do Antigo Testamento com a igreja do Novo Testamento:

A influência de Eliseu era evidente sobre a nação. O movimento religioso representado pela escola dos profetas crescia em força e volume. Semelhantemente, é encorajador ouvir do crescimento e progresso da igreja. Mas note o seguinte: eles não permaneceram inertes ou se esforçaram para acomodar seus novos números a condições antigas. Eles mostravam um espírito empreendedor, de avanço em correspondência com suas necessidades. Isso era sabedoria verdadeira. A igreja precisa se adaptar a novas necessidades, a novas circunstâncias, a novas condições de progresso, caso deseje manter sua posição.

É interessante que isso não foi escrito por um consultor de crescimento de igrejas, mas por um pastor inglês em 1888.

Continue nos versos 4–5:

E foi com eles. Chegados ao Jordão, cortaram madeira. Sucedeu que, enquanto um deles derribava um tronco, o machado caiu na água; ele gritou e disse: Ai! Meu senhor! Porque era emprestado.

Precisamos entender que não se trata aqui de um problema insignificante para o jovem profeta. Para nós hoje, o machado se perdeu; nada demais. Mas para esse jovem, trata-se de um problema sério. Por que?

Para começar, ele reage de forma desesperada porque tinha tomado o machado emprestado. A palavra emprestado significa “implorado.”

Temos que voltar a essa cultura para entender que um machado de ferro era uma ferramenta de alta tecnologia e custava muito caro. Ele não somente teve que implorar a alguém para poder usar esse equipamento caro, mas, até onde o pobre profeta sabe, a lâmina do machado é insubstituível. Ele jamais conseguiria comprar outra.

Creio que seria útil comparar o preço de uma lâmina de machado com o preço de um equipamento moderno. Isso se equipara a tomar emprestada um motosserra nova de seu amigo, juntamente com uma caminhonete para carrega-la. Você vai até à beira de um lago para derrubar algumas árvores. De repente, para seu desespero, você percebe que deixou a caminhonete em ponto morto; você não consegue alcança-la e ela afunda lentamente no lago. Lá fica você de pé, com o coração pulando pela boca, apenas observando o teto da caminhonete sumindo de vista. A única coisa que restou foram bolhas subindo da água. Agora você sabe como o profeta se sentiu.

Continue nos versos 6–7:

Perguntou o homem de Deus: Onde caiu? Mostrou-lhe ele o lugar. Então, Eliseu cortou um pau, e lançou-o ali, e fez flutuar o ferro, e disse: Levanta-o. Estendeu ele a mão e o tomou.

Alguns comentaristas liberais sugerem que o pedaço de pau que Eliseu lançou na água foi usado, na verdade, para pegar a lâmina do machado. Eles dizem, em outras palavras, que Deus incluiu esse registro na Bíblia somente para que soubéssemos que Eliseu tinha coordenação motora suficiente para pegar a lâmina de um machado com um galho.

Não creio que esse seja o caso. Conforme o texto diz, o ferro flutuou. Dessa maneira, o pedaço de pau foi apenas um símbolo do que Eliseu queria que o ferro fizesse. Assim, como um pedaço de madeira, pelo poder milagroso de Deus, ou quem sabe pela mão invisível de um anjo, ou ainda pela transformação temporária das propriedades do ferro, a lâmina do machado boiou na superfície do rio. O milagre causou espanto aos discípulos dos profetas, assim como nós ficaríamos surpresos de ver aquela caminhonete saindo da água, voltando para a terra e estacionando de volta com a primeira marcha engatada.

 

 

Uma Maravilha para Corações Santos

Agora, o cenário do capítulo 6 muda de um projeto de construção agradável para uma crise nacional. Os sírios continuam atacando Israel e acabaram se tornando mais do que mera irritação à nação, mas têm debilitado as vidas dos israelitas que agora moram em vilas que foram atacadas por esses inimigos.

Eliseu começa a ajudar, revelando ao rei de Israel de antemão e pelo poder de Deus onde os sírios atacarão. Assim, o exército de Israel é enviado ao local antes mesmo de os sírios chegarem ali. O rei sírio pensa que existe algum espião ou traidor em suas tropas; então, ordena uma investigação. Veja os versos 11–12:

Então, tendo-se turbado com este incidente o coração do rei da Síria, chamou ele os seus servos e lhes disse: Não me fareis saber quem dos nossos é pelo rei de Israel? [Ou seja, “Ninguém vai me dizer quem é o espião?”] Respondeu um dos seus servos: Ninguém, ó rei, meu senhor; mas o profeta Eliseu, que está em Israel, faz saber ao rei de Israel as palavras que falas na tua câmara de dormir.

Não sabemos, mas é possível que esse servo seja Naamã, o qual experimentou do poder de Deus através de Eliseu de primeira-mão. Então, o rei da Síria envia um agrupamento a Dotã, cidade de Eliseu, com o objetivo de capturar e matar o profeta. Veja o verso 14:

Então, enviou para lá cavalos, carros e fortes tropas; chegaram de noite e cercaram a cidade.

Esse foi um ataque inesperado; não há tropas na cidade para defendê-la desses soldados sírios. Observe também que o destacamento sírio não ataca Dotã; eles buscavam Eliseu apenas. Sem dúvidas, os cidadãos de Dotã entregariam o profeta para assegurar a proteção da cidade—pelo menos foi isso que o exército sírio pensou. Mas lemos nos versos 15–16:

Tendo-se levantado muito cedo o moço do homem de Deus e saído, eis que tropas, cavalos e carros haviam cercado a cidade; então, o seu moço lhe disse: Ai! Meu senhor! Que faremos? Ele respondeu: Não temas, porque mais são os que estão conosco do que os que estão com eles.

Imagino esse servo olhando ao redor e concluindo que a escola de profetas precisava dar aulas de matemática: “Tem um exército lá fora e só dois de nós aqui dentro! Será que Eliseu está dando uma de corajoso?”

Quando eu era menino, tinha que subir de vez em quando no sótão de nossa casa para pegar algumas coisas que meus pais pediam. Não havia luz lá em cima; era tudo escuro e eu ficava com medo. Então, subia lá conversando em voz alta ou assoviando para cobrir meu medo. Será que Eliseu está assoviando no escuro aqui?

Quando crescemos na fé, aprendemos que a reação do crente às crises é dizer: “Este não é um problema sério demais. Deus é bom!” Contudo, às vezes usamos jargão espiritual para encobrir medo, ansiedade e necessidade.

Gosto do fato de o servo ter dito: Ai! Meu senhor! Que faremos? Se não tivesse dito isso, não teria tido essa visão singular em sua vida. Leia o verso 17:

Orou Eliseu e disse: SENHOR, peço-te que lhe abras os olhos para que veja. O SENHOR abriu os olhos do moço, e ele viu que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu.

Os dois homens se deparam com uma crise; um sabia que Deus estava ciente e disponível para socorrê-los; o outro estava prestes a aprender essa lição.

Onde você acha que Eliseu aprendeu que os céus estavam cheios das hostes invisíveis de Deus? Conforme 2 Reis 2, ele aprendeu isso quando Elias foi transportado para o céu numa carruagem com cavalos de fogo!

Se pudéssemos enxergar a dimensão espiritual, veríamos que o céu sobre nossa cabeça está repleto de anjos. Imagine—evidência física do mundo espiritual!

Não há dúvidas de que nossa sociedade como um todo está cativada pelo mundo angelical. O problema é que o que acontece hoje está fora dos padrões bíblicos. Apesar de anjos serem misteriosos, poderosos e de estarem envolvidos na organização do plano de Deus, muito do que é atribuído a anjos no mundo secular não se encaixa com o que diz a Palavra de Deus. Permita-me dividir esse alerta em três pensamentos.

  • Primeiro: apesar de os anjos serem enviados para nos servir, eles nunca servem dentro de nós—somente Deus pode fazer isso.

Só porque sabemos que os anjos procedem do mundo espiritual não significa que podemos confundir sua função com a função do Espírito Santo. Anjos não transformam almas, o Espírito Santo é quem as transforma; os anjos não iluminam a mente nem consolam os quebrantados, mas o Confortador, o que foi enviado a estar sempre ao nosso lado, o Espírito Santo de Deus é quem faz essas coisas.

Essas concepções erradas apresentam uma ameaça sutil para uma sociedade secular cativada por anjos. Um homem escreveu sobre isso da seguinte forma: “Com os anjos por perto, as pessoas sentem que não precisam incomodar o Todo-Poderoso para pedir ajuda.” Outro ainda disse: “Os anjos representam uma tentação para os que buscam uma melhoria espiritual sem precisarem se preocupar com o próprio Deus.”

  • Segundo: embora os anjos estejam envolvidos no serviço espiritual, eles jamais devem ser objetos de adoração ou veneração.

Se você pensa que estou exagerando, sendo dramático demais ao crer que pessoas por aí acabam adorando os anjos, pense no alerta de Paulo à igreja dos colossenses. Ele alerta os crentes de Colosso em Colossenses 2.18 da seguinte forma:

Ninguém se faça árbitro contra vós outros, pretextando humildade e culto dos anjos, baseando-se em visões, enfatuado, sem motivo algum, na sua mente carnal,

A propósito, a Bíblia sempre apresenta os anjos no gênero masculino—não na maioria das vezes, mas todas as vezes. E eles não passam o tempo todo batendo suas asas ou ajudando o mundo a fora. Na verdade, quando aparecem nas Escrituras, os anjos são tão intimidantes, amedrontadores e terríveis que precisam dizer, na maioria das vezes: “Não temas!”

Além disso, não somos ensinados na Bíblia a fazer pedidos aos anjos; não somos instruídos a orar aos anjos ou a algum “anjo da guarda.” Também não somos ensinados a orar por mais anjos.

Anjos são mensageiros de Deus, enviados para fazer inúmeras coisas para cumprir o propósito final de realizar a vontade e promover a glória do Deus Todo-Poderoso.

  • Terceiro: apesar de os anjos se envolverem com proteção física, apenas Deus pode fornecer verdadeira proteção espiritual.

Essa verdade se aplica ao aqui e agora. Na epístola de Efésios, capítulo 6, lemos que a armadura de Deus nos ajuda a permanecer firmes diante das ciladas do diabo e de seus anjos caídos, os demônios. A passagem fornece uma descrição completa de tudo quanto precisamos para vencer a batalha espiritual. E Paulo não chega no fim e diz: “Agora que vocês estão vestidos com a armadura para a batalha, certifiquem-se de que o anjo da guarda está ao seu lado.” Não. Na verdade, não há menção alguma de ajuda dos anjos. Ao invés disso, Paulo nos manda vestir a armadura e, em seguida, orar com toda oração e súplica, no Espírito Santo.

Proteção espiritual inclui o além também. Temo que muitas pessoas que afirmam ter tido alguma experiência mística ou visão angelical foram enganadas a crer que elas são filhos de Deus. Essa admiração demasiada dos anjos e sua constante disposição para ajudar qualquer pessoa simplesmente ignoram a verdade bíblica de que os anjos são ministradores enviados para servir os crentes somente.

  • Lemos em Hebreus 1.14:

Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação?

Em outras palavras, os anjos são agentes ministradores aos que herdarão a vida eterna, aos que são salvos em Cristo Jesus.

  • Davi escreveu no Salmo 34.7:

O anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que o temem e os livra.

  • Em Lucas 15.10, lemos que os anjos festejam a conversão de pecadores a Cristo.
  • Anjos libertaram, de forma dramática, crentes da morte, como, por exemplo, em Atos 5.19 e 12.6–11.
  • Anjos livram de forma dramática crentes ainda hoje, como lemos em relatos de missionários.
  • Paulo escreveu em 1 Coríntios e 1 Timóteo que os anjos se interessam de forma singular e têm até curiosidade sobre a vida do crente.

A verdade é que, quando o mundo incrédulo entrar em contato com essas hostes celestiais, o cenário não será belo, já que os anjos são os mensageiros de Deus nos julgamentos finais da terra. Mateus registra que os anjos farão a separação entre crentes verdadeiros e crentes falsos. Em Apocalipse 20, lemos que os anjos lançarão Satanás dentro do abismo. Mais adiante no mesmo capítulo, todos os descrentes são lançados no Lago de Fogo, muito provavelmente pelos mesmos anjos. O objeto ao qual as pessoas se atraem tão carinhosamente pode, no fim, ser exatamente o agente de terror que selará sua destruição eterna.

A questão é a seguinte: toda a distração com anjos precisa terminar. Nossos olhos e corações devem anelar pelo poder, proteção, iluminação e direção de Deus apenas.

Então, voltando para a nossa narrativa de 2 Reis 6, o próximo milagre que Eliseu pede a Deus envolve cegueira. Veja o que ele pede em 2 Reis 6.18–20:

E, como desceram contra ele, orou Eliseu ao SENHOR e disse: Fere, peço-te, esta gente de cegueira. Feriu-a de cegueira, conforme a palavra de Eliseu. Então, Eliseu lhes disse: Não é este o caminho, nem esta a cidade; segui-me, e guiar-vos-ei ao homem que buscais. E os guiou a Samaria. Tendo eles chegado a Samaria, disse Eliseu: Ó SENHOR, abre os olhos destes homens para que vejam. Abriu-lhes o SENHOR os olhos, e viram; e eis que estavam no meio de Samaria.

Imagine só essa cena! O exército inimigo é levado à capital Samaria, onde é cercado por soldados. Em seguida, os portões são trancados e não há saída. Veja o verso 21:

Quando o rei de Israel os viu, perguntou a Eliseu: Feri-los-ei, feri-los-ei, meu pai? 

O rei se comporta como uma criança animada. Continue nos versos 22–23:

Respondeu ele: Não os ferirás; fere aqueles que fizeres prisioneiros com a tua espada e o teu arco. Porém a estes, manda pôr-lhes diante pão e água, para que comam, e bebam, e tornem a seu senhor. Ofereceu-lhes o rei grande banquete, e comeram e beberam; despediu-os, e foram para seu senhor; e da parte da Síria não houve mais investidas na terra de Israel.

Os sírios aprendem que sua estratégia jamais prevaleceria contra um Deus tão poderoso, nem contra um inimigo tão gracioso que, ao invés de executá-los, os alimenta. O herói nesse relato não é um bando de anjos, nem mesmo um profeta destemido. O herói é o Deus Todo-Poderoso.

 

Aplicação: Verdades Maravilhosas sobre Nosso Senhor Maravilhoso

Podemos extrair várias verdades maravilhosas sobre nosso Senhor maravilhoso a partir desse capítulo.

  • Primeiro: Deus não somente intervém em questões de importância nacional, mas intervém em questões de preocupação pessoal também.

Você pode desenhar uma linha conectando os versos 5 e 15 do capítulo 6. Ambos os versos incluem as mesmas palavras, apesar de proferidas por dois homens diferentes em duas situações diferentes. Ambos os homens, quando se viram diante de uma crise, clamaram a Eliseu: Ai, meu senhor!

Não creio que os dois relatos foram colocados lado a lado por mera coincidência. Deus intervém em grandes preocupações de importância nacional e também em crises pessoais de um indivíduo só.

Meu querido, suas preocupações também são as preocupações de Deus. Sob a direção do Espírito Santo, o apóstolo Pedro escreveu com bastante convicção em 1 Pedro 5.7: lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.

A palavra ansiedade se refere a tudo aquilo que monopoliza o nosso coração. Gostei demais quando li essa definição num dicionário de grego. Aquela coisa que enche seu coração de preocupação e ansiedade, lance-a no colo de Cristo.

O verbo lançando se refere ao ato de colocar algo ou alguém sobre outra pessoa. Ele é usado apenas outra vez no Novo Testamento, lá em Lucas 19.35. O texto fala que, quando os discípulos encontraram um jumentinho para Jesus montar, eles “lançaram” seus mantos sobre o jumentinho para formar uma sela confortável para o Mestre.

Pondere um pouco na humildade do amor de Deus, que diz: “Meu filho, minha filha! Serei o Carregador soberano de seus fardos. Carregarei seu peso!”

Deus não é grande demais para as nossas preocupações. Como diz o Salmo 46.1, ele é socorro bem presente nas tribulações.

  • Segundo: Deus se preocupa não somente com grandes profetas que estão em perigo, mas se preocupa também com servos anônimos que estão com medo.

Imagine essa visão das hostes celestiais! Se eu fosse Deus, revelaria meu poder para os poderosos, para os ricos e influentes. Mas para quem Deus abre as cortinas a fim de que enxergasse o esplendor de suas hostes majestosas? Para um servo anônimo cujo coração estava tomado de medo! Na família de Deus, ninguém é insignificante, ninguém é ignorado, ninguém é menos importante.

Você percebeu que Eliseu não orou a Deus pedindo para enviar ajuda? Ele somente orou para que seu servo recebesse de Deus a mesma perspectiva que ele tinha: a ajuda já estava ali presente. Talvez essa seja a lição que precisamos aprender novamente; talvez Davi tenha pensado nisso quando escreveu que Deus é socorro bem presente nas tribulações.

 

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 17/03/1996

© Copyright 1996 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

Transcript

 

 

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