
Sete Mergulhos para O Perdão
Sete Mergulhos para O Perdão
2 Reis 5.1–15
Introdução
Determinadas palavras suscitam reações e conclusões emocionais. Quer saibamos os detalhes ou não, uma palavra cria em nossa mente imagens. Por exemplo, lua-de-mel, formatura, neto, natureza, chocolate, etc. Algumas palavras suscitam cenários maravilhosos e cores vívidas, enquanto outras pintam um retrato de dor e trevas. Por exemplo, suicídio, estupro, escravidão, divórcio, aborto. Existe uma outra palavra que carrega uma mistura de horror, repulsa e tristeza. É a palavra “lepra.”
Apesar de não sabermos exatamente por que, essa palavra nos dá calafrios. Ela grita: “Imundo! Fique longe, não toque, cuidado!” Existe um desespero misterioso nas palavras: “Ele está com lepra.”
Em seu livro Onde Está Deus Quando Chega a Dor?, Phillip Yancey descreve seu encontro com um homem chamado Dr. Brand, um médico que passou a maior parte de sua vida trabalhando com leprosos na Índia. Yancey escreve:
Fomos condicionados a enxergar a lepra como uma das doenças mais terríveis que podemos imaginar. Ela é terrível, mas não como outras doenças. Ela age, principalmente, como um anestésico, adormecendo as células de dor das mãos, pés, nariz, orelhas e olhos.
A maioria das doenças são temidas por causa da dor que causam. Então, o que faz com que uma doença desprovida de dor seja tão terrível? Bom, por milhares de anos, as pessoas pensaram que a lepra causava úlceras nas mãos, pés e rosto, as quais, por fim, levavam ao apodrecimento da carne e à perda de membros. Principalmente através da pesquisa do Dr. Brand, determinou-se que, em 95% dos casos, a destruição acontece simplesmente porque o sistema de alarme da dor para de funcionar.
Como a decomposição acontece? Em vilas na África e na Ásia, casos foram registrados de pessoas que colocaram as mãos dentro de brasa viva para pegar uma batata que tinha caído. Pacientes na Índia trabalhavam o dia inteiro segurando uma pá com um prego saliente, apagavam velas com as mãos e caminhavam sobre cacos de vidro.
Numa dada ocasião, o Dr. Brand tentou abrir a porta de uma pequena sala de depósito, mas o cadeado enferrujado não destrancava. Um paciente—um garoto de dez anos de idade, pequeno e mal nutrido—disse: “Deixe-me tentar, doutor,” e pegou a chave. Com um movimento brusco de sua mão, o garoto conseguiu destrancar o cadeado. O médico ficou surpreso. Como aquele menino fraco de dez anos tinha mais força do que ele? Foi aí que ele viu uma pista: uma gota de sangue no chão. Após examinar os dedos do menino, o médico viu que, ao abrir o cadeado com aquela força, o menino cortou seriamente um dos dedos até o osso, mas estava completamente alheio àquilo. Para ele, a sensação de cortar seu dedo a ponto de mostrar o osso não era diferente do que pegar uma pedra ou uma moeda de seu bolso.
Lepra é morte lenta. Existe ferimento corporal, cicatrizes físicas e milhares de outras desordens, e tudo porque a pessoa é incapaz de sentir dor.
Se você já estudou o Antigo Testamento, então sabe que a lepra era a doença que Deus colocava num indivíduo pecador, teimoso e rebelde. Apesar de esse não ser o caso na nova dispensação do Novo Testamento, é interessante considerar que, no passado, Deus usou a lepra como um sinal, talvez declarando o seguinte: “Já que não sente mais dor em seu coração ou consciência ao pecar, você será amaldiçoado com a incapacidade de sentir dor em sua própria carne.”
A Tragédia de Um Leproso Desesperado
Em 2 Reis, encontramos a curta biografia de um leproso, um homem desesperado que, no fim, cruza o caminho do profeta Eliseu. Vamos continuar nosso estudo em 2 Reis 5.1:
Naamã, comandante do exército do rei da Síria, era grande homem diante do seu senhor e de muito conceito, porque por ele o SENHOR dera vitória à Síria; era ele herói da guerra, porém leproso.
Apesar de não encontrarmos pistas quanto à cronologia, fica claro que a lepra de Naamã só se tornou evidente em seu corpo nos seus últimos anos de vida. Essa rápida descrição de Naamã proclama uma mensagem óbvia: exceto pela lepra, a vida de Naamã era boa demais. Ele era o mais alto em todo o reino da Síria; era o confidente de confiança e respeito do rei e, por causa de sua vitória sobre o rei Acabe, Naamã era um ídolo dos soldados. Flávio Josefo cria que tinha sido Naamã quem tinha atirado a flecha no ar que findou matando o rei de Israel disfarçado de soldado. Quem sabe, talvez Naamã tenha matado Acabe, algo que imediatamente o colocou numa posição lendária.
Creio que, ao contar esse episódio, o autor de 2 Reis deseja contrastar uma conquista maravilhosa com um desespero profundo. Preste atenção no verso 1: grande homem... de muito conceito... herói de guerra... leproso.
Leproso! Naamã era um soldado valente que em breve não conseguiria nem mesmo levantar sua espada, nem subir na sela de seu cavalo para liderar mais um ataque pelas montanhas. Em breve, Naamã não seria mais procurado por seu exército; ele seria evitado a todo custo; os soldados começariam a fofocar sobre o assunto no acampamento. De todos os títulos que ele antes desfrutou, o título que as pessoas usam para se referir tristemente a este homem é: “Lá vai Naamã, o leproso.”
Nenhum soldado o invejava agora; o soldado mais simples da infantaria admirava as medalhas em seu peito, mas concluía: “Por mais lendário que seja, não trocaria de lugar com Naamã.” Naamã era leproso.
Agora, no decorrer de um dos conflitos, Naamã aconteceu de tomar como prisioneira uma garota israelita. Conforme lemos no verso 2, ela servia como secretária pessoal da esposa de Naamã. Veja o verso 3:
Disse ela à sua senhora: Tomara o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samaria; ele o restauraria da sua lepra.
Quero destacar rapidamente que é algo incrível que essa garota prisioneira se preocupa com a saúde de seu raptor. Ele é o responsável por havê-la arrancado de seu país, família e lar. É interessante que Naamã e sua esposa percebem a sinceridade da menina. Então, eles pensam: “Pode ser que exista um operador de milagres em Israel que pode curar o incurável!”
Continue nos versos 4–5:
Então, foi Naamã e disse ao seu senhor: Assim e assim falou a jovem que é da terra de Israel. Respondeu o rei da Síria: Vai, anda, e enviarei uma carta ao rei de Israel. Ele partiu e levou consigo dez talentos de prata, seis mil siclos de ouro e dez vestes festivais.
É nesse ponto que Naamã se torna um exemplo perfeito da humanidade: perdida, afetada pela incurável doença do pecado. E o plano de Naamã para sua cura também fornece uma ilustração perfeita da abordagem humana para a cura espiritual: ele exibe dois erros racionais comuns.
- O primeiro erro foi acreditar que a cura poderia ser efetuada com boas intenções e presentes valiosos.
Não havia pessoa mais sincera do que Naamã em sua busca pela cura. Ele simplesmente pensou que, já que a cura para uma doença incurável exigiria um poder especial, essa cura custaria grande soma de dinheiro.
A Bíblia registra que seu presente incluiu dez talentos de prata, o que equivale a aproximadamente 300kg, o que custaria hoje em torno de 370 mil reais. Um siclo de ouro pesava 124 gramas; 6 mil siclos pesaram 74.4kg, algo que, na economia de hoje, valeria aproximadamente 7,5 milhões de reais. Adicione a isso algumas roupas de realeza. No final, o valor do presente foi enorme.
Agora, esse comandante provavelmente não tinha 7,5 milhões de reais debaixo do colchão; acredito que isso era a soma de tudo quanto conseguiu juntar. Quem sabe, talvez tomou emprestado de seus amigos e familiares; os soldados devem ter feito uma vaquinha e seu amigo, o rei, deve ter contribuído com uma boa quantia também. Então, Naamã parte para Israel e todos dizem: “Boa sorte, comandante!” Ele está prestes a descobrir que cura não se compra—quer física ou espiritual. Ambas são presentes de Deus.
- O segundo erro que ele cometeu foi pensar que a cura seria efetuada por outra pessoa que não Deus.
Veja o verso 6:
Levou também ao rei de Israel a carta, que dizia: Logo, em chegando a ti esta carta, saberás que eu te enviei Naamã, meu servo, para que o cures da sua lepra.
A serva tinha deixado bastante claro que havia um profeta em Israel que poderia curar. Evidentemente, esses pagãos idólatras pensaram que, se um profeta, um homem de posição baixa, poderia curar, então, sem dúvidas, o rei teria acesso à varinha mágica e poderia curar conforme quisesse. O verso 7 confirma essa conclusão com base na reação do rei:
Tendo lido o rei de Israel a carta, rasgou as suas vestes e disse: Acaso, sou Deus com poder de tirar a vida ou dá-la, para que este envie a mim um homem para eu curá-lo de sua lepra? Notai, pois, e vede que procura um pretexto para romper comigo.
Em outras palavras, o rei diz: “Eu não tenho poder para isso! E se eu tentasse e não desse certo, acabaria causando uma guerra entre nós e a Síria. E nós seríamos massacrados!”
Então, enquanto o rei rasga os mantos e lamenta, a palavra finalmente chega a Eliseu. Veja o verso 8:
Ouvindo, porém, Eliseu, homem de Deus, que o rei de Israel rasgara as suas vestes, mandou dizer ao rei: Por que rasgaste as tuas vestes? Deixa-o vir a mim, e saberá que há profeta em Israel.
O rei não tem poder para curar; ninguém no reino pode fazer isso, a não ser um homem: o homem de Deus.
Por que Deus seria tão limitado assim e enviaria cura espiritual à humanidade através de somente uma pessoa? Por que não pode haver muitos caminhos para o céu?
Existe uma resistência enorme à verdade bíblica de que Jesus Cristo é o caminho, e a verdade, e a vida. Então, isso quer dizer que se crê em Buda você está errado? Sim. É engano seguir o Dalai Lama? Sim. Será que você estará perdido eternamente se seguir sua própria religião, um espírito-guia de escolha própria ou uma superstição? Sim, mesmo que você seja sincero, que todos os seus amigos torçam por você e que você tenha abdicado de tudo quanto possui.
Enquanto pregava sobre Jesus Cristo a uma multidão de pessoas politeístas, de muitas tradições religiosas e superstições, Pedro afirmou em Atos 4.12:
E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.
Esta é a verdade: ou você crê em Cristo, ou morre leproso—para sempre banido do esplendor celestial e da glória de Deus.
Imagine, agora, a caravana esplêndida que estaciona na frente da cabana humilde de Eliseu. Veja os versos 9–10:
Veio, pois, Naamã com os seus cavalos e os seus carros e parou à porta da casa de Eliseu. Então, Eliseu lhe mandou um mensageiro, dizendo: Vai, lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne será restaurada, e ficarás limpo.
O famoso, poderoso e idolatrado Naamã não recebe nem sequer um aperto de mão do profeta simples. Eliseu diz ao seu servo: “Geazi, vá lá fora e diga a Naamã que mergulhe sete vezes no rio Jordão.” É como se Eliseu sugerisse que Deus não trata as pessoas diferente—não importa se você é rico ou pobre, idolatrado ou desconhecido: o chão é plano. Essa mensagem foi transmitida.
Mais uma vez, Naamã ilustrará a humanidade pecadora com sua reação ao servo de Eliseu. Ele reage de algumas formas aqui.
- A primeira reação é: “Acho que a cura deveria acontecer como eu imaginei.”
Veja o verso 11:
Naamã, porém, muito se indignou e se foi, dizendo: Pensava eu que ele sairia a ter comigo, pôr-se-ia de pé, invocaria o nome do SENHOR, seu Deus, moveria a mão sobre o lugar da lepra e restauraria o leproso.
Naamã pensou que haveria algum show, que Eliseu sairia vestido em mantos compridos, carregando algumas velas ou algo parecido, balançaria as mãos ao céu e entoaria alguma música ao seu Deus... e Naamã seria curado. Foi assim que Naamã imaginou que sua cura aconteceria.
E a humanidade faz a mesma coisa. É triste porque todos reconhecem o vazio interior, sentem uma necessidade espiritual profunda, sabem que deve haver algum tipo de despertamento, de conexão e de ajuste. Eles dizem: “Pensei que fosse ser desse outro jeito.”
Existem miríades de imaginações. Naamã pensou que sua lepra seria curada por algum balançar de mãos, música ou apresentação espetaculosa. Ele também pensou que seria curado e que pagaria pela cura. Naamã, assim como a humanidade inteira, pensou: “A cura virá conforme imaginei.”
- A segunda reação é: “Acho que algo de meu passado serviria para alguma coisa!”
Veja o verso 12:
Não são, porventura, Abana e Farfar, rios de Damasco, melhores do que todas as águas de Israel? Não poderia eu lavar-me neles e ficar limpo? E voltou-se e se foi com indignação.
Você enxerga o problema? A propósito, os rios de Damasco que Naamã menciona faziam da cidade um belo oásis. Os árabes o chamam de “O Jardim do Mundo.” A água fluía límpida.
Naamã pensou: “Os rios de meu próprio mundo funcionariam tanto quanto as águas barrentas deste profeta insignificante.”
Meu amigo, Naamã representa o pensamento de cada geração: “Imagino que a purificação para meu espírito virá conforme penso. E quanto vier, imagino que usarei algumas coisas do passado, do meu próprio mundo, do meu próprio pensamento, da minha própria vida, as quais, combinadas com alguma feitiçaria, me darão a cura.”
Como será trágico um dia quando milhares de pessoas comparecerem diante do Senhor, pensando em seus corações enquanto são condenadas: “Pensei que estivesse tudo bem comigo; pensei que o pecado não fosse tão sério assim; pensei que Deus fosse amor e perdão e que ele apenas apagaria o registro de todo mundo na hora do julgamento; pensei que o castigo eterno fosse um mito inventado por pessoas que queriam nos assustar com morte, inferno, diabo e aquelas coisas; pensei que todos iriam para o céu de sua própria imaginação. Eu pensei... pensei... pensei.” Todos terão pensado errado.
A Alegria de Um Leproso Curado
Bom, Naamã está furioso; ele não quer seguir o conselho desse profeta e sua água barrenta. No verso 13, encontramos o momento da mudança:
Então, se chegaram a ele os seus oficiais e lhe disseram: Meu pai, se te houvesse dito o profeta alguma coisa difícil, acaso, não a farias? Quanto mais, já que apenas te disse: Lava-te e ficarás limpo.
Que percepção incrível esses escravos têm da natureza humana: “Naamã, nós o conhecemos bem. Se a mágica fosse para descer e conquistar um reino, teria dito: ‘Pode deixar comigo.’ Se fosse para arriscar sua vida no campo de batalha, você iria; se fosse para pagar 7 milhões de reais, você pagaria. Você faria todas essas coisas; então por que não quer mergulhar nesse rio? O que há de difícil nisso?”
Vou dizer o que há de tão difícil nesse banho em águas sujas: mergulhar nessas águas exige colocar de lado o orgulho e dizer a Deus: “Não sou nada. Sou um leproso e o Senhor não aceitará nada de minhas mãos como pagamento.” Isso é algo difícil de engolir.
Então, houve silêncio; os servos enfiam uma flecha no coração de Naamã. Ele tem que decidir se seguirá a palavra do profeta ou não. De repente, ele olha para os servos e diz: “Certo, vou fazer isso então.” Veja o verso 14a:
Então, desceu e mergulhou no Jordão sete vezes, consoante a palavra do homem de Deus...
Pare aqui e imagine esta cena. Aqui está um homem respeitado que se aproxima das margens do rio Jordão com sua caravana. Ele deixa para trás seu uniforme cheio de medalhas e condecorações, todos os símbolos de sua posição honrosa. Ele vai se distanciando de seus cavalos, carruagens e servos que falam de seu poder. Ali na carruagem, ele deixa os 7,5 milhões de reais também. E vai, praticamente nu, para as águas do rio Jordão—sem graça, talvez um pouco envergonhado, incerto se isso dará certo mesmo ou se não passa de tolice.
Em seguida, Naamã mergulha completamente nas águas barrentas, emerge, limpa a água do rosto e olha para suas mãos feridas para ver se tinham melhorado... mas nada acontece. Então, repete o mesmo processo: segunda, terceira, quarta, quinta e sexta vez... mas nada acontece. Não sabemos o que passa em sua mente nesse momento, mas podemos imaginar que ele toma um fôlego profundo, sabendo que seria dessa vez.
Naamã obedece, mesmo depois daquilo que pensa terem sido seis tentativas fracassadas. Quando emerge da sétima vez, seus servos, caravana, soldados—todos olham cuidadosamente. Naamã limpa o rosto e olha para suas mãos trêmulas. Lemos no verso 14b:
...e a sua carne se tornou como a carne de uma criança, e ficou limpo.
Você imagina a celebração que ocorreu logo em seguida ali nas margens do Jordão? Uma dança síria começa. Tem abraço, beijos, choro e grito: “Naamã, o herói, não é mais Naamã, o leproso!” Em meio a toda essa alegria, Naamã exclama: “Estou limpo!”
Aplicação: Lições Aprendidas
com Um Leproso
Esse leproso me ensinou algumas lições que quero compartilhar com você como aplicação. É possível que haja pessoas ouvindo esta mensagem e lutando com a prescrição de Deus para a cura espiritual; elas pensam: “Senhor, você está dizendo que devo colocar tudo de lado—tudo o que fiz e tenho feito, tudo o que dei, meus princípios morais e minha posição na vida?”
Meu amigo, preciso dizer o seguinte: você está espiritualmente leproso, assim como eu estive um dia. E Naamã, o ex-leproso, nos ensina três lições agora.
- Primeiro: é muito mais fácil trabalhar pela nossa cura espiritual do que simplesmente recebe-la.
Se fosse algo difícil, haveria uma fila de pessoas para consegui-la. Precisamos entender três coisas sobre o perdão. Primeiro, não podemos merecê-lo; segundo, ele não está à venda; e terceiro, se aceitamos a Cristo Jesus como Salvador, já temos o perdão.
- A segunda lição que esse leproso nos ensina é: é difícil aceitar um plano de salvação sobre o qual não somos perguntados e que não entendemos completamente.
“Quer dizer que Deus tem um plano para a minha salvação e nunca pediu meu conselho?” Essa é a reação de Tomé quando entende sua ignorância juntamente com os demais discípulos enquanto Jesus fala sobre ir ao Pai. Tomé exclama: “Senhor, não sabemos o caminho para lá. Como chegaremos ao Pai?” E Jesus responde em João 14.6: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, a não ser por mim.
É por isso que Jesus Cristo é chamado com maior frequência de Salvador, não de auxiliador; ele não nos ajuda, ele nos salva. Por isso, não podemos dizer: “Senhor, preciso de sua ajuda para ir para o céu.” Não. Ele só aceita leprosos. Devemos dizer: “Senhor, não chegarei ao céu com base no que tenho feito ou com base no que posso me tornar. Quero que o Senhor seja o meu Salvador. Assim como um homem morrendo afogado, preciso que o Senhor me salve!”
- A terceira lição que Naamã nos ensina é: é impossível experimentar o perdão de Deus sem seguir o plano de Deus, o método de Deus e a cura de Deus.
Quando comecei a estudar esta passagem, cheguei com algumas perguntas, já que conhecia a narrativa há bastante tempo. Uma das perguntas foi: “Por que Eliseu mandou Naamã mergulhar sete vezes? Será que foi um número que o profeta escolheu arbitrariamente?”
Consultei alguns dicionários e enciclopédias bíblicos para analisar mais a fundo o assunto da lepra e achei algo interessante. No sistema do Antigo Testamento, o leproso tinha que ir ao sacerdote. Se o leproso dissesse que já estava curado, o sacerdote sacrificava um pássaro e derramava o sangue numa vasilha. Em seguida, ele ia a uma corrente de água e misturava água limpa com o sangue. Por fim, o sacerdote ungia o leproso com essa mistura... sete vezes. Sete mergulhos para o perdão; sete vezes para purificação.
Meu amigo, você é convidado hoje, não para um rio cheio de água barrenta, mas para uma fonte de sangue que jorra das veias do Emanuel. E pecadores que mergulham nessa fonte são purificados de suas impurezas.
O sangue de Cristo derramado representa que ele entregou sua vida no seu lugar, suportou a ira de Deus para pagar a penalidade pelos seus pecados do passado, do presente e do futuro.
No caso dos que já foram lavados, seus pecados, uma vez vermelhos como carmesim, estão brancos como a neve. Para você, João escreve no último livro da história de Deus, lá em Apocalipse 1.5–6: “Eu escrevo para vocês,”
da parte de Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados, e nos constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai, a ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém!
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 28/01/1996
© Copyright 1996 Stephen Davey
Todos os direitos reservados
Transcript
Add a Comment