A Escolha do Povo

A Escolha do Povo

by Stephen Davey

A Escolha do Povo

João 18.38–40

Introdução

No livro A Lenda das Duas Cidades, de Charles Dickens, um jovem francês chamado Charles Darnay foi condenado à morte numa guilhotina. Uma hora antes de sua execução, recebeu a visita de uma amigo chegado – um inglês chamado Sidney que poderia ser considerado seu irmão gêmeo. Sidney já havia decidido que iria tomar o lugar de seu amigo na guilhotina – um ato de amor, esperando que salvaria a vida de seu amigo e ele pudesse retornar para a sua esposa e filhos.

Com esse fim, Sidney conseguiu entrar no calabouço. Depois que o guarda saiu, Sidney dominou Charles com um anestésico, deixando-o sem forças e sonolento. Daí, ele trocou de roupas e vestiu a roupa de Charles e chamou o guarda. Fingindo ser o condenado à morte, ele pediu que o seu “visitante” inconsciente, supostamente vencido pela tristeza, fosse removido dali e levado para sua casa. O plano funcionou e Charles Darnay foi salvo da morte. Em seu caminho à guilhotina, o jovem inglês Sidney Carton pronunciou suas últimas palavras: “Esta é a coisa muito, muito melhor que todas as outras que fiz em minha vida...”

Existe uma perspectiva em relação aos momentos finais da vida de Cristo que geralmente negligenciamos. É a perspectiva vista do ponto de visa de um criminoso – um criminoso que havia sido condenado à morte de cruz, mas que teve outro homem foi pendurado em seu lugar.

O criminoso condenado foi liberto – e seu nome era Barrabás! Barrabás, mais do que qualquer outra pessoa naquela cena do Calvário, era o que poderia dizer: “Tenho um substituto morrendo em meu lugar.”

A história de Barrabás tem coisas tremendas a dizer àqueles que já receberam a Cristo como substituto pessoal. E Barrabás tem algo a dizer àqueles que ainda estão acorrentados no calabouço da descrença – àqueles que desejam ser libertos!

Por essas duas razões, vamos dar uma olhada em apenas dois versos escritos por João, começando no capítulo 18, verso 38.

Perguntou-lhe Pilatos: Que é a verdade? Tendo dito isto, voltou aos judeus e lhes disse: Eu não acho nele crime algum.

Uma Qualidade de Pilatos... Um Covarde na Posição de Juiz

Agora, antes de avançarmos em nosso texto, quero lembrá-los de alguns eventos que levarão Pilatos a tentar, desesperadamente, libertar Jesus Cristo – é o drama por trás do drama.

Pilatos já estava com problemas, não somente com os judeus, mas com Tibério, o imperador romano. Quando ele se tornou governador da Palestina, a primeira coisa que ele fez foi deixar a capital Cesareia e visitar Jerusalém. Quando os líderes romanos vinham, sempre se hospedavam no velho palácio de Herodes, na parte ocidental da cidade. E, assim como todos os líderes da época, Pilatos veio trazendo consigo uma grande guarda particular de soldados romanos.

Um dos soldados carregava o estandarte de Roma – uma haste com a insígnia romana pendurada. Esse era um tipo de bandeira que Roma exibia. Preso ao estandarte, havia um busto de metal do imperador romano, o qual era considerado um deus. Era bastante comum ver soldados, após uma batalha, fazendo homenagens religiosas diante do busto preso ao estandarte – assim como o general Tito fez ao destruir Jerusalém no ano 70 depois de Cristo.

Agora, para os judeus, isso era considerado idolatria. Eles sempre exigiam que os soldados removessem esse busto antes de entrarem na cidade de Jerusalém. Todos os outros governadores que vieram antes de Pilatos, se submeteram a esse pedido – mas Pilatos não. Os judeus o pressionaram e, finalmente, Pilatos disse que se reunissem no anfiteatro. Quando chegaram ao anfiteatro, Pilatos, cercado pela sua guarda romana, disse que se eles não parassem com aquilo, seriam todos mortos, ali mesmo e naquele momento. Para a sua surpresa, os judeus se endureceram e chamaram os soldados para a luta. Nem mesmo Pilatos poderia massacrar homens inocentes. Pilatos acabou levando uma surra e forçado a remover a imagem. Foi assim que ele começou o seu governo.

O segundo incidente foi quando ele decidiu construir um aqueduto para levar água para dentro de Jerusalém, pois o sistema de água era ineficiente. Mas ele não tinha dinheiro para fazer a obra. Daí, ele enviou seus soldados para pegar tesouros do templo. O povo se rebelou e amontoou as ruas da cidade. Então, Pilatos enviou soldados disfarçados para se misturarem com o povo. Dado o sinal, eles atacariam os revoltosos – espancando e esfaqueando centenas de judeus até morte.

Posteriormente, Pilatos foi prestar relatório a Tibério. Após esse relatório, ele foi chamado para comparecer à alta corte de Roma e prestar contas desses incidentes.

Então, no meio de um governo já bastante complicado, cheio de péssimas decisões que enfureceram os líderes judeus, tendo já sido advertido pelos seus superiores que não causasse problemas adicionais com os judeus, Pilatos se vê, agora, diante desse caso envolvendo Jesus, o Nazareno. A multidão está cada vez mais eufórica e os líderes religiosos estão, sem dúvidas, ameaçando dedurar Pilatos novamente à Roma. O que fazer? Ele sabe que Jesus é inocente.

O Princípio da Páscoa... Um Lembrete Costumeiro!

Daí, ele se lembra de um negócio! Ele encontra, nas próprias páginas dos costumes de Israel, um jeito de libertar Jesus. Foi uma manobra geniosa da corte romana. No verso 39, Pilatos diz:

É costume entre vós que eu vos solte alguém por ocasião da Páscoa; quereis, pois, que vos solte o rei dos judeus?

Grande parte dos teólogos acredita que esse costume se originou na Páscoa. Os israelitas se recordavam da escravidão no Egito, conforme Êxodo 12 nos relata. A Páscoa era uma comemoração da libertação do calabouço egípcio. Como uma forma de celebrar essa libertação, toda a Páscoa eles libertavam da prisão um criminoso judeu.

Mishnah, o comentário na vida judaica, se refere a esse costume como uma forma de ilustrar o fato de que, “O cordeiro pascoal seria sacrificado por aquele que eles prometiam libertar da prisão.”

Era um costume bonito e, apesar de podermos deduzir que criminosos mais triviais eram os escolhidos para serem libertados, também acredito que qualquer criminoso, apesar de culpado, ansiava por ter novamente a sensação de liberdade.

Um tempo antes, os romanos haviam capturado um criminoso chamado Barrabás. “Com certeza”, Pilatos pensou, “o povo vai preferir libertar esse curandeiro e mestre que um delinquente homicida.”

Mas, como você já sabe, Pilatos estava errado quanto a isso. Todavia, no processo dessa tentativa, outro personagem, despropositadamente, aparece nesse drama. Esse criminoso jamais esquecerá o que ocorreu naquela festa da Páscoa.

Um Prisioneiro de Roma... Um Réu Sentenciado à Morte!

Abra sua Bíblia para a narrativa mais completa a respeito de Barrabás. Mateus 27. Comecemos no verso 16.

Naquela ocasião, tinham eles um preso muito conhecido, chamado Barrabás.

Um Legado em Seu Nome

Pare por um instante. Quero que você veja duas coisas a respeito do nome desse criminoso. Existe um legado embutido em seu nome.

Nunca nos é fornecido outro nome que não o de Barrabás. Entretanto, essa é apenas uma forma aramaica que nos informa a respeito de quem era o seu pai. A primeira parte dessa palavra aramaica é “Bar,” que simplesmente significa, “filho.” A última parte, “abbas,” “pai,” nos fala um pouco sobre o seu pai. Talvez você se recorde de ler sobre “Simão Barjonas.” Isso significa que Simão era filho de um homem chamado Jonas.

Então, quem era o pai de Barrabás? Tudo o que temos é a palavra “abbas” ou “abba” que já sabemos que significa “pai.” Filho de um pai?! Estranho.

Bem, William Barclay mergulha fundo na história e revela que os rabinos mais respeitados dos tempos de Jesus eram chamados “abbas.” Na verdade, esse costume ainda podia ser observado no segundo século depois de Cristo.

Assim, Barrabás era filho de rabino piedoso. Ele era filho de pastor.

Agora, sabemos algo sobre seu pai, mas ainda não sabemos o primeiro nome de Barrabás!

Descobrimos seu nome nas versões mais antigas do Novo Testamento – as versões antigas Siríaca e Armênia. Talvez, esse seja um nome que, posteriormente, deixou as páginas do texto Alexandrino, quem sabe para desassociar esse nome precioso de um criminoso famoso. Por que? Porque seu nome grego era “Iesous.”

É interessante que, na narrativa de Mateus, no capítulo 27, versos 17 a 22, Pilatos se refere a Jesus durante a discussão sobre Barrabás como, “...Jesus, chamado Cristo.” Por que essa distinção? Jesus era um nome comum – como João, Francisco, José. Muitos meninos judeus tinham por nome Jesus. Essa era a forma para o nome “Josué” ou “Yeshua” visto no Antigo Testamento. Era a esperança dos pais que seu filho cresceria e se tornaria um libertador – um grande homem de Deus.

Então, esse rabino e sua esposa tiveram um filho. Ficaram muito felizes com o filhinho deles e o chamaram de, “Yeshua” ou “Jesus.”

Então, Pilatos se põe de pé, e fala à multidão, e dá ao povo uma escolha. Veja o verso 17.

Estando, pois, o povo reunido, perguntou-lhes Pilatos: A quem quereis que eu vos solte, a Barrabás ou a Jesus, chamado Cristo?  

Pule até os versos 21 e 22.

De novo, perguntou-lhes o governador: Qual dos dois quereis que eu vos solte? Responderam eles: Barrabás! Replicou-lhes Pilatos: Que farei, então, de Jesus, chamado Cristo? Seja crucificado! Responderam todos.

Imagine: “De qual Jesus vocês querem se livrar? O Jesus chamado Cristo, ou o Jesus filho do pastor?”

Dá para imaginar a ironia nessa pergunta que era, na verdade: “A quem vocês querem soltar, a Jesus filho do rabino, ou a Jesus Filho de Deus?”

E a escolha do povo foi unânime – eles queriam o filho do rabino libertado.

Um Longo Histórico Criminal

Então, quem que eles queriam que fosse libertado? Se combinarmos os evangelhos, descobriremos que Barrabás tinha, obviamente, um histórico criminal bem longo.

João 18, verso 40, se refere a ele como o “salteador.” A forma grega é “lestes,” que se refere a um homem perigoso. Com certeza, Barrabás teria as seguintes palavras a seu respeito no cartaz dos correios: “Armado e perigoso.”

Marcos 15, verso 7, o chama de “assassino.”

Lucas 23, verso 19, o acusa de “sedição.” E isso é importante porque nos informa quem Barrabás era culpado de ter assassinado! Lucas fala que Barrabás fazia parte de um grupo emergente de revoltosos que lideravam uma guerrilha. Eles estavam tentando enfraquecer e, finalmente, derrubar o poder romano na Palestina. Ele era bastante leal ao judaísmo, talvez pensando que a atitude passiva de seu pai piedoso contra Roma deveria ser substituída por combates físicos e punhais escondidos.

Mateus 27, verso 16, o chama de, “um preso muito conhecido.” Além de significar alguém “famoso”, “notório”, também significava alguém “marcado.” Em outras palavras, ele era um homem “marcado” – com certeza, havia uma caçada por esse líder rebelde contra Roma.

Concordo com um comentarista que sugere que Barrabás era visto como um herói dentre o povo judeu. Ele era o Robin Hood – um patriota que havia sucedido num assassinato de um soldado romano e liderado uma revolta armada contra Roma.

Ele era o tipo de Messias que o povo estava querendo. Ele era o tipo de Jesus que eles estavam esperando! Eles queriam um líder zelote para derrubar Roma e Barrabás era essa esperança. Ele atingiu as expectativas daquilo que o Messias faria. Barrabás foi a escolha do povo! “Dá-nos Jesus, filho do rabino. Crucifiquem Jesus, Filho de Deus!!”

Meu amigo, você é um descrente hoje porque Jesus não se encaixa na sua definição de Deus? A Sua história decepciona você? Ele não atingiu as suas expectativas?

Uma Liberdade no Último Minuto

A Bíblia nos diz em Mateus 27, verso 16 que:

...tinham eles um preso muito conhecido...

Isso nos diz que Barrabás estava detido na única prisão de Jerusalém, o chamado Forte Antonia. Esse forte servia não somente como prisão, mas como quartel para os soldados romanos que acompanhavam Pilatos a Jerusalém. Essa fortaleza ficava a cerca de um quilômetro do Palácio de Herodes, onde Pilatos estava realizando o julgamento.

É bem possível que Barrabás estivesse sabendo da sedição do povo. Sem dúvidas, ele podia ouvir o povo gritando: “Crucifica-o! Crucifica-o!”, e, até onde ele sabia, o povo estava pedindo pela sua crucificação. Ele estava longe para ouvir as palavras de Pilatos, mas perto o suficiente para ouvir o grito do povo.

Veja Mateus 27, versos 20 e 21. Pense em Barrabás ouvindo apenas o grito do povo.

Mas os principais sacerdotes e os anciãos persuadiram o povo a que pedisse Barrabás e fizesse morrer Jesus. De novo, perguntou-lhes o governador: Qual dos dois quereis que eu vos solte? Responderam eles: Barrabás!

Barrabás ouve o seu nome. Ele estica sua orelha. Agora continue até os versos 22 e 23.

Replicou-lhes Pilatos: Que farei, então, de Jesus, chamado Cristo? Seja crucificado! Responderam todos. Que mal fez ele? Perguntou Pilatos. Porém cada vez clamavam mais: Seja crucificado!

Mateus usa a palavra “krazo,” que significa “gritar.” O modo imperfeito pinta essa ação contínua; isto é, a multidão ficou gritando: “Crucifica-o! Crucifica-o! Crucifica-o!”

Dá para imaginar o medo de Barrabás? Acho que ele ficou paralisado de tanto pânico.

Use a sua imaginação por um momento. Donald Grey Barnhouse aguçou a minha imaginação e quero que você use a sua agora também. Ouça o que ele escreveu:

Os soldados romanos acabaram com a revolta e levaram Barrabás. Sua culpa havia já sido estabelecida. Foi lançado para dentro da cela com dois outros condenados – lá esperariam o momento da morte.

Agora, um homem que está próximo de ser enforcado tem dificuldades em manter suas mãos longe da garganta, onde a corda em breve o estrangulará. Um capelão de uma penitenciária que executa homens na câmara de gás me contou que os condenados ficam praticando respirações longas, às vezes seguram sua respiração até o ponto em que seus olhos quase pulam para fora. Eles sabem que serão lançados numa câmara de gás e que ouvirão um assovio de gás escapando, a morte se aproximando, e o fôlego que estão forçando para dentro agora será o último de suas vidas. Então, eles seguram o máximo que podem, se contorcendo nas faixas que os aprisionam à cadeira, até que são forçados, pela lei da respiração, a exalar o último fôlego que contém oxigênio e inalar a morte que flutua ao seu redor.

Barrabás deve ter olhado para as suas mãos e imaginado qual seria a sensação de ter pregos rasgando a sua carne. Ele deve ter se recordado de cenas de crucificação, morte e a lenta agonia das vítimas que sofriam, muitas vezes, por um dia ou dois antes que a morte misericordiosa viesse os libertar. Se ele ouviu um barulho de martelo naquela noite, ele deve ter despertado de seu sono num salto. E sua mente deve ter antecipado o som dos martelos batendo, trazendo-lhe a morte.

E então, em sua prisão, dentro de sua cela, ele ouve gritos vagos da multidão que bramia como o debater das ondas do mar. Ele pensa que está ouvindo o seu nome. Ele percebe que são gritos de raiva e o medo varre o seu coração. Então, ele ouve o barulho de chaves no portão. O carcereiro vem e o solta de sua corrente enrolada ao seu redor. Ele deve ter pensado que sua hora havia chegado. Mas o carcereiro o leva até a porta, abre a porta e diz a ele que é agora um homem livre – um homem livre!

Aplicação – A Resposta de Barrabás... E Qual é a Sua?

Nessa história extraordinária de Barrabás, vemos que ele claramente ilustra a posição de toda a humanidade. Ele já estava condenado e esperando seu julgamento final. Lucas 4, verso 18, claramente revela que o propósito de Cristo ao vir a este mundo era para, “...proclamar liberdade aos cativos...”.

Barrabás foi o único homem na face da terra para o qual Cristo trouxe, literalmente, liberdade física, como também a potencialidade da liberdade espiritual.

Francamente, não sabemos qual foi a resposta de Barrabás ao carcereiro. Gostaria de saber. 

Imagine as possíveis diferentes respostas de Barrabás.

Não acredito que isso seja verdade... 

  • Ele poderia dizer: “Não acredito que isso seja verdade – pequei grandemente – não é possível! Você sabe com quem você está falando? Eu sou o Barrabás, o criminoso famoso, número um na lista dos procurados em Roma – um assassino, um mentiroso. Se você olhar a minha vida, como eu vivi – a começar no dia em que saí de casa... Estava cansado de meu pai pastor e de tanta religião. Você não sabe as lágrimas que minha mãe derramou sobre mim. Minha vida está toda bagunçada. Sou um homem violento e mereço uma morte violenta. Com certeza, você está enganado.”

Cristo já apareceu na porta de sua cela? Você disse a Ele que salvação a alguém como você não pode ser de graça, não é possível?

A coisa maravilhosa é que Cristo morreu por bandidos condenados à morte, fracassados, pecadores e marginais.

Não mereço morrer... 

  • Ou, suponha que Barrabás tenha dito: “Não mereço morrer – sou inocente! E não vou aceitar o perdão e deixar esta prisão até que Roma me declare inocente.”

Muitas pessoas se recusam a aceitar o veredito de Deus de que elas já estão condenadas. Recusam-se a deixar sua prisão feita pelo pecado porque se recusam a admitir que são culpadas.

Isso me lembra de um homem chamado Rodney Dangerfield – um teólogo eminente que nunca consegue publicar seus livros. Ele e seu médico estavam olhando seus raios-x. “Má notícia”, disse o médico, “sua situação está complicada e você vai precisar de uma cirurgia séria. Vai ser dolorosa e bastante cara.”

Rodney pensou por alguns instantes e respondeu: “É o seguinte, doutor, lhe dou cem reais agora se você conseguir dar uma melhorada nesse meu raio x.”

Você sabe o que muitas pessoas religiosas, boas e de boa moral estão fazendo nas igrejas? Estão dando uma melhorada nos seus raios-x. Deram uma oferta, cantaram uns hinos e pensam: “Pronto, isso com certeza vai melhorar minha situação!”

Mas a verdade permanece – uma cirurgia espiritual radical é necessária. O pecado precisa ser reconhecido, confessado e perdoado. Se você deseja sair da prisão, você precisa admitir sua pecaminosidade e culpa!

Não quero ser perdoado ainda... 

  • Ou, talvez, Barrabás tenha dito: “Não quero ser perdoado ainda – agradeço a gentileza, mas prefiro ficar na prisão e passar pelo processo de restauração primeiro. Deixe-me ajeitar minha vida antes de aceitar o perdão. Ainda não estou pronto para a liberdade. Deixe-me primeiro provar que eu mereço a liberdade!

Certas pessoas que evangelizo dizem para mim no final: “Olha, eu creio em tudo o que você está dizendo, mas eu irei provavelmente desapontar Deus novamente.”

E é verdade – você vai pecar de novo – mas Jesus morreu pelos seus pecados. Quando você se torna um crente, você não recebe perfeição, mas recebe uma Pessoa que o ajudará. Ele é chamado de Espírito Santo. Você recebe uma paixão pela pureza – isso é chamado nova natureza.

Barrabás, assim como eu e você, não recebe a troca da morte pela vida por meio de uma restauração ou retribuição pessoal. Temos que nos tornar parte de uma troca de prisioneiros. O que Barrabás teve que fazer para ser libertado? Somente sair da prisão! Apenas aceitar a sua liberdade! Só isso! Por que? Porque sua liberdade foi paga pelo Cordeiro que, literalmente, foi sacrificado em seu lugar. Sei que tudo parece muito fácil! Sei que não se parece muito com sua concepção de religião, mas é verdade.

O colega de trabalho de Louis Pasteur era o Dr. Felix Ruh, um médico judeu em Paris. Dr. Ruh concentrava muito de seu tempo na “teoria do germe” – a crença de que as pessoas poderiam ser infectadas por germes invisíveis que carregavam traços de uma doença. A “teoria do germe” havia sido rejeitada pela Associação Médica. Mas a neta do Dr. Ruh havia morrido da peste da difteria e o Dr. Ruh, jurando que descobriria o que havia matado sua neta, se trancou em seu laboratório por vários dias. Ele emergiu com uma determinação implacável para provar, juntamente com seu colega Louis Pasteur, que a “teoria do germe” era muito mais que uma teoria.

A Associação Médica havia de tal maneira reprovado a teoria do Dr. Ruh que conseguiram até que ele fosse exilado temporariamente. Mas ele não foi para muito longe de Paris. Ele foi para o meio da floresta, onde montou um laboratório clandestino e deu continuidade às suas pesquisas.

Vinte cavalos bonitos foram levados à floresta até o laboratório improvisado. Cientistas, médicos e enfermeiros vieram assistir aos experimentos. Dr. Ruh abriu uma cápsula de metal e retirou de dentro dela um balde cheio de germes da difteria que havia cultivado há meses. Havia no balde germe suficiente para matar todo mundo na França. Dr. Ruh foi até cada um daqueles belos cavalos e esfregou aqueles germes em seus focinhos, língua, garganta e olhos. Os cientistas esperaram vários dias para verem o resultado. Cada um dos cavalos desenvolveu uma febre terrível e todos, exceto um, morreram em pouco tempo. A maioria dos médicos e cientistas se cansou do experimento e não ficou para o que eles pensavam ser a morte do último cavalo.

Aquele cavalo sobreviveu por vários dias, deitado sem forças no chão. Quando o Dr. Ruh, Pasteur e outros estavam dormindo, a ordem era para que, em caso de mudança na temperatura do animal, todos os cientistas que estivessem dormindo deveriam ser acordados. Por volta das duas da manhã, a temperatura caiu meio grau; então, os cientistas foram acordados. Pela manhã, a temperatura havia caído mais dois graus. Na noite daquele dia, a febre havia sumido completamente e o cavalo pôde se levantar, comer e beber.

Então, o Dr. Ruh pegou uma marreta e matou o cavalo com um golpe na cabeça. Os cientistas e médicos retiraram todo o sangue do cavalo que havia sido contaminado com a doença, mas que havia, no final, vencido a doença. Então, eles se apressaram para o Hospital Municipal de Paris, empurraram guardas e superintendentes e forçaram entrada até a sala onde centenas de bebês doentes haviam sido retirados e esperavam a morte pela difteria. Eles introduziram o sangue do cavalo em cada um dos bebês. Aquele belo cavalo, que havia sido infectado com a doença e vencido, morreu para que duzentos e noventa e sete bebês pudessem viver.

Que ajuda fantástica – de uma teoria que havia sido reprovada, cura por meio de uma fonte incomum – mas bebês sobreviveram em vez de morrerem!

Meus amigos, não importa o que as religiões do mundo declaram e os clérigos negam – a humanidade está infectada com uma doença mortal chamada pecado.

  • João 3, verso 18, nos diz que já estamos condenados;
  • Romanos 1 nos diz que não temos desculpa;
  • Romanos 6, verso 23, diz que a penalidade do pecado é a morte eterna – separação do Deus santo;
  • Apocalipse nos informa que o lugar de punição final é o lago de fogo, o inferno.

Mas, algo aconteceu – um Cordeiro que foi infectado pelo pecado, mas que venceu o pecado. Agora, para aqueles que recebem o Seu sangue para purificar seus corações; para aqueles que crêem na morte e ressurreição de Jesus Cristo – esse carpinteiro reprovado por muitos, mestre incomum – para aqueles que deram a Ele seus pecados e sua alma, eles estão livres – espiritualmente curados para todo o sempre!

Donald Grey Barnhouse disse certa vez que o Cristianismo pode ser expressado em três frases simples:

  • Merecemos o inferno;
  • Jesus tomou sobre Si nosso inferno;
  • Nada mais nos resta além do céu.

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 15/01/1995 

© Copyright 1995 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

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