
Perguntas Complicadas, Respostas Confortadoras
Perguntas Complicadas, Respostas Confortadoras
João 14.3–15; 16.23–28
Introdução
Eu li, uma vez, que, no tempo médio de vida, a pessoa passa cinco anos esperando em filas, três anos em reuniões, dezenove anos dormindo, seis anos comendo, sete anos no banheiro, dois anos ligando para familiares e cinco meses orando. Se você nunca faltou a um culto de domingo, terá passado cinco meses e meio na igreja. Cinco anos esperando em filas, cinco meses esperando em Deus. Mesmo que não seja nossa culpa que precisamos esperar na fila por todos esses anos, ainda assim pergunto: por que a surpresa se nossos corações estão perturbados e frustrados?
Em nossos estudos em João capítulos 13 e 14, vimos que os discípulos também tinham corações perturbados e frustrados. Jesus tinha acabado de dizer que havia um traidor no meio deles; que o discípulo corajoso como um leão, Simão Pedro, estava prestes a virar um franguinho covarde e a fugir; e que ele, o Mestre e melhor amigo, iria deixá-los sozinhos.
A partir desse ponto, a narrativa de João toma velocidade; muitas perguntas desesperadoras são feitas e muitas respostas maravilhosas são fornecidas. Até o momento, temos estudado neste Evangelho a pergunta de Pedro: Senhor, para onde vais? Jesus respondeu: “Para a casa do Pai e vou adicionar um cômodo para vocês.” E também estudamos a pergunta de Tomé: “Senhor, como faremos para chegar lá?” Ao que Jesus responde: “Vocês não precisam de um mapa; somente me sigam. Eu sou o mapa.” Agora, chega a vez de Filipe levantar a mão e fazer uma pergunta; assim como os outros dois, ele também receberá uma resposta profunda.
Vamos começar nosso estudo de hoje no capítulo 14 de João, verso 8. Filipe levanta a mão e faz, na verdade, uma pergunta em forma de pedido: Replicou-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. Poderíamos expandir sua pergunta da seguinte forma: “Senhor, você diz que irá a um lugar ao qual jamais fomos e que nunca vimos. Daí, você diz que não precisamos de um mapa, mas que devemos apenas segui-lo; mas você acabou de dizer que vai embora. É o seguinte, Senhor, será que seria possível mostrar algo mais concreto para fortalecer nossa fé? Simplesmente, mostre-nos uma visão do Pai e ficaremos satisfeitos. Não é verdade, galera?” Provavelmente, todos os demais discípulos concordaram, dizendo: “É verdade, Senhor, isso seria ótimo. O que o Senhor diz de nos mostrar o Pai?”
Num tom de voz que creio ter sido bem gentil, mas firme, preciso e bondoso, Jesus responde ao pedido de Filipe e dos demais. Vejas os versos 9 e 10:
Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim?
A propósito, essa é a passagem mais forte acerca da divindade de Jesus Cristo. Jesus diz: “Vocês querem ver o Pai? Estão olhando para ele neste momento. Querem ver a Deus? Olhem para a minha face.” Veja, agora, o restante do verso 10 e o verso 11:
As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras. Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim; crede ao menos por causa das mesmas obras.
Jesus diz: “Quando vocês ouvem a minha voz, ouvem as palavras de Deus. Quando veem as minhas obras, veem as obras de Deus.”
Mais Perguntas e Respostas
Agora, desejo fazer doze perguntas e respondê-las.
- A primeira pergunta é: quais coisas tangíveis Cristo relembrou a Filipe e que serviriam para tranquilizar seu coração?
Você poderia circular em sua Bíblia as duas coisas que Jesus declarou como tangíveis que tranquilizam nosso coração. A primeira está no verso 10: as palavras que eu vos digo. E a segunda está no verso 11: crede ao menos por causa das mesmas obras. Esses são ganchos bem concretos nos quais podemos pendurar nosso escudo da fé. Temos segurança em nosso futuro no céu e no caminho para o céu por meio das palavras e obras de Jesus.
João escreveu posteriormente em 1 João 5, verso 13: Estas coisas vos escrevi, a fim de saberdes que tendes a vida eterna. A fim de saberdes ou ter certeza, não esperança ou possibilidade, mas saber com certeza. Muitos crentes, todavia, ignoram a relação desse “conhecimento” com a primeira parte do versículo: Estas coisas vos escrevi... a fim de saberdes. Nossa segurança vem por meio da leitura das palavras e obras de Jesus Cristo. Em outras palavras, as mesmas coisas utilizadas por Cristo para tranquilizar o coração de Filipe são dirigidas para nós hoje também—suas palavras e obras.
- A segunda pergunta é: será que nós, os discípulos de Cristo, poderemos fazer obras maiores que o próprio Jesus fez?
Veja o verso 12:
Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai.
Será que devo esperar fazer as obras que Cristo fez? Será que posso fazer os cegos enxergarem e aleijados andarem? Posso andar sobre as águas ou alimentar uma multidão com cinco pães e dois peixes? Parece que o próprio Jesus disse isso.
Preste atenção agora. Apesar de crer que Deus ainda realiza milagres hoje de diversas formas, não creio que ele criou um de nós como operador de milagres. Isso é outra história. Não podemos responder completamente essa questão hoje. Contudo, vamos responder o dilema levantado quando Jesus disse: fará obras maiores que eu faço.
Isso é algo complicado. Será que é possível que a criatura seja mais forte do que o Criador? Será que podemos fazer coisas maiores que o próprio Jesus fez? A resposta é: “Sim. Ele mesmo disse isso nesse verso.”
Nesse caso, a pergunta é outra: O que ele quis dizer com a palavra maiores? Essa é a chave da questão. Eu creio que a palavra maiores não se refere a algo mais poderoso ou maravilhoso. Creio que se refere a duas coisas:
- Nossas obras são maiores em tipo.
Deixe-me ilustrar isso. A pele do leproso que Jesus curou se enrugaria com o tempo. Mas, se você, assim como Philip Yancey, conduzir um leproso a Cristo, esse leproso viverá no céu com um corpo totalmente renovado. Lázaro morreria novamente, mas, quando você conduz um descrente à fé em Cristo, apesar de não poder trazê-lo de volta à vida, ele vive para sempre no céu. O resultado dura eternamente.
- Nossas obras são maiores em tipo e, em seguida, também são maiores em alcance.
Se você estudar o ministério de Jesus, verá que o seu ministério foi incrivelmente pequeno. Ele viajou, aproximadamente, cento e sessenta quilômetros de norte a sul, e cerca de sessenta de leste a oeste. Ele nunca pregou fora da Palestina; Europa e China nunca ouviram a sua voz. Ao final de seu ministério, ele tinha alguns poucos discípulos que criam nele. Seu ministério foi tão limitado que o agnóstico famoso David Hume disse que seria algo imoral da parte de Deus esperar que o mundo inteiro cresse em algo limitado a uma área tão pequena do mundo, proclamado em um curtíssimo espaço de tempo e em apenas uma cultura.
Sabemos, contudo, que Cristo foi como uma pedra lançada numa pequena poça da história humana, cujo impacto atinge os mais distantes oceanos. Será que, hoje, nossas obras são maiores em alcance? Sim. Somente na China existem milhões de crentes. A Bíblia é o livro mais traduzido do mundo.
Nossa igreja possui missionários na Hungria. Nós estamos envolvidos em trabalhos missionários para alcançar diferentes partes do mundo, como Nagano Ken, Japão; reservas indígenas no Canadá; Eslováquia; El Salvador; e França.
“Você fará parte de uma operação que será muito maior em tipo e alcance do que a que eu tenho feito em três anos,” disse Jesus. E ele disse a verdade.
E não ignore a última parte do verso: porque vou para junto do Pai. Eu e você faremos obras maiores não por causa de nossa grande fé, mas por causa da intercessão fiel de Jesus em nosso favor.
E isso nos introduz a uma promessa maravilhosa em relação à oração. Veja João 14, versos 13 e 14:
E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.
Esses versos levantam outra pergunta.
- A terceira pergunta é: será que Jesus nos dará qualquer coisa que pedirmos, se orarmos com fé, crendo?
Veja o capítulo 16, versos 23 e 24:
Naquele dia, nada me perguntareis. Em verdade, em verdade vos digo: se pedirdes alguma coisa ao Pai, ele vo-la concederá em meu nome. Até agora nada tendes pedido em meu nome; pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa.
Primeiro, quero que você note a maneira como Jesus se alterna com o Pai numa outra expressão óbvia de sua unidade com o Pai e sua própria divindade. Veja novamente o capítulo 14, verso 14: Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei. Agora, de novo, capítulo 16, verso 23: se pedirdes alguma coisa ao Pai, ele vo-la concederá em meu nome.
Agora, de volta à questão: Será que Jesus nos dará qualquer coisa que pedirmos? Talvez você tenha detectado duas restrições ou qualificações:
- A primeira qualificação é que devemos orar em o nome de Jesus.
Falaremos mais sobre o significado disso em um instante, mas veja que Jesus diz algo muito mais profundo do que simplesmente nos encorajar a terminar nossas orações com as palavras: “Em nome de Jesus, amém.”
Essa é, de fato, a maneira bíblica de se orar. Essa forma de oração é uma maneira de nos responsabilizar pelos nossos pedidos, pois oramos a Deus sob a autoridade de Jesus Cristo e, quando pedimos algo, em última análise, pedimos algo com o qual Jesus pode associar o seu próprio nome. Orar em nome de Jesus é como assinar a sua oração com o nome de Jesus. Esse era um novo conceito para os discípulos, não uma nova fórmula. Jesus disse: “Ore de tal maneira que, quando terminar, poderá anexar meu nome à sua oração, como se eu mesmo tivesse dito aquilo, sabendo que você orou algo com o qual eu poderia concordar plenamente.”
- A segunda qualificação é que devemos buscar a glória de Deus.
Veja novamente o capítulo 14, verso 13:
E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho.
O propósito principal da oração não é nos livrar de problemas ou nos fazer passar pelas dores da vida. Deus está interessado nesses problemas e profundamente interessado em conversar com você sobre as diversas áreas da vida. Mas o seu propósito primário vai muito além das nossas necessidades. A importância primária da oração é a glória de Deus.
Com frequência, nossas orações tratam Deus como um gênio da lâmpada mágica: limpamos a lâmpada mágica e ele aparece, perguntando: “Sim, mestre, o que você deseja?”
Quando minha filha pequena estava aprendendo a colorir, ela fez o que todas as crianças fazem. Crianças têm dois problemas: escolher as cores apropriadas e permanecer dentro do contorno do desenho. Como filhos do Pai, oração é da mesma forma: aprendemos a escolher palavras apropriadas e como colorir nossos pedidos, e aprendemos a permanecer dentro das diretrizes. Oração em nome de Cristo e para a glória de Deus é a pintura correta.
- A quarta pergunta é: como sabemos se oramos em o nome de Jesus?
No verso 13, Jesus revela aos discípulos uma verdade completamente nova. Lembre-se de que em Mateus 6 Jesus havia ensinado os discípulos a orar a “Oração do Pai Nosso.” Agora, neste verso, Jesus revela que as orações dos discípulos serão respondidas se feitas em seu nome. Então a pergunta é: Como sabemos se estamos realmente orando em nome de Jesus? As próximas oito das doze perguntas responderão essa pergunta.
- A quinta pergunta é: estamos qualificados a orar?
Descrentes não estão qualificados a orar. Lemos em João 9, verso 31:
Sabemos que Deus não atende a pecadores; mas, pelo contrário, se alguém teme a Deus e pratica a sua vontade, a este atende.
Davi escreveu no Salmo 34, versos 15 e 17:
Os olhos do SENHOR repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos ao seu clamor. Clamam os justos, e o SENHOR os escuta…
Eu acredito que a primeira oração que Deus ouve é a oração para salvação. Antes disso, você simplesmente fala ao ar. Deus deseja ouvir a sua oração de arrependimento. Se você não tem na sua vida o nome de “cristão,” também não pode usar o nome de Cristo em sua oração.
Você pode perguntar: “Mas isso é justo?” Bom, a Bíblia diz que não somente os descrentes estão desqualificados a orar, como também nos informa que crentes desobedientes não estão qualificados. Davi escreveu no Salmo 66, verso 18: Se eu no coração contemplara a vaidade (contemplara significa “amar”, “defender”), o Senhor não me teria ouvido.
Charles Swindoll contou algo engraçado que aconteceu com ele enquanto fazia uma visita num hospital. Ele tinha ido de longe para visitar uma senhora e viu o marido dela em pé no corredor fumando. Quando o homem viu Charles Swindoll caminhando em sua direção, ele, evidentemente não querendo que o pastor o visse fumando, colocou o cigarro ainda aceso no bolso da frente de sua calça. Charles Swindoll decidiu ficar conversando um pouco com ele. O homem ficou vermelho e inquieto; logo começou a sair fumaça do bolso. Finalmente, Charles Swindoll riu e disse: “É o seguinte, por que você não vai em frente e termina?” “Termina o que?”, perguntou o homem. Daí, saiu apressado dentro da nuvem de fumaça.
Não seja um tolo em ir até o Deus Santo para conversar com ele e, ao mesmo tempo, tentar esconder fumaça de desobediência.
- A sexta pergunta é: oramos com motivos puros?
O teste para a oração é se perguntar se Jesus faria a sua oração. Orar em nome de Jesus é orar pedindo que Jesus assine em baixo. Então, será que ele oraria dessa forma?
Tiago repreendeu severamente os irmãos pelo seu erro nas orações e revelou o motivo por que suas orações não estavam sendo respondidas. Veja Tiago 4, verso 3: Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres. A palavra traduzida como prazeres é o grego que deu origem à nossa palavra “hedonismo,” ou seja, a busca pelo prazer.
- A sétima pergunta é: pedimos que o tempo de Deus se ajuste ao nosso?
Por que estamos com pressa? Será que é porque nossa oração respondida facilitará nossa vida? Grande parte de nossas orações se concentra no nosso próprio conforto nesta vida: “Senhor, proteja-me de qualquer coisa que possa transtornar minha vida... e venha logo!” Será que Jesus faria essa oração?
É interessante que Jesus orou no jardim e sua oração foi tão intensa que partículas de sangue se misturaram com suor e saíram pelos poros de seu corpo. Oração para Jesus era o meio que usava para se fortalecer, a fim de realizar sua missão; oração não era o meio pelo qual ele se esquivava de sua responsabilidade. Em outras palavras, oração nem sempre é um substituto para dor, mas, às vezes, nos prepara para a dor.
- A oitava pergunta é: será que estamos mais preocupados com os nossos pedidos do que com nosso relacionamento com Deus?
George MacDonald escreveu:
E se Deus enxerga a oração como nossa necessidade primária e mais importante? E se o objetivo principal de Deus ao idealizar a oração foi simplesmente suprir a nossa maior e mais insaciável necessidade—a necessidade que temos de Deus? A fome pode conduzir uma criança fugitiva de volta para casa e ela pode ou não ser alimentada, mas ela precisa de seus pais mais do que do almoço. Comunhão com Deus é a necessidade da alma muito além de qualquer outra necessidade.
- A nona pergunta é: exigimos que Deus responda da maneira como esperamos?
Em outras palavras, você acredita que já sabe o que é o melhor e que a oração é apenas o meio para conseguir o selo de aprovação de Deus?
Vernon Janzen conta a história de uma vez estar sentado num culto de domingo. Um menino pequeno se comportava mal durante o culto, apesar de os pais fazerem o melhor para manter a ordem. Finalmente, o pai pegou o menino e saiu do auditório. Ele estava em apuros. Quando estavam prestes a sair, o menino se virou para a congregação e disse bem alto: “Orem por mim! Orem por mim!”
Que criança espiritual! Nem um pouco. Na verdade, o menino esperava que suas orações fossem respondidas de uma só maneira. E nós?
- A décima pergunta é: será que estamos mais interessados no que Deus nos dará do que no que Deus fará em nós?
O grande pregador do século 19, Philips Brooks, disse:
Não orem por vida fácil; orem para serem pessoas mais fortes. Não orem pedindo tarefas equivalentes à sua capacidade; orem pedindo poder compatível às suas tarefas. Então, a realização do seu trabalho não será nenhum milagre; você se tornará um milagre.
Jesus nunca ensinou os seus discípulos a pregar; ele os ensinou a orar. Faça esta oração comigo:
Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu.
Espera aí. Ele diz: venha o teu reino; faça-se a tua vontade. Eu e você devemos orar pedindo não que nossa vontade seja feita no céu, mas que a vontade de Deus seja feita na terra. Oração é alinhar nossa vontade com a de Deus, e não e a de Deus com a nossa.
Geralmente, penso que estou num barco a remo. Não tenho leme, mas tenho uma âncora presa a uma corda. Com toda a minha força, lanço essa âncora na praia e começo a puxar. Finalmente, estou seguro. Agora, eu puxei a praia para perto de mim ou eu me puxei para perto da praia? Orar em nome de Jesus é como puxar a minha vontade para a vontade soberana de Deus.
- A décima primeira pergunta é: realmente esperamos que Deus nos ouça, Cristo interceda e que uma resposta seja dada?
Quando ora, você realmente espera que Deus o acompanhe? Você pede: “Senhor, dá-me olhos para ver a tua vontade sendo realizada”?
Creio que somos bem parecidos com o pai e o filho na biografia de Helen Hayes. A atriz contou a história sobre um feriado. Ela cozinhava pela primeira vez um peru de jantar para a família. Antes de servir, ela disse ao marido e ao seu filho: “Veja, este é o primeiro peru que cozinho. Se não estiver bom, não quero que ninguém diga nada. Vamos simplesmente nos levantar da mesa e sair para comer em um restaurante.” Daí, ela voltou para a cozinha. Quando retornou à sala de jantar trazendo o peru numa travessa, ela viu seu marido e seu filho sentados à mesa—com chapéu e casaco, prontos para sair. Eles não estavam esperando muito daquele jantar!
Esta é a maneira como muitas vezes nos chegamos a Deus: já arrumados com nosso casaco. É como se lhe disséssemos: “Bons crentes oram, mas não estou esperando muito desse tempo juntos aqui não.” Quando isso acontece, não oramos no nome de Jesus e para que a glória de Deus seja revelada.
Creio que a fé de uma criança é uma grande lição para nós discípulos mais velhos. As orações das crianças nos convencem; elas oram sabendo que Deus as ouve.
Recentemente, dedicamos dezessete mães e pais ao Senhor juntamente com suas crianças. Uma das famílias havia adotado um menino e eles disseram como ele foi uma resposta de oração da filha deles.
Isso me lembrou do menino que disse repetidamente aos seus pais que queria um irmãozinho. Ele não sabia, mas a mãe dele estava grávida há dois meses. Então, o pai dele decidiu reforçar a fé do menino dizendo que oração pode alcançar muitas coisas. Ele pegou seu filho e disse: “Ouça, meu filho, se você orar por uns sete meses (e ele explicou quanto tempo era isso), estou convencido de que Deus responderá sua oração.” Naquela noite, o menino foi para o seu quarto mais cedo e começou a orar por um irmãozinho. Sete meses depois, sua mãe voltou do hospital. O pai e a mãe chamaram o filho para a sala. Seu pai puxou o lençol e lá estava, não só um irmãozinho, mas dois irmãos—eram gêmeos! O papai colocou as mãos nos ombros do menino e perguntou: “E aí, você não está feliz que orou?” O menino hesitou por um instante e depois disse: “Sim! E vocês não estão felizes que eu parei de orar?”
Será que oramos sabendo que Deus nos ouve?
- A última pergunta é: será que estamos dispostos a ser a resposta de nossa própria oração?
Você pode orar:
- “Senhor, providencie para o necessitado...”—talvez Deus queira que você compre uma cesta básica;
- “Senhor, encoraje os crentes...”—talvez Deus queira que você escreva uma carta;
- “Senhor, ajude os missionários em locais distantes...”—talvez Deus deseja que você seja essa ajuda.
A maior alegria na oração não é receber uma resposta, mas se tornar a reposta.
Conclusão
Bom, Jesus estava tentando trazer alívio aos corações perturbados daqueles discípulos; por isso, ele lhes contou sobre o futuro lar no céu. Depois, ele lhes falou acerca do privilégio presente que temos na oração—como fazê-la e o que significa.
Com o passar do tempo, certamente sofreremos muitas coisas que trarão dor e perturbação—ficaremos doentes; amigos ficarão enfermos e morrerão; muitas decepções surgirão em nossos lares, empregos e outras áreas. Como eu e você reagiremos a essas circunstâncias? Será que murmuraremos e culparemos Deus ou continuaremos orando no nome de Jesus e para a sua glória? Se escolhermos o último, Jesus garante que a nossa alegria será completa.
Quero concluir tudo o que tenho dito com um pensamento final. Um raio de luz viaja cerca de 300 mil quilômetros por segundo. Uma luz que sai da Terra alcançará a lua em um segundo e meio, Mercúrio em quatro minutos e meio, Júpiter em trinta e cinco minutos, e Saturno em torno de uma hora. Mas, se você viajasse somente até a beirada de nossa galáxia, a Via Láctea, levaria em torno de cem mil anos. Se contasse as estrelas durante a viagem, teria contado mais de cem bilhões. O Deus que criou tudo isso com o poder de sua palavra o convida a uma conversa próxima com ele—para lhe abrir seu coração, problemas e sonhos. Quando você vai até Deus em nome de Jesus, desejando ser como Jesus e viver uma vida que agrada a Deus, nunca sairá de mãos vazias.
Hudson Taylor disse:
Eu costumava pedir a Deus que me ajudasse. Depois, perguntei se eu poderia ajudá-lo. Finalmente, pedi que ele fizesse a sua obra em mim e através de mim.
Essa é uma oração em nome de Jesus e ela produzirá alívio ao seu coração perturbado.
Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 04/09/1994
© Copyright 1994 Stephen Davey
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