Filhos das Trevas

Filhos das Trevas

by Stephen Davey

Filhos das Trevas

João 12.34–50

Introdução

Há muitas décadas, professores do ensino médio têm sido entrevistados numa espécie de levantamento feito pelo governo. Professores da década de 1940 foram perguntados sobre os dez piores problemas que haviam encontrado. Em seguida, o artigo comparou esses problemas com problemas enfrentados por professores da década de 1990. Na década de 1940, um dos dez maiores problemas era “falar fora de ordem.” Na década de 1990, era “agressão física.”  

Década de 1940

Década de 1990

Mascar chiclete na sala de aula

Abuso de álcool

Cortar ou furar fila

Assalto/roubo

Violar códigos de vestimenta

Gravidez

Correr nos corredores

Vício em drogas

De 1990 para cá, as coisas não melhoraram. Como você bem sabe, um dos problemas mais comuns enfrentados por professores, especialmente do setor público, é a agressão verbal e física, além de ameaças de morte.

Estamos passando por uma era de abuso das trevas. Estamos nos tornando a prova histórica de que Jesus sabia muito bem do que estava falando quando preveniu as pessoas dizendo que, se você rejeitar a luz de Cristo, terá apenas uma alternativa: as trevas.

A história está repleta de ilustrações. Roma, uma nação devastada pelas trevas, tinha só uma alternativa. Os romanos martirizaram o missionário da luz—o apóstolo Paulo. Então, Roma se autodestruiu por corrosão interna. A prostituição infantil floresceu, e a promiscuidade e a homossexualidade foram encorajadas. Um homem romano disse que uma mulher poderia enumerar os meses em seu calendário com o número de maridos que já tinha tido. Roma votou a favor das trevas.

Mas, antes de Roma, havia só uma esperança para Israel. Mas eles, também, clamaram pelas trevas e crucificaram a luz. E existe somente uma esperança para nós—uma nação que se esforça desesperadamente para apagar a luz. A mesma esperança que Roma e Israel tiveram: a mensagem da luz. Essa mensagem é encontrada no Evangelho de João, no final do capítulo 12. Esse é o último discurso público de Jesus, dias antes da quadrilha gritar: “Crucifica-o!”

No nosso estudo anterior de João 12, versos 22 a 33, ouvimos Jesus pregando seu último sermão não muito tempos antes da crucificação. Foi uma mensagem de sacrifício e desafiou cada crente a dizer: “Eis-me aqui, Senhor, pode me enterrar”.

Veja, agora, João 12, versos 34 e 35:

Replicou-lhe, pois, a multidão: Nós temos ouvido da lei que o Cristo permanece para sempre, e como dizes tu ser necessário que o Filho do Homem seja levantado? Quem é esse Filho do Homem? Respondeu-lhes Jesus: Ainda por um pouco a luz está convosco. Andai enquanto tendes a luz, para que as trevas não vos apanhem; e quem anda nas trevas não sabe para onde vai.  

João vem usando a metáfora da escuridão ou trevas no decorrer dos primeiros doze capítulos. Vamos revisar essas metáforas, pois elas revelam o veredito de Deus para a humanidade perdida.

Qual é o Veredito?

No decorrer do Evangelho, Deus pronuncia quatro vereditos sobre a humanidade perdida, utilizando a figura da escuridão ou das trevas.

  • Primeiro, rejeitar Cristo significa abraçar escuridão intelectual.

Abra em João 1, verso 9: a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem.

O verbo traduzido como ilumina é o grego fotizo, que significa “lançar luz sobre, trazer luz.” Nesse contexto, ele transmite a ideia de esclarecer para cada indivíduo o significado e propósito da vida. 

Pule até o verso 11: Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Jesus forneceu ao povo provas e fatos suficientes que testificavam que ele era Deus; mesmo assim, os judeus não creram. O intelectualismo convencional buscava um Messias diferente, o que fechou a mente do povo para a verdade. Nossos próprios livros de história mostram onde a sabedoria popular foi mais forte do que a verdade.

Por muitos séculos, as pessoas acreditavam na teoria de Aristóteles de que, quanto mais pesado um objeto, mais rápida a sua queda na terra. Ele foi considerado o maior pensador de sua época; e, é claro, ele não poderia estar errado. Em 1589, cerca de dois mil anos após a morte de Aristóteles, Galileu convocou professores até a base da Torre de Pisa. Daí, ele foi até o topo e lançou dois objetos, um pesando cinco quilos e outro meio quilo. Ambos atingiram a terra ao mesmo tempo. Mas o poder da crença na sabedoria popular era tão forte que aqueles professores negaram o fato que tinham presenciado.

Penso em Marco Polo que viajou para a China, voltou para a Itália e ninguém acreditou em suas histórias sobre o outro mundo. Levaram-no até sacerdotes e padres para fazê-lo confessar suas mentiras. Por quê? Porque a sabedoria popular dizia: “Somos a única coisa que existe.”

Rejeitar Cristo significa abraçar a escuridão intelectual apregoada e promovida pelo mundo mergulhado em trevas.

  • Mas rejeitar Cristo significa abraçar também a escuridão ética.

Veja João 3, versos 19 e 20:

O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem argüidas as suas obras.

A palavra arguidas significa “ser testada, convencida de erro ou fraude.” Essas são pessoas que rejeitaram a luz e escolheram caminhar na esscuridão moral.

Será que é coincidência o fato de que decadência moral e ética ocorre ao mesmo tempo em que a Bíblia é descreditada? Por que nos surpreende o fato de um médico não ser afastado do seu cargo mesmo depois de ter auxiliado um suicídio? E o que falar da união homossexual sendo legalizada em nosso país? O que pensar da aluna que foi proibida de ler sua Bíblia no ônibus escolar enquanto cerca de 135 mil crianças entram nas escolas com armas? Não deveríamos ficar surpresos com o fato de que, quando a Palavra de Deus é abandonada, os valores morais e físicos também são deixados de lado e a natureza humana caída reina livremente.

Outro dia, li sobre uma decisão que a Suprema Corte americana tomou. Os magistrados censuraram um álbum de rap por obcenidade. Infelizmente, esse mesmo álbum, que faz apologia a pornografia, escravidão e assalto, teve milhões de cópias vendidas. Outro exemplo é que em 1950, nos Estados Unidos, cento e setenta adolescentes foram presos por cometerem algum crime. Hoje, cerca de mil e seiscentos ocupam celas em presídios com adultos. Estamos surpresos que todo o dia seiscentos e vinte e três adolescentes contraem sífilis? Nas próximas vinte e quatro horas, cerca de 35 mil pessoas contrairão alguma doença sexualmente transmissível.

Enquanto doenças mudam em forma e os nomes e penas por crimes também mudam, não se esqueça de que a mensagem não muda. Jesus disse: “Se você rejeitar a luz, resta somente a escuridão intelectual e ética. E você pagará um alto preço.”

  • Rejeitar Cristo significa abraçar escuridão intelectual e ética. Em terceiro lugar, rejeitar Cristo significa abraçar ainda a escuridão judicial, que se refere ao ato de um juiz lavrar uma sentença.

Esse é o outro lado da moeda. Apesar de Deus escolher os seus pela sua graça, a Bíblia nunca invalida a responsabilidade humana. Por isso, Jesus, sabendo que Israel o rejeitaria, ainda convida a nação e os manda decidir. Veja essa ilustração do povo de Israel em João 12, versos 37 a 40:

E, embora tivesse feito tantos sinais na sua presença, não creram nele, para se cumprir a palavra do profeta Isaías, que diz: Senhor, quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor? Por isso, não podiam crer, porque Isaías disse ainda: Cegou-lhes os olhos e endureceu-lhes o coração, para que não vejam com os olhos, nem entendam com o coração, e se convertam, e sejam por mim curados.

Do lado da responsabilidade humana, existe o princípio terrível de que você pode rejeitar a luz de uma vez por todas. É possível rejeitar o Salvador de forma que ele não retorna novamente.

Ao lidar com a vontade que o ser humano tem e sua decisão de escolher, o pregador Warren Wiersbe esboçou essa passagem da seguinte forma:

  • Primeiro, eles não creram, conforme o verso 37 diz.

O verbo original traduzido no verso 37 como não creram está no imperfeito. Isso pode estar enfatizando o caráter contínuo e repetido da descrença obstinada do incrédulo. Então, primeiro, eles não creram.

  • Segundo, eles não podiam crer.

Veja os versos 39 e 40:

Por isso, não podiam crer, porque Isaías disse ainda: Cegou-lhes os olhos e endureceu-lhes o coração, para que não vejam com os olhos, nem entendam com o coração, e se convertam, e sejam por mim curados.

Esta é uma sentença judicial: Deus endureceu os seus corações. Endureceu é uma palavra grega interessante que se refere a um calo no corpo. Da mesma forma que não temos sensibilidade num calo, também o povo não tinha sensibilidade em seu coração, pois havia se tornado insensível e endurecido.

Um autor puritano escreveu: “O homem que deliberadamente fecha seus olhos para a luz da verdade perderá, gradualmente, a capacidade de enxergar.” Um outro escreveu combinando a resistência obstinada com a sentença judicial final, dizendo: “Esta é a lei do endurecimento moral: o dia da graça pode terminar antes do dia da vida.”

Você pode dizer: “Espera aí! Como eu posso saber se já é tarde demais para eu me tornar um crente?” É simples. Você deseja receber Jesus Cristo agora em seu coração como seu Salvador? Prostrará o seu intelecto e sua ética diante da cruz manchada de sangue? Qual é sua resposta—“sim!” ou: “Ah, agora não. Isso causaria muitos transtornos na minha vida. Não posso.”? Com isso, você acabou de responder sua pergunta inicial. 

É algo assustador pensar que posso sair do ponto de “Não quero crer” para “Não posso crer porque amo as trevas e a luz não me atrai em nada.”

Lembre-se: estou falando da perspectiva vantajosa da responsabilidade humana. Estou repetindo as palavras de Hebreus, capítulo 3, verso 15: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração. 

Existe uma fábula antiga sobre uma reunião especial feita por Satanás. Foi uma sessão de estratégia para subverter aqueles que estavam perto de receber a salvação. Satanás convocou seus serviçais e disse: “O que faremos para não permitir que eles atravessem para o lado da luz?”.

Um demônio corajoso se levantou e disse: “Já sei! Podemos dizer para eles que não existe vida após a morte; vamos dizer que não existe o além.” Satanás sorriu e depois respondeu: “Ah, isso não vai funcionar. Até os ateus falam sobre vida após a morte; até os incrédulos oram na sala de cirurgia.” Outro demônio saiu com uma ideia. “Acho que sei a solução. Vamos dizer que não existe Deus, mas apenas a força cósmica da sorte e que nunca haverá conhecimento pessoal de Deus.” Satanás respondeu à multidão de demônios desanimados: “Isso também não vai dar certo. A humanidade possui uma crença inata em divindade e eles procurarão até encontrá-lo ou irão substituí-lo por outra coisa.” Outras ideias surgiram, mas nenhuma satisfez Satanás. Finalmente, quando estavam prestes a desistir, um demônio pulou e disse: “Já sei! Acho que essa vai funcionar.” Os demônios todos foram até ele para ouvir seu plano. “Vamos dizer aos humanos que Deus é real e que a Bíblia é um livro digno.” Um dos demônios no auditório deu uma suspirada. Mas o outro continuou com seu plano: “E também lhes dizemos que Jesus é o Filho de Deus e pode libertar do pecado.” Os outros demônios ficaram endiabrados, pensando que esse associado havia enlouquecido, até que ele, com um sorriso, completou seu pensamento: “Daí, dizemos que existe um melhor momento para receber a Cristo, ajudamos a inventar desculpas e dizemos que não existe urgência.” Os demônios começaram a pular e a dançar, achando que o plano perfeito havia sido descoberto. Por quê? Porque, quanto mais vezes você diz “não” a Cristo, menor a possibilidade de um dia você dizer “sim.”

Uma das revelações mais fascinantes a respeito da humanidade aparece nos versos 42 e 43:

Contudo, muitos dentre as próprias autoridades creram nele, mas, por causa dos fariseus, não o confessavam, para não serem expulsos da sinagoga; porque amaram mais a glória dos homens do que a glória de Deus.

 É interessante que nesta cena em Jerusalém existem pessoas que não creram em Cristo e deixaram sua descrença bem clara. Mas também houve pessoas que creram nele, mas não disseram nada. Trata-se de descrentes tagarelas e crentes mudos. Se houve uma ocasião na qual Cristo poderia ter se beneficiado de um apoio dos discípulos, foi ali e naquela hora.

Mas, antes de criticarmos esses indivíduos, pergunte-se a si mesmo: “A quem estou agradando em minha vida? O que está me emudecendo e silenciando?”

  • Rejeitar Cristo significa abraçar escuridão intelectual, escuridão ética e moral, escuridão judicial e, por fim, rejeitar Cristo significa abraçar escuridão eterna.

Veja o que Jesus diz no verso 46:

Eu vim como luz para o mundo, a fim de que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas.

Existe uma escuridão presente e uma escuridão futura e eterna, ou separação eterna da luz de Deus. Jesus os convida para a luz, agora e para sempre.

Por cento e vinte anos, Noé fielmente pregou e martelou; pregou e construiu, convidando todos os seus contemporâneos a entrar na arca com ele a fim de serem salvos do julgamento vindouro. Finalmente, a arca foi terminada e o dia de convite quase encerrado. Os animais foram, mostrando claramente um sinal de que Deus estava por trás daquele empreendimento. Contudo, mesmo assim, niniguém, a não ser Noé e sua família, creu; nenhuma reserva adicional foi feita. Quando estavam seguros dentro da arca, Gênesis 6.16 diz que o Senhor fechou a porta. Em seguida, veio a chuva. É impossível não pensar como aquela porta, que antes esteve aberta e agora está fechada, transformou-se num local de emergência. É impossível não pensarmos nas pessoas batendo na porta e arranhando-a, tomadas de pânico.

Veja, todavia, que a mensagem, neste momento, não é de julgamento, mas de salvação. Continue até o verso 47 de João 12:

Se alguém ouvir as minhas palavras e não as guardar, eu não o julgo; porque eu não vim para julgar o mundo, e sim para salvá-lo. 

Jesus declara no verso 48:

Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia.

O mundo deve necessitar de salvação, pois Jesus veio para salvá-lo. Portanto, se você rejeitar sua primeira mensagem de salvação, a segunda mensagem que ouvirá da boca de Jesus será a mensagem de julgamento. Pense no julgamento do Grande Trono Branco: “Senhor, agora eu creio!” Cristo, porém, dirá: “Agora é tarde demais. O convite está encerrado. Aparte-se de mim para a escuridão e julgamento eternos.” Deus, que antes oferecia misericórdia, agora nega misericórdia.

Uma carta escrita para o editor de um jornal de Melbourne, Austrália, ilustra os quatro tipos de escuridão—intelectual, ética, judicial e eterna—em um parágrafo de total descrença. Um homem escreveu:

Estou profundamente cansado desse tipo de religião que insiste que a minha alma, e a de todas as demais pessoas, precisa de salvação. Nunca me senti perdido e também não sinto que diariamente nado na lama do pecado, apesar de os pregadores constantemente insistirem nisso. Se, para salvar minha alma, tenho que aceitar esse tipo de filosofia como tenho ouvido sendo pregada, prefiro permanecer em eterna maldição.

Por meio da descrença, a escuridão presente conduzirá à escuridão eterna.

Qual é a Solução?

Veja o capítulo 12, verso 36: Enquanto tendes a luz, crede na luz, para que vos torneis filhos da luz. Mas o que significa crer na luz? Simplesmente colocar sua confiança somente em Jesus Cristo. Jesus não disse: “Enquanto você tem a luz, trabalhe para a luz, una-se a uma igreja e faça boas coisas para se tornar filho da luz; seja batizado para se tornar filho da luz.” Não. Ele disse: “Creia na luz.”

Mas Tiago escreveu no capítulo 2, verso 19: até os demônios crêem e tremem. Será que haverá demônios no céu? Não. Existe uma diferença. Crer em Jesus é muito mais do que somente dizer que Jesus Cristo é Deus. Na verdade, você precisa dizer: “Jesus Cristo morreu na cruz pelo meu pecado.” Crer em Cristo para a salvação é mais do que simplesmente dizer: “Jesus veio para salvar pessoas.” Crer em Jesus significa dizer: “Jesus Cristo veio para me salvar e eu acabei de pedir que ele faça exatamente isso.”

O Que o Futuro Reserva?

E o que o futuro reserva para a humanidade?

  • Primeiramente, para aqueles que não creem, o futuro lhes reserva escuridão eterna.

Deus deu uma ilustração bem clara da futura escuridão. Quando Jesus esteve pendurado na cruz por três horas, Lucas registra que, no meio da tarde, o céu se escureceu e o mundo entrou em trevas. Deus estava enviando uma mensagem à humanidade, como que dizendo: “Vocês pediram escuridão; vou dar a vocês três horas de trevas. E, se não crerem nele, a escuridão futura durará para sempre.”

  • Segundo, para aqueles que creem, o futuro lhes reserva luz eterna.

Quero que você veja algo comigo. Está em Apocalipse capítulo 21, versos 21 a 25. É sobre a Nova Jerusalém, que é parte do novo céu e da nova terra:

As doze portas são doze pérolas, e cada uma dessas portas, de uma só pérola. A praça da cidade é de ouro puro, como vidro transparente. Nela, não vi santuário, porque o seu santuário é o Senhor, o Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro. A cidade não precisa nem do sol, nem da lua, para lhe darem claridade, pois a glória de Deus a iluminou, e o Cordeiro é a sua lâmpada. As nações andarão mediante a sua luz, e os reis da terra lhe trazem a sua glória. As suas portas nunca jamais se fecharão de dia, porque, nela, não haverá noite.

Fiquei profundamente tomado de tristeza quando li a história das crianças na Inglaterra que, pouco mais de dois século atrás, foram forçadas a trabalhar em minas de carvão. Os criminosos que as forçavam ao trabalho escravo justificavam essa atrocidade afirmando que as crianças eram as únicas que tinham flexibilidade nos ossos o suficiente para fazerem aquele tipo de trabalho horroroso.

A tarefa mais simples era a do “abridor de portas.” A criança era içada num cabo cerca de 17 metros abaixo num túnel que conectava duas seções de carros de carvão que se moviam sobre um trilho. A criança tinha que se ajoelhar na lama em escuridão total e em meio à água, insetos e ratos, esperando para abrir as portas para outras crianças que empurravam os carros nos trilhos de um lado a outro da mina. O trabalho era simplesmente abrir as portas para a outra criança passar empurrando o carrinho. Isso era feito para que, caso houvesse alguma explosão, morressem apenas as crianças que estavam naquela determinada seção. As portas impediam que o fogo se espalhasse por toda a mina.

Crianças pequenas de sete e oito anos se sentavam no escuro todos os dias, de dezoito a vinte horas por dia, ouvindo os carros de carvão. Algumas crianças enlouqueciam; o abridor de portas tinha o melhor trabalho. Essas crianças sofriam todo tipo de crueldade nas mãos de uma sociedade adulta avarenta que as negociava, usava e descartava. A maioria das crianças que trabalhava tinha entre sete e nove anos, mas muitos já começavam naquele trabalho com quatro ou cinco anos de idade. Não havia hora de descanso, comiam no escuro e só viam a luz do sol aos domingos. Que grande alegria seria para uma criança se alguém pudesse resgatá-la das trevas e trazê-la para a luz!

Foi somente a pregação do Evangelho no século dezenove que terminou com essa prática, promovendo um reavivamento e reconciliação das famílias. Um político crente trabalhou para que o trabalho forçado fosse totalmente erradicado.

O que terminará com a escravidão da humanidade para as trevas? O Evangelho de Jesus Cristo e sua obra na cruz agora oferecem a todos oportunidade intelectual, ética, judicial e eterna para saírem das trevas e irem para a maravilhosa luz, para deixarem de ser filhos das trevas e se tornarem filhos da luz. Meu amigo, você já fez isso? Você é um filho das trevas ou um filho da luz?

Este manuscrito pertence a Stephen Davey, pregado no dia 19/06/1994

© Copyright 1994 Stephen Davey

Todos os direitos reservados

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